Temos a satisfação de comunicar que mais um número do Journal of the
Brazilian Chemical Society, o número 6 do volume 11 de 2000, já está à
disposição no site do JBCS: http://www.sbq.org.br/jbcs/2000/vol11_n6/
Está sendo realizada uma ampla campanha
de divulgação do JBCS visando ao aumento de seu número de assinantes e
de contribuintes, para a qual contamos com o apoio sempre importante de
todos os sócios da SBQ.
Os assinantes devem estar recebendo a versão impressa do JBCS em breve.
Editores do J. Braz. Chem. Soc.
2. EDITORIAL JOURNAL OF THE BRAZILIAN CHEMICAL SOCIETY 11 (6)
A busca pelo entendimento dos mecanismos envolvidos na comunicação
química entre os mais variados tipos de organismos, bem como a
identificação das substâncias que atuam neste sentido, tornam as
pesquisas no campo da Ecologia Química uma experiência fascinante. Não
bastasse o apelo científico existente, as aplicações e benefícios que
estas descobertas trazem à sociedade são notórias, razão pela qual tem
se observado um aumento significativo, em todo o mundo, no número de
pesquisadores e estudantes vinculados a esta área de atuação.
A Ecologia Química é um ramo ainda recente da Ciência e os primeiros
relatos acerca dos compostos envolvidos na comunicação entre insetos
datam de 1959, com a descoberta do feromônio sexual do bicho da seda
Bombyx mori por Butenandt. Porém, somente após a constatação de que
tais compostos poderiam ser utilizados para controlar populações de
insetos, realizada no final dos anos 60, é que se despertou o interesse
geral em se entender todos os aspectos envolvidos na comunicação
química entre indivíduos, desde a estrutura dos compostos envolvidos
até os caminhos biossintéticos seguidos para a produção dos mesmos.
No Brasil, o marco inicial de estudos integrados nas áreas de Química
e Biologia pode ser considerado o Instituto de Química Agrícola no Rio
de Janeiro que, ao final dos anos 50 e início dos anos 60, contou com
um grupo destacado de pesquisadores que incluiu, entre outros, Walter
Mors , Otto Gottlieb, Benjamin Gilbert e Bernard Tursch.
Em 1963, uma parte expressiva desses pesquisadores instalou-se na
Faculdade de Farmácia da Universidade do Brasil, na Praia Vermelha,
estabeleceu-se um convênio com a Fundação Rockfeller e oficializou-se
a cooperação com a Universidade de Stanford. Iniciativas como a criação
do curso de Mestrado em Química de Produtos Naturais, junto ao Centro
de Pesquisa de Produtos Naturais e o oferecimento de cursos de verão em
Química Orgânica, coordenados pelo Prof. Otto Gottlieb, contribuíram
decisivamente para implantar esta disciplina em nosso país. Grupos de
pesquisa voltados à Química de Produtos Naturais multiplicaram-se e
começaram a forjar novas gerações de pesquisadores, ao mesmo tempo que
receberam a adesão de pesquisadores com formação em áreas afins como
Síntese Orgânica, Entomologia e Agronomia.
Na década de 80, o cenário estava preparado para que a Ecologia Química
em nosso país ganhasse a sua dimensão aplicada e duas instituições
destacaram-se nessas atividades: o Departamento de Biologia Animal da
Universidade Federal de Viçosa, onde se desenvolvem estudos
comportamentais com insetos e o Departamento de Química da Universidade
Federal de São Carlos que, sob a liderança do saudoso Prof. J. Tércio
B. Ferreira, volta-se para as primeiras sínteses de feromônios de
insetos.
Atualmente, temos um número significativo de grupos no Brasil que
trabalham nos mais variados aspectos da Ecologia Química e assim
cristalizou-se a necessidade de encontros nacionais da área. Em
Dezembro de 1999, aconteceu o I Encontro Brasileiro de Ecologia Química
(EBEQ), realizado no Departamento de Química da Universidade Federal
do Paraná, o qual contou com a participação de 125 químicos e biólogos
de mais de 20 instituições distintas do país e do exterior. Na
seqüência, a segunda versão deste encontro foi realizada este ano,
juntamente com o XVII Encontro Anual da Sociedade Internacional de
Ecologia Química (ISCE), pela primeira vez sediado em nosso país,
garantindo assim a continuidade do evento.
Um dos principais pontos de ação apontados pela comunidade durante o I
EBEQ refere-se à necessidade de se encontrar meios para uma melhor
divulgação das atividades da área no país e no cenário internacional.
A idéia de um número especial do Journal of the Brazilian Chemical
Society foi prontamente acolhida pelo Corpo Editorial.
Este número especial dedicado ao I EBEQ é composto por alguns dos
trabalhos desenvolvidos por grupos brasileiros e por renomados
pesquisadores do exterior. Como ocorre nessas ocasiões, por razões de
espaço e de política editorial da revista, apenas um número reduzido,
porém representativo, de contribuições pode ser acolhida.
O escopo, a qualidade e a inserção internacional dos trabalhos revela
horizontes promissores para a área em nosso país. Com a realização do
III EBEQ agendada para o próximo ano e a comunidade discutindo a
criação da Sociedade Brasileira de Ecologia Química, que certamente
contribuirá para o fortalecimento e melhor coordenação das atividades
na área, espera-se que as agências de financiamento federais e
estaduais continuem reconhecendo a importância acadêmica e industrial
das pesquisas nessa área e não recuem da responsabilidade de fomentar
e garantir o necessário apoio financeiro aos programas qualificados na
área.
Por fim, não poderíamos deixar de agradecer a todos os autores pela
presteza em atender às solicitações dos editores, aos assessores do
Journal of the Brazilian Chemical Society pelas valiosas contribuições
ao aperfeiçoamento dos trabalhos e à Fundação Araucária pelo apoio
financeiro.
Ronaldo A. Pilli e
Paulo H. G. Zarbin
3. PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA DE MATERIAIS DA UFPE
Encontram-se abertas as inscrições para o programa de pós-graduação em
ciência de materiais do centro de ciências exatas e da natureza da UFPE.
O programa possui as modalidades de mestrado e doutorado (bolsas do
CNPq e CAPES) e está aberto a todos os estudantes das áreas de
engenharias, física, química, biociências e computação.
Areas de concentração:
Todas as informações a respeito do programa, tais como: áreas de
pesquisa, professores, disciplinas (com as respectivas ementas),
laboratórios, etc, encontram-se na página da
web: www.ufpe.br/pgmtr.
Mensagens com dúvidas ou informações poderão ser enviadas para o
e-mail: pgmtr@npd.ufpe.br
atenciosamente.
Coordenação do Programa
4. RARE EARTHS' 2001
Brazil, September, 22-26, 2001
Rare Earths' 2001 will feature basic and applied multidisciplinary
papers on practical applications and research on rare earth elements
at the beginning of the new millennium.
Topics:
A - Environmental, Toxicology, Biomedical
B - Analytical Chemistry, Solution Chemistry
C - Coordination Chemistry, Organometallics
D - Structure, Materials Science
E - Electronic Properties, Thin Films, Glasses
F - Spectroscopy, Luminescence, Phosphors, Lasers
G - Minerals, Extraction, Separation
H - Reactivity, Catalysis
I - Physics, Magnetics, Metallurgy, Valence-Fluctuation
J - Applications
For more informations:
Rare Earths'- 2001, Brazil
Instituto de Química - USP
Caixa Postal 26077
CEP 05513-970
São Paulo - SP - Brazil
Phone/FAX: +55(11)3818-3876
FAX: +55(11)3815-5579
e-mail: RE2001@iq.usp.br
Homepage: www.iq.usp.br/geral/congress.html
5. SELEÇÃO DE MESTRADO E DOUTORADO EM QUÍMICA ORGÂNICA NA UNIVERSIDADE
FEDERAL DO CEARÁ
As inscrições estão abertas de 27/ 11/.2000 a 26/01/2001.
Seleção de 05/01 a 06/01/2001
O Curso de Pós-Graduação em Química Orgânica na UFC mantém as seguintes linhas de pesquisa:
Informações adicionais contactar Profa. Angela (Coordenadora) ou Celia
(secretaria): tel: 0xx85 2889976 ou 0xx85 2889981
angela@dqoi.ufc.br
6. CNPQ ANUNCIA MAIS R$ 13 MILHÕES PARA O FOMENTO
O Presidente do CNPq, Evando Mirra, informou que a Instituição
conseguiu mais R$ 13 milhões para financiar projetos de pesquisa
apresentados dentro do edital de março deste ano.
Os novos recursos atenderão a 341 projetos.
Como se sabe, o referido edital era de apenas R$ 15 milhões e atendeu
a 612 projetos.
Segundo Evando Mirra, os R$ 13 milhões foram conseguidos através da
"gestão global do sistema".
Assim, o fomento do CNPq fecha o ano com R$ 28 milhões.
O novo montante deve ser disponibilizado imediatamente.
Fonte: JC E-Mail
7. PRESIDENTE DA CTNBIO DEFENDE LEGISLAÇÃO BRASILEIRA SOBRE
TRANSGÊNICOS EM AUDIÊNCIA PÚBLICA NA CÂMARA
A presidente da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio),
Leila Oda, afirmou nesta quarta-feira, 27, em audiência pública da
Comissão de C&T da Câmara, que a legislação brasileira na área de
biossegurança é considerada referência na América Latina e será
utilizada como modelo por paises que ainda não tem legislação, como o
Uruguai.
A audiência foi convocada pelos deputados Walter Pinheiro (PT/BA) e
Adão Pretto (PT/RS), que queriam esclarecimentos sobre "as atividades
da Monsanto na Bahia e a questão dos transgênicos".
O presidente da comissão, dep. Santos Filho, classificou como
esclarecedor o depoimento de Oda, que apresentou números sobre a
produção de transgênicos no mundo.
Já são 45 milhões de hectares plantados, disse ela, ressaltando que na
Argentina 80% da soja cultivada é modificada geneticamente.
No Brasil, embora haja plantio experimental, ainda não existem
plantações comerciais.
Leila Oda enfatizou ainda que a CTNBio é composta por cientistas do
mais alto nível e por representantes de ministérios, dos consumidores
e da saúde do trabalhador.
Fonte: Assessoria de Imprensa do MCT
8. RELÓGIO QUE MARCA SURGIMENTO DA VIDA NA TERRA PODE ESTAR ATRASADO
1,4 BILHÃO DE ANOS
Isabel Gerhardt escreve para a "Folha de SP":
Até o momento, os fósseis terrestres mais antigos -achados no Arizona
(EUA)- tinham 1,2 bilhão de anos. Pois, de acordo com pesquisadores da
Universidade Estadual da Pensilvania, a vida pode ter deixado o oceano
e se estabelecido em terra muito antes, há talvez 2,6 bilhões de anos.
Para chegar a essa conclusão, Yumiko Watanabe, estudante de doutorado
do Centro de Pesquisa em Astrobiologia da Universidade norte-americana,
teve de literalmente colocar a mão na massa (ou na biomassa de solos
africanos) e descobrir a origem da materia orgânica ali encontrada.
Watanabe examinou várias amostras de solo da província mineral
Mpumalanga (Transvaal do Leste), na África do Sul. Por meio de uma
série de métodos geoquímicos, a pesquisadora encontrou um tipo de solo
(paleossolo) datado de 2,6 bilhões a 2,7 bilhões de anos contendo
carbono orgânico.
"Devido às características de estrutura e composição química da matéria
orgânica, não é provável que ela tenha sido transportada para o solo.
Sua origem é local", disse à Folha Watanabe.
A pesquisadora afirma que o carbono orgânico representa restos de
microrganismos que se desenvolveram sobre o solo.
"É difícil identificar o tipo de organismo sem evidências moleculares",
explica Watanabe. "Não acreditamos que fossem bactérias que usassem
enxofre para realizar fotossíntese, uma vez que não há esse elemento
no solo."
A aposta de Watanabe é que os restos orgânicos sejam de cianobactérias,
algas azul-esverdeadas unicelulares. Exemplares desses microrganismos
são considerados os fósseis mais antigos, com cerca de 3,5 bilhões de
anos.
Os pesquisadores compararam a composição de carbono da matéria orgânica
encontrada no solo sul-africano com as cianobactérias modernas e
encontraram a mesma composição.
Apesar de cianobactérias serem organismos aquáticos, Watanabe afirma
que os sedimentos de matéria orgânica não se formaram no oceano, mas
sim em terra.
"Os valores dos isótopos (átomos do mesmo elemento que tem número igual
de prótons, mas número diferente de nêutrons) do carbono encontrado no
paleossolo são diferentes daqueles achados em pedras de sedimentos
marinhos", explica a pesquisadora.
As cianobatérias podem crescer em associação com fungos, formando os
líquens, que vivem sobre rochas ou cascas de árvore.
A existência de comunidades terrestres de bactérias já havia sido
levantada por outros pesquisadores. No entanto, segundo Watanabe, este
é o primeiro estudo a apresentar vários indícios para o desenvolvimento
de populações microbianas na superficie terrestre.
A pesquisa sai na edição de hoje da revista científica britânica
"Nature" (www.nature.com).
A existência de organismos terrestres há 2,6 bilhões de anos aponta
para a possibilidade de desenvolvimento de uma atmosfera rica em
oxigênio anterior a essa data. O acúmulo de oxigênio na atmosfera é
datado por cientistas em cerca de 2 bilhões de anos.
"O desenvolvimento da camada de ozônio, que protege a vida na terra das
radiações cósmicas, requer uma atmosfera rica em oxigênio. Isso
significa que essa camada deve ter surgido há mais de 2,6 bilhões de
anos", afirma Hiroshi Ohmoto, outro autor do estudo e diretor do
Centro de Pesquisa em Astrobiologia.
Evidências para existência da vida terrestre desde 2,6 bilhões de anos
atrás também já haviam sido apresentadas por Ohmoto no ano passado, em
outubro, durante o encontro anual da Sociedade Geológica da América.
Ohmoto investigou um tipo de solo -lateritico- datado de 2,3 bilhões de
anos e formado com a ajuda de ácidos orgânicos. "Para sua formação e'
preciso matéria orgânica e oxigênio na atmosfera", explica o cientista.
O trabalho da "Nature" junta-se a essa pesquisa anterior, trazendo mais
dados que fortalecem a hipótese de a vida ter chegado mais cedo do que
se pensava à terra. .
Fonte : Folha de SP, 30/11
Secretaria Geral SBQ