Na cerimônia de entrega da Ordem Nacional do Mérito Cientifico, o
presidente Fernando Henrique Cardoso atribui à comunidade científica
o êxito do setor nos últimos anos
O Brasil não poderá entrar no próximo século sem aceitar o desafio de
se tornar um país com capacidade de inovação. Foi o que afirmou nesta
quinta-feira,10, o presidente Fernando Henrique Cardoso ao homenagear
as 70 personalidades nacionais e estrangeiras com a "Ordem Nacional
do Mérito Científico", a mais importante condecoração brasileira na
área de ciências.
"Estamos preparados para dar o apoio necessário", acrescentou o
presidente, dirigindo-se à comunidade científica representada na
cerimônia, e lembrando que nos últimos 50 anos, desde a criação do
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq),
o Brasil tem dado um salto qualitativo no setor de Ciência e
Tecnologia, graças aos esforços dos pesquisadores.
Fernando Henrique ressaltou ainda que a nova estruturação que vem
sendo implementada pelo ministro da Ciência e Tecnologia, Ronaldo
Sardenberg, possibilita a reorganização de mecanismos de apoio e
incentivo ao setor. Ele salientou a criação dos Fundos Setoriais de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico,
que definem uma política nacional para o desenvolvimento científico e
tecnológico. De início, os Fundos deverão contribuir com mais de
R$ 1 bilhão ao ano, praticamente dobrando os recursos destinados à
área.
O presidente citou o exemplo do CTPetro. Já em operação, esse Fundo
foi criado em 99, com recursos provenientes dos royalties da produção
de petróleo e gás natural, para financiar programas de amparo à
pesquisa científica, ao desenvolvimento tecnológico do setor
petrolífero e à formação de recursos humanos. Por lei, 40%
destinam-se às regiões Norte e Nordeste do País. No ano passado,
foram aplicados R$ 37 milhões e a previsão para este ano é de
R$ 150 milhões, totalizando R$ 900 milhões até 2003.
Os recursos só podem ser destinados a universidades e centros de
pesquisa e sua alocação está sendo administrada por uma gestão
partilhada entre o Ministério da Ciência e Tecnologia, Agência
Nacional do Petróleo, representantes do setor privado e da comunidade
científica.
Ele enfatizou também o crescimento do número de bolsas concedidas
pelo CNPq e outras entidades. São 70 mil bolsas e a formação de mais
de 4 mil doutores este ano.
Além da Ordem do Mérito Científico, foi entregue, durante a
cerimônia, o prêmio "Almirante Álvaro Alberto para a Ciência e
Tecnologia" aos cientistas Ozires Silva, na categoria Tecnologia
Industrial, e Aziz Nacib Ab´Saber, na categoria Ciências da Terra.
A Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) recebeu a
Medalha Nacional do Mérito Científico, concedido à pessoa física ou
jurídica que se tenha destacado por serviços relevantes ao
desenvolvimento científico e tecnológico do país.
O Ministério da C&T está elaborando, por instrução do presidente FHC,
o Plano Nacional de C&T para a Inovação.
Segundo o ministro Ronaldo Sardenberg, o plano vai orientar os gastos
de recursos em pesquisa, de "forma produtiva e transparente".
Ele disse que as verbas para pesquisa atingirão US$ 1 milhão graças à
aprovação dos fundos para o desenvolvimento tecnológico. (O Estado de
SP, 11/8)
Tendo em vista este projeto, o MCT está reunindo seus principais
funcionários e assessores nesta sexta-feira e sábado, para o início
das discussões a respeito.
Fonte: JC E-Mail, 11agosto2000.
Há 13 anos, o país se surpreendia e se amedrontava com o caso do
desastre provocado por césio em Goiânia.
A falta de vigilância e controle sobre materiais radiativos no Brasil
permitiu que médicos irresponsáveis abandonassem dentro de um casarão,
onde funcionava sua clínica, uma bomba de césio usada em radioterapia.
A bomba foi parar num ferro-velho e arrombada, provocando a
contaminação e morte de várias pessoas, além de grande acumulação de
material contaminado por radiatividade, até hoje precariamente
armazenado na periferia da cidade. De lá para cá, a situação de
incuria, num campo tão vital, não mudou muito.
No momento em que o país se prepara para inaugurar sua segunda usina
nuclear, com tecnologia alemã de mais de 20 anos atrás (a Alemanha já
inicia a desativação de suas usinas nucleares), e luta para manter em
funcionamento a primeira, de problemática tecnologia americana, a
fiscalização nessa área continua muito precária.
É oficial: relatório do TCU, órgão nem assim tão rigoroso em
cobranças, diz que a Cnen (Comissão Nacional de Energia Nuclear) não
consegue vigiar eficientemente instalaçòes com material radiativo e
sua administração de depósitos de rejeitos contaminados não é o que
deveria ser. Faltam-lhe recursos humanos e materiais.
No entanto, sua tarefa é grande, vital para a saúde e o bem-estar dos
brasileiros, e abrangente, pois inclui o controle e fiscalização de
qualquer fonte de radiatividade, inclusive milhares de clínicas que
utilizam aparelhos de raios X, como consultórios dentários, por
exemplo.
É evidente que a parte mais importante dessa responsabilidade se
refere a usinas nucleares e reatores com diversas finalidades,
inclusive de ensino e pesquisa.
A trajetória do Brasil no campo nuclear tem sido errática. A entrega
dos primeiros reatores encomendados pelo país, pouco depois da 2ª
Guerra Mundial, foi vetada pelos EUA. O resultado, como é óbvio, foi
estabelecer dependência em relação às novas tecnologias no setor.
A partir daí, os paises que seguiram suas políticas nucleares
autônomas atingiram seus objetivos, pacíficos ou bélicos. O Brasil
sofreu atraso de décadas.
Durante a ditadura militar, houve uma tentativa canhestra de
recuperar o tempo perdido, com programas secretos que nunca tiveram
sucesso e acumularam dívidas enormes.
A entrada do país na era das usinas nucleares só se deu com o
beneplacito dos EUA, que impingiram ao país a usina Angra-1, que
funciona precariamente, com repetidas interrupções; e o nosso governo
não consegue repor seu prejuízo, seja amigavelmente, seja nos
tribunais.
Depois de se desentender com os americanos, o presidente Ernesto
Geisel encomendou aos alemães Angra-2, vendida como o que havia de
mais atualizado em tecnologia do ramo. Mais de 20 anos e muita
tecnologia nova depois, anuncia-se que a usina funcionará no começo
de 2001.
A energia de fonte nuclear poderia ser uma boa solução para as
necessidades do país.
Mas os problemas, e mesmo desastres, que já ocorreram, por exemplo,
em Three Mile Island (EUA) e Tchernobyl (Ucrania), deveriam levar o
governo a muito maiores exigências de segurança; e, concomitantemente,
à exploração do restante potencial hidrelétrico e de energias
alternativas limpas, como a eólica, a solar etc.
Além das questoes de segurança, controle, fiscalização, rentabilidade
etc, há uma outra, ainda não resolvida em nenhum país do mundo, que é
a dos rejeitos nucleares produzidos por usinas e outras instalações
com material radiativo.
A França, que já tem estocados 50 milhões de toneladas de resíduos
minerais radiativos (calcula-se em 6 bilhões de toneladas os resíduos
em todo o mundo), há anos tenta arranjar uma solução para esse
problema.
A radiatividade do tório 230, por exemplo, se conserva por 75 mil
anos. O urânio produz o radon, gás tóxico. Durante anos, os rejeitos
franceses foram enviados para o Gabão, onde eram lançados ao leito de
um rio.
Da mina à central elétrica, cada etapa da cadeia do combustível cria
sua porção de rejeitos. Após plebiscito, a Suécia descartou qualquer
expansão do uso de energia nuclear além do programa em curso. E o
Brasil?
Se há instalações que são precárias, se a Cnen não tem condições para
vigiar eficientemente as instalações que empregam material radiativo e
a estocagem de rejeitos, a sociedade terá que fazer muita pressão e
cobrança para que a situação chegue a níveis civilizados.
Fonte: Jornal do Commércio, 09agosto2000.
De 22 a 23/8, no Auditório da Faculdade de Educação da USP.
Programação:
Dia 22/8
9 às 12h: "A produção científica na área educacional e o papel dos
periódicos especializados". Expositores; Maria Malta Campos (Revista
Brasileira de Educação), Jair Santana de Moraes (Revista Brasileira
de Estudos Pedagógicos) e Osmar Favero (ANPed).
14 às 18h: "Qualidade editorial e sistema classificatório dos
periódicos". Expositores: Rosaly Favero Krzyzanowski (Fapesp) e Rosa
Maria Bueno Fisher (Educação e Realidade).
Dia 23/8
9 às 12h: "Arbitragem da produção científica: a editoração".
Expositores: Agueda Bittencourt (Pró-Posições), Luciano Mendes de
Faria Filho (Educação em Revista), Ivany Pino (Educação e Sociedade)
e Elba Siqueira de Sá Barreto (Cadernos de Pesquisa).
14 às 18h: Seção de Recomendações.
Fone: (11) 3818-3574 (Seção de Apoio Acad6emico)
E-mail: revedu@edu.usp.br
A Divisão de Química Analítica está recebendo até 19/08/00, sugestões
de nomes de colegas (brasileiros ou de algum país latino-americano)
para oferecimento de cursos na próxima reunião anual da SBQ, no
período de 28/05-31/05/2001.
Favor enviar informações para Prof. Orlando Fatibello Filho,
Email: bello@dq.ufscar.br.
Perfil dos Sócios da Divisão de QA
A Divisão de Química Analítica da SBQ está iniciando um levantamento
do perfil dos sócios dessa divisão no triênio 1997-1999, nos moldes
daquele levantamento publicado pela divisão de QO, elaborado pelo
Prof. Dr. Ronaldo Aloise Pilli. Nesse perfil foram levantados os
trabalhos apresentados nas reuniões anuais e publicações indexadas no
ISI (consulta ao WEB of Science), principais periódicos, distribuição
dos sócios com publicações, co-autorias no período etc (favor ver a
página da SBQ, divisão de QO, para maiores detalhes). Sendo assim,
peço a gentileza dos sócios da Divisão de Química Analítica me
enviarem por email e/ou correio uma relação dos trabalhos apresentados
nas reuniões da SBQ e lista dos trabalhos indexados no ISI no período
supramencionado. O sucesso e a rapidez da confecção do perfil de nossa
divisão depende de cada um de nós. Não deixe para amanhã, se puder
passar essas informações hoje. Vamos lá, somos até a presente data
241 sócios na divisão. Antecipadamente agradecemos a colaboração dos
colegas.
Prof. Orlando Fatibello Filho
DQ da UFSCar
Caixa Postal 676
13560-970-São Carlos/SP
Email: bello@dq.ufscar.br
Brasília,11 de agosto de 2000.
Prezado(a) Professor(a),
Diversos estabelecimentos estrangeiros, eventualmente conveniados com
instituições nacionais vêm oferecendo, em território brasileiro,
cursos de mestrado e doutorado semi-presenciais, conferindo diplomas
como tendo sido obtidos no exterior.
O Ministério da Educação vê esta situação como uma séria ameaça ao
espaço acadêmico nacional e que infringem a legislação vigente,
estabelecida pela Resolução nº 001/97 da Câmara de Educação Superior
do Conselho Nacional de Educação - CNE, que proíbe esta prática no
País. Além disso, tais procedimentos, via de regra, não garantem a
necessária qualidade encontrada nos programas de pós-graduação
brasileiros avaliados pela CAPES.
Ressalta-se também que esses estabelecimentos estrangeiros não
explicitam as condições de oferecimento do curso em seus diplomas e
históricos escolares, prejudicando enormemente a revalidação dos
diplomas efetivamente obtidos através de programas de pós-graduação
realizados no exterior. A responsabilidade pelo reconhecimento dos
diplomas de pós-graduação "stricto sensu" emitidos por
estabelecimentos estrangeiros é das Universidades brasileiras, que
possuam programa de pós-graduação na área respectiva e emita diploma
com validade nacional (LDB, Art. 48, parágrafo 3º; portaria do
Ministério da Educação 132/99). Assim sendo, sugerimos que sejam
tomadas todas as medidas necessárias ao esclarecimento sobre as
condições em que o curso foi oferecido e que corresponde ao diploma
apresentado.
A CAPES, após inúmeras tentativas de diálogo com esses
estabelecimentos estrangeiros, viu-se obrigada a suspender a concessão
de novas bolsas de estudo para os estabelecimentos abaixo
relacionados. Esta medida visa assegurar aos bolsistas brasileiros
hoje estudando nessas instituições, que o título obtido após o
esforço desprendido por eles no rigoroso processo de seleção, bem como
ao longo do cumprimento de todo o programa de doutoramento, não seja
nivelado ou comparado aos diplomas estrangeiros obtidos em cursos
semi-presenciais irregulares oferecidos por essas instituições no
Brasil.
A relação provisória, sujeita a alterações, por país, desses estabelecimentos encontra-se a seguir:
A CAPES, como sempre, permanece aberta ao diálogo com esses
estabelecimentos de modo a construir acordos consistentes e coerentes
de cooperação acadêmica e que atendam às exigências da legislação
brasileira.
Cabe ainda informar, que tais medidas em nada prejudicam os bolsistas
da CAPES que atualmente realizam seus doutorados nos estabelecimentos
acima relacionados, de acordo com as normas dos Programas do Exterior
dessa Agência.
No mais, contamos com o apoio de todos os membros da comunidade
acadêmica nacional na defesa da manutenção do reconhecimento
internacional e da qualidade da Pós-Graduação brasileira.
Atenciosamente,
ABILIO AFONSO BAETA NEVES
Presidente da CAPES-MEC
A Reunião Científica Anual do Instituto Butantan acontece de 4 a
8/12, durante a comemoração do centenário da instituição.
Com o tema "O Centenário do Instituto Butantan e suas Contribuições
à Ciência e à Saúde Pública", a reunião terá participação de
conferencistas brasileiros e estrangeiros.
Haverá também dois cursos. Um de microbiologia e outro sobre
soroterapia e epidemologia dos envenenamentos.
Endereço: av. Vital Brazil, 1500, Butanta, SP Capital, 05503-900
Fone: (11) 813-7222, ramais 2167 e 2125
E-mail: portelaib@bol.com.br
Data: 09 a 13 de outubro de 2000
O Laboratório Computacional de Análises Cristalográficas e
Cristalinas (LabCACC), com o apoio da Sociedade Brasileira de
Cristalografia (SBCr) e da Fundação de Apoio à Ciência, Tecnologia e
Educação do Instituto de Química de Araraquara (FACTE-UNESP), está
oferecendo um curso de método de Rietveld.
O curso será a nível de pós-graduação, e se destina a alunos de
mestrado, doutorado, pesquisadores e profissionais da indústria.
O curso irá cobrir alguns itens como refinamentos de estruturas
cristalinas com dados de difração por pó (DRX e nêutrons), análise
quantitativa de fases, e análises isotrópicas de tamanho de cristalito
e microdeformação de rede. O curso será ministrado por C.O.
Paiva-Santos, J.A.G. Carrio, M.T.S. Giotto e Y.P. Mascarenhas e os
softwares DBWS e GSAS serão utilizados nos tutoriais.
Informações sobre o curso de método de Rietveld podem ser obtidas na
homepage: http://fisquim146.iq.unesp.br/cps/mr2000/mr2000.htm, ou
através do e-mail: mr2000@iq.unesp.br
OBS. Não serão contemplados análises microestruturais anisotrópicas,
pois para isso está sendo preparado um curso, para o ano 2001, que
deverá ser dado por R. B. VonDreele (Los Alamos EUA) e Davor Balzar
(NIST EUA). Informações sobre esse novo curso serão fornecidas
oportunamente.
Fonte : IQ-UNESP, Araraquara
Secretaria Geral SBQ