SBQ - BIÊNIO (2000/2002) BOLETIM ELETRÔNICO No. 213




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Veja nesta edição:
  1. Bióloga condena a insulina não-natural
  2. Fundos setoriais: MCT inaugura consulta pública para regulamentação dos fundos
  3. Simpósio discutirá pesquisa brasileira em fitoterapia
  4. A ICFPAM, conferência internacional que ocorrera pela primeira vez no Brasil será realizada no Recife em março/2001
  5. Incrições para mestrado em Química dos produtos naturais
  6. 6. Estão abertas as inscrições para o mestrado em história da ciência da PUC-SP.
  7. VIII encontro de usuários de ressonância magnética nuclear I encontro luso-brasileiro de ressonância magnética nuclear


1. BIÓLOGA CONDENA A INSULINA NÃO-NATURAL

PORTO ALEGRE - Cerca de 3 mil pessoas que utilizaram a insulina transgênica apresentaram sintomas de diversas doenças e pelo menos 10% podem estar com problemas de saúde, segundo pesquisas. O alerta foi dado ontem pela bióloga Mae-Wan Ho, do Departamento de Ciências Biológicas da Open University da Grã-Bretanha, acrescentando que muitas das pessoas que utilizavam a insulina transgênica "voltaram a usar a insulina tradicional".

As declarações da cientista chinesa, naturalizada inglesa, foram feitas após audiência que manteve com o vice-governador gaúcho Miguel Rossetto, cujo governo elogiou pelo trato com a biotecnologia e por sua decisão de declarar o Rio Grande do Sul como zona livre de transgênicos. Mae-Wan Ho disse que "está na hora de o mundo declarar a moratória dos produtos geneticamente modificados, pela necessidade de mais pesquisas".

"A maioria das pesquisas sobre transgênicos está voltada para o comércio de produtos e o lucro, em vez de se centrarem sobre os efeitos na saúde humana e na natureza. As pesquisas deveriam destinar maior quantidade de recursos para a análise dos riscos dos transgênicos, inclusive proibindo a patente de produtos geneticamente modificados", afirmou.

Mae-Wan Ho recordou que no início da década de 90 foram revelados "casos de 37 pessoas mortas nos Estados Unidos pelo consumo de um suprimento alimentar com um aminoácido transgênico e que outras 1.500 pessoas ficaram doentes".

A cientista frisou que a importância de testes sobre riscos que os transgênicos podem provocar é crescente, pois pesquisas recentes demonstraram "a resistência dos genes transgênicos a antibióticos, à cura de doenças infecciosas, com isso colaborando para o surgimento de novos vírus e bactérias". (José Mitchell)

Fonte: JBOn Line, 05outubro2000


2. FUNDOS SETORIAIS MCT INAUGURA CONSULTA PÚBLICA PARA REGULAMENTAÇÃO DOS FUNDOS

Software especialmente desenvolvido para a consulta permite opinar sobre como os fundos devem ser administrados.

O cidadão brasileiro poderá fazer críticas e dar sugestões às propostas de decretos destinadas a regulamentar a gestão dos Fundos Setoriais de C&T, recentemente sancionados pelo presidente Fernando Henrique Cardoso. O Ministério da Ciência e Tecnologia inaugura o mecanismo de Consulta Pública sobre o assunto, com o objetivo de tornar ainda mais transparente o processo de gestão dos recursos colocado à disposição do setor.

Um software especial foi desenvolvido para dar suporte a essa consulta, que funcionará até o dia 20 de outubro. Qualquer pessoa poderá ter acesso às propostas aqui no site do MCT (clique http://www.mct.gov.br/Temas/Fundos/consulta.htm). Depois de fazer a sua análise, o visitante poderá propor nova redação para os artigos, parágrafos e incisos constantes nas Minutas apresentadas.

Quem não estiver ligado à Internet poderá enviar correspondência para o endereço: Ministério da Ciência e Tecnologia, Secretaria Executiva, Assessoria de Captação de Recursos - ASCAP, Esplanada dos Ministérios, Bloco E, 5º Andar, Sala 591, CEP 70.067-900, Brasília - DF.

A opção pelo modelo dos Fundos Setoriais dá início a uma nova etapa no desenvolvimento científico e tecnológico do Brasil. A perspectiva de fontes estáveis, diversificadas e não-orçamentárias de financiamento contínuo, assegurada pelos Fundos, possibilitará às diferentes agências a retomada das atividades de fomento em caráter regular. Além disso, a administração desses recursos se dará por intermédio de Comitês Gestores formados por representantes da comunidade científica e tecnológica, do setor produtivo, dos ministérios e das agências reguladoras de cada setor contemplado.

Fonte: CT OnLine, MCT


3. SIMPÓSIO DISCUTIRÁ PESQUISA BRASILEIRA EM FITOTERAPIA

Possibilidade de se descobrir novos medicamentos na natureza é um dos principais argumentos para se defender a proteção da biodiversidade, mas falta de programa nacional no setor emperra estudos

O professor Rivaldo Niero, da Universidade do Vale do Itajaí (Univali), conseguiu recentemente isolar dois novos compostos ativos em plantas medicinais que podem atuar de maneira eficaz no combate a dor e inflamações. Sua pesquisa reflete o potencial brasileiro para o desenvolvimento de novas drogas, mas é uma iniciativa isolada dentro da fitoterapia no Brasil, que não tem um programa nacional de pesquisa sobre o uso de plantas medicinais. Sua criação será o principal tema do XVI Simpósio de Plantas Medicinais no Brasil, que acontece entre os dias 17 e 20 de outubro, em Recife, Pernambuco.

"Temos profissionais muito capacitados e os brasileiros aderem com facilidade aos tratamentos envolvendo plantas, o que precisa é reunir esses profissionais em torno de um programa comum", confirmou Antônio José Lapa, presidente da Sociedade Brasileira de Plantas Medicinais e professor titular de Farmacologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). "Temos alguns centros fazendo estudos nessa área, mas infelizmente, não há sensibilidade por parte do Ministério da Saúde, que não entende o que é o estudo de plantas medicinais", criticou.

A possibilidade de se descobrir novos medicamentos na natureza tem sido um dos principais argumentos para se defender a proteção da biodiversidade. É também o que mais movimenta a biopirataria. O Brasil, no entanto, ainda não tem um sistema efetivo de proteção do seu patrimônio natural e abandonou o Programa de Pesquisa de Plantas Medicinais, organizado pela extinta Central de Medicamentos (Ceme), que tinha como objetivo aproveitar melhor os recursos para a área médica. O órgão foi fechado em 1998 pelo governo federal e substituído pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária. O programa nunca foi retomado. "O ministério diz que pesquisa nessa área é muita cara e que vai contra tudo o que o mundo está fazendo", disse o professor.

"Atualmente, temos alguns laboratórios financiando poucos centros de pesquisa que são considerados tops, o que é bom, mas não atende às necessidades brasileiras. Em nível estadual, também há algumas iniciativas, mas na esfera federal, temos apenas o apoio da CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), que está começando um trabalho nessa área, mas não tem dinheiro suficiente", contou Lapa.

Para uma planta ser considerada medicinal, há algumas exigências. Ela tem de passar pelos estudos de eficácia, para saber se o resultado no corpo humano é o esperado, pelo teste de toxicidade, e tem de atender às determinações do controle de qualidade. "Controlar eficácia e toxicidade é muito difícil porque em uma planta você encontra diversas substâncias. Para estudar as substâncias ativas, deve conhecer tudo o que tem na planta, que pode ter 20, 40 substâncias juntas", explicou Lapa.

Segundo ele, atualmente o Brasil não tem condições de fazer um controle químico de qualidade em relação a elas. Os estudos são caros e demorados. "Temosm que determinar quais são as substâncias que atuam, como elas se combinam, se uma potencializa a outra", completou ele.

A enorme variedade de plantas e o fato de uma mesma espécie poder apresentar características diferentes, de acordo com o ecossistema em que vive, dificultam o controle de qualidade. "Isso é muito complicado em plantas medicinais e por isso elas foram substituídas pelos sintéticos. O problema agora é que essas substâncias não são mais sintetizadas em número adequado para a introdução de novas drogas", comentou. "O que a indústria faz é aperfeiçoar os medicamentos já existentes, não criando drogas inovadoras, que não tenham o mesmo efeito dos medicamentos já conhecidos", apontou o pesquisador.

Segundo Antônio Lapa, há entre 120 e 250 mil espécies vegetais no mundo. A seleção de qual delas deve ser estudada é feita partindo-se de indícios de que a pesquisa trará como resultado uma nova droga, com plantas que já tenham indicação medicinal, normalmente usadas por populações caboclas.

Faltam profissionais e tecnologia

Ele afirmou que, no Brasil, a indústria apenas produz e não desenvolve medicamentos, o que causou falta de profissionais e tecnologia que possam fazer estudos de eficácia e toxicidade. "Não temos indivíduos capacitados para isso e não participamos das inovações. Além disso, de acordo com estimativas internacionais, o investimento para se introduzir um novo medicamento é de US$ 350 milhões, em um prazo mínimo de 10 anos. Ou seja, se formos tentar desenvolver sintéticos, já perdemos, pois não temos pessoas nem verba", disse ele.

Para poder entrar nesse mercado, Lapa apontou o investimento em pesquisa com plantas medicinais, que existem em grande quantidade no País. "Primeiro, porque temos possibilidade de desenvolver um medicamento inovador. Além disso, tradicionalmente, as pessoas aderem com mais facilidade ao uso de plantas medicinais, até por uma questão cultural", comentou. Ele ressaltou também que muitas pessoas de poucos recursos acabam utilizando as plantas medicinais e, com a pesquisa, terão mais garantias de estar usando um medicamento eficaz.

Os estudos com plantas também proporcionarão, segundo Lapa, a formação de recursos humanos e um sistema de avaliação adequada, com o trabalho intenso do farmacoepidemiologista, profissional que estuda na população se o medicamento que ela utiliza está sendo indicado para a doença correta e se age da maneira esperada.

Com o trabalho desenvolvido pela Ceme, que foi coordenado por Lapa, houve uma junção entre os diversos profissionais envolvidos na pesquisa de plantas medicinais, como os farmacologistas, químicos, biólogos, agrônomos e médicos que fazem a análise clínica, ou seja, os testes em seres humanos. "A Ceme acabou, por problema de excesso de corrupção, mas com ela terminou também a pesquisa. Hoje, apenas alguns centros são capazes de produzir medicamentos com base em plantas medicinais. A maior parte está mal equipada para avaliar a eficácia e a toxicidade", disse o professor.

Duas linhas de pesquisa

De acordo com João Ernesto de Carvalho, coordenador da Divisão de Farmacologia e Toxicologia do Centro Pluridisciplinar de Pesquisas Químicas Biológicas e Agrícolas da Universidade Estadual de Campinas (CPQDA - Unicamp), há duas áreas bem limitadas nas pesquisas com plantas medicinais no Brasil. A primeira constitui os projetos iniciais em que se buscam em plantas desconhecidas novas substâncias. O segundo grupo estuda vegetais mais conhecidos. "O grosso dessas pesquisas ainda é financiado por órgãos públicos", apontou.

Um dos cuidados com a planta medicinal é o uso irregular do resultado que pode ser feito por parte da população. "Se alguém recomenda o uso do chá de quebra-pedra, ao invés de se tomar um Buscopan, por exemplo, já começa a confusão. Só foi estudada uma espécie de quebra-pedra. Como a população vai saber identificar qual é a espécie correta?", indagou.

No momento, a Unicamp trabalha na pesquisa de plantas medicinais que tenham compostos com atividade antiinflamatória, que ajudem no tratamento de úlceras, e buscam substâncias anti-câncer. "Temos a flora mais rica do mundo, uma das maiores biodiversidades do planeta, e podemos descobrir drogas fantásticas, o que falta é incentivo", ressaltou. "Nessa área de medicamentos, o Brasil continua trocando ouro por espelhinhos, só que hoje o ouro é verde", finalizou.

A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) também está investindo em uma pesquisa sobre o cerrado e a Mata Atlântica, que avalia extratos vegetais coletados nessa áreas para detecção e seleção de espécies com potencial de atividade antifúngica, antitumoral, antioxidante e antimalárica. A pesquisa integra o Projeto Biota, que estuda a biodiversidade do Estado, e é coordenada pela professora Vanderlan Bolzani, da Universidade Estadual Paulista (Unesp).

Fonte: Agência Estado, 03outubro2000


4. A ICFPAM, CONFERÊNCIA INTERNACIONAL QUE OCORRERA PELA PRIMEIRA VEZ NO BRASIL SERÁ REALIZADA NO RECIFE EM MARÇO/2001.

VI ICFPAM - CONFERENCE ANNOUNCEMENT AND CALL FOR PAPERS

The Second Circular and Call for Papers for the VI International Conference on Frontiers of Polymers and Advanced Materials VI ICFPAM, to be held in Recife, PE, BRAZIL from 4 to 9 march, 2001, is available at the conference website:

http://www.df.ufpe.br/~icfpam2001

The conference provides a unique scope involving a blend of science, technology and business. It brings together leading international scientists, engineers, top level industrial management and business executives for discussions on the current status of advanced materials, new technologies and industrial and business opportunities. You are cordially invited to visit our website and to participate in this conference, which will happen for the first time in Latin America.

Anderson S. L. Gomes and Celso P. de Melo Physics Department, UFPE, Brazil National Chairpersons

Paras N. Prasad - Samuel P. Capen Chair, Executive Director, The Institute for Lasers, Photonics and Biophotonics, SUNY at Buffalo, USA International Chairperson


5. INSCRIÇÕES PARA MESTRADO EM QUÍMICA DOS RECURSOS NATURAIS

De 09/10/2000 a 20/10/2000 estarão abertas as inscrições para o Programa de Mestrado em Química dos Recursos Naturais do Departamento de Química da Universidade Estadual de Londrina, PR. O período de seleção será realizado entre 06/11/2000 e 10/11/2000. Serão ofertadas até 5 vagas. Maiores informações pelo telefone 043-371-4711 com Sra. Verginia ou Prof. Wagner J. Barreto, Coordenador do Programa; e-mail mestradoquimica@uel.br.

Fonte: Prof. Wagner J. Barreto, Coordenador do Programa de Mestrado, DQ-UEL.


6. ESTÃO ABERTAS AS INSCRIÇÕES PARA O MESTRADO EM HISTÓRIA DA CIÊNCIA DA PUC-SP

Serão aceitas até o dia 17 de outubro, no horário das 9 às 21h no campus da Monte Alegre : R. Ministro Godoi, 969 4o. andar - secretaria setorial.

Maiores informações com Sandra no tel. (11) 256.1622 r. 211 das 11 às 16h.

e-mail: cesimahc@pucsp.br

Fonte: Programa de Estudos Pós Graduados em História da Ciência PUC - SP


7. VIII ENCONTRO DE USUÁRIOS DE RESSONÂNCIA MAGNÉTICA NUCLEAR I ENCONTRO LUSO-BRASILEIRO DE RESSONÂNCIA MAGNÉTICA NUCLEAR

07 A 11 DE MAIO DE 2001 - RIO DE JANEIRO

A Associação de Usuários de Ressonância Magnética Nuclear (AUREMN) fará realizar o VIII ENCONTRO DE USUÁRIOS DE RMN E O I ENCONTRO LUSO-BRASILEIRO DE RMN, no período de 07 a 11 de maio de 2001, no estado do Rio de Janeiro.

INFORMAÇÕES E INSCRIÇÕES
Sonia Maria Cabral de Menezes
Petrobras/Cenpes/Diquim Quadra 07 - Ilha do Fundão
21949-900 Rio de Janeiro, RJ Tel 55 21 865-6171 e 865-6914
FAX 55 21 865-6296 -
E-mail: sonia@cenpes.petrobras.com.br

OU AINDA : www.auremn.org.br clicar em EVENTOS e clicar em Próximos eventos VIII ENC 2001


Secretaria Geral SBQ


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