SBQ - BIÊNIO (2000/2002) BOLETIM ELETRÔNICO No. 226




Assine e divulgue Química Nova na Escola e o Journal of the Brazilian Chemical Society (www.sbq.org.br/publicacoes/indexpub.htm) a revista de Química mais importante e com o maior índice de impacto da América Latina. Visite a nova página eletrônica do Journal na home-page da SBQ (www.sbq.org.br/jbcs/index.html).


Veja nesta edição:
  1. Journal of the Brazilian Chemical Society, núm. 6, vol. 11 de 2000
  2. Editorial do Journal of the Brazilian Chemical Society 11 (6)
  3. Programa de pós-graduação em ciência de materiais da Universidade Federal de Pernambuco - UFPE
  4. Rare Earths' 2001
  5. Seleção de Mestrado e Doutorado em Química Orgânica na Universidade Federal do Ceará.
  6. CNPq anuncia mais R$ 13 milhões para o fomento
  7. Presidente da CTNBio defende legislação brasileira sobre transgênicos em audiência pública na Câmara
  8. Relógio que marca surgimento da vida na Terra pode estar atrasado 1,4 bilhão de anos


1. JOURNAL OF THE BRAZILIAN CHEMICAL SOCIETY, NÚM. 6, VOL. 11 DE 2000

Temos a satisfação de comunicar que mais um número do Journal of the Brazilian Chemical Society, o número 6 do volume 11 de 2000, já está à disposição no site do JBCS: http://www.sbq.org.br/jbcs/2000/vol11_n6/

Está sendo realizada uma ampla campanha de divulgação do JBCS visando ao aumento de seu número de assinantes e de contribuintes, para a qual contamos com o apoio sempre importante de todos os sócios da SBQ.

Os assinantes devem estar recebendo a versão impressa do JBCS em breve.

Editores do J. Braz. Chem. Soc.


2. EDITORIAL JOURNAL OF THE BRAZILIAN CHEMICAL SOCIETY 11 (6)

A busca pelo entendimento dos mecanismos envolvidos na comunicação química entre os mais variados tipos de organismos, bem como a identificação das substâncias que atuam neste sentido, tornam as pesquisas no campo da Ecologia Química uma experiência fascinante. Não bastasse o apelo científico existente, as aplicações e benefícios que estas descobertas trazem à sociedade são notórias, razão pela qual tem se observado um aumento significativo, em todo o mundo, no número de pesquisadores e estudantes vinculados a esta área de atuação.

A Ecologia Química é um ramo ainda recente da Ciência e os primeiros relatos acerca dos compostos envolvidos na comunicação entre insetos datam de 1959, com a descoberta do feromônio sexual do bicho da seda Bombyx mori por Butenandt. Porém, somente após a constatação de que tais compostos poderiam ser utilizados para controlar populações de insetos, realizada no final dos anos 60, é que se despertou o interesse geral em se entender todos os aspectos envolvidos na comunicação química entre indivíduos, desde a estrutura dos compostos envolvidos até os caminhos biossintéticos seguidos para a produção dos mesmos.

No Brasil, o marco inicial de estudos integrados nas áreas de Química e Biologia pode ser considerado o Instituto de Química Agrícola no Rio de Janeiro que, ao final dos anos 50 e início dos anos 60, contou com um grupo destacado de pesquisadores que incluiu, entre outros, Walter Mors , Otto Gottlieb, Benjamin Gilbert e Bernard Tursch.

Em 1963, uma parte expressiva desses pesquisadores instalou-se na Faculdade de Farmácia da Universidade do Brasil, na Praia Vermelha, estabeleceu-se um convênio com a Fundação Rockfeller e oficializou-se a cooperação com a Universidade de Stanford. Iniciativas como a criação do curso de Mestrado em Química de Produtos Naturais, junto ao Centro de Pesquisa de Produtos Naturais e o oferecimento de cursos de verão em Química Orgânica, coordenados pelo Prof. Otto Gottlieb, contribuíram decisivamente para implantar esta disciplina em nosso país. Grupos de pesquisa voltados à Química de Produtos Naturais multiplicaram-se e começaram a forjar novas gerações de pesquisadores, ao mesmo tempo que receberam a adesão de pesquisadores com formação em áreas afins como Síntese Orgânica, Entomologia e Agronomia.

Na década de 80, o cenário estava preparado para que a Ecologia Química em nosso país ganhasse a sua dimensão aplicada e duas instituições destacaram-se nessas atividades: o Departamento de Biologia Animal da Universidade Federal de Viçosa, onde se desenvolvem estudos comportamentais com insetos e o Departamento de Química da Universidade Federal de São Carlos que, sob a liderança do saudoso Prof. J. Tércio B. Ferreira, volta-se para as primeiras sínteses de feromônios de insetos.

Atualmente, temos um número significativo de grupos no Brasil que trabalham nos mais variados aspectos da Ecologia Química e assim cristalizou-se a necessidade de encontros nacionais da área. Em Dezembro de 1999, aconteceu o I Encontro Brasileiro de Ecologia Química (EBEQ), realizado no Departamento de Química da Universidade Federal do Paraná, o qual contou com a participação de 125 químicos e biólogos de mais de 20 instituições distintas do país e do exterior. Na seqüência, a segunda versão deste encontro foi realizada este ano, juntamente com o XVII Encontro Anual da Sociedade Internacional de Ecologia Química (ISCE), pela primeira vez sediado em nosso país, garantindo assim a continuidade do evento.

Um dos principais pontos de ação apontados pela comunidade durante o I EBEQ refere-se à necessidade de se encontrar meios para uma melhor divulgação das atividades da área no país e no cenário internacional. A idéia de um número especial do Journal of the Brazilian Chemical Society foi prontamente acolhida pelo Corpo Editorial.

Este número especial dedicado ao I EBEQ é composto por alguns dos trabalhos desenvolvidos por grupos brasileiros e por renomados pesquisadores do exterior. Como ocorre nessas ocasiões, por razões de espaço e de política editorial da revista, apenas um número reduzido, porém representativo, de contribuições pode ser acolhida.

O escopo, a qualidade e a inserção internacional dos trabalhos revela horizontes promissores para a área em nosso país. Com a realização do III EBEQ agendada para o próximo ano e a comunidade discutindo a criação da Sociedade Brasileira de Ecologia Química, que certamente contribuirá para o fortalecimento e melhor coordenação das atividades na área, espera-se que as agências de financiamento federais e estaduais continuem reconhecendo a importância acadêmica e industrial das pesquisas nessa área e não recuem da responsabilidade de fomentar e garantir o necessário apoio financeiro aos programas qualificados na área.

Por fim, não poderíamos deixar de agradecer a todos os autores pela presteza em atender às solicitações dos editores, aos assessores do Journal of the Brazilian Chemical Society pelas valiosas contribuições ao aperfeiçoamento dos trabalhos e à Fundação Araucária pelo apoio financeiro.

Ronaldo A. Pilli e
Paulo H. G. Zarbin


3. PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA DE MATERIAIS DA UFPE

Encontram-se abertas as inscrições para o programa de pós-graduação em ciência de materiais do centro de ciências exatas e da natureza da UFPE.

O programa possui as modalidades de mestrado e doutorado (bolsas do CNPq e CAPES) e está aberto a todos os estudantes das áreas de engenharias, física, química, biociências e computação.

Areas de concentração:

Todas as informações a respeito do programa, tais como: áreas de pesquisa, professores, disciplinas (com as respectivas ementas), laboratórios, etc, encontram-se na página da web: www.ufpe.br/pgmtr.

Mensagens com dúvidas ou informações poderão ser enviadas para o e-mail: pgmtr@npd.ufpe.br

atenciosamente.
Coordenação do Programa


4. RARE EARTHS' 2001

Brazil, September, 22-26, 2001

Rare Earths' 2001 will feature basic and applied multidisciplinary papers on practical applications and research on rare earth elements at the beginning of the new millennium.

Topics:

A - Environmental, Toxicology, Biomedical
B - Analytical Chemistry, Solution Chemistry
C - Coordination Chemistry, Organometallics
D - Structure, Materials Science
E - Electronic Properties, Thin Films, Glasses
F - Spectroscopy, Luminescence, Phosphors, Lasers
G - Minerals, Extraction, Separation
H - Reactivity, Catalysis
I - Physics, Magnetics, Metallurgy, Valence-Fluctuation
J - Applications

For more informations:

Rare Earths'- 2001, Brazil
Instituto de Química - USP
Caixa Postal 26077
CEP 05513-970
São Paulo - SP - Brazil
Phone/FAX: +55(11)3818-3876
FAX: +55(11)3815-5579
e-mail: RE2001@iq.usp.br
Homepage: www.iq.usp.br/geral/congress.html


5. SELEÇÃO DE MESTRADO E DOUTORADO EM QUÍMICA ORGÂNICA NA UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

As inscrições estão abertas de 27/ 11/.2000 a 26/01/2001. Seleção de 05/01 a 06/01/2001

O Curso de Pós-Graduação em Química Orgânica na UFC mantém as seguintes linhas de pesquisa:


Informações adicionais contactar Profa. Angela (Coordenadora) ou Celia (secretaria): tel: 0xx85 2889976 ou 0xx85 2889981
angela@dqoi.ufc.br


6. CNPQ ANUNCIA MAIS R$ 13 MILHÕES PARA O FOMENTO

O Presidente do CNPq, Evando Mirra, informou que a Instituição conseguiu mais R$ 13 milhões para financiar projetos de pesquisa apresentados dentro do edital de março deste ano.

Os novos recursos atenderão a 341 projetos.

Como se sabe, o referido edital era de apenas R$ 15 milhões e atendeu a 612 projetos.

Segundo Evando Mirra, os R$ 13 milhões foram conseguidos através da "gestão global do sistema".

Assim, o fomento do CNPq fecha o ano com R$ 28 milhões. O novo montante deve ser disponibilizado imediatamente.

Fonte: JC E-Mail


7. PRESIDENTE DA CTNBIO DEFENDE LEGISLAÇÃO BRASILEIRA SOBRE TRANSGÊNICOS EM AUDIÊNCIA PÚBLICA NA CÂMARA

A presidente da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), Leila Oda, afirmou nesta quarta-feira, 27, em audiência pública da Comissão de C&T da Câmara, que a legislação brasileira na área de biossegurança é considerada referência na América Latina e será utilizada como modelo por paises que ainda não tem legislação, como o Uruguai.

A audiência foi convocada pelos deputados Walter Pinheiro (PT/BA) e Adão Pretto (PT/RS), que queriam esclarecimentos sobre "as atividades da Monsanto na Bahia e a questão dos transgênicos".

O presidente da comissão, dep. Santos Filho, classificou como esclarecedor o depoimento de Oda, que apresentou números sobre a produção de transgênicos no mundo.

Já são 45 milhões de hectares plantados, disse ela, ressaltando que na Argentina 80% da soja cultivada é modificada geneticamente.

No Brasil, embora haja plantio experimental, ainda não existem plantações comerciais.

Leila Oda enfatizou ainda que a CTNBio é composta por cientistas do mais alto nível e por representantes de ministérios, dos consumidores e da saúde do trabalhador.

Fonte: Assessoria de Imprensa do MCT


8. RELÓGIO QUE MARCA SURGIMENTO DA VIDA NA TERRA PODE ESTAR ATRASADO 1,4 BILHÃO DE ANOS

Isabel Gerhardt escreve para a "Folha de SP":

Até o momento, os fósseis terrestres mais antigos -achados no Arizona (EUA)- tinham 1,2 bilhão de anos. Pois, de acordo com pesquisadores da Universidade Estadual da Pensilvania, a vida pode ter deixado o oceano e se estabelecido em terra muito antes, há talvez 2,6 bilhões de anos.

Para chegar a essa conclusão, Yumiko Watanabe, estudante de doutorado do Centro de Pesquisa em Astrobiologia da Universidade norte-americana, teve de literalmente colocar a mão na massa (ou na biomassa de solos africanos) e descobrir a origem da materia orgânica ali encontrada.

Watanabe examinou várias amostras de solo da província mineral Mpumalanga (Transvaal do Leste), na África do Sul. Por meio de uma série de métodos geoquímicos, a pesquisadora encontrou um tipo de solo (paleossolo) datado de 2,6 bilhões a 2,7 bilhões de anos contendo carbono orgânico.

"Devido às características de estrutura e composição química da matéria orgânica, não é provável que ela tenha sido transportada para o solo. Sua origem é local", disse à Folha Watanabe.

A pesquisadora afirma que o carbono orgânico representa restos de microrganismos que se desenvolveram sobre o solo.

"É difícil identificar o tipo de organismo sem evidências moleculares", explica Watanabe. "Não acreditamos que fossem bactérias que usassem enxofre para realizar fotossíntese, uma vez que não há esse elemento no solo."

A aposta de Watanabe é que os restos orgânicos sejam de cianobactérias, algas azul-esverdeadas unicelulares. Exemplares desses microrganismos são considerados os fósseis mais antigos, com cerca de 3,5 bilhões de anos.

Os pesquisadores compararam a composição de carbono da matéria orgânica encontrada no solo sul-africano com as cianobactérias modernas e encontraram a mesma composição.

Apesar de cianobactérias serem organismos aquáticos, Watanabe afirma que os sedimentos de matéria orgânica não se formaram no oceano, mas sim em terra.

"Os valores dos isótopos (átomos do mesmo elemento que tem número igual de prótons, mas número diferente de nêutrons) do carbono encontrado no paleossolo são diferentes daqueles achados em pedras de sedimentos marinhos", explica a pesquisadora.

As cianobatérias podem crescer em associação com fungos, formando os líquens, que vivem sobre rochas ou cascas de árvore.

A existência de comunidades terrestres de bactérias já havia sido levantada por outros pesquisadores. No entanto, segundo Watanabe, este é o primeiro estudo a apresentar vários indícios para o desenvolvimento de populações microbianas na superficie terrestre.

A pesquisa sai na edição de hoje da revista científica britânica "Nature" (www.nature.com).

A existência de organismos terrestres há 2,6 bilhões de anos aponta para a possibilidade de desenvolvimento de uma atmosfera rica em oxigênio anterior a essa data. O acúmulo de oxigênio na atmosfera é datado por cientistas em cerca de 2 bilhões de anos.

"O desenvolvimento da camada de ozônio, que protege a vida na terra das radiações cósmicas, requer uma atmosfera rica em oxigênio. Isso significa que essa camada deve ter surgido há mais de 2,6 bilhões de anos", afirma Hiroshi Ohmoto, outro autor do estudo e diretor do Centro de Pesquisa em Astrobiologia.

Evidências para existência da vida terrestre desde 2,6 bilhões de anos atrás também já haviam sido apresentadas por Ohmoto no ano passado, em outubro, durante o encontro anual da Sociedade Geológica da América.

Ohmoto investigou um tipo de solo -lateritico- datado de 2,3 bilhões de anos e formado com a ajuda de ácidos orgânicos. "Para sua formação e' preciso matéria orgânica e oxigênio na atmosfera", explica o cientista.

O trabalho da "Nature" junta-se a essa pesquisa anterior, trazendo mais dados que fortalecem a hipótese de a vida ter chegado mais cedo do que se pensava à terra. .

Fonte : Folha de SP, 30/11


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