SBQ - BIÊNIO (2000/2002) BOLETIM ELETRÔNICO No 198




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Veja nesta edição:
  1. Cresce apoio à ciência e tecnologia
  2. MCT elabora plano nacional de C&T para inovação
  3. Relatividade e Segurança, editorial do "Jornal do Commércio"
  4. Seminário: "Política de publicação científica em educação no Brasil hoje"
  5. Divisão de Química Analítica - Reunião Anual da SBQ e Perfil dos Sócios da Divisão de QA
  6. Informe CAPES Nº 04/2000
  7. Instituto Butantan comemora 100 anos em reunião anual
  8. Mini-curso: O Método de Rietveld

  1. CRESCE APOIO À CIÊNCIA E TECNOLOGIA

Na cerimônia de entrega da Ordem Nacional do Mérito Cientifico, o presidente Fernando Henrique Cardoso atribui à comunidade científica o êxito do setor nos últimos anos

O Brasil não poderá entrar no próximo século sem aceitar o desafio de se tornar um país com capacidade de inovação. Foi o que afirmou nesta quinta-feira,10, o presidente Fernando Henrique Cardoso ao homenagear as 70 personalidades nacionais e estrangeiras com a "Ordem Nacional do Mérito Científico", a mais importante condecoração brasileira na área de ciências.

"Estamos preparados para dar o apoio necessário", acrescentou o presidente, dirigindo-se à comunidade científica representada na cerimônia, e lembrando que nos últimos 50 anos, desde a criação do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), o Brasil tem dado um salto qualitativo no setor de Ciência e Tecnologia, graças aos esforços dos pesquisadores.

Fernando Henrique ressaltou ainda que a nova estruturação que vem sendo implementada pelo ministro da Ciência e Tecnologia, Ronaldo Sardenberg, possibilita a reorganização de mecanismos de apoio e incentivo ao setor. Ele salientou a criação dos Fundos Setoriais de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, que definem uma política nacional para o desenvolvimento científico e tecnológico. De início, os Fundos deverão contribuir com mais de R$ 1 bilhão ao ano, praticamente dobrando os recursos destinados à área.

O presidente citou o exemplo do CTPetro. Já em operação, esse Fundo foi criado em 99, com recursos provenientes dos royalties da produção de petróleo e gás natural, para financiar programas de amparo à pesquisa científica, ao desenvolvimento tecnológico do setor petrolífero e à formação de recursos humanos. Por lei, 40% destinam-se às regiões Norte e Nordeste do País. No ano passado, foram aplicados R$ 37 milhões e a previsão para este ano é de R$ 150 milhões, totalizando R$ 900 milhões até 2003.

Os recursos só podem ser destinados a universidades e centros de pesquisa e sua alocação está sendo administrada por uma gestão partilhada entre o Ministério da Ciência e Tecnologia, Agência Nacional do Petróleo, representantes do setor privado e da comunidade científica.

Ele enfatizou também o crescimento do número de bolsas concedidas pelo CNPq e outras entidades. São 70 mil bolsas e a formação de mais de 4 mil doutores este ano.

Além da Ordem do Mérito Científico, foi entregue, durante a cerimônia, o prêmio "Almirante Álvaro Alberto para a Ciência e Tecnologia" aos cientistas Ozires Silva, na categoria Tecnologia Industrial, e Aziz Nacib Ab´Saber, na categoria Ciências da Terra.

A Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) recebeu a Medalha Nacional do Mérito Científico, concedido à pessoa física ou jurídica que se tenha destacado por serviços relevantes ao desenvolvimento científico e tecnológico do país.

Fonte : CT on Line, MCT


  1. MCT ELABORA PLANO NACIONAL DE C&T PARA INOVAÇÃO

O Ministério da C&T está elaborando, por instrução do presidente FHC, o Plano Nacional de C&T para a Inovação.

Segundo o ministro Ronaldo Sardenberg, o plano vai orientar os gastos de recursos em pesquisa, de "forma produtiva e transparente".

Ele disse que as verbas para pesquisa atingirão US$ 1 milhão graças à aprovação dos fundos para o desenvolvimento tecnológico. (O Estado de SP, 11/8)

Tendo em vista este projeto, o MCT está reunindo seus principais funcionários e assessores nesta sexta-feira e sábado, para o início das discussões a respeito.

Fonte: JC E-Mail, 11agosto2000.


  1. RELATIVIDADE E SEGURANÇA, EDITORIAL DO "JORNAL DO COMMÉRCIO"

Há 13 anos, o país se surpreendia e se amedrontava com o caso do desastre provocado por césio em Goiânia.

A falta de vigilância e controle sobre materiais radiativos no Brasil permitiu que médicos irresponsáveis abandonassem dentro de um casarão, onde funcionava sua clínica, uma bomba de césio usada em radioterapia.

A bomba foi parar num ferro-velho e arrombada, provocando a contaminação e morte de várias pessoas, além de grande acumulação de material contaminado por radiatividade, até hoje precariamente armazenado na periferia da cidade. De lá para cá, a situação de incuria, num campo tão vital, não mudou muito.

No momento em que o país se prepara para inaugurar sua segunda usina nuclear, com tecnologia alemã de mais de 20 anos atrás (a Alemanha já inicia a desativação de suas usinas nucleares), e luta para manter em funcionamento a primeira, de problemática tecnologia americana, a fiscalização nessa área continua muito precária.

É oficial: relatório do TCU, órgão nem assim tão rigoroso em cobranças, diz que a Cnen (Comissão Nacional de Energia Nuclear) não consegue vigiar eficientemente instalaçòes com material radiativo e sua administração de depósitos de rejeitos contaminados não é o que deveria ser. Faltam-lhe recursos humanos e materiais.

No entanto, sua tarefa é grande, vital para a saúde e o bem-estar dos brasileiros, e abrangente, pois inclui o controle e fiscalização de qualquer fonte de radiatividade, inclusive milhares de clínicas que utilizam aparelhos de raios X, como consultórios dentários, por exemplo.

É evidente que a parte mais importante dessa responsabilidade se refere a usinas nucleares e reatores com diversas finalidades, inclusive de ensino e pesquisa.

A trajetória do Brasil no campo nuclear tem sido errática. A entrega dos primeiros reatores encomendados pelo país, pouco depois da 2ª Guerra Mundial, foi vetada pelos EUA. O resultado, como é óbvio, foi estabelecer dependência em relação às novas tecnologias no setor.

A partir daí, os paises que seguiram suas políticas nucleares autônomas atingiram seus objetivos, pacíficos ou bélicos. O Brasil sofreu atraso de décadas.

Durante a ditadura militar, houve uma tentativa canhestra de recuperar o tempo perdido, com programas secretos que nunca tiveram sucesso e acumularam dívidas enormes.

A entrada do país na era das usinas nucleares só se deu com o beneplacito dos EUA, que impingiram ao país a usina Angra-1, que funciona precariamente, com repetidas interrupções; e o nosso governo não consegue repor seu prejuízo, seja amigavelmente, seja nos tribunais.

Depois de se desentender com os americanos, o presidente Ernesto Geisel encomendou aos alemães Angra-2, vendida como o que havia de mais atualizado em tecnologia do ramo. Mais de 20 anos e muita tecnologia nova depois, anuncia-se que a usina funcionará no começo de 2001.

A energia de fonte nuclear poderia ser uma boa solução para as necessidades do país.

Mas os problemas, e mesmo desastres, que já ocorreram, por exemplo, em Three Mile Island (EUA) e Tchernobyl (Ucrania), deveriam levar o governo a muito maiores exigências de segurança; e, concomitantemente, à exploração do restante potencial hidrelétrico e de energias alternativas limpas, como a eólica, a solar etc.

Além das questoes de segurança, controle, fiscalização, rentabilidade etc, há uma outra, ainda não resolvida em nenhum país do mundo, que é a dos rejeitos nucleares produzidos por usinas e outras instalações com material radiativo.

A França, que já tem estocados 50 milhões de toneladas de resíduos minerais radiativos (calcula-se em 6 bilhões de toneladas os resíduos em todo o mundo), há anos tenta arranjar uma solução para esse problema.

A radiatividade do tório 230, por exemplo, se conserva por 75 mil anos. O urânio produz o radon, gás tóxico. Durante anos, os rejeitos franceses foram enviados para o Gabão, onde eram lançados ao leito de um rio.

Da mina à central elétrica, cada etapa da cadeia do combustível cria sua porção de rejeitos. Após plebiscito, a Suécia descartou qualquer expansão do uso de energia nuclear além do programa em curso. E o Brasil?

Se há instalações que são precárias, se a Cnen não tem condições para vigiar eficientemente as instalações que empregam material radiativo e a estocagem de rejeitos, a sociedade terá que fazer muita pressão e cobrança para que a situação chegue a níveis civilizados.

Fonte: Jornal do Commércio, 09agosto2000.


  1. SEMINÁRIO: "POLÍTICA DE PUBLICAÇÃO CIENTÍFICA EM EDUCAÇÃO NO BRASIL HOJE"

De 22 a 23/8, no Auditório da Faculdade de Educação da USP.

Programação:

Dia 22/8

9 às 12h: "A produção científica na área educacional e o papel dos periódicos especializados". Expositores; Maria Malta Campos (Revista Brasileira de Educação), Jair Santana de Moraes (Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos) e Osmar Favero (ANPed).

14 às 18h: "Qualidade editorial e sistema classificatório dos periódicos". Expositores: Rosaly Favero Krzyzanowski (Fapesp) e Rosa Maria Bueno Fisher (Educação e Realidade).

Dia 23/8

9 às 12h: "Arbitragem da produção científica: a editoração". Expositores: Agueda Bittencourt (Pró-Posições), Luciano Mendes de Faria Filho (Educação em Revista), Ivany Pino (Educação e Sociedade) e Elba Siqueira de Sá Barreto (Cadernos de Pesquisa).

14 às 18h: Seção de Recomendações.

Fone: (11) 3818-3574 (Seção de Apoio Acad6emico)
E-mail: revedu@edu.usp.br


  1. DIVISÃO DE QUÍMICA ANALÍTICA - REUNIÃO ANUAL DA SBQ E PERFIL DOS SÓCIOS DA DIVISÃO DE QA

A Divisão de Química Analítica está recebendo até 19/08/00, sugestões de nomes de colegas (brasileiros ou de algum país latino-americano) para oferecimento de cursos na próxima reunião anual da SBQ, no período de 28/05-31/05/2001. Favor enviar informações para Prof. Orlando Fatibello Filho, Email: bello@dq.ufscar.br.

Perfil dos Sócios da Divisão de QA

A Divisão de Química Analítica da SBQ está iniciando um levantamento do perfil dos sócios dessa divisão no triênio 1997-1999, nos moldes daquele levantamento publicado pela divisão de QO, elaborado pelo Prof. Dr. Ronaldo Aloise Pilli. Nesse perfil foram levantados os trabalhos apresentados nas reuniões anuais e publicações indexadas no ISI (consulta ao WEB of Science), principais periódicos, distribuição dos sócios com publicações, co-autorias no período etc (favor ver a página da SBQ, divisão de QO, para maiores detalhes). Sendo assim, peço a gentileza dos sócios da Divisão de Química Analítica me enviarem por email e/ou correio uma relação dos trabalhos apresentados nas reuniões da SBQ e lista dos trabalhos indexados no ISI no período supramencionado. O sucesso e a rapidez da confecção do perfil de nossa divisão depende de cada um de nós. Não deixe para amanhã, se puder passar essas informações hoje. Vamos lá, somos até a presente data 241 sócios na divisão. Antecipadamente agradecemos a colaboração dos colegas.

Prof. Orlando Fatibello Filho
DQ da UFSCar
Caixa Postal 676
13560-970-São Carlos/SP
Email: bello@dq.ufscar.br


  1. INFORME CAPES Nº 04/2000

Brasília,11 de agosto de 2000.
Prezado(a) Professor(a),

Diversos estabelecimentos estrangeiros, eventualmente conveniados com instituições nacionais vêm oferecendo, em território brasileiro, cursos de mestrado e doutorado semi-presenciais, conferindo diplomas como tendo sido obtidos no exterior.

O Ministério da Educação vê esta situação como uma séria ameaça ao espaço acadêmico nacional e que infringem a legislação vigente, estabelecida pela Resolução nº 001/97 da Câmara de Educação Superior do Conselho Nacional de Educação - CNE, que proíbe esta prática no País. Além disso, tais procedimentos, via de regra, não garantem a necessária qualidade encontrada nos programas de pós-graduação brasileiros avaliados pela CAPES.

Ressalta-se também que esses estabelecimentos estrangeiros não explicitam as condições de oferecimento do curso em seus diplomas e históricos escolares, prejudicando enormemente a revalidação dos diplomas efetivamente obtidos através de programas de pós-graduação realizados no exterior. A responsabilidade pelo reconhecimento dos diplomas de pós-graduação "stricto sensu" emitidos por estabelecimentos estrangeiros é das Universidades brasileiras, que possuam programa de pós-graduação na área respectiva e emita diploma com validade nacional (LDB, Art. 48, parágrafo 3º; portaria do Ministério da Educação 132/99). Assim sendo, sugerimos que sejam tomadas todas as medidas necessárias ao esclarecimento sobre as condições em que o curso foi oferecido e que corresponde ao diploma apresentado.

A CAPES, após inúmeras tentativas de diálogo com esses estabelecimentos estrangeiros, viu-se obrigada a suspender a concessão de novas bolsas de estudo para os estabelecimentos abaixo relacionados. Esta medida visa assegurar aos bolsistas brasileiros hoje estudando nessas instituições, que o título obtido após o esforço desprendido por eles no rigoroso processo de seleção, bem como ao longo do cumprimento de todo o programa de doutoramento, não seja nivelado ou comparado aos diplomas estrangeiros obtidos em cursos semi-presenciais irregulares oferecidos por essas instituições no Brasil.

A relação provisória, sujeita a alterações, por país, desses estabelecimentos encontra-se a seguir:

A CAPES, como sempre, permanece aberta ao diálogo com esses estabelecimentos de modo a construir acordos consistentes e coerentes de cooperação acadêmica e que atendam às exigências da legislação brasileira.

Cabe ainda informar, que tais medidas em nada prejudicam os bolsistas da CAPES que atualmente realizam seus doutorados nos estabelecimentos acima relacionados, de acordo com as normas dos Programas do Exterior dessa Agência.

No mais, contamos com o apoio de todos os membros da comunidade acadêmica nacional na defesa da manutenção do reconhecimento internacional e da qualidade da Pós-Graduação brasileira.

Atenciosamente,

ABILIO AFONSO BAETA NEVES
Presidente da CAPES-MEC


  1. INSTITUTO BUTANTAN COMEMORA 100 ANOS EM REUNIÃO ANUAL

A Reunião Científica Anual do Instituto Butantan acontece de 4 a 8/12, durante a comemoração do centenário da instituição.

Com o tema "O Centenário do Instituto Butantan e suas Contribuições à Ciência e à Saúde Pública", a reunião terá participação de conferencistas brasileiros e estrangeiros.

Haverá também dois cursos. Um de microbiologia e outro sobre soroterapia e epidemologia dos envenenamentos.

Endereço: av. Vital Brazil, 1500, Butanta, SP Capital, 05503-900
Fone: (11) 813-7222, ramais 2167 e 2125
E-mail: portelaib@bol.com.br


  1. MINI-CURSO: O MÉTODO DE RIETVELD

Data: 09 a 13 de outubro de 2000

O Laboratório Computacional de Análises Cristalográficas e Cristalinas (LabCACC), com o apoio da Sociedade Brasileira de Cristalografia (SBCr) e da Fundação de Apoio à Ciência, Tecnologia e Educação do Instituto de Química de Araraquara (FACTE-UNESP), está oferecendo um curso de método de Rietveld.

O curso será a nível de pós-graduação, e se destina a alunos de mestrado, doutorado, pesquisadores e profissionais da indústria. O curso irá cobrir alguns itens como refinamentos de estruturas cristalinas com dados de difração por pó (DRX e nêutrons), análise quantitativa de fases, e análises isotrópicas de tamanho de cristalito e microdeformação de rede. O curso será ministrado por C.O. Paiva-Santos, J.A.G. Carrio, M.T.S. Giotto e Y.P. Mascarenhas e os softwares DBWS e GSAS serão utilizados nos tutoriais.

Informações sobre o curso de método de Rietveld podem ser obtidas na homepage: http://fisquim146.iq.unesp.br/cps/mr2000/mr2000.htm, ou através do e-mail: mr2000@iq.unesp.br

OBS. Não serão contemplados análises microestruturais anisotrópicas, pois para isso está sendo preparado um curso, para o ano 2001, que deverá ser dado por R. B. VonDreele (Los Alamos EUA) e Davor Balzar (NIST EUA). Informações sobre esse novo curso serão fornecidas oportunamente.

Fonte : IQ-UNESP, Araraquara


Secretaria Geral SBQ


Contribuições devem ser enviadas para: luizsbq@iqm.unicamp.br
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