SBQ - BIÊNIO (2000/2002) BOLETIM ELETRÔNICO No. 250




Assine e divulgue Química Nova na Escola e o Journal of the Brazilian Chemical Society (http://www.sbq.org.br/pub /index.htm). Visite a nova página eletrônica do Journal (http://www.sbq.org.br/jbcs/index.html).

Visite a homepage da SBQ (www.sbq.org.br) e confira as informações atualizadas sobre a 24a Reunião Anual.

Veja nesta edição:

  1. Indicações da SBQ ao Prêmio Anísio Teixeira
  2. Programa do workshop de Química Ambiental na 24a RASBQ
  3. Vaga no Programa de Pós-graduação em Química Orgânica da Universidade Federal Fluminense
  4. Concurso Público para preenchimento de 1 função docente, junto ao Departamento de Bioquímica e Tecnologia Química do Instituto de Química-UNESP- Araraquara/SP.
  5. Brasil irá propor fundo internacional de Aids
  6. Capitanias científicas, artigo de Roberto Nicolsky

1. INDICAÇÕES DA SBQ AO PRÊMIO ANÍSIO TEIXEIRA

O Prêmio Anísio Teixeira é concedido pela CAPES a cada cinco anos a cinco personalidades que se destacaram pela contribuição à Pós-Graduação e formação de recursos humanos.

Os nomes abaixo foram indicados pela Diretoria e Conselho da Sociedade Brasileira de Quimica pela suas relevantes contribuições:

A indicação deve ser feita com o preenchimento do formulário e acompanhada por curriculum vitae completo do candidato indicado. Os nomes foram enviados ao Prof. Arnóbio da Gama (UFPE) que os encaminhou a CAPES.




2. PROGRAMA DO WORKSHOP DE QUÍMICA AMBIENTAL NA 24a RASBQ

A Divisão de Química Ambiental estará realizando, no dia da abertura da Reunião Anual da SBQ (28/05/2001, segunda-feira), o 1o. Workshop sobre Ensino de Química Ambiental. O evento busca reunir pesquisadores e professores que têm atuação, do ponto de vista didático, nesta área do conhecimento, que consta como um dos temas dos Parâmetros Curriculares Nacionais.

PROGRAMA:

Os interessados em participar do evento devem enviar seu pedido de inscrição diretamente ao diretor da divisão, Prof. Marco Tadeu Grassi, via e-mail, ou ainda para o endereço abaixo:

Prof. Marco Tadeu Grassi
Departamento de Química - UFPR
C.P. 19081
81.531-990 Curitiba - PR
e-mail: mtgrassi@quimica.ufpr.br




3. VAGA NO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM QUÍMICA ORGÂNICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

Estão abertas as inscrições para o preenchimento de 1 vaga no Programa de Pós graduação em Química Orgânica da Universidade Federal Fluminense.

A seleção será realizada através de prova escrita (23/04/2001) envolvendo as disciplinas de Química Orgânica e Métodos Físicos de Análise e prova de Entrevista/Análise de Curriculum vitae (24/04/2000).

As inscrições devem ser realizadas de 02/04/2001 a 18/04/200, de segunda-feira a sexta-feira, de 9:00 h às 11:30 h no seguinte local:

UFF - Instituto de Química
Outeiro de São João Batista s/no - Campus do Valonguinho
CEP 24.020-150 - Centro - Niterói - RJ
Tel/FAX : (021) 719-3349

O Edital de seleção contendo todas as informações necessárias pode ser obtido no local de inscrição ou através do e-mail: liliane@rmn.uff.br ou rosangela@rmn.uff.br




4. CONCURSO PÚBLICO PARA PREENCHIMENTO DE 1 FUNÇÃO DOCENTE, JUNTO AO DEPARTAMENTO DE BIOQUÍMICA E TECNOLOGIA QUÍMICA DO INSTITUTO DE QUÍMICA-UNESP- ARARAQUARA/SP.

Edital de Concurso Público para preenchimento de 1 função docente, junto ao Departamento de Bioquímica e Tecnologia Química do Instituto de Química-UNESP- Araraquara/SP.

Os candidatos interessados poderão ter acesso ao conteúdo do edital publicado no Diário Oficial do Estado de l7/3/2001, pág. 48.

Para consulta via internet consultar www.unesp.br. (À esquerda da página, clicar em concursos, selecione concurso público para função docente Campus de Araraquara, Instituto de Química)

Atenciosamente


Luisa Theruko Utuni
Secretaria do Departamento de Bioquímica e Tecnologia Química
Instituto de Química-UNESP - ARARAQUARA- SP
fone: 0-xx-16-201-6707




5. BRASIL IRÁ PROPOR FUNDO INTERNACIONAL DE AIDS

O governo brasileiro irá propor a criação de um fundo internacional para que os paises em desenvolvimento possam tratar a Aids da mesma maneira com que ela é combatida nos paises de Primeiro Mundo.

A partir de amanhã, o coordenador do Programa Nacional de DST/Aids do Ministério da Saúde, Paulo Teixeira, estará participando de uma reunião sobre a doença em Oslo, na Noruega, onde a iniciativa será proposta para, se tudo der certo, ser ratificada em junho, na Assembléia Geral da ONU sobre Aids, nos EUA.

O evento na Noruega, que durará três dias, contará com a presença de governos de outros três paises em desenvolvimento (Quênia, Uganda e Tailândia), ONGs, representantes da indústria farmacêutica, de centros de pesquisa, da Organização Mundial de Comércio (OMC) e da Organização Mundial de Saúde (OMS).

Fonte: O Globo, 9/4



6. CAPITANIAS CIENTÍFICAS, ARTIGO DE ROBERTO NICOLSKY

Um recente edital do CNPq (página Internet, edital 001/2001, de 12.03.2001), criou os chamados "institutos do milênio" (sic), dando um grave passo na direção do elitismo, da injustiça e da desagregação da pesquisa e da pós-graduação no país, as quais, graças a um esforço continuado por mais de trinta anos, alcançou um estágio de desenvolvimento e maturidade amplamente reconhecido.

O referido edital oferece uma verba de R$ 60 milhões, acrescida de outra de R$ 10 milhões em bolsas, para apenas 20 projetos de pesquisa científica.

Esses projetos de pesquisa reuniriam, em uma costura de última hora, uma superposição linear, grupos de algumas instituições, com o objetivo ambicioso e pretensioso de fazer uma "ciência de ponta".

Em verdade, isso é a perpetração de uma descomunal injustiça para com 6.449 grupos de pesquisa cujos projetos não foram contemplados no único edital do mesmo CNPq no ano passado, e que financiou ao todo R$ 28 milhões para 953 projetos, o que significa a média, por projeto, de R$ 29.394,40.

Ou seja, um único dos chamados "institutos do milênio" (sic) teria a verba de quase 120 projetos médios do ano passado.

Mas não é só. O Ministério da C&T oferece mais R$ 30 milhões, acrescidos de outros R$ 5 milhões em bolsas, para outros 5 (cinco) projetos escolhidos a dedo, por critérios ditos "estratégicos".

Ou seja, uma média de R$ 7 milhões por projeto, o equivalente a quase 240 projetos médios do ano anterior.

Mas qual a verba prevista no orçamento do CNPq para os 6.449 projetos não contemplados no ano passado, e ainda acrescidos dos grupos que deixaram de submeter projetos por ter sido o edital divulgado com menos de duas semanas de antecedência?

Esses terão que dividir os R$ 15 milhões orçamentários, o que provavelmente não daria uma média nem de R$ 2 mil para cada um.

Ou seja, enquanto mais de 6.449 grupos de pesquisa teriam que disputar uma média de menos de R$ 2 mil para cada um, caso se atendesse a todos, apenas 20 grupos, bem menos de 1%, disporiam de R$ 3,5 milhões cada, quase 2.000 vezes mais, um privilégio e uma concentração de renda como jamais se ouvira falar, nem mesmo na nossa injusta economia.

É obvio que mais uma vez seriam atendidos apenas alguns, ficando milhares de pesquisadores de fora, uma esmagadora maioria cruelmente alijada do fomento.

Em que cenário está sendo criado esse privilégio? Num quadro em que as bolsas dos estudantes estão congeladas desde 1994, o que vai elitizando a pós-graduação, pois, cada vez mais, só os que tem suporte da família conseguem pós-graduar-se.

Num quadro em que as taxas de bancada, tão importantes para assegurar, em bases mínimas, os meios para a conclusão das teses em tempo hábil, estão extintas.

Num panorama em que não há novas oportunidades para os pós-graduados que se titulam, porque não se cria no país a pesquisa de inovações tecnológicas no setor produtivo, essencial à ampliação da área de pesquisa e à sua inserção na economia, assegurando a realimentação do processo.

E os futuros fundos setoriais, tão propalados como arautos de uma nova era, não cumprirão o papel que se lhes atribui de gerar inovações tecnológicas porque, embora sejam formados com recursos de setores produtivos, vedaram-lhes o acesso direto, em ato contraditório com os seus objetivos e injusto.

Além disso, perpetram mais outra injustiça: a de discriminarem as pesquisas não incluídas nos fundos, notadamente as de ciências biológicas, área responsável por quase 40% da produção científica brasileira.

Tudo isso fica claro quando se sabe que a origem dessa ameaça aos nossos grupos de pesquisa e pós-graduação não é sequer uma idéia do MCT, mas nos está sendo imposta pelos ideólogos do Banco Mundial (World Bank, braço financeiro do FMI), como já o impuseram ao Chile.

E não se alegue que é um acordo internacional, pois já é tempo de aprendermos a só aceitar acordos que consultem o interesse do nosso país.

Trata-se de um novo tipo de colonialismo, o tecnológico, em que os paises que não produzem as suas próprias inovações não conseguem competir no mercado globalizado com os "donos" do Banco Mundial-FMI, e são "convencidos" por estes de que a prioridade é ter grupos de elite internacional, para brilhar com as publicações de artigos científicos.

O que não se conta é que as nossas descobertas serão transformadas em inovações pela tecnologia deles e depois nos serão vendidas, como bem o lembrou José Leite Lopes, recentemente (Isto É, 14.03.2001).

Isso já aconteceu com o emblemático caso do captopril, uma substância anti-hipertensiva de nova geração descoberta em Ribeirão Preto no veneno da jararaca, e que virou o Capoten, medicamento que gerou bilhões de dólares para a Squibb e nada para o nosso país, nem mesmo para as jararacas.

É como voltarmos aos tempos coloniais criando 25 capitanias científicas, só que agora produzindo conhecimentos diretamente para os novos senhores: os poucos paises que geram as inovações tecnológicas que dominam o mercado mundial globalizado, e pelas quais já pagamos bilhões de dólares e pagaremos cada vez mais. Tornar esses casos mais frequentes é o papel dos "institutos do milênio" (sic), as capitanias do novo modo colonial.

Nota do Editor: O autor é professor da UFRJ. Artigo publicado no "Jornal do Brasil", em 8/4.



Secretaria Geral SBQ


Contribuições devem ser enviadas para: Luizsbq@iqm.unicamp.br
http://www.sbq.org.br