Desenvolvimento de metodologia para determinação de cloridrato de fluoxetina em fÁrmacos manipulados, ATRAVÉS DE espectrofotometria na região do ultravioleta.
Marchiel Augusto Folletto (IC), Wolmar Alípio Severo Filho(PQ)
Departamento de Química e Física Universidade de Santa Cruz do Sul - UNISC
O cloridrato de fluoxetina é um produto químico de grande interesse devido o seu uso como inibidor especifico e potente da reação da recaptação de serotonina, com atividade farmacológica sobre o sistema nervoso central (Síndrome depressiva).
A fluoxetina é encontrada na forma de cloridrato ou na forma de base livre. A sua ação não inibe a captação de outros novos emissores, não tem afinidade pelos receptores, adrenérgicos, muscarínicos, colinérgicos, H1-histamínico, serotonínicos ou dopamínicos. Tanto a fluoxetina como seu metabólito principal, a norfluoxetina, apresentam meia-vida plasmática longa, o que permite sua administração em dose única diária.
Existem metodologias analíticas para a determinação do cloridrato de fluoxetina em produtos comerciais.Neste trabalho utilizou-se espectrofotometria na região do ultravioleta, para a determinação do teor de cloridrato de fluoxetina em cápsulas comercializadas por farmácias de manipulação, sendo que oficialmente é utilizada a Cromatografia Líquida de Alta Eficiência para esta finalidade.
As amostras foram adquiridas em farmácias de manipulação, sendo que correspondiam a embalagens contendo 20 cápsulas de 20 mg, das quais foram retiradas 4 cápsulas para serem submetidas a análise espectrofotométrica de ultravioleta.
Foi utilizado o metanol como solvente, devido a elevada solubilidade do cloridrato de fluoxetina e a não absorção do metanol na região do espectro do ultravioleta.
Para determinar o comprimento de onda de máxima absorção foi realizada uma varredura na região de 220 a 350 nm em espectrofotômetro de ultravioleta observando banda de absorção máxima em 227 nm.
Sabendo que os coadjuvantes constituintes da cápsula não absorvem na região de 200 a 400 nm; utilizou-se cloridrato de fluoxetina padrão para estabelecer uma curva analítica a partir de soluções contendo 10; 12,5; 15; 20; 22,5 e 25 mg dissolvidos e diluídos convenientemente em metanol.
Foram preparadas como amostras controle, cinco soluções contendo 20 mg de cloridrato de fluoxetina cada uma, as quais foram empregadas para determinar a precisão da técnica. As concentrações encontradas foram em média 20,06 ± 0,06mg do principio ativo. Com este resultado constatou-se que o método apresentou precisão e exatidão.
As amostras investigadas foram também solubilizadas e diluídas em metanol e os resultados obtidos são apresentados na Tabela 1.
Ressalta-se que os medicamento encapsulados podem conter uma variação de mais ou menos 10% no teor de seu princípio ativo expresso no rótulo, conforme a Farmacopéia Brasileira, que normatiza o produção de medicamentos. Assim, apenas uma das amostras manipuladas estava com teor de fluoxetina fora no limite permitido.
A adequação desta metodologia otimizada permite a utilização da mesma no controle de qualidade de cápsulas de cloridrato de fluoxetina em farmácias de manipulação, pois apresenta baixo custo e rapidez, além de ser precisa e exata, dentro das expectativas da indústria farmacêutica.
Sabendo que a atividade de manipulação de medicamentos tem causado grande apreensão aos consumidores e a classe médica, acredita-se que a otimização de uma metodologia de controle de qualidade de medicamento possa ser uma contribuição significativa à população.
Tabela 1: Teor de cloridrato de fluoxetina presente nas amostras analisadas pelo método otimizado.
Amostra* |
Massa de cloridrato de fluoxetina (mg) |
Variação em relação a concentração esperada (%) |
1 |
22,08 |
+10,4 |
2 |
20,27 |
+1,3 |
3 |
20,31 |
+1,5 |
4 |
19,11 |
-4,4 |
5 |
20,17 |
+0,8 |
6 |
19,97 |
-0,1 |
7 |
20,43 |
+2,2 |
8 |
19,90 |
-0,5 |
9 |
20,15 |
+0,7 |
10 |
20,30 |
+1,5 |
11 |
21,17 |
+5,8 |
12 |
20,35 |
+1,7 |
Curso de Química Industrial-UNISC