..., e o Boletim Eletronico da SBQ chega ao número 200. Nesta gestão foram publicados 32 boletins eletrônicos, com média de 2,5 boletins por semana e com divulgação de cerca de 300 notícias. Esperamos que este meio de divulgação de importantes notícias esteja sendo muito útil para todos os colegas sócios e não sócios da SBQ. Contamos com sua colaboração no sentido de tornar a SBQ cada vez mais forte.
Um forte abraço e tudo de bom a todos!!!
O CNPq está oferecendo 200 novas bolsas entre mestrado e doutorado
como resultado da recuperação de R$ 100 milhões que haviam sido
cortados do orçamento de C&T.
O anúncio das novas bolsas e a necessidade de se refazer a política
de fomento à investigação científico-tecnológica no Brasil foram dois
dos assuntos tratados pela vice-presidente do CNPq, Alice Abreu, em
encontro com representantes das sociedades científicas na sede da SBPC
entre a tarde e o início da noite de segunda-feira.
De acordo com Alice Abreu, há possibilidade de que recursos
adicionais, entre R$ 30 e R$ 45 milhões venham a integrar esse
orçamento, dependendo de negociações que vem sendo realizadas com a
área econômica do governo.
A vice-presidente do CNPq prevê que a entrada de recursos captados
pelos fundos setoriais, que serão adicionais ao financiamento já
disponível, deverá trazer uma profunda reformulação na política de
fomento na investigação científica.
Ela convidou as sociedades científicas a participarem dessa
reformulação com idéias e sugestões.
Boa parte desses recursos, na interpretação de Alice Abreu, deverá
ser aplicada no desenvolvimento de recursos humanos, suporte
indispensável para a pesquisa de boa qualidade.
Ela relatou aos representantes das sociedades científicas e a membros
da diretoria da SBPC que 60% dos aproximadamente 7.300 projetos
apresentados ao CNPq se encaixam no perfil exigido pelos
financiamentos dos fundos setoriais.
Esses projetos demandariam recursos em torno de R$ 260 milhões. Depois
de selecionados, os escolhidos exigiriam pelo menos metade desse
financiamento.
Alice Abreu também falou do Programa Nacional de Núcleos de Excelência
(Pronex), cujos recursos estão regulamentos por decreto de 96. O
decreto prevê como órgãos gestores desses recursos a Finep, CNPq e
MCT.
Uma interpretação possível do decreto, disse, está permitindo a
transferência desses recursos para o CNPq, agilizando as tomadas de
decisões nessa área, disse ela.
Apoiando-se em dados, Alice Abreu mostrou que a base de pesquisas no
Brasil está mudando rapidamente. De 18.700 pesquisadores doutores em
97 passou-se atualmente para quase 27 mil. Com a entrada dos recursos
dos fundos, prevê, "o Pronex terá uma outra realidade".
Os institutos virtuais, como o que permitiu a decodificação da
bactéria Xyllela fastidiosa, financiado pela Fapesp também estão
entre os planos da política científica do CNPq.
Mas os recursos que financiarão suas atividades ainda não estão
claramente definidos, explicou. Para Alice Abreu, "o ano 2000 será
visto, no futuro, como o ano da reformulação da pesquisa em C&T no
Brasil".
Entre as mudanças possíveis Abreu prevê programas de pós-graduação
integrados reduzindo o tempo de titulação em doutorado em cinco anos
após a graduação.
Como estímulo, os alunos beneficiados com bolsas do CNPq deverão
dispor de fundos de reservas equivalentes a 30% do valor das
mensalidades.
De acordo com Alice Abreu apenas os programas com conceito Capes
igual ou superior a 6 poderão ter seus alunos habilitados à
pós-graduação integrada.
Fonte: JCE-mail, 17agosto2000.
O Brasil pode ter dentro de 90 dias o seu primeiro laboratório para
fabricação de biolarvicida usado no combate da dengue e da malária.
Pelo menos é o que promete o governador do Amazonas, Amazonino
Mendes, após voltar de viagem de intercâmbio a Cuba. Segundo ele, a
malária no Amazonas está atingindo "níveis insuportáveis".
A construção do laboratório começou a ser viabilizada em Cuba. Esse
país será um dos parceiros da iniciativa, responsável por
aproximadamente 40% do projeto, especialmente no que se refere à
tecnologia.
A outra parte necessária para a viabilização do plano será dividida
entre o governo do Amazonas (50%) e a iniciativa privada, que entrará
com os 10% restantes. Pelas previsões do governador do Amazonas, a
obra exigirá um investimento em torno de R$ 15 milhões.
Até hoje, para combater a dengue e a malária, o Brasil precisa
importar o biolarvicida de Cuba, o único do gênero em todo o mundo.
Há dois anos, quando o Amazonas passou por um surto dessas doenças,
foram importados produtos cubanos.
Com a criação do laboratório, Amazonas terá em breve condições de
abastecer o Brasil e toda a America Latina. "Com isso estaremos
também gerando emprego e desenvolvimento econômico para o Norte do
país", disse o governador.
Fonte: O Estado de SP, 16agosto2000
Federación Latinoamericana de Asociaciones Químicas - FLAQ
Sociedad Química del Perú - SQP
INVITACIÓN
La Sociedad Química del Perú, con el auspicio de la Federación
Latinoamericana de Asociaciones Químicas (FLAQ), se complace en
invitarle a participar en el XXIV Congreso Latinoamericano de Química
a realizarse en Lima, Perú, del 15 al 19 de Octubre del 2000.
COMISIÓN ORGANIZADORA
Presidente: Olga Lock
Vicepresidente: Leonidas Unzueta
Secretario: Beatriz Flores
Prosecretario FLAQ Nadia Gamboa
Tesorero: Rubén Gil
Director del Comité Científico: Jorge Angulo
Director de Publicaciones: Luis Valles
Director de Relaciones Públicas: Ana Pastor
Coordinador General: Carlos Velazco
PROGRAMA CIENTÍFICO
Los trabajos que se presentan al Congreso pueden orientarse hacia alguna de las siguientes secciones:
Se presentarán Conferencias Plenarias y Semiplenarias por
profesionales nacionales y extranjeros de reconocido prestigio.
Se llevarán a cabo Mesas Redondas y Cursos en diversos temas de
actualidad.
Mais informações: www.pucp.edu.pe/~quimica/sqp-congreso.htm
20 A 22 DE NOVEMBRO DE 2001
UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA (www.ufv.br) - MINAS GERAIS
Coordenação: Departamento de Solos (http://www.ufv.br/dps/home.htm)
Promoção : Grupo Brasileiro da Sociedade Internacional de Substâncias
Húmicas
Apoio:
Outras Informações - Prof. Eduardo de Sá Mendonça (esm@mail.ufv.br)
Depto. Solos / UFV)
Tel. (0xx31)899-1047
O coração de Angra II já está quente. No núcleo do reator atômico
da usina, o urânio está em reação nuclear em cadeia controlada,
gerando calor e aquecendo a água que o abastece a 308 graus Celsius.
Não ferve, por estar sob uma pressão de 158 atmosferas. Aquece outra
água para gerar vapor e mover uma turbina que produzirá eletricidade
para o Estado do Rio. Vai gerar cerca de 1.300 MW, o que reduzirá a
possibilidade de racionamento no estado.
A entrada em funcionamento da segunda usina nuclear brasileira, ao
mesmo tempo que socorre o abastecimento elétrico causa temor, apesar
de ser um dos reatores atômicos mais seguros do mundo. Mas, por mais
que a população seja tranqüilizada sobre a segurança da usina, sempre
surgem dúvidas sobre o lixo atômico, cujo o destino não está
determinado.
O lixo atômico é o calcanhar de Aquiles da energia nuclear. Nenhuma
das inúmeras soluções para o seu confinamento definitivo obteve
unanimidade pelos países que o produzem. A Suécia está optando pelo
armazenamento na profundidade de rochas geologicamente estáveis; a
Alemanha pesquisa depósitos em minas de sal exauridas; e os Estados
Unidos estudam todas as possibilidades. Mas já se sabe onde e como
deve ser aprisionado o subproduto tóxico.
Rocha - Todos estão de acordo que o rejeito nuclear deve ficar
confinado em rochas estáveis, sem lençóis d'água, para que não possa
emergir para o meio ambiente. O que se discute é a maneira mais
econômica de fazer isso. Os especialistas no assunto acham, até mesmo,
que o problema não é tão grave e que, de certa maneira, o lixo
atômico pode ser considerado um luxo. Pois ao contrário do lixo
químico e do biológico, o rejeito nuclear pode ser guardado.
Os rejeitos biológicos precisam ser destruídos, pois se forem
liberados para o meio ambiente podem provocar epidemias. Quanto aos
rejeitos químicos, são poluentes hoje e o serão igualmente daqui a mil
ou um milhão de anos. O arsênico, cianeto ou qualquer dos cerca de
300 poluentes assim classificados são substâncias químicas que não
adianta guardar, porque tudo o que o homem produzir industrialmente
um dia estará de volta à natureza. O arsênico, por exemplo, daqui a
dez mil anos, será o mesmo arsênico de hoje.
O rejeito nuclear tem característica única: sua radioatividade decai
com o tempo. O pior rejeito nuclear, o de alta atividade radioativa,
tem a sua radioatividade reduzida, em seu primeiro ano de existência,
em cem vezes. Nos primeiros dez anos ele decai mil vezes. Em 800 anos
chega ao nível do minério encontrado na natureza. Essa característica
do lixo atômico é uma vantagem, segundo os especialistas no setor,
pois é tecnicamente possível guardá-lo por milhares de anos.
Antes de enterrar o rejeito nuclear, entretanto, é preciso prendê-lo
numa matriz sólida. Uma cerâmica especial ou o vidro têm sido os
materiais mais recomendados. O invólucro seria constituído de uma
matriz composta de rejeito e vidro, por exemplo, recoberto de
concreto e colocado num tambor de aço ou titânio. Tais recipientes
seriam enterrados, então, na profundeza de rochas estáveis.
Fonte: Jornal do Brasil, 21agosto2000.
No relatório Enfrentar e Vencer Desafios, que traz informações sobre
as políticas definidas pelo MEC desde 95 para o ensino superior, são
propostos o diálogo e o debate sobre seu conteúdo, convidando
docentes e especialistas a oferecerem a sua contribuição.
O documento, divulgado há dois meses, procura responder à crítica
dirigida ao governo, que teria negligenciado a atenção sobre esse
nível de formação, ao dar prioridade ao ensino fundamental.
No relatório argumenta-se o contrário: tal opção está repercutindo
positivamente em todo o sistema, criando expansão na demanda pela
educação superior, agora renovada pelos processos de avaliação
institucional e de garantia da qualidade dos cursos oferecidos.
Os resultados de 99 da Pesquisa por Amostra de Domicílios (Pnad/IBGE),
recentemente divulgados, permitem ao governo festejar a resposta à
prioridade oferecida ao ensino fundamental.
Os dados revelam, de 95 a 99, a trajetória ascendente do nível de
escolaridade da população; a diminuição do número de crianças de 7-14
anos que não estavam na escola, de 9,8% para 4,3%, e regressão da
taxa de analfabetismo de crianças de 10-14, de 9,9% para 5,5%.
Por seu lado, as três dimensões estreitamente relacionadas ao nível
de escolaridade, quais sejam distribuição de renda, mercado de
trabalho e saúde, também atestam avanços desde 95.
Todavia, se é justo comemorar os resultados quantitativos espelhados
na Pnad, é indispensável que o MEC se preocupe em harmonizá-los com
ganhos de qualidade no ensino básico, sem o que a expansão da demanda
pelo ensino superior acabará por ser neutralizada pela retenção do
alunado de baixos níveis educacionais.
Para tanto é necessário, na linha preconizada pelo relatório,
enfrentar e vencer desafios, que o MEC não se afaste de meta de
resgatar o papel das Universidades com a produção do conhecimento
científico e tecnológico e com a promoção da cultura e, portanto,
como formadoras de opinião.
O compromisso com a educação superior implica redefinir e repensar as
instituições desse nível de ensino, estimulando que vivam sob o signo
da mudança, para assegurar a especificidade de espaços democráticos
de expressão de idéias, e realçando o vies meritocrático, de
valorização da produção e do perfil acadêmico do corpo docente, além
da competência técnica dos responsáveis pelas atividades-meio.
Asseguradas essas condições elementares, que, aliás, já vem sendo
estimuladas pelo MEC, poder-se-á oferecer um ensino de qualidade, de
graduação e pós-graduação, articulado à pesquisa e à extensão,
garantindo formação sólida aos alunos que os capacite a impactar o
processo educacional em geral e a educação escolar básica, em
particular, quando egressos das Universidades.
Por isso, não basta reiterar a importância das medidas implementadas
ou explicitar a Concordância ante os imensos desafios a serem
superados para se pensar a expansão do ensino superior com qualidade.
No caso das Universidades federais, é preciso enfrentar o maior
obstáculo à proposta governamental: as resistências internas, os
movimentos corporativos avessos às mudanças e à valorização da
qualificação acadêmica, bem como os interesses políticos e
clientelistas que não levam em conta o relevante papel da
Universidade.
Sem esse enfrentamento, não haverá superação dos problemas detectados
nem eficácia na implementação dos seis princípios apresentados no
relatório: expansão, diversificação do sistema, avaliação, supervisão,
qualificação e modernização.
As novas normas para a escolha dos dirigentes definidas pelo MEC não
tinham como prever a força dos que reagem a qualquer mudança e que
nem mesmo se acanham em buscar apoios externos de pessoas e
grupamentos, quase sempre descomprometidos com os rumos da educação
superior, para manter o status quo.
Cabe ao ministério impor os princípios dessas normas. Como se afirma
no relatório Enfrentar e Vencer Desafios, o ''receio do novo''
resiste às mudanças.
O medo da competência acadêmica prepondera porque, afinal, para
alguns interessa manter o mesmo e velho estado de coisas, sob seu
controle, loteando as instituições de ensino superior federais em
zonas de perniciosas influências de natureza política e corporativa.
Nos Cadernos 45, do PSDB, dedicado à Educação, afirma-se que o MEC
está disposto a enfrentar as resistências. O que se espera é que,
como contrapartida, também seja capaz de reconhecer os verdadeiros
aliados, que vem enfrentando uma luta desigual.
Fonte: Correio Braziliense, 16agosto2000.
Nota do Editor: A autora é doutora em Antropologia Social pela USP e
professora da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul.
O Ministério da Educação, por meio da CAPES e da SEED, está
promovendo, pelo quarto ano consecutivo, o Paped Programa de Apoio à
Pesquisa em Educação a Distância. O programa consiste no apoio
financeiro a dissertações de mestrado e teses de doutorado que tratem
de temas relacionados à educação a distância (EAD) e às tecnologias da
informação e da comunicação (TICs) aplicadas à educação.
As informações contidas no Folheto de divulgação estão reproduzidas
em: http://www.cgu.unicamp.br/Paped.html
SEED - Secretaria de Educação a Distância
Telefones 61 - 410 8169 410 8144
Fax 61 - 321 9188
email: see@seed.mec.gov.br
CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
Telefones : 61 - 410 8806 410 8855
Fax : 61 - 322 9359
email: cpe@capes.gov.br
Senhores Ministros de Estado aqui presentes,
Senhores parlamentares,
Agraciados,
Senhoras e senhores,
E uma grande satisfação poder, esta tarde, impor-lhes algumas
condecorações da Ordem do Mérito Científico, especialmente neste
momento em que estamos nos preparando, aqui no Brasil, para dar um
salto qualitativo, um impulso grande em todo o nosso setor de
pesquisa, de ciência e de tecnologia.
O ministro Ronaldo Sardenberg tem-se mostrado muito ativo e muito
construtivo. Estamos conseguindo reorganizar os mecanismos
governamentais de apoio e de incentivo a ciência e a pesquisa, de uma
maneira que estará, espero, a altura da comemoração do cinqüentenário
do Conselho Nacional de Pesquisas - CNPq.
E muito importante recordar que o CNPq foi fundado em 1951, época
muito próxima aquela em que, também, os grandes órgãos dos Estados
Unidos e da Franca, de incentivo a ciência, se formaram. A National
Scientific Foundation deve ter sido em 1951, da mesma maneira que o
CNRS, na Franca.
Isso mostra que o Brasil estava atento a importância do
desenvolvimento cientifico e tecnológico. E, apesar de todas as
dificuldades, que são notórias, nesses últimos 50 anos e, também, de
momentos de realização, que não foram poucos, do nosso pais, a verdade
e que foi possível manter uma comunidade cientifica ativa, no Brasil.
Graças a essa atividade, e graças aos esforços que hoje são, eu diria,
generalizados, no pais, das universidades, dos laboratórios e, agora,
das empresas, com o apoio de governos estaduais, com o apoio do
governo federal, dispomos, efetivamente, de uma rede que se integra
crescentemente.
Ha poucos dias, lendo sobre a formação da Fapesp, em São Paulo - tive
a satisfação também de, então bastante jovem ainda, poder participar
da Fundação da Fapesp em São Paulo - de verificar o quanto essa
organização serviu a comunidade cientifica paulista.
Pois bem, agora, no exercício das atuais funções, acompanho mais de
perto o que ocorre no CNPq, no Ministério de Ciência e Tecnologia, no
Ministério da Educação, nas universidades federais. E vê-se que,
efetivamente, a despeito de um certo ceticismo que, infelizmente - eu
não diria que nos e próprio, porque de mim não e próprio - mas que, de
qualquer maneira, muitas vezes toma conta, como uma poeira que impede
a nos próprios, brasileiros, de vermos o que se faz, apesar disso, as
realizações são muito marcantes.
Recebi o ultimo numero da revista "Nature" e, nesse ultimo numero, a
capa estampa, precisamente, uma pesquisa que foi feita por cientistas
brasileiros, na área de biologia, e que mostra um avanço significativo
em áreas muito especiais do DNA, do genoma, a capacidade que tiveram
de, articulados eles próprios, também, em rede, realizar técnicas
inovadoras e chegar a fazer aquilo que muito poucos países são
capazes de fazer.
Da mesma maneira, temos acompanhado, não apenas nas ciências
biológicas, mas em outros ramos do saber, avanços muito grandes. E
esses avanços tem-se transformado, também, em avanços no setor
produtivo.
Convém fazer algumas reflexões sobre por que existe hoje, no Brasil,
tanta concentração industrial. Possivelmente, no Hemisfério Sul,
talvez só o Brasil - quem sabe um pouco a Austrália - tenha
conseguido um desenvolvimento cientifico e tecnológico, para embasar
um desenvolvimento industrial.
Nos países que hoje se chamam de emergentes, economias emergentes, a
China, a Índia e o Brasil são, notadamente, os países que tem a maior
concentração, a maior densidade científico-tecnológica. E, não por
acaso, também, são os países que permitem um desenvolvimento
industrial de mais fôlego, de mais forca. Estamos na vanguarda, em
tecnologia de exploração de petróleo em águas profundas, por exemplo.
Temos, e ainda hoje um dos nossos agraciados participou ativamente
disso, nos distinguido na industria aeronáutica. Temos feito satélites
em cooperação com a China.
Enfim, mencionam-se, de passagem, apenas alguns exemplos do que tem
sido feito. E isso se faz porque ha uma retaguarda. Essa retaguarda,
em geral, e anônima: são os pesquisadores, são os professores, são os
trabalhadores de laboratório, são os administradores e são aqueles que
tratam de criar condições para uma produção continuada, nesses campos.
O numero de bolsas tem sido crescente. Não sei exatamente o numero de
bolsas, hoje, que e distribuído. Mas, se somarmos as bolsas que os
órgãos estaduais e os órgãos federais oferecem, devemos estar por 60,
70 mil bolsas por ano, o que ja e alguma coisa considerável.
Obviamente, nesses últimos 50 anos não foi possível ter um numero tão
elevado. Mas, ainda que fosse na media de 20 mil bolsas, seriam 1
milhão de bolsas, no decorrer de 50 anos. Se for preciso a gente
cortar pela metade, são 500 mil bolsas.
Não por acaso, estamos produzindo, hoje, cerca de 4 mil doutores por
ano, número que eqüivale ao número de doutores que a Itália forma.
Pode-se dizer que a Itália tem um terço da população do Brasil.
É verdade. Mas a Itália tem o dobro do PIB brasileiro também.
Conseguimos verificar agora, começamos a verificar que existe
investimento também do setor privado no desenvolvimento científico e
tecnológico. De modo que, no conjunto, o esforço que os senhores e as
senhoras vem fazendo tem sido muito grande.
Por isso mesmo, eu dizia, ao começar - e já vou encerrar, porque não
quero cansá-los - que me apraz, hoje, poder estar aqui para impor
essas medalhas, essas comendas aqueles que se tem distinguido - e os
que ganharam o Prêmio Álvaro Alberto, em especial, em um momento em
que, efetivamente, vamos dar mais passos adiante.
A formação desses fundos de apoio a pesquisa cientifica e tecnológica,
graças a aprovação pelo Congresso Nacional de iniciativas que foram
nossas, o empenho do ministro, com o apoio também de todos os demais
ministros, notadamente os da Educação e da Casa Civil, e a
participação ativa dos cientistas, inclusive da SBPC, permitiu que
houvesse o desenho de um novo quadro, mais favorável as atividades
científicas no Brasil.
Só em um dos fundos, que já esta em funcionamento, que e o Fundo de
Petróleo, o CTPETRO, somando os dois últimos anos, este e o que já
saiu, já são 250 milhões de reais para a pesquisa. Agora, temos mais
uns quatro fundos, creio. E estamos preparando outros três mais. No
conjunto, espero que, a partir do ano que vem, pelo menos na segunda
metade do ano que vem, já tenhamos alguma coisa como uma soma
equivalente a 1 bilhão de reais, 500 milhões de dólares adicionais.
E friso: adicionais. Não e para substituir verbas do Orçamento. São
adicionais, ate porque, na verdade, existem mecanismos específicos de
concessão desses recursos. Isso deve produzir, nos próximos 10 anos,
20 anos, um grande desenvolvimento cientifico e tecnológico no Brasil.
E como não e possível demandar da universidade sem dar a universidade
condições para que ela opere, 20% desses recursos irão para a
infra-estrutura das faculdades, das universidades, porque elas tem a
queixa legítima de que as bolsas, os projetos de pesquisa, os
incentivos são dados aos pesquisadores, aos departamentos, mas
não há recursos para a sua infra-estrutura.
Então, agora, 20% desses recursos serão diretamente encaminhados a
infra-estrutura das universidades.
Ha, portanto, um quadro institucional novo. Nesse mesmo espirito desse
quadro institucional novo - tenho conversado sempre com o ministro
Sardenberg -, vamos, agora, além de criar, colocar em prática esses
fundos todos, vamos, agora, também, em homenagem ao cinqüentenário do
CNPq, produzir um Plano Nacional de Ciência e Tecnologia para a
Inovação.
Acho que o mundo que esta a nos desafiar, o século que vem e um século
no qual os que não forem capazes de inovar terão pouca chance de estar
incluídos nele. A inovação, hoje, vai ter - já tem e terá ainda mais
- um papel decisivo. Já não contam tanto a mão-de-obra abundante, os
recursos naturais e nem mesmo o capital, no sentido de puro capital
financeiro. O que conta e a capacidade de inovar.
Evidentemente, sem mão-de-obra capacitada, sem recursos financeiros
tampouco haverá a possibilidade de avanço. Mas o que e decisivo, o que
esta marcando a nossa sociedade e a capacidade de uma inovação
continua. Já estamos assistindo aos efeitos iniciais desse processo de
inovação continua, que esta modificando a base tecnológica, não só da
produção, mas da vida contemporânea.
Uma transformação enorme, talvez que jamais tenha sido presenciada
pelo ser humano. E não podemos entrar nesse próximo século, se não
tivermos a audácia, também nos, de aceitar o desafio da inovação.
E, como a inovação, obviamente, depende da capacidade criadora, da
imaginação - e nada substitui a capacidade criadora, a imaginação, a
vocação e a dedicação do cientista - mas e com essa inovação, com essa
qualidade básica, que e da pessoa, não se realiza sozinha, precisa de
uma interação, precisa de instituições, precisa de apoio. Estamos nos
preparando para dar esse apoio com mais vigor e com todo vigor
de que seremos capazes.
Termino felicitando-os, muito especialmente aos que vão ganhar o
Prêmio Álvaro Alberto e todos os demais que passam a participar dessa
Ordem tão elegante, com essa faixa vermelha, que a mim não e dado
usar, porque o presidente da Republica não deve usar senão uma
"boutoniSre". Mas me sinto irmanado. Estou aqui vermelho por dentro de
para fora. E, realmente, uma grande satisfação poder mostrar ao pais,
com esse pequeno gesto de reconhecimento, o muito que os senhores e as
senhoras tem feito pelo nosso progresso.
Muito obrigado.
Secretaria Geral SBQ