Até meados deste século a Química
tinha uma enorme importância científica, tecnológica
e econômica como uma área autônoma do conhecimento sendo
a ciência que estuda as propriedades, composição e
estrutura das substâncias, as transformações que elas
sofrem e a energia que é liberada nesses processos. Entretanto,
os avanços decorrentes do desenvolvimento da Física, da Biologia
e da Matemática Aplicada através do uso de computadores cada
vez mais poderosos permitindo a modelagem e automação
de experimentos e de coleta de dados levou os limites da Química
a coalescerem nas últimas décadas como os limites dessas
áreas do conhecimento com velocidade cada vez maior. A distância
entre a Ciência de ponta, e em particular a Química, que se
desenvolve nos países do primeiro mundo e a ciência dos países
em desenvolvimento, com o Brasil, é cada vez maior devido a inúmeros
fatores entre os quais predominam o volume de recursos necessários
ao estabelecimento de modernos laboratórios, o planejamento da política
científica, o desenvolvimento industrial, e a formação
de recursos humanos. No Brasil o reconhecimento desses fatores já
levou ao estabelecimento de um laboratório nacional, o LNLS do CNPq,
à institucionalização dos projetos temáticos,
dos projetos para aquisição de equipamentos multi-usuários
e ao planejamento de Centros de Pesquisa pela FAPESP e ao programa PRONEX
do MCT que deverão resultar no aperfeiçoamento das condições
de pesquisa e desenvolvimento. Resta ainda sob o ponto de vista acadêmico,
o desafio de uma melhor estruturação dos currículos
de graduação em Química de forma a levar o estudante
a adquirir uma formação mais completa nas ciências
básicas, hoje em dia essenciais ao químico , e que lhe permita
interagir eficientemente, não apenas com as modernas metodologias
necessárias à pesquisa de ponta, mas também com pesquisadores
das demais áreas do conhecimento