Andréia Leal Schemid (PG), Luiz Marcos Lira (IC) e
Susana I. Córdoba de Torresi (PQ)
Instituto de Química,
Universidade de São Paulo.
Palavras-chave: polianilinas substituidas, copolímeros, eletroquímica.
INTRODUÇÃO:
Polímeros condutores possuem um grande potencial para muitas aplicações como: baterias recarregáveis, diodos, sensores moleculares, etc. Devido à algumas de suas propriedades físicas, como passar de isolante para condutor através de processos reversíveis de oxidação e redução. Este processo envolve a remoção/adição de elétrons levando à formação de cargas deslocalizadas, as quais são neutralizadas por contra-íons presentes na solução eletrolítica (dopantes).
Porém
estes polímeros devem ser facilmente processáveis e quimicamente
estáveis por um longo período de tempo para que sejam úteis.
A polianilina devido à sua estabilidade química tem sido
amplamente estudada, possuindo no entanto baixa processabilidade térmica
e pouca solubilidade em solventes mais comuns. Maior solubilidade pode
ser conseguido pela introdução de substituintes alquil na
cadeia polimérica, na forma de copolímero, combinando assim
a condutividade da polianilina, com a processabilidade das polianilinas
substituídas.
OBJETIVOS:
Neste
trabalho estuda-se comparativamente copolímeros de polianilina e
polianilina alquil substitídas de diferentes composições,
pela combinação de técnicas eletroquímicas
e espectroscópicas no intuito de elucidar a relação
dos pares redox com as bandas observadas no espectro de absorção
para diferentes relações carga/massa de dopantes. Estudos
de solubilidade dos copolímeros e homopolímeros em diferentes
solventes foram realizados para determinar as melhores condições
de processabilidade destes materiais.
MÉTODOS:
Os filmes dos copolímeros foram eletrodepositados através de varreduras triangulares de potencial sobre substratos transparentes e condutores de vidro/SnO2 (16W/q), a partir de soluções contendo 0,5 mol/L de mistura de monômeros (anilina e 2-etilanilina) + 1,0 mol/L de HCl. Os limites de potencial foram -0,2 à 0,85 V. Todos os potenciais estão referidos ao eletrodo de Ag/AgCl/Cl-. Os filmes foram colocados numa cela eletroquímica posicionada no caminho óptico de um espectrofotômetro e a variação de transmitância foi medida para diferentes comprimentos de onda na região do visível simultaneamente com a medida eletroquímica. Os eletrólitos estudados foram HCl, HClO4, ác. p-tolueno sulfônico (PTSA), ác. canforssulfônico (HCSA) e as composições de copolímeros foram 9:1, 7:3, 1:1, 3:7 e 1:9 de moles monômeros de 2-etilanilina e anilina respectivamente.
Para testes de solubilidade foram sintetizados químicamente os homopolímeros (polianilina e poli(2-etilanilina)) e os copolímeros com as composições citadas, à partir de uma mistura de 0,016 mol de monômeros em 1,0 mol/L de HCl, com solução de 0,16 mol/L de K2S2O8, em banho de gelo e agitação durante 6 horas, seguido de filtração. Para neutralização, os copolímeros foram colocados em solução 1,0 mol/L de KOH por 4 horas em agitação, seguido de filtração e secagem ao ar. Misturas de homopolímeros foram feitas nas mesmas proporções em moles que os copolímeros para posterior comparação. Os testes foram feitos com 0,5 g de copolímero em 10 mL de solvente com agitação por 1 hora seguido de filtragem e secagem em estufa à 40°C e 200 mbar, com monitoramento da massa que restou no papel de filtro. Os solventes utilizados foram N-metil pirrolidona (NMP), clorofórmio, NN-dimetil formamida (DMFA), dimetil sulfôxido (DMSO) e m-cresol.
RESULTADOS:
Voltamogramas dos copolímeros e homopolímeros em HCl mostram que para a poli(2-etilanilina) tem-se um único pico largo por volta de 0,40 V, com o aumento das unidades de anilina na cadeia polimérica (1:1) dois picos distintos aparcem em 0,30 e 0,50 V, aumentando-se ainda mais estas unidades de anilina (1:9) a separação é ainda maior 0,25 e 0,51 V e há o aparecimento de um terceiro pico em 0,64 V, sendo que o primeiro pico fica na mesma região que o primeiro pico no voltamograma de polianilina. Estes experimentos foram realizados simultaneamente com o registro da variação de transmitância em diferentes comprimentos de onda e os resultados foram analisados em função das quantidades diferenciais (dA/dE) procurando relacionar os diferentes pares redox com os grupos cromôforos formados.
Testes de
solubilidade para o NMP resultou na tabela 1, onde
observamos que a solubilidade do copolímero formado é maior
que à de uma mistura de homopolímeros.
(%mol 2-etilanilina) |
(g em 10 mL de NMP) |
(g em 10 mL de NMP) |
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Tabela
1: Solubilidade de copolímeros e homopolímeros em 10 mL de
NMP como solvente.
CONCLUSÕES:
Com
os resultados obtidos podemos concluir que formou-se um material que possui
propriedades eletroquímicas intermediárias à dos homopolímeros,
e uma solubilidade maior, que depende da quantitade de unidades de 2-etilanilina.
BIBLIOGRAFIA:
J.A.Conklin, S-C. Huang, S-M. Huang, T. Wen, R.B. Kaner, Macromolecules,1995, 28, 6522-6527