"Erramos no tamanho, prazo e abrangência do edital 3 (cooperação
Universidade-Empresa)", reconheceu o presidente da Finep Mauro
Marcondes em entrevista exclusiva ao "Jornal da Ciencia".
Marcondes pretende propor ao Comitê Gestor do CTPetro, que se reune
no próximo dia 20, o financiamento de projetos com contrapartida de
50% das empresas envolvidas.
"Com esta medida, reduzimos o risco de inadimplencia e aumentamos o
interesse das empresas que participam dos projetos na área de pesquisa
em petróleo", afirmou.
Na entrevista, Marcondes fez um balanço de sua gestão à frente da
Finep e expôs a orientação da agência para o setor produtivo e para o
que chamou "demanda de tecnologia".
Perguntado sobre a importância da ciência básica, Marcondes afirmou
que, apesar de ser vital, esta atividade é uma função do CNPq,
responsável pelo fomento à pesquisa.
Ele acredita que o papel da Finep é levar o setor produtivo a fazer
inovação tecnológica.
Ele também rejeitou a idéia de se criar um novo órgão para gerir os
recursos dos fundos setoriais.
Ressaltou, porém, a necessidade de rejuvenescer e oxigenar a estrutura
da Finep, com ampliação de quadros, de modo a prepará-la para o
aumento de trabalho a ser gerado pelo grande volume de recursos que
virão com os fundos.
Mauro Marcondes falou também sobre como a Finep está enfrentando a
difícil questão da inadimplencia, ou seja, da dívida das empresas que
receberam empréstimos da instituição.
Essa inadimplencia alcança 30% da carteira de empréstimos, o que
significa aproximadamente R$ 400 milhões.
"As empresas olhavam a Finep como fonte de recursos fáceis de se
obter."
"Estamos tentando recuperar a identidade do órgão", disse Mauro
Marcondes, revelando que, em sua gestão, 75% dos projetos apresentados
não foram aceitos, por não se ajustarem aos objetivos da Finep.
Fonte: JCE-mail, 14setembro2000.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária, ligada ao Ministério da
Saúde, criará um cadastro para os produtos geneticamente modificados
que venham a ser comercializados no país.
Segundo o diretor-geral de Alimentos da Ag6encia, Cleber Ferreira dos
Santos, que participou nesta terça-feira de audiência na Câmara dos
Deputados para debater a rotulagem de produtos transgênicos, o
mecanismo permitirá rastrear a comercialização desses produtos em
todas as regiões brasileiras.
Fonte: O Estado de SP, 14setembro2000.
Temos em nosso laboratório um espectrofotometro UV-Vis Hitachi
U-3000, mas o software que controla o aparelho esta danificado e
não possuimos cópia. Como este aparelho so funciona com o software, o
equipamento se encontra atualmente sem utilização.
Solicitamos aos pesquisadores que possuem este equipamento a
gentileza de nos fornecer uma copia do referido software.
A Micronal que e a representante da Hitachi no Brasil na pessoa do
sr. Carlos gomes (Gerente de Produtos, Espectrofotometria e
Cromatografia, Divisão Analitica, Micronal S/A, fone: 11- 5183 5100
R 221) autorizou a tirar uma copia do programa que controla o
espectrofotometro UV-Vis Hitachi U-3000, pois este software não esta
mais disponível para comercialização.
Obrigado a todos pela atenção.
Prof. Mauro Laranjeira
Departamento de Química - Universidade Federal de Santa Catarina
e-mail: mauro@qmc.ufsc.br
A CAPES informa à comunidade que retirou da lista de universidades
estrangeiras , para as quais a Agência cancelou temporariamente a
concessão de novas bolsas de estudos, conforme esclarecido no Informe
Nº 04/2000 - cancelamento de novas concessões de bolsas de doutorado
para universidades estrangeiras -, a Universidade Autônoma de
Barcelona e a Universidade Politécnica de Madri, tendo em vista as
últimas informações enviadas por estas instituições à CAPES.
Fonte: INFORME CAPES Nº 05/2000 (Gustavo Araujo Bittencourt)
Nota do Editor: Para maiores detalhes veja Boletim Eletrônico SBQ,
número 206, notícia 5.
Anote o site: http://www.comciencia.br
"Com Ciência" é publicado pelo Labjor (http://www.uniemp.br/labjor),
da Unicamp, com o apoio da SBPC.
Veja nesta edição:
Links - links de mídia, pseudociência, história da ciência,
instituições científicas e outros.
11-14 April 2001, Kwangju, South Korea
Symposium Secretariat:
Kwangju Institute of Science and Technology (K-JIST),
1 Oryong-dong, Puk-gu,
Kwangju 500-712, Korea
Tel. +82-62-970-2400
Fax 82-62-970-2304, -2338
email: mam@matlb.kjist.ac.kr
http://matlb.kjist.ac.kr/~mam
Chairs:
Flávio Fava de Moraes, atual diretor do Seade e ex-reitor da USP
(93-97) e ex-secretário da C&T (98), foi reeleito por unanimidade
vice-presidente da Associação Internacional de Universidades junto à
Unesco-Paris, para o período de 2000-2004.
Flávio Fava deve trazer a próxima Conferência Mundial de
Universidades, em 2004, para o Brasil, em especial, em SP, com sede
na USP e apoio da Unicamp e da Unesp.
É a primeira vez que esta conferência será realizada na América do
Sul.
Fonte: Assessoria de Imprensa do Seade
Os céticos que se preparem: mais surpresas vêm por aí. Depois
do Projeto Genoma, no qual o Brasil mostrou para o mundo e
para si mesmo que está habilitado a assumir posição de liderança
em áreas da maior competitividade, novos desafios estão sendo
anunciados. É o lançamento dos primeiros Centros de Pesquisa,
Inovação e Difusão, os Cepid's, com os quais a Fapesp se
propõe a explorar um novo paradigma para a organização da
pesquisa científica e tecnológica.
A missão desses centros, como sugere seu próprio nome, tem três
componentes de igual relevância: a) geração de conhecimento por
meio de pesquisa multidisciplinar na fronteira do conhecimento; b)
a inovação, associada à transferência de conhecimento seja para o
governo, no desenho e implementação de políticas públicas, seja
para a iniciativa privada, com desenvolvimento de novas
tecnologias de valor comercial e criação de empresas e c) a
difusão do conhecimento gerado, requerendo atividades de cunho
educacional, envolvendo alunos de segundo grau, de graduação,
de pós-graduação, de pós-doutorado e até da educação
continuada.
Estimula-se com isso a formação de uma cultura de
co-responsabilidade pelos destinos da Educação em todos os
níveis. Permito-me citar o professor Leroy Hood -brilhante
cientista e inventor do sequenciador automático de DNA-, que,
referindo-se aos EUA, disse: "O sistema educacional deste país é
reconhecidamente muito ruim. Se a comunidade científica não se
envolver seriamente com essa questão, não chegaremos a lugar
nenhum". A lugar nenhum chegaremos nós também, e com
maiores razões, se não conseguirmos essa mobilização do sistema
de pesquisa científica e tecnológica.
Trata-se de iniciativa inovadora em vários aspectos: na
complexidade da missão dos centros, em sua organização em
função de projetos, no porte orçamentário e na longa duração do
apoio que receberão e, o que é muito importante, no
acompanhamento permanente. Por um lado, a Fapesp se propõe
a apoiá-los por longo prazo: inicialmente por cinco anos,
podendo, se bem-sucedidos, receber apoio por um total de até
11 anos.
Além disso, o aporte de recursos será também sem precedentes:
já no primeiro ano a Fapesp investirá até R$ 15 milhões, com
grande flexibilidade na aplicação dos recursos disponíveis. Para
seu acompanhamento, cada centro contará com um Conselho de
Supervisão, com composição determinada pela Fapesp, com a
responsabilidade de avaliar, discutir e redirecionar, se for o caso,
suas atividades.
O modelo Cepid propõe uma alternativa à organização
departamental da pesquisa. A estrutura de cada centro
responderá exclusivamente às necessidades de seu projeto. A
maioria dos centros envolverá pesquisadores de mais de uma
instituição, formando autênticas redes cooperativas.
Nesse primeiro edital, o programa se afirmou como o mais
competitivo da história da pesquisa no país. A resposta ao
complexo desafio foi extraordinária, demonstrando a disposição
da comunidade em trabalhar no novo formato. Dos 112 grupos de
pesquisa que apresentaram pré-projetos, 30 foram inicialmente
selecionados para apresentação de propostas detalhadas. Para
analisar esses projetos, foram mobilizados mais de 120 cientistas
de todo o mundo, cujos pareceres determinaram os dez finalistas,
que foram submetidos a uma avaliação in loco das condições de
sucesso de cada projeto.
Os selecionados cobrem diferentes áreas do conhecimento:
ciências sociais, engenharia, ciências exatas, biológicas e médicas.
São grupos de excelência que discutirão evolução da metrópole,
violência, genoma, câncer, sono, cerâmica, comunicações óticas e
laser. Os centros aprovados avançarão o conhecimento, buscarão
mecanismos para sua efetiva aplicação e elevarão a informação
científica na sociedade.
Não inventamos a roda; experiências similares estão sendo
testadas com sucesso nos países mais desenvolvidos. Vamos
mostrar que aqui ela também irá girar sempre que tivermos
determinação, superando a síndrome do "aqui não dá" e do pacto
com a mediocridade.
Fonte: Folha de SP, 14setembro2000.
Nota do Editor: José Fernando Perez, 55, doutor pela Escola
Politécnica de Zurique, é professor do Instituto de Física da USP e
diretor científico da Fapesp
Não poderia ser mais oportuna a escolha do Laboratório
Nacional de Luz Síncrotron (LNLS) como objeto de uma
investigação na área de sociologia da ciência, como fez Marcelo
Baumann Burgos. Sua dissertação de doutoramento sai agora em
formato de livro, "Ciência na Periferia: A Luz Síncrotron
Brasileira", e faz contribuição importante para entender como foi
possível ao país dotar-se de um laboratório nacional -o primeiro
digno desse nome, acessível a pesquisadores de qualquer Estado-
desse porte, e com tamanho apuro técnico, precisamente no
período de maior crise no financiamento à ciência e à tecnologia
brasileiras. (Antes de prosseguir, uma explicação: a luz síncrotron
é um tipo de radiação produzida por partículas aceleradas, útil
para "iluminar" a estrutura de materiais, da eletrônica à
biotecnologia.) Esse é o ponto forte da tese de Burgos. Municiado
com inúmeros documentos da época e testemunhos de 15
protagonistas da novela LNLS, ele reconstrói as idas e vindas de
um projeto que começou a ser pensado em 1981, ainda sob o
regime militar, e entrou em operação 15 anos depois. Com a
minudência e a redundância características de uma dissertação
acadêmica, que o leitor comum talvez gostasse de ver aparadas
do volume publicado (assim como incontáveis erros de revisão), o
autor narra como o projeto pôde sobreviver a pelo menos duas
mudanças drásticas no cenário do financiamento à pesquisa
brasileira. A primeira mudança de curso ocorre com a
redemocratização do país, quando o setor de pesquisa passa a ter
de prestar contas à esfera pública e negociar o fornecimento de
verbas antes garantidas por um governo autoritário, que estipulava
montantes e áreas prioritárias, de forma discricionária. Essa fase é
correlata do decrescente prestígio da física, em termos de
financiamento, com a abertura de brechas na opção preferencial
dos militares pela tecnologia nuclear. Paradoxalmente, as críticas
corajosas ao acordo nuclear Brasil-Alemanha credenciam as
melhores cabeças do setor a assumir a liderança de entidades
científicas como a SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso
da Ciência, que por 12 anos foi presidida por físicos). A segunda
reviravolta, na forma de um choque de abertura para a dinâmica
globalizada da economia, viria com os governos Collor e FHC.
Aumenta muito o conteúdo tecnológico dos produtos e dos
processos de produção, o que eleva drasticamente a barra da
competitividade para países que, como o Brasil, ainda tentavam
tirar o pé de apoio da periferia. É inegável o sucesso do LNLS
em sobreviver a esses dois trancos, sem concessões na excelência
técnica do projeto. Quando examina as razões mais particulares
dessa sobrevivência, o livro de Burgos termina, porém, por indicar
que ela se deveu mais a vícios e limitações crônicas da esfera
tecnocientífica brasileira do que a alguma transformação estrutural
na direção de uma relação mais orgânica entre os setores de
pesquisa e de produção.
Figurões
No período da redemocratização do país e da discussão sobre o
financiamento da pesquisa, por exemplo, o milionário projeto do
LNLS só não naufragou, como narra Burgos, porque contou com
o apadrinhamento de figurões da Nova República. Seguiu em
frente, mesmo tendo contra o projeto a própria direção da
Sociedade Brasileira de Física, e sem passar pelo crivo do
recém-criado Conselho Deliberativo do CNPq.
"Ciência na Periferia" descreve também de forma muito
convincente a clarividência dos líderes do LNLS, que já na
formulação do projeto se preocuparam com integrar nele o mundo
da produção e tentaram atrair empresários como fornecedores de
componentes e futuros usuários das linhas de luz. O balanço feito
no livro a esse respeito, no entanto, é desanimador: "Não se
registra entre esses futuros usuários nenhum participante saído de
setor produtivo, ou de instituições de pesquisa privadas".
Fonte: Folha de SP, 17setembro2000.
Secretaria Geral SBQ