Prezado Sócio da SBQ,
Estamos em processo de organização da 24a. Reunião Anual da
Sociedade Brasileira de Química -SBQ.
Solicito mais uma vez, que aqueles que tiverem sugestões de
conferências, simpósios, workshops, ou outras sugestões para a
próxima Reunião Anual da SBQ, que por favor encaminhem as mesmas o
mais rápido possível para os respectivos diretores de divisão, pois
teremos reunião para definir a organização no próximo dia 10/08.
Estas sugestões podem também ser encaminhadas para o endereço:
luizsbq@iqm.unicamp.br
A primeira mensagem solicitando as sugestões dos sócios foi enviada
no Boletim Eletronico No. 181.
Vamos todos colaborar e participar no sentido de organizarmos uma
belíssima e proveitosa 24a. Reunião Anual. Contamos com sua
participação!!!
Um abraço e tudo de bom a todos!
Prof. Luiz Carlos Dias - Secretário Geral da SBQ
Estão abertas vagas para recém-doutores ( pós-doutores ), nos
laboratórios dos Profs. Drs. Douglas Wagner Franco, Elia Tfouni e
Alzir Azevedo Batista, para participação num projeto temático recém
aprovado pela FAPESP ( proc. 99/0711909-9), "REATIVIDADE TÉRMICA E
FOTOQUÍMICA DE NITROSILIO COMPLEXOS DE RUTENIO CONHECIMENTO E
CONTROLE DA REATIVIDADE DO ÓXIDO NÍTRICO COORDENADO''. O caráter
altamente interdisciplinar do projeto permite vários perfis de
candidatos tais como: químicos experimentais, teóricos, bioquímicos e
biólogos. Os candidatos são encorajados a visitarem os laboratórios
portando os seus currículos para conhecimento e discutir a respeito
do projeto a ser desenvolvido. Os candidatos selecionados deverão
elaborar, em comum acordo com o laboratório escolhido, plano de
pesquisa para a solicitação de bolsa junto aos orgãos de fomento
(FAPESP,CNPq). Maiores informações poderão ser obtidas junto aos
próprios professores nos endereços abaixo:
Prof. Dr. Douglas Wagner Franco
DQFM-IQSC USP
Av. Trabalhador Sãocarlense, 400
13566-590 São Carlos - SP
Fone: 16-273.9976
Fax: 16-273.9976
e-mail : douglas@iqsc.sc.usp.br
Prof. Dr. Elia Tfouni
DDL-FFCLRP-USP
Av. dos Bandeirantes, 3900
Fone:16-602-3748
Fax: 16-633-8151
e-mail : eltfouni@usp.br
Prof. Dr. Alzir Azevedo Batista
DQ-UFSCAR-CCT
Rod. Washington Luis, Km 235
Fone: 16-260.8285
Fax: 16-260.8350
e-mail : alzir@dq.ufscar.br
O Departamento de Química da Universidade Federal de Juiz de Fora está recebendo inscrições de candidatos para preenchimento de 01 (uma) vaga para Professor Visitante em regime de 40 (quarenta) horas semanais, com o seguinte perfil acadêmico:
As inscrições estarão abertas de 21 a 24 de agosto de 2000, das 8 às
11 e das 14 às 16 horas, na Secretaria do Instituto de Ciências
Exatas da UFJF. No ato da inscrição o candidato deverá apresentar o
plano de trabalho proposto para 12 (doze) meses, currículo em 3
(três) vias, com os documentos comprobatórios em via única, e,
somente para brasileiros natos e naturalizados, declaração de estar
em dia com as obrigações eleitorais e militares. A seleção será feita
mediante análise do currículo e do plano de trabalho proposto.
Maiores informações podem ser obtidas pelo telefone: 0xx 32 229-3310,
ou pelo endereço eletrônico: mcarmohs@quimica.ufjf.br
Diferentes Comitês Assessores (CAs) do CNPq estarão reunidos na
semana que se inicia em 21 de agosto e na semana que se inicia em 28
de agosto, para decidir sobre os 7.5-8 mil projetos apresentados em
função do edital lançado pelo CNPq em abril, retomando o sistema de
fomento.
Os CAs tem pela frente a difícil tarefa de indicar os projetos que
poderão ser financiados pelos R$ 15 milhões previstos no edital.
A demanda total perfaz a soma de R$ 265 milhões.
A direção do CNPq decidiu solicitar aos CAs que, depois de indicar a
lista de projetos que cubram o total de recursos disponíveis
(R$ 15 milhões), organizem uma sequência hierárquica com os demais
projetos aprovados, a fim de que possam ser beneficiados com outras
verbas a serem obtidas ainda este ano, se tudo correr como se espera.
Para atender a demanda devidamente qualificada pelos CAs, mas ainda
sem possibilidade de atendimento, o CNPq trabalha com a hipótese de
contar com novos recursos, entre eles os R$ 100 milhões que foram
contingenciados e que poderão ser descontingenciados pelo Ministério
de Planejamento a partir de outubro próximo.
Outra alternativa que se tem em mente, no caso, é a possibilidade de
enquadrar os projetos aprovados nos fundos setoriais já sancionados,
no instante em que começarem a funcionar.
Quanto ao edital do CTPetro, seu resultado deve ser anunciado até o
final de outubro pela Finep, que secretaria o Fundo Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), onde se concentram
os recursos do CTPetro.
Os 510 projetos apresentados, envolvendo ao todo R$ 25 milhões, estão
sendo julgados esta semana por instâncias técnicas e, na semana que
vem, serão analisados por uma comissão formal, que dará a palavra
final sobre as escolhas feitas.
Fonte: JCE-mail, 02agosto2000.
De 6 a 9/8, no Teatro Universitário Florestan Fernandes, UFScar, São
Carlos, SP. O evento reune grandes autoridades nacionais e
internacionais em polímeros, que vão apresentar suas experiências
industriais e acadêmicas.
Temas programados: Extrusão de Polímeros; Moldagem por Injeção;
Compositos e Blendas Poliméricas; Qualidade, Produtividade e
Competitividade.
No dia 8, no saguão da Biblioteca Comunitária, mostra de painéis com
as atividades de grupos de pesquisa da Universidade e de centros de
P&D das empresas.
No dia 9, realizam-se dois workshops com a participação da comunidade
acadêmica e industrial, constituindo um forum de discussão de temas
relevantes para o setor de processamento e transformação de polímeros.
Participam do encontro professores de várias instituições de pesquisa
como Guo-Hua Hu, do Institut National Polytechnique de Lorraine
(França) e Marino Xanthos, do Polymer Processing Institute de New
Jersey (EUA).
Também proferem palestras o gerente de desenvolvimento da LNP
Engineering Plastics, George Forczek, e o gerente de vendas da Krupp
Werner & Pfleiderer GmbH, Jurgen Klaus.
O seminário é organizado pelo Núcleo de Reologia e Processamento de
Polimeros (NRPP) e o Depto. de Engenharia de Materiais (DEMa).
A promoção é da Associação Brasileira de Polímeros (ABPol), com o da
Society of Plastics Engineers (SPE - Secao Brasil) e da Fapesp.
Fone/fax da Secretaria da ABPol: (16) 274-3949
De 15 a 19/8, em Poços de Caldas, MG.
O evento mundial da Ecologia Química será, pela primeira vez,
realizado no Brasil.
O objetivo é congregar pesquisadores interessados no entendimento
ecológico da origem, função e significado das substâncias químicas
naturais, que mediam interações com e entre organismos.
A organização do Encontro lembra que o Brasil, detentor de imensa
diversidade biológica, precisa desenvolver-se nesta área, que tem
gerado novos pesticidas, fármacos, biopesticidas, além de novos
conhecimentos e tecnologias de impacto econômico.
Coordenação: Evaldo F. Vilela - Universidade Federal de Viçosa
Fone: (31) 891-3204 / Fax: (31) 891-3911
Site: www.funarbe.org.br
Se você está interessado em participar deste edital deve preencher o
Currículo Lattes, disponível no site do CNPq.
(www.cnpq.br/lattes/curriculo.htm.)
Os dados constantes do CNCT podem ser importados a partir da operação
"Arquivo - Importar Dados", disponível no menu principal do Currículo
Lattes.
Tal operação deve ser feita pelo próprio interessado.
Em caso de dúvidas, consulte a Central de Atendimento.
DisqueCNPq: 0800 61 96 97.
E-mail mailto:webadmin@cnpq.br
Informação de Atonio Helder Oliveira Lima, coordenador do Programa
RHAE.
O Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) do MCT montou
um patrimônio de valor incalculável nestes tempos em que grandes
empresas lutam de todas as formas para patentear o máximo possível
de produtos originários da fauna e da flora.
Em alguns casos, a luta registra cenas de espionagem e contrabando,
possibilitando a criação de uma nova palavra: biopirataria.
Quase cinquentão, o Inpa quer mudar. Seus dirigentes acham que chegou
a hora de divulgar o que já foi feito. Afinal, na corrida pelas
marcas e patentes, vence quem primeiro tornar pública a sua pesquisa.
E pesquisa é o que o Inpa tem de sobra.
Nos seus 48 anos de vida, o instituto juntou mais de 200 mil
exemplares de insetos alfinetados e mais de 5 milhões em conservas de
álcool, tem 230 mil especies de árvores já dissecadas, mais de 100
mil peixes e uma infinidade de outras coleções.
No acervo de fungos de interesse fitopatológico estão exemplares de
fungos apodrecedores de grande relevância para a criação de técnicas
de conservação da madeira.
A coleção de palmeiras inclui espécies identificadas como
economicamente rentáveis para a agricultura, a indústria e projetos
de reflorestamento. Os cientistas estudam especialmente os valores
protéicos da pupunha, uma palmeira típica da Amazônia.
O Instituto faz ainda estudos a respeito da leishmaniose e
flebotomineos (insetos conhecidos como mosquito-palha ou birigui,
são vetores de doenças graves do homem e dos animais, como a
leishmaniose visceral e a úlcera de Bauru) ao longo das estradas
novas e velhas, associando-os aos aspectos botânicos,
sócio-econômicos e de vetores de outras parasitoses.
Também desenvolve estudos de vetores na Usina Hidrelétrica de
Balbina e avaliação entomológica e parasitológica da leishmaniose e
tripanossomiase no município de Barcelos, com ênfase nas áreas de
extração de piaçava.
Mesmo com essa grande coleção e acervo tão valoroso, os técnicos do
Inpa não vinham se preocupando com a questão de marcas e patentes.
O cientista Carlos Roberto Bueno, coordenador de extensão do
instituto, lembra que até hoje o Inpa conseguiu apenas uma patente:
a de um secador de madeira que utiliza energia solar.
No seu processo de abertura, o instituto iniciou hoje, em parceria
com o Sebrae, o Primeiro Seminário Internacional Plantas da Amazônia,
que vai até quinta-feira, em Manaus. O evento faz parte do projeto
Prospecção dos Produtos da Biodiversidade da Amazônia.
Durante o seminário, será lançado um portfólio com a prospecção de
70 produtos amazônicos, sendo dez por estado, para estímulo de sua
entrada nos mercado nacional e internacional.
Nesse seminário as micro e pequenas empresas participantes deverão
ser orientadas a interpretar o uso das plantas de interesse
econômico, adequando uma metodologia de estudo para sua utilização
e comercialização, comprovando cientificamente seu uso na medicina
tradicional e na medicina alternativa.
Os empresários que participarem do seminário vão aprender métodos de
combate à pirataria dos produtos da
biodiversidade.
De acordo com o trabalho feito pelos cientistas do Inpa, a Floresta
Amazônica é caracterizada por diversidade
biológica tão grande que muitas de suas áreas nunca foram exploradas
botanicamente.
Espécies novas ainda estão sendo descobertas e não existe meios
práticos para a identificação das espécies. Isso provoca o
crescimento dos casos de biopirataria, o que dificulta os trabalhos
dos pesquisadores.
Carlos Roberto Bueno diz que a situação é difícil, porque quando é
necessário, por exemplo, enviar sangue de uma determinada espécie
para o exterior, são feitos comunicados oficiais a pelo menos quatro
órgãos, entre eles o Ministério das Relações Exteriores.
Mesmo assim, surgem denúncias de que o próprio Inpa estaria enviando
material proibido para fora do país. Por necessidade do intercâmbio
científico, muitas vezes é preciso fazer a consulta a algum centro de
pesquisa estrangeiro para a confirmação das espécies. A paranóia,
nesse caso, atrapalha.
Hoje já existem dados bastante concretos sobre a Amazônia. De acordo
com as pesquisas do instituto, a Bacia
Amazônica comporta a maior extensão da floresta tropical úmida do
mundo. De 70 a 97 a destruição dessa floresta foi de aproximadamente
12%.
Em cada hectare da floresta existem aproximadamente 300 espécies de
árvores com mais de 10 centímetros de diâmetro. É um número que
ultrapassa a quantidade de espécies da Europa inteira.
Cruzamento de estudos mostram que a diversidade das florestas
tropicais úmidas é maior na Amazônia e na Ásia e relativamente menor
na África. A estrutura das florestas é parecida, mas floristicamente
são totalmente diferentes.
Até hoje, aproximadamente 20 espécies são mundialmente conhecidas e
utilizadas por madeireiros, e poucas são conhecidas como frutíferas
ou por suas propriedades medicinais. O uso das plantas nativas
permanece quase desconhecido.
Como a tendência é a redução nas áreas de florestas, talvez o mundo
nunca venha a saber das propriedades que determinada árvore teve.
Não só pela derrubada das matas, mas também pela descaracterização
das populações tradicionais.
Em termos de Amazônia, os cientistas do Inpa lembram que as florestas
da Amazônia Ocidental são consideradas mais ricas em espécies que as
da Amazônia Oriental. Isso ocorre por causa do índice de pluviosidade.
A mata de terra-firme não é florística e estruturalmente homogênea,
existindo assim grandes diferenças entre a composição de uma e de
outra.
O Inpa trabalha em regime de cooperação com os governos de diversos
paises, além de receber financiamento para seus estudos do G-7, o
grupo de paises mais ricos do mundo.
Com o governo do Japão, desenvolve o Projeto Jaracandá - uma
referência à Jacarandá copaia (caroba pará-pará), uma árvore da
família da Bignoneaceae.
O objetivo é reabilitar áreas abandonadas por diferentes usos dos
solos da Amazônia, usando práticas silviculturais apropriadas para
a região. Renovado em outubro de 98, a segunda fase do projeto prevê
experimentos em escalas maiores de reflorestamento na Amazônia,
devendo estender-se até 2003.
O Projeto Flora da Amazônia, executado inicialmente de 1974 a 1988,
realizou várias expedições botânicas por toda a Amazônia brasileira,
por intermédio de uma colaboração entre o Inpa, o Jardim Botânico de
Nova York e o Museu Goeldi de Belém. Nestas exposições foram
coletadas mais de 60 mil amostras de plantas.
Nas suas pesquisas, o Inpa já conseguiu fazer o melhoramento genético
do amendoim originário da aldeia dos índios Cinta-Larga. As
variedades conseguidas são as melhores da região tanto para a
alimentação quanto para a cobertura do solo ou ainda para a fixação
biológica do nitrogênio atmosférico.
Conseguiu ainda produzir variedades de soja para solos de várzea e
terra firme, com produtividade de 2.400 quilos por hectare (acima da
média nacional) e de 2 mil quilos na terra firme (abaixo da média).
As sementes foram depositadas no Centro Nacional de Pesquisa de Soja.
Algumas são mantidas no instituto.
Ainda na área do melhoramento da lavoura de soja, o instituto isolou
a bactéria fixadora de nitrogênio a partir de solos de várzea do Rio
Solimões. O processo já vem sendo usado para melhorar a qualidade de
solos plantados com soja no sul do país.
O Inpa descobriu também que se o desmatamento for de no máximo
1.000 m2, a capacidade regenerativa das árvores não será afetada,
pois as clareiras desse tamanho são similares às encontradas em
florestas primárias não exploradas.
O valor da biodiversidade brasileira ainda é desconhecido.
Cientistas, entre eles os do Inpa, calculam por alto que pode chegar
a uns R$ 4 trilhões. O governo quer terminar até 2002 o levantamento
sobre o que vale a biodiversidade brasileira.
Além do Inpa, participam do levantamento o Instituto Brasileiro do
Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), o Instituto
de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e outros institutos do país.
A pesquisa ocorre na Amazônia, na Mata Atlântica, no litoral, na
caatinga, no cerrado, nos manguezais, nos campos da Região Sul e no
Pantanal.
Tantos bens em jogo já provocaram a primeira grande crise no setor
ligado ao meio ambiente.
A Associação Brasileira para o Uso Sustentável da Biodiversidade da
Amazônia (BioAmazonia), criada em 98, e que mantém convênios com
vários ministérios do governo federal, está rachada.
Uma parte, comandada pelo cientista Spartaco Astolfi Filho é
contrária ao convênio que a BioAmazonia fez com o laboratório
Novartis, permitindo que durante três anos a companhia possa fazer
pesquisas na Amazônia. O ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho,
considerou nulo o contrato.
No dia 4 haverá eleição na BioAmazonia. A parte favorável ao acordo
com a Novartis quer afastar o professor Spartaco do cargo de
conselheiro da entidade.
Fonte :Gazeta Mercantil, 1agosto2000.
O Brasil é o país da biogenética. Parece pilheria, mas não é.
Combinando vontade política do governo estadual e uma capacidade
científica, construída principalmente ao longo das duas últimas
décadas, a Fundação de Amparo à Pesquisa de SP (Fapesp) está
colocando o país na linha de frente do desenvolvimento científico e
tecnológico mundial.
Financiando projetos de ponta que investem tanto na pesquisa
fundamental quanto na aplicada, a instituição e a rede de cientistas
ligados a ela conseguiram a façanha de colocar o Brasil nas manchetes
da imprensa internacional.
O sequenciamento do genoma de uma bactéria, a Xylella fastidiosa,
realizado no âmbito de um dos principais programas da fundação, o
Genoma, virou capa da conceituada "Nature" e ganhou destaque nas
páginas de "The New York Times" a "The Economist".
Este semanário inglês de economia anunciou, em sua edição da semana
passada, que o Brasil agora "é o país do samba, do futebol e do
genoma".
"Criou-se no Brasil uma capacidade de fazer ciência e tecnologia que
nem mesmo os brasileiros sabiam. Não temos de ser bons só em samba ou
futebol, como disse a "The Economist".
Nós podemos ser bons em atividades intelectuais desafiantes também",
diz o Carlos Henrique de Brito Cruz, com a autoridade de quem comanda
a Fapesp há cinco anos e é um dos responsáveis pelo sucesso da
entidade.
Criada pela Constituição Paulista de 1947, a Fapesp só foi
oficializada por lei e iniciou suas atividades 15 anos depois.
Concebida com o objetivo de apoiar a geração de conhecimento no
estado, a fundação, no início, atuava como um empreendimento quase
familiar, sustentada pela verba de 0,5% da arrecadação do estado.
Graças ao empenho da comunidade científica paulista e do patrimônio
que foi constituindo ao longo dos anos, a entidade cresceu e se
solidificou.
A transformação em um empreendimento profissional e o crescimento
quantitativo da Fapesp só aconteceu, no entanto, na última década,
graças ao aumento da dotação de 0,5% para 1% da receita do estado,
garantida pela Constituição Estadual de 89. Com mais dinheiro, a
entidade conseguiu fazer crescer expressivamente seu patrimônio e o
investimento em pesquisas.
De 90 a 95, o dispêndio da instituição aumentou mais de quatro vezes.
Na segunda metade da década, com a
renegociação da dívida do estado e a recuperação da receita, em
velocidade superior ao crescimento econômico, a Fapesp tornou-se a
instituição de fomento à pesquisa mais importante do país.
Em 99, foram aplicados R$ 542,5 milhões, valor quase dez vezes
superior ao do primeiro ano da gestão Mario Covas, 94, que foi de
R$ 67,6 milhões. O detalhe é que mais da metade dos investimentos do
ano passado foram realizados com recursos próprios.
Mas as mudanças não se limitaram ao aspecto quantitativo. A Fapesp
ampliou também seu foco, deixando de enfatizar apenas os projetos
individuais para estimular programas de relevância social e econômica
e fomentar o desenvolvimento tecnológico.
"Passamos a olhar complementarmente, a estimular a aplicação do
conhecimento em conformidade com os tempos atuais", afirma Brito
Cruz. Daí surgiram programas como o apoio à pesquisa voltada para a
melhoria do ensino público, a parceria Universidade-empresa e o apoio
aos jovens pesquisadores.
"Trouxemos cérebros para SP. Mais de 500 jovens já foram
beneficiados. O objetivo é descentralizar a pesquisa científica, com
novos atores estabelecendo laboratórios", explica Brito Cruz.
Esse movimento foi acentuado em 97, com a criação de um programa de
apoio às pequenas empresas inovadoras, que até hoje já beneficiou 120
empresas, e com o Projeto Genoma, que reune 62 laboratórios em todo o
estado em torno do sequenciamento genético de bactérias responsáveis
por pragas agrícolas.
Os pilares do sucesso da Fapesp, sustenta seu presidente, são três.
A fundação criou condições para a realização das pesquisas, seleciona
muito bem o que vai apoiar, através de elaborado sistema de avaliação
dos projetos, e reuniu uma comunidade científica com capacitação
internacional.
"O mérito principal é das três Universidades públicas paulistas, USP,
Unicamp e Unesp, e do desenvolvimento de programas de apoio do
governo federal. Nos anos 70 não seria possível fazer o Genoma. Hoje,
o país forma 5 mil doutores por ano", ressalta Brito Cruz.
Na ponta da maior transformação científica e tecnologica já vivida
pelo país, a instituição não se descuida, no entanto, da ciência
fundamental.
"Qualquer que seja a área que entrar na moda daqui a dois anos, a
gente só vai ter a chance de participar de verdade se tivermos boa
ciência fundamental naquela área", conclui.
Fonte : Jornal do Brasil, 30julho2000.
Secretaria Geral SBQ