Estão a disposição, na home-page da SBQ (www.sbq.org.br) os modelos de
resumos que serão utilizados para submissão de trabalhos para a
próxima Reunião Anual da SBQ.
Entre na home-page da SBQ, clique em "SBQ" e depois em "INFORMAÇÕES".
Lá você encontra:
Ainda e só um teste e peço a colaboração de todos para que possamos
implementar um sistema inédito nas reuniões de nossa sociedade.
Nosso objetivo é deixar todos familiarizados com estes templates, para
evitar problemas na época de submissão dos trabalhos para a reunião
anual.
O template maior (Modelo 1 para Resumo da RA-SBQ) mais completo, de uma
página, será utilizado para o processo de referagem e será colocado a
disposição de todos na rede, na home-page da SBQ, logo após a referagem
dos resumos pela comissão científica.
O resumo menor, mais curtinho (Modelo 2 para Resumo da RA SBQ, ainda
definiremos o tamanho exato) será utilizado para a composição do livro
de resumos da 24a RA. Todos deverão preencher ambos os resumos.
Este resumo menor, tipo Graphical Abstract, será utilizado em esquema semelhante ao usado em várias revistas internacionais Para ter uma idéia melhor, por favor, dê uma olhada nos graphical abstracts das revistas citadas abaixo, entre outras:
Queremos usar o resumo menor com a mesma intenção que estas revistas
usam o graphical abstracts.
Neste resumo menor, podem ser colocadas estruturas pequenas e texto.
Não podem ser colocados graficos nem tabelas, mas o objetivo é dar uma
idéia do trabalho a ser apresentado, que estará mais detalhado no
resumo 1, à disposição na home-page da SBQ após referagem e no próprio
painel.
Peço aqueles que preencherem o resumo 2, para não alterar o tamanho
do mesmo. Nós teremos que colocar 4 destes em uma única página.
Aguardo seus resumos e comentários.
Um abraço a todos,
Luiz Carlos
2. CONCURSO PARA QUÍMICO NA ÁREA DE INORGÂNICA, ORGÂNICA E EDUCAÇÃO EM
QUÍMICA NA UNIOESTE
Gostaria de divulgar junto ao boletim SBQ a abertura de concurso para
Químico na área de inorgânica, orgânica e educação em química na
Unioeste a inscrição é até 24/11/00, maiores informações veja o site
www.unioeste.br.
Prof. Reinaldo A. Bariccatti
Coordenador do curso de Licenciatura Química
3. INSCRIÇÃO PARA O MESTRADO EM OCEANOGRAFIA FÍSICA, QUÍMICA E
GEOLÓGICA
As provas serão aplicadas nos seguintes locais:
Rio Grande-RS; Itajaí-SC; Curitiba-PR; São Paulo-SP; Rio de Janeiro-RJ;
Salvador-BA; Recife-PE; Fortaleza-CE e Belém-PA.
Período de inscrição: 23 de outubro a 08 de dezembro de 2000
Prova: 08 de janeiro de 2001
Linhas de pesquisa
O CETEM - Centro de Tecnologia Mineral, instituto de pesquisa do MCT
localizado na cidade do Rio de Janeiro, está selecionando pesquisadores
com nível de doutorado (ou em vias de completá-lo) para projeto na área
Centro de Tecnologia Mineral - CETEM/MCT
Av. Ipê 900, Cidade Universitária, Ilha do Fundão
21941-590 - Rio de Janeiro, RJ
www.cetem.gov.br
Roberto de B.E. Trindade
Pesquisador Associado II, M.Sc., Ph.D.
CETEM - Centro de Tecnologia Mineral
Av. Ipê nº 900 - Cid. Universitária - 21941-590 - Ilha do Fundão
21941-590 - Rio de Janeiro - RJ - Brasil
www.cetem.gov.br
rtrindade@cetem.gov.br
tel: 21- 3865-7279 / 3865-7222 / 3865-7201
fax: 21-260-9154
5. MESTRADO EM EDUCAÇÃO PARA CIÊNCIA - PROCESSO SELETIVO - 2001
CÂMPUS DE BAURU
FACULDADE DE CIÊNCIAS
COMUNICADO - SPG/FC
Comunicamos aos interessados que estarão abertas as inscrições para a
Seleção para 2001 do Curso de Pós-Graduação em Educação para a Ciência
- Área de Concentração: Ensino de Ciências, Nível de Mestrado, da
Faculdade de Ciências - UNESP - Câmpus de Bauru.
Período: 04 a 08 de dezembro de 2000
Documentos Necessários:
A inscrição poderá ser feita por procuração, devendo o interessado
solicitar o formulário de inscrição com antecedência para o devido
preenchimento.
PROCESSO DE SELEÇÃO
O processo de Seleção constará de:
Campos dos Goitacazes tem mais uma novidade importante para apresentar
ao estado do Rio de Janeiro. Plantada a 280 quilômetros das notícias
que distraem os moradores da capital, a cidade que serviu de
laboratório para a carreira do político Anthony Garotinho lança agora
a primeira greve de seu governo. Parou há pouco mais de uma semana a
Universidade Estadual do Norte Fluminense.
Nascida da imaginação efervescente do professor Darcy Ribeiro, mas
posta por decreto num Ciep com equipe contratada sem concurso, a UENF
foi uma das bandeiras que Garotinho desfraldou no município durante a
campanha de 1998. Prometeu regularizá-la. Mas até agora o que chegou
lá de concreto foi a proposta de transferência dos professores e
funcionários para uma cooperativa de Trabalho Educacional, dirigida por
Carlos Henrique Medeiros de Souza, o Carlinhos do Farol, um ex-pescador
que o serviço de cabo eleitoral credenciou para a tarefa.
Com a transferência para a informalidade, os contratados perderiam
salários e direitos, mas a cooperativa a fazer um bom negócio. Pelo
fornecimento de mão-de-obra, ela cobra 250 reais por mês de cada
associado e uma taxa de manutenção da universidade. É uma fórmula que
marcou a passagem de Garotinho pela prefeitura de Campos, onde um
terço do pessoal foi terceirizado, e embarcou seis mil clandestinos na
Universidade do Estado do Rio de Janeiro através do Nuseg, o Núcleo
Superior de Estudos Governamentais onde se penduram, entre outros
forasteiros, os emplacadores do Detran.
Em Campos, a cooperativa tem madrinha. Trata-se da professora Ana
Lúcia Boynard, que atualmente presidente a Fundação Estadual Norte
Fluminense e, na prefeitura, foi secretária de Fazenda de Garotinho.
[www.no.com.br Marcos Sa Correia]
Fernando Luna
fernando@uenf.br
Nota do Editor: Comentários devem ser enviados diretamente para
Fernando Luna, no e-mail indicado acima.
7. CIÊNCIA, TECNOLOGIA E ALTA ESTIMA, ARTIGO DO MINISTRO DA C&T,
RONALDO SARDENBERG
Artigo publicado em "O Globo" da última sexta-feira:
A imprensa -- "O Globo" foi exceção -- praticamente não tomou
conhecimento do entendimento que, na primeira semana de novembro,
alcançamos com a Alemanha, no campo da cooperação científica e
tecnológica durante a visita da ministra Edelgard Bulmahn ao Brasil.
Este é, no entanto, o momento de intensificarmos a atenção pública aos
temas direta e insubstituivelmente ligados ao futuro do país e da
sociedade.
É hoje imprescindível a cooperação ampliada em ciência e tecnologia
com os paises avançados - em termos de respeito mútuo, de afirmação do
interesse nacional, conjugado com os interesses de nossos parceiros.
Temos que fazer mais e melhor. É fundamental o acesso do Brasil,
isto é, dos pesquisadores brasileiros, ao que de melhor se faz
mundialmente em ciência e aos trabalhosos caminhos - até hoje ainda não
inteiramente claros no país - da inovação tecnológica.
Se nos permitirmos à desatenção, deixaremos de alcançar os objetivos de
bem estar da população, ou seja de todos nós, assim como o da
imprescindível modernização e atualização do sistema produtivo.
A sociedade brasileira estará condenada a uma qualidade de vida
medíocre e a economia não terá possibilidades de competitividade
internacional.
É necessário fazer com que triunfe aqui uma nova maneira de definir,
orientar e focalizar o processo de produção do conhecimento e da
inovação.
A imprensa tem papel básico nesse aggiornamento. Precisa consolidar-se
o novo clima político que permitiu, este ano, a aprovação pelo
Congresso Nacional dos Fundos setoriais de pesquisa e desenvolvimento,
e maiores recursos públicos e privados devem ser mobilizados.
Reconheçamos a complexidade de nosso problema. Por um lado,
registremos os deficits sociais e regionais, o retardo em áreas
essenciais: dentre elas, a tecnologia é uma das mais importantes.
É necessário responder de forma objetiva a essa situação, isto é sem
demagogias, nem ambiguidades.
Por outro, anotemos que precisamos acompanhar o avanço no resto do
mundo.
Nesta era de revolução científica e tecnológica, temos que aperfeiçoar
a cooperação com os paises europeus, reorganizar o esforço cooperativo
com os EUA, aproximarmo-nos de nossos vizinhos e buscar parceiros não
tradicionais como a India, a Coréia e a Espanha.
Voltemos, porém, à Alemanha, país amigo que se qualifica entre os mais
avançados do mundo.
A essência dos entendimentos a que chegamos é o desiderato comum de
elevar o nível da cooperação bilateral, mudar sua qualidade e torná-la
mais focalizada em objetivos social e economicamente relevantes.
Com os alemães, estabelecemos como prioritárias as áreas chaves da
biotecnologia, pesquisa genômica, tecnologias da informação e das
comunicações, tecnologias limpas de produção em nano e micro
tecnologias.
Acrescentamos, pois, novas e atualizadas dimensões aos nossos esforços
de pesquisa, o que significa uma transparente disposição alemã de
convergir com o Brasil na busca de um tipo de cooperação moderna e
avançada.
Realizaremos a curto prazo um esforço renovado para integrar a
iniciativa privada em iniciativas bilaterais de pesquisa, com a
participação inclusive de firmas alemãs que operam no Brasil.
Atenção especial, mas não exclusiva, será dada às pequenas e médias
empresas e estarão sendo também convidados para participação o
Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e seu
congênere alemão.
Convocamos um "workshop" sobre Biotecnologia e Bio-indústria a
reunir-se em Porto Alegre, no primeiro semestre de 2001, e criamos um
grupo de trabalho para definir prioridades específicas quanto à
pesquisas sobre genomas, com a devida atenção às áreas de
microorganismos e vegetais.
Nossa agenda é, portanto, imensa. Vai, mesmo, desde a troca de
informações, inclusive sobre empresas nascentes, até a incubação,
crescimento e consolidação destas e a criação de parques industriais
biotecnológicos e programas conjuntos de pesquisa.
Nas tecnologias da informação, incrementaremos a cooperação entre
Universidades e centros de pesquisa, inclusive com a interligação no
inicio de 2001 das respectivas redes de alta velocidade para pesquisas.
A RNP2 contará, assim, com uma conexão européia. O lado alemão ofereceu
ainda fortalecer, cooperação no desenvolvimento de softwares
inovadores.
Concordamos em explorar as novas e avançadas fronteiras da nano e
microtecnologia, que se dirigem às aplicaçòes industriais no campo do
extremamente pequeno, e ampliar os esforços em materia de tecnologias
dos materiais de modo geral.
A pesquisa ambiental conhecerá avanços mutuamente acordados, com
iniciativas nos campos da biodiversidade, das tecnologias ambientais,
da água, das pesquisas marinhas e do desenvolvimento e gerenciamento
sustentáveis de florestas tropicais e ecossistemas.
O lado alemão ofereceu também possibilidades de pesquisa quanto ao
recultivo biológico dos solos, e à transferencia de tecnologia para o
tratamento mecânico- biológico de solos contaminados por petróleo.
Demos, portanto, um passo importante para reformar nossa cooperação em
ciência e tecnologia com a Alemanha, no mesmo espírito da recente
visita do presidente FHC àquele país.
Desejo finalmente ressaltar que estamos empenhados em resolver os
nossos problemas, e que alguns deles são multisseculares, como o da má
inserção brasileira na economia internacional, hoje refletida no
protecionismo comercial e na baixa densidade tecnológica, salvo
exceções, dos produtos exportáveis.
O Brasil está entre os dezoito paises que mais produzem conhecimento,
tal como refletido no número de citações de pesquisadores brasileiros
em periódicos científicos internacionais e, sobretudo, muda
aceleradamente o clima de opinião com relação ao papel central da
tecnologia em nosso futuro.
Não mais existe espaço para a baixa estima entre nós.
Fonte: O Globo, 10novembro2000.
8. CIÊNCIA E EXCLUSÃO, ARTIGO DE IVAN CHAMBOULEYRON
Nos últimos meses, a imprensa tem noticiado novos grandes feitos da
ciência brasileira. O enorme sucesso dos programas multiinstitucionais
da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa de SP) no sequenciamento de
genes, em particular, tem sido amplamente divulgado.
Esses resultados nos orgulham e foram muito aplaudidos pelos meios de
comunicação e pelos ambientes acadêmico e político. Recentemente, o
Ministério da C&T anunciou a criação de fundos especiais para fomento
de laboratórios e centros de pesquisa que, pelo menos no
âmbito federal, estiveram muitos anos sem financiamento apropriado.
Essa nova realidade da ciência brasileira ajudou e ajudará a projetar
o país internacionalmente em algumas áreas.
Simultaneamente às boas notícias sobre a ciência nacional, a grande
imprensa tem também noticiado os indicadores sociais do Brasil, que
revelam a nossa posição em relação a outros paises nos diversos
rankings estabelecidos por organizações internacionais independentes.
Diferentemente do desempenho científico, os índices que medem nosso
desempenho em saúde, educação, alimentação, habitação, desemprego,
prostituição infantil, violência urbana e rural etc. não são aqueles
que gostariamos de ter.
Apesar de termos avançado timidamente em algumas áreas nos últimos
anos, os índices mostram que o Brasil não está bem no desenvolvimento
social. Frequentemente ele fica atrás de paises com desenvolvimento
científico, tecnológico e industrial inferior.
Esse "desastre" social está claramente associado a uma das
distribuições de renda mais injustas do planeta.
A pergunta que se coloca a cientistas e cidadãos responsáveis é: qual
o papel (e o futuro) da ciência num país com a problemática social do
Brasil? Esse é um assunto que não tem sido suficientemente debatido nos
meios acadêmicos e políticos. Nos grandes meios de comunicação, essa
preocupação é praticamente inexistente.
A maior parte dos professores, cientistas e dirigentes parece acreditar
que o progresso do conhecimento científico nas nossas instituições de
ensino superior e a inovação tecnológica no nosso parque industrial,
ambos resultantes do aumento das dotações orçamentárias e da criação de
fundos especiais, irão melhorar o desempenho social do Brasil num
futuro não muito distante.
Entretanto há razões para suspeitarmos que esse caminho, sozinho, não
levará necessariamente ao fim por nós todos almejado, que é fazer do
Brasil um país avançado e socialmente justo.
Há muitos paises periféricos, inclusive na América Latina, com uma
estrutura social menos perversa do que a nossa e que não possuem um
sistema de pós-graduação e pesquisa tão avançado quanto o brasileiro.
A desigualdade social e o abandono das classes menos favorecidas não
são a consequência direta do atraso científico e tecnológico. A
natureza dos graves problemas estruturais que afligem a sociedade
brasileira é tal que esses problemas não requerem uma ciência de
ponta para a sua solução.
A ciência e a tecnologia existentes no momento poderiam, com vontade e
determinação políticas, dar conta desses problemas de forma
satisfatória.
Não se pretende aqui negar o mérito do esforço científico feito no
âmbito da ciência avançada nem desmerecer as políticas de
financiamento.
Esse esforço é saudável e necessário. Parece um simples exercício
intelectual imaginar que o que não foi resolvido com o conhecimento
existente já há décadas virá, como por um passe de mágica, a ser
resolvido com o conhecimento futuro.
Um outro aspecto que ainda não recebeu muita atenção nesse debate é o
relacionado com a educação necessária para o desenvolvimento. Agora o
conhecimento é reconhecido como ingrediente fundamental para o
desenvolvimento.
O avanço da tecnologia exige de operários e funcionários um grau de
escolaridade bem superior àquele que foi necessário para sustentar
economicamente o Brasil até aqui. Para competir no mercado mundial, é
mister fazer algo para aumentar o nível de escolaridade e de
conhecimento do nosso povo.
As nações avançadas estão engajadas com a formação permanente de sua
mão-de-obra, pois, se não o fizerem, uma fraçao significativa de suas
populações não possuirá a qualificação requerida no futuro. Nesse
aspecto a situação no Brasil é bem diferente.
Com um sistema educacional deficiente, que atende com eficácia apenas
uma pequena parcela da população, a busca e o aproveitamento da
inteligência nacional, estatisticamente distribuída na populaçao, é
feita em mares pouco profundos.
Os números, amplamente conhecidos, mostram que o Brasil desperdiça uma
fatia considerável da sua potencialidade. Cada criança fora da escola é
uma oportunidade perdida. Cada jovem fora da Universidade ameaça o
futuro. Investimos pesado numa fatia privilegiada, particularmente no
ensino superior.
Só contaremos com essa fatia para o nosso futuro, pois deixamos para
trás milhões que mereciam a chance de mostrar a criatividade, o empenho
e o espírito empreendedor que tem.
Essas considerações nos levam de volta à questão inicial. Seria
possível construir uma Ciência avançada sem incorporar o Brasil todo a
ela? É pouco provável.
Não se conhecem paises que tenham alcançado um alto nível científico e
tecnológico sem ter incorporado nesse esforço toda a sua população.
Investindo maciçamente no topo da pirâmide poderemos, sim, ter alguns
sucessos, grandes até. Alguns Premios Nobel, quiçá.
Mas, sem a devida consideração da base da pirâmide, não teremos um
país avançado e, muito menos, justo.
O fosso entre aqueles que tudo tem e aqueles que nada possuem
continuará se alargando; deveremos aumentar a altura da cerca que nos
isola. Certamente ninguém está interessado nessa perspectiva. A tarefa
que sobra é imensa, e não é só obra do governo.
Toda a sociedade deverá se mobilizar para reverter o quadro. Quanto
antes isso acontecer, maiores as nossas chances no futuro.
Fonte: Folha de SP, 8novembro2000.
Nota do Editor: O autor é professor do Instituto de Física e
pró-reitor de pesquisa da Unicamp.
Secretaria Geral SBQ