Douglas Kais da Silva1(IC), Gisele Cristiane Becher Ribas1(IC), Silvia Maria Leite Agostinho2 (PQ) e Paulo Rogério Pinto Rodrigues1 (PQ)
1 UNICENTRO - Universidade Estadual do Centro - Oeste do Paraná, DeQF-Departamento De Química e Física prprodrigues@unicentro.br
2 - IQUSP- Instituto de Química da Universidade de São Paulo
Palavras-chave : corrosão, etanol , aço carbono.
A corrosão metálica(1-2) é um tema tecnológico atual, principalmente, se levarmos em conta as perdas econômicas das empresas e governos na reposição das peças metálicas corroídas.
Em trabalho anterior(3) verificou-se que a adição de etanol eleva a eficiência inibidora do benzotriazol (BTAH) sobre o aço 304 em meio aquoso de H2SO4 2 mol.L-1. Recentemente se iniciou um novo trabalho de pesquisa, visando o estudo da inibição da corrosão do aço carbono 1008 por BTAH em meio de H2SO4 0,5 mol.L-1, contendo diferentes concentrações de etanol(4) (v/v), iniciado com ensaios gravimétricos e medidas de potencial de circuito aberto.
O presente trabalho tem como objetivo dar continuidade aos estudos, empregando-se outras técnicas, como: curvas de polarização potenciodinâmica anódica, análise óptica e diagramas de impedância eletroquímica, no sentido de se caracterizar o comportamento eletroquímico do aço carbono 1008 em meios de H2SO4 0,5 mol.L-1 contendo diferentes relações água-etanol.
Foram empregados os eletrodos: de trabalho na forma retangular e circular, com área média de 25 e 0,35 cm2, respectivamente; de referência de sulfato mercuroso saturado (ESMS); e um contra - eletrodo de platina de grande área. Os experimentos foram conduzidos a temperatura ambiente de (19 + 1) oC. Os eletrodos de trabalho foram tratados superficialmente antes da imersão na solução de H2SO4 0,5 mol.L-1, com e sem etanol, com lixas de SiC, de grana 320, 400 e 600, sucessivamente. A célula de trabalho era de 150 mL.
As medidas de potencial de circuito aberto mostraram não existir diferença significativa no valor do potencial de corrosão (Ecorr) quando se aumenta a concentração do etanol no sistema estudado.
Na fig. 1, observa-se que ao se adicionar [etanol] = 2,5% v/v, há um aumento na velocidade de corrosão (Vcorr) do aço carbono 1008 em relação ao sistema sem etanol, entretanto, para concentrações mais elevadas de etanol, ocorre uma diminuição na Vcorr. Observa-se na fig. 2, que os valores de densidade de corrente (i) são coincidentes desde o Ecorr até o potencial crítico (Ec), para o meio sem e com etanol 2,5%, sugerindo que a adição do etanol nesta concentração não exerce nenhum efeito sobre o processo de corrosão do aço carbono em potenciais mais positivos do que o Ecorr e em toda a região ativa. Acima do Ec verifica-se uma diminuição cada vez maior de i com a adição do etanol, levando à valores próximos de zero. Nos diagramas de impedância eletroquímico, fig. 3, nota-se que ao se elevar a concentração do etanol na solução, o único arco capacitivo observado aumenta com a elevação da resistência de transferência de carga.
Figura 1 Velocidade de corrosão a diferentes intervalos de tempo de imersão do aço carbono 1008 em meio de H2SO4 0,5 mol.L-1, sem e com etanol. |
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Figura 2 Curvas de polarização potenciodinâmicas anódica. (v.v.=1mV.s-1) |
Figura 3 Diagramas de impedância eletroquímico. Eapl. vs. ESMS= 0,9 V. |
Esses resultados mostram que o etanol atua na diminuição da velocidade de corrosão do aço carbono 1008, em meio aquoso de H2SO4 0,5 mol.L-1. A mudança complexa de comportamento pode ser atribuída, não somente às modificações nas propriedades elétricas do solvente, como também, na estrutura da interfase metal-solução.
P.R.P. Rodrigues, Dissertação de mestrado apresentada ao IQUSP SP, (1993).
P.R.P. Rodrigues, Tese de doutorado apresentada ao IQUSP SP, (1997).
P.R.P. Rodrigues, E. de Oliveira e S. M. L. Agostinho, British Corrosion Journal, vol. 33, nº 3, p. 211, (1998).
G. C. B. Ribas, D. K. da Silva e P. R. P. Rodrigues, Resumo dos anais XI Seminário de Pesquisa e VI Semana de Iniciação Científica da Unicentro, Guarapuava- Pr., p. 125,18 a 22 de out., (1999).