SBQ - BIÊNIO (2000/2002) BOLETIM ELETRÔNICO No. 252




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Veja nesta edição:
  1. Site da SBQ foi o vencedor do Top Cadê? no mês de fevereiro
  2. Precisa-se de forno de aquecimento com controlador de temperatura do tipo METTLER FP-52 ou modelos FP80/1,2,3
  3. Novas tecnologias em produtos cosméticos - Ciclo de palestras
  4. Na festa do CNPq, presidente FHC anuncia a elaboração da "Lei da Inovação" e o estudo do aumento do valor das bolsas do CNP
  5. Ministro Sardenberg: "A missão do CNPq ganha relevo, se possível, ainda maior. Nesta década, o Brasil deve alcançar um nível de esforço de C&T comensurável com as nossas riquezas"


1. SITE DA SBQ FOI O VENCEDOR DO TOP CADÊ? NO MÊS DE FEVEREIRO

Prezado Webmaster,

Parabéns! Seu site foi o vencedor do Top Cadê? de Fevereiro na categoria Ciência e Tecnologia. Confira em www.topcade.com.br/ciencia/votacienciaFev2001.shtm.

Como vencedor de Fevereiro seu site agora é um dos finalistas que participarão de uma grande votação no início de 2002 para que seja escolhido o site Top Cadê? Do ano de 2001.

Junto com esta mensagem estamos enviandos o selo de vencedor que pode ser utilizado em sua página para divulgar sua vitória, com um link para o endereço acima.

Atenção: o uso do selo de vencedor do Top Cadê? não é obrigatório.

Mais uma vez, meus parabéns pela grande conquista, sem dúvida resultado de um trabalho de qualidade na Internet brasileira.

Atenciosamente,

Cláudio de Oliveira
Gerente de Produto do Cadê?

Nota do Editor: Abaixo esta a lista dos sites que concorreram com o site da SBQ e mais informações sobre o processo também. Agora nosso site participará da votação final, com mais outros 11 sites de ciência e tecnologia, escolhidos 1 por mês, até o final de 2001. No inicio de 2002, terá início a votação para definir, dentre os 12 finalistas, qual o melhor site de ciência e tecnologia da internet brasileira.

Resultado da Votação
Vencedor do mês de fevereiro: Sociedade Brasileira de Química

Confira com quem o site da SBQ concorreu:


Regulamento

O Top Cadê? tem o objetivo de destacar os melhores sites da Internet no Brasil, por seu conteúdo, design e funcionalidades. A divisão de categorias do concurso segue as 16 principais categorias do catálogo, formando assim um painel completo da Web brasileira.

Como Funciona

São selecionados pela Editoria do Cadê? três sites por semana em cada uma das 16 categorias do catálogo. Ao final de cada mês os usuários votam para escolher o vencedor daquele mês, entre os 12 sites indicados. No final de 2001 será escolhido o grande vencedor em cada uma das 16 categorias.

Concorrem nesta votação final doze finalistas por categoria do catálogo, um de cada mês.

Critérios de Seleção

Os profissionais do Cadê? selecionam os sites participantes segundo alguns critéiros, como quantidade e relevância das informações apresentadas no site, serviços prestados e ferramentas oferecidas aos internautas. É levado em conta também o design da Home Page, em itens como inovação, ferramentas utilizadas (multimídia), estilo inovador, etc... Além disso, é avaliada a navegação, como a facilidade para o internauta médio encontrar o que quer dentro do site, menus e telas intermediárias.

O fato da escolha acontecer em duas etapas (uma de seleção pela Editoria do Cadê? e a segunda de votação pelo público) garante a qualidade dos sites participantes.




2. PRECISA-SE DE FORNO DE AQUECIMENTO COM CONTROLADOR DE TEMPERATURA DO TIPO METTLER FP-52 OU MODELOS FP80/1,2,3

"Na condição de pesquisador na área de síntese e caracterização mesomórfica de cristais líquidos do IQ-UFRGS, necessito adquirir forno de aquecimento com controlador de temperatura do tipo METTLER FP-52 ou modelos FP80/1,2,3.

Também podem ser úteis os modelos circulares de platinas de aquecimento Leitz 350 ou da empresa inglesa Linkam. Entretanto, devido ao preço, gostaria de saber se algum pesquisador que receber esta mensagem dispõem para empréstimo ou doação do referido sistema de aquecimento e controlador".

Contatos: aloir@if.ufrgs.br; fax 51 3191499.
Desde já agradeço a atenção da comunidade química
Prof. Aloir A. Merlo

Prof. Aloir A. Merlo
Síntese de Cristais Líquidos
Instituto de Química - UFRGS
Porto Alegre - RS - Brasil
E-mail : aloir@if.ufrgs.br
Fone +55-51-316-6284
Fax +55-51-319-1499




3. NOVAS TECNOLOGIAS EM PRODUTOS COSMÉTICOS - CICLO DE PALESTRAS

O ciclo de palestras tem como objetivo proporcionar aos profissionais de desenvolvimento de produtos cosméticos e perfumaria atualização para melhoria da qualidade e competitividade de seus produtos.

Público-alvo : Bioquímicos, engenheiros químicos, farmacêuticos e químicos.

Data : 16 de maio de 2001
Horário : das 19 h às 22 h
Melhorando as características de princípios ativos
· Sistemas de liberação controlada em cosméticos

Dr. Roberto Zuccheti - Químico com Doutorado em Físico-Química na área de Química de Superfícies (UNICAMP). Atua na área de Tecnologia de Conceitos Avançados - Natura.

Data : 6 de junho de 2001
Horário: das 19 h às 22 h
Garantindo prazos de validade de cosméticos

· Desenvolvimento de produtos cosméticos: testes de estabilidade Ana Maria Queiroz Ribeiro da Silva - Farmacêutica Industrial e Bioquímica com Especialização em Farmácias de Manipulação, Marketing Empresarial e Desenvolvimento Gerencial. Atua no departamento de Pesquisa e Desenvolvimento de Produtos Cosméticos - Natura.

Data: 27 de junho de 2001
Horário : das 19 h às 22 h
Desenvolvimento de produtos : otimização experimental

· Aplicação de técnicas de planejamento experimental no laboratório de desenvolvimento
Prof. Dr. Roy Edward Bruns
Instituto de Química - UNICAMP

Local : Auditório do Centro de Tecnologia em Beleza do SENAC-SP
Rua Frei Caneca, 1119 - São Paulo - SP
Tel. (11) 287-6199 / Fax (11) 287-5858

Programe-se. Inscreva-se. Vagas limitadas.

Custo: R$ 30,00 para cada palestra.




4. NA FESTA DO CNPQ, PRESIDENTE FHC ANUNCIA A ELABORAÇÃO DA "LEI DA INOVAÇÃO" E O ESTUDO DO AUMENTO DO VALOR DAS BOLSAS DO CNPQ

O presidente FHC informou, ao falar no ato solene em homenagem aos 50 anos do CNPq, no Teatro Nacional Claudio Santoro, em Brasília, que vai enviar o mais rápido possível ao Congresso Nacional projetos de lei com vistas à criação de quatro novos fundos setoriais -- de agronegócios, biotecnologia, saúde e aeronáutica.

Ele anunciou que o MCT está elaborando a "Lei da Inovação", com normas destinadas a favorecer o estabelecimento de parcerias entre empresas e instituições públicas de pesquisas.

Esse projeto de lei também vai definir mecanismos que darão mais mobilidade de pesquisadores para a indústria, bem como uma estrutura fiscal apropriada para as empresas inovadoras.

Segundo FHC, um dos pontos importantes desta lei é a modernização do regime de trabalho dos pesquisadores.

"É preciso encontrar formas institucionais que permitam ao mesmo tempo flexibilidade e compromissos com resultados", afirmou o presidente.

Ele destacou que os incentivos fiscais continuam sendo indispensáveis para induzir o investimento em P&D.

Segundo informou, os cálculos do MCT mostram que, desde de 93, as duas leis de incentivo em vigor induziram investimentos de mais de R$ 5 bilhões, o que representou a renuncia fiscal de R$ 2,5 bilhões.

"Hoje, as empresas utilizam cada vez mais a capacidade de pesquisa das Universidades e é bom que isso ocorra. É bom para as empresas e também para o Brasil", disse.

O presidente já determinou ao ministro da C&T, Ronaldo Sardenberg, a realização de estudos para a revisão da atual Lei de Incentivos Fiscais e não Fiscais para o setor.

Um dos temas que deverá ser examinado é a proposta apresentada por setores da iniciativa privada, no Conselho Nacional de C&T, da criação de um regime de encomendas e contratos pelo governo para o desenvolvimento de tecnologias estratégicas por parte das empresas, Universidades e Centros de Pesquisas.

O presidente assinalou, ainda, que outra questão a ser examinada é a revisão da redução da renuncia fiscal em decorrência do declínio do uso das leis de incentivos.

O presidente observou estar atento ainda para o valor destas bolsas, a fim de que atendam efetivamente à sua finalidade.

Anunciou ter determinado ao MEC e ao MCT que realizem estudos visando rever os valores atuais das bolsas de estudos concedidas pela Capes e o CNPq, para torná-las mais atraentes, sobretudo a identificação de novos talentos, dando enfase para o doutorado.

Eis a íntegra do discurso do presidente FHC:

"Ao celebrarmos os 50 anos do CNPq, é uma satisfação ver que o Brasil tem coisas muito boas que vem de longe.

Se eu fosse aqui falar sobre a importância da ciência e da pesquisa para o desenvolvimento do país, estaria fazendo pregação aos já convertidos.

As senhoras e senhores que aqui estão sabem, melhor do que eu, dessa importância e da necessidade que todos os paises enfrentam, em nossos dias, de se qualificarem tecnologicamente ou serem marginalizados no sistema internacional.

Conhecem as características na nova economia, na qual o conhecimento é fator decisivo na agregação de valor aos produtos e serviços.

Mas é um fato essencial no Brasil de hoje que o Governo também sabe disso. O presidente sabe. O ministro Sardenberg sabe, como sabem todos os que tem trabalhado com determinação para avançar na ciência e na inovação tecnológica.

E já temos resultados importantes. Vale a pena mencionar alguns:

O panorama mais favorável que vive hoje o País deve-se, em parte expressiva, ao esforço realizado em ciência e tecnologia.

Houve um aumento notável na participação brasileira na ciência mundial. Superamos a marca, somente alcançada por 18 paises, de 1% da produção científica internacional, medida pelo número de publicações.

O Brasil alcançou posição de vanguarda em setores de ponta, como a tecnologia de exploração de petróleo em águas profundas, a bio-tecnologia, a engenharia aeronáutica, a agricultura tropical, as vacinas e soros, as telecomunicações.

Estamos ampliando os recursos para financiar a ciência e a tecnologia.

Com os Fundos Setoriais, estamos implantando definitivamente no País uma estrutura estável de financiamento da pesquisa e da inovação, com um novo modelo de gestão, mais moderno, mais eficaz. Reforça-se a parceria entre Governo, Universidades e empresas.

Na proposta orçamentária para 2001, incluimos recursos para todos os fundos já aprovados.

Estamos trabalhando com o objetivo de encaminhar, em breve, ao Congresso Nacional projetos de lei com vistas à criação de novos Fundos nos setores de agronegócios, biotecnologia, saúde e aeronáutica.

Nas circunstâncias atuais, o avanço tecnológico depende em boa medida de uma parceria eficaz entre Universidade e empresa.

Vemos isso nos paises mais avançados tecnologicamente. E vemos que isso depende, essencialmente, da capacidade de iniciativa de ambos - Universidades e empresas -, mas depende também da existência de um quadro regulatório que favoreça esse tipo de iniciativa.

Por isso, o MCT está trabalhando na elaboração de um projeto de "Lei da Inovação", que deverá incluir normas para favorecer o estabelecimento de parcerias entre empresas e instituições de públicas de pesquisa, a mobilidade de pesquisadores para a indústria, e vice-versa, o estímulo ao espírito empreendedor e à proteção da propriedade intelectual, e uma estrutura fiscal apropriada para as empresas inovadoras.

Um dos pontos importantes é o da modernização do regime de trabalho dos pesquisadores.

É preciso encontrar formas institucionais que permitam, ao mesmo tempo, flexibilidade e compromisso com resultados.

O incentivo fiscal continua a ser uma ferramenta indispensável para induzir o investimento em pesquisa e desenvolvimento.

Os cálculos do MCT mostram que, desde 93, as duas leis de incentivo induziram investimentos de mais de R$ 5 bilhões, ao custo de uma renuncia fiscal de R$ 2,5 bilhões.

Hoje, as empresas utilizam cada vez mais a capacidade de pesquisa das Universidades. E é bom que isso ocorra. É bom para as empresas, mas é bom também para o Brasil.

É necessário aperfeiçoar os instrumentos adequados ao melhor desempenho na area de incentivos.

Por isso, determinei ao ministro Sardenberg que providencie a realização de estudos, juntamente com os demais setores interessados do Governo, com vistas a uma revisão da legislação sobre incentivos (fiscais e não-fiscais).

Um dos temas que deve ser examinado é a idéia - proposta por representantes do setor privado no Conselho de Ciência e Tecnologia - de criação de um regime de encomendas e contratos, pelo Governo, para desenvolvimento de tecnologias estratégicas por parte das empresas, Universidades e centros de pesquisa.

Outra questão que exige exame atento é a revisão da redução da renuncia fiscal em decorrência do declínio do uso das leis de incentivo.

E quando o presidente vem falar em uma cerimônia do CNPq, ele não pode deixar de falar de bolsas. É um assunto que atrai muita atenção, e com razão, porque as bolsas são um instrumento essencial.

Os números não deixam margem a dúvida. De 51 a 94, o CNPq concedeu mais de 370 mil bolsas-ano. De 95 a 2000, foram 283 mil, ou seja: em seis anos, concedemos um número de bolsas que equivale a 75% do total de bolsas concedidas pelo CNPq em toda sua história anterior.

Nossa meta é chegar a 2002 com a concessão de um total de 370 mil bolsas-ano, o que será fazer quarenta anos em oito.

Mas não é suficiente conceder muitas bolsas. É preciso estar atento ao seu valor, para que atendam efetivamente à sua finalidade.

De 95 a 2000, o CNPq investiu, em média, R$ 25 mil por ano em cada pesquisador. Nao é pouco, se pensarmos nas condições gerais do país. Mas é pouco, se pensarmos na importância da ciência e da tecnologia.

Determinei ao MCT e ao MEC a realização de estudos no sentido de rever os valores atuais das bolsas, de forma a torná-las mais atraentes e, sobretudo, permitir a identificação de novos talentos, dando ênfase ao pós-doutorado e à fixação de doutores.

Os Institutos Federais de Pesquisa são uma peça importante no sistema de inovação e desenvolvimento científico. Impõe-se a tarefa de recomposição de seus quadros, com base na avaliação em curso e na proposta de reforma dos institutos.

A área de ciência e tecnologia é tipicamente um setor no qual o Estado tem um papel a desempenhar. Não pode ser entregue simplesmente ao mercado.

Ao mesmo tempo, contudo, o Estado não pode pretender controlar excessivamente.

Não pode ter a mão pesada quando está lidando com objetos delicados. É preciso ter uma política para o setor, mas uma política que incorpore a visão dos que trabalham nessa área.

Quem faz ciência são os pesquisadores, não o Governo. Ao Governo cabe, em primeiro lugar, não atrapalhar, mas cabe também ajudar, promover, incentivar, catalisar.

E, nesse sentido, há um avanço que eu desejo mencionar porque representa, no terreno institucional, uma profunda transformação no setor de ciência e tecnologia no Brasil. É o Centro de Gestão e Estudos Estratégicos.

O Centro será o cérebro da nova maneira de gerir ciência e tecnologia: será pequeno, mas forte; terá funções estratégicas, com a busca de resultados, foco, prospecção, acompanhamento, avaliação de programas, grandes projetos e fundos.

A ciência é, essencialmente, uma obra da inteligência. Uma política para esse setor precisa ser gerida com inteligência.

O Centro dará especial atenção à àrea das ciências sociais. Não preciso falar, aqui, da importância que eu, pessoalmente, atribuo a esse tema, por experiência própria.

O MCT está conduzindo uma tarefa de grande alento para mapear o futuro da ciência e da tecnologia brasileiras e para estabelecer o rumo seguro a ser seguido na Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, em setembro próximo.

Será uma oportunidade para debater o futuro que queremos para o País, o papel da ciência e da tecnologia na sua construção.

Sabemos que muito já foi feito, mas o Brasil precisa alcançar definitivamente o pelotão dos paises que lideram a pesquisa mundial.

Esta semana, a imprensa estará dedicando grande atenção ao tema da Alca, em função da reunião em Quebec, no próximo fim de semana.

É preciso entender que o tema da Alca tem uma relação direta com o que estamos discutindo aqui. Na economia atual, a competitividade é impossível se não houver um sistema nacional eficaz de inovação tecnológica.

O Brasil dispõe de condições para isso.

Temos a necessária dimensão econômica de mercado, temos a competência de nossa comunidade científica, temos a qualidade de nossas Universidades.

O exemplo do CNPq, o exemplo da visão de longo prazo, inteligente, de Álvaro Alberto, devem servir-nos como inspiração.

O CNPq e tudo o que ele representa são motivos de orgulho para o Brasil.

São também um aprendizado.

Um aprendizado de algo que é dificil, mas que é indispensável para um país como o nosso, um país que tem a vocação, não de ser um receptor passivo de inovações realizadas por outros, mas de participar plenamente nos avanços da humanidade no novo século que se inicia."

Depois de ler o texto de seu discurso, o presidente FHC improvisou uma homenagem especial ao trabalho criativo do cientista brasileiro, que, a seu ver, o o principal fator para o desenvolvimento da ciencia pais.




5. MINISTRO SARDENBERG: "A MISSÃO DO CNPQ GANHA RELEVO, SE POSSÍVEL, AINDA MAIOR. NESTA DÉCADA, O BRASIL DEVE ALCANÇAR UM NÍVEL DE ESFORÇO DE C&T COMENSURÁVEL COM AS NOSSAS RIQUEZAS »

Eis o discurso do ministro da C&T, Ronaldo Sardenberg, na festa do CNPq:

"É hora de consignar minha alegria - mesmo emoção - por alcançarmos hoje, com o transcurso do Cinquentenário do CNPq, verdadeiro marco na História da Ciência e Tecnologia do Brasil.

Desejo associar-me à homenagem, há pouco prestada, aos que, nesse longo período, tiveram a alta responsabilidade de dirigir o CNPq.

Entidade dinâmica e atualizada, o CNPq se orgulha de sua trajetória; de seu empenho na construção do conhecimento no País; e de sua sensibilidade aos reclamos sociais e econômicos de nosso povo.

Comemoramos com o CNPq a rica tradição de pesquisa que o Brasil e sua comunidade científica souberam construir e acumular. Comemoramos o diálogo sustentado com essa comunidade, que se distingue pelo conhecimento, dedicação e espírito aberto.

Mas celebramos também a transição para uma etapa ainda mais alta de realização, com os olhos postos na fronteira mundial do conhecimento, no cumprimento das vocações brasileiras e nos desafios das realidades nacionais e locais.

Sem descuidarmos, de qualquer forma, das responsabilidades imediatas, estamos, em conformidade com a orientação estratégica de Vossa Excelência, profundamente engajados no fortalecimento da estrutura que sustenta o nosso campo e na elaboração de diretrizes para o futuro.

Em setembro, com a Conferência Nacional de C&T, culminará o amplo processo de definição de prioridades e estratégias até 2010, que é também parte destas comemorações.

O Governo se orienta pela visãao abrangente do que pode, e deve, ser nosso campo de atividades e pela dedicação de sua política ao interesse nacional e ao compromisso com a sociedade.

Crescem de forma inédita os recursos disponíveis, assim como se atualiza a gestão científica e tecnológica. Já se criaram os primeiros Fundos Setoriais.

Este mês começará o processo de dispendio de novas recursos, na área de infra-estrutura de pesquisas. E Vossa Excelência recém adotou uma Agenda de Governo para este biênio, que prevê a efetiva expansão da ciência e tecnologia.

Aceitamos, senhor presidente, em sua plenitude, o magno desafio de transformar o que é a Agenda de Governo, - no que nos couber -, na agenda de trabalho e de prioridades do MCT. O CNPq é parte indissolúvel desse projeto e seu fortalecimento é, por isso mesmo, absolutamente necessário.

Temos trabalhado, com afinco, em problemas concretos, entre os quais a ampla reforma do sistema federal de apoio à ciência, tecnologia e inovação; as gestões para a definição de uma política industrial com prioridade ao aumento do coeficiente tecnológico da produção brasileira; e o esforço em favor da desconcentração regional, na aplicação dos recursos federais em nosso campo de atividades.

Como agência central de fomento à pesquisa, o CNPq será, ao lado da Finep, instrumento fundamental da implementação da nova política de Fundos Setoriais.

A regulamentação dos Fundos estabelece que os auxílios individuais e o apoio à capacitação de recursos humanos serão executados pelo CNPq.

Isso significa que, pelo menos, 20% dos novos recursos serão, na prática, executados pelo CNPq, o que reforçará de maneira expressiva seu orçamento e permitirá a flexibilização de suas ações e a ampliação do apoio aos setores que não dispõem de Fundos Setoriais.

Os êxitos alcançados, senhor presidente, são obra do Governo, mas contam também com um arco visível de solidariedade, graças ao diálogo que foi possível estabelecer e à disposição que sempre tivemos, e continuamos a ter, de examinar abertamente as questões substantivas de ciência e tecnologia ora diante do país.

Devo, neste ponto, agradecer o claro apoio que temos recebido, dado o espírito público do Congresso Nacional e de todos os partidos, assim como de Governos estaduais, portadores de distintas persuasões políticas.

Desejo também registrar a cooperação inestimável prestada por diferentes setores do Executivo federal à política em curso em nosso campo.

Neste, como em outros pontos, seguimos a grande experiência e o espírito livre característicos do CNPq, em seus 50 anos.

Buscamos o debate das idéias, e da prática necessária para concretizá-las, em benefício da ciência e tecnologia brasileiras.

Iremos agora abrir outra trilha, com iniciativas inovadoras e, nessa busca, desejamos que persistam o apoio e a compreensão conscientes que levam a superar dissensões ou considerações adjetivas que naturalmente fazem parte da vida política.

Em comparação com outros paises em desenvolvimento, a despeito de nossos problemas, encontramo-nos em posição privilegiada.

A criação do CNPq, assegurou as bases e a operação de um eficiente sistema público de apoio à pesquisa e inovação.

Sua contribuição não é corriqueira. São 50 anos de interação direta com os pesquisadores, na formação de grupos de pesquisa voltados para temas relevantes, para a excelência e para a identificação de talentos emergentes.

Agora, a missão do CNPq ganha relevo, se possível, ainda maior. Nesta década, o Brasil deve alcançar um nível de esforço de C&T comensurável com as nossas riquezas.

São quase continentais as dimensões territoriais do país. Sua base de recursos naturais figura entre as maiores do mundo. A gente brasileira é dotada de natural capacidade para a inovação.

Nosso caminho só pode ser o da capacitação, do equipamento dos laboratórios, do fomento acrescido às pesquisas, do aperfeiçoamento do regime de trabalho dos pesquisadores e do estímulo ao desenvolvimento tecnológico.

Na Sociedade do Conhecimento - nesta era da informação, da genômica e de outras tecnologias -, a ética, mais do que uma nova condição de trabalho, representa, sobretudo, um constante desafio para as atividades científicas e para a reflexão filosófica.

O conhecimento e a inovação devem estreitar as diferenças e hiatos de qualidade de vida, bem estar coletivo e progresso, que infelizmente perduram em nosso País e na escala planetária.

Os paises em desenvolvimento tem interesse direto e legítimo na definição das condições em que se processa a difusão mundial do novo paradigma econômico e tecnológico, que condicionará o futuro comum.

Muito ainda há que fazer. As ciências exatas e da vida, ao lado das ciências sociais, devem mobilizar-se para cumprir essa imensa tarefa.

Ao lado de nossos esforços nacionais, a cooperação internacional é indispensável para que se compartilhem o acesso e os benefícios da ciência, tecnologia e inovação e para que participemos de forma equitativa da construção de um mundo mais justo, mais equilibrado e mais próspero.

Pela capacidade de mobilizaçào de talentos e competências, que evidenciou ao longo de sua história, o CNPq, - no auge de sua maturidade e pronto para novos desafios -, tem e terá papel ímpar na conquista das realizações a que o Brasil aspira, no novo rumo que, sob sua liderança, senhor presidente, estamos imprimindo à ciência e tecnologia do País."


Secretaria Geral SBQ


Contribuições devem ser enviadas para: Luizsbq@iqm.unicamp.br
http://www.sbq.org.br