SBQ - BIÊNIO (2000/2002) BOLETIM ELETRÔNICO No 191




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Veja nesta edição:
  1. Visitas curtas de químicos brasileiros aos Estados Unidos
  2. Participação do presidente da SBQ no II ELEQ/ X ENEQ/ XX EDEQ
  3. Edital de abertura de teste de seleção para contratação de professor substituto em ensino de química
  4. Carta enviada ao ministro de ciência e tecnologia sobre o PADCT pelo GPA
  5. Carta do Presidente da SBQ em repudio ao ato de agressão ao ministro Sardenberg
  6. SBPC repudia ato de agressao à ciência e à democracia no Brasil
  7. Nota do ministério da C&T: "o ato irrefletido e lamentável em nada desmerece os debates e demais realizações que transcorreram no encontro da SBPC"
  8. Cientistas temem que fundos causem distorções

  1. VISITAS CURTAS DE QUÍMICOS BRASILEIROS AOS ESTADOS UNIDOS

"A comissão de Atividades Internacionais da ACS dispõe de pequena verba para financiar, total ou parcialmente, visitas curtas de um ou dois químicos brasileiros aos Estados Unidos, em 2000. O auxílio inclui uma ajuda financeira por visitante que contempla passagem, alojamento e refeições.

As visitas, de duas ou mais semanas de duração, devem ter o propósito de estabelecer contatos com pesquisadores americanos seniores na área de Química (químicos ou engenheiros químicos), visando o futuro desenvolvimento de projetos de cooperação ou outras interações científicas. O visitante deve ter título de doutor (doutoramento obtido nos últimos 5 anos) e vínculo empregatício permanente. A concessão do auxílio requer o endosso da SBQ.

Os pedidos de auxílio devem ser submetidos a SBQ ate o dia 15 de agosto p.f., idealmente; os pedidos recebidos até essa data serão julgados em bloco, para priorização, na primeira semana de setembro. Se nenhum pedido for recebido ate 15 de agosto, qualquer pedido submetido posteriormente será analisado imediatamente após seu recebimento.

Para concorrer ao auxílio, os candidatos devem enviar a SBQ os seguintes documentos: formulário ACS devidamente preenchido (cópias desse formulário devem ser solicitadas à secretaria da SBQ em São Paulo), um plano das atividades planejadas (cerca de 200 palavras), um curriculum vitae e uma lista de publicações. A aceitação da visita por pelo menos um dos anfitriões americanos deve estar assegurada na época em que o pedido for submetido a SBQ (anexar cópia da carta convite ou de aceitação da visita). As visitas devem ser programadas para os meses de setembro a dezembro de 2000.


  1. PARTICIPAÇÃO DO PRESIDENTE DA SBQ NO II ELEQ/ X ENEQ/ XX EDEQ

A Sociedade Brasileira de Química - SBQ, representada pelo seu Presidente, participou do II ELEQ/ X ENEQ/ XX EDEQ, realizado na Faculdade de Química da PUC-RS, Porto Alegre, durante os dias 12-15 p.p.

O Evento, patrocinado pela Divisão de Ensino de Química, foi dinâmico e de excelente nível, contando com centenas de participantes.
Parabéns à Divisão pela realização do evento.

Eliezer J. Barreiro, Presidente da SBQ


  1. EDITAL DE ABERTURA DE TESTE DE SELEÇÃO PARA CONTRATAÇÃO DE PROFESSOR SUBSTITUTO EM ENSINO DE QUÍMICA

EDITAL DE CONCURSO
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA- ICET

A universidade Federal de Mato Grosso, por meio de seu Instituto de Ciências Exatas e da Terra - ICET, torna público o presente EDITAL DE ABERTURA DE TESTE DE SELEÇÃO para Contratação de PROFESSOR SUBSTITUTO na classe Auxiliar I, sob a égide da Lei no. 8745 e suas alterações, de acordo com as informações do quadro abaixo:

  1. Documentos: Diploma de curso superior ou atestado de conclusão do curso, acompanhado do protocolo do pedido de diploma, na área específica ou afim, ou diploma de pós-graduação "stricto sensu", na área especifíca do conhecimento e/ ou afins;
  2. Histórico escolar que abranja a área específica do conhecimento em seleção
  3. Curriculum vitae documentado
  4. cópias dos documentos pessoais
  5. Declaração do condidato de que não foi contratado nos últimos 24 meses, com fundamento na lei 8745/93 e suas alterações

MARGARETH PARACAT CORREA LIMA
PRÓ-REITORA DE ENSINO DE GRADUAÇÃO

Informações: Av. Fernando Correa da Costa s/n. - Coxipó da Ponte Departamento de Química-ICET-Universidade Federal de Mato Grosso CEP: 78090-600 - Fones: O(xx)65-615-8760 e O(xx)65-615-8761


  1. CARTA ENVIADA AO MINISTRO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA SOBRE O PADCT PELO GPA

OF/CIRC/QEQ Nº 001/2000 Brasília, 11 de Julho de 2000
Ref.: PADCT/QEQ

Exmo.
Embaixador Ronaldo da Mota Sardenberg
MINISTRO DE ESTADO DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA

O Grupo de Planejamento e Avaliação do Subprograma de Química e Engenharia Química (GPA/QEQ/PADCT), reunido em 11/07/00, em Brasília, nas dependências do MCT após analisar a atual situação do PADCT III, resolveu encaminhar a Vossa Excelência suas preocupações com respeito à continuidade do que consideramos ser o principal Programa de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico nas áreas de Química e Engenharia Química do País.

Quaisquer que sejam as análises feitas, estas demonstram que o PADCT, na área de Química e Engenharia Química, foi essencial e pioneiro na consolidação de uma infra-estrutura para o desenvolvimento destas áreas no País, com a criação de novos grupos e consolidação de outros, que ao receberem forte impulso, adquiriram nível internacional.

A comunidade científica e empresarial participou efetivamente da construção do PADCT, desde as longas e difíceis negociações com o Banco Mundial até a elaboração de editais e julgamento dos projetos, daí a alta credibilidade alcançada pelo Programa.

O PADCT, em sua fase III, foi formulado a partir de uma avaliação positiva de suas fases anteriores, da necessidade de continuidade do apoio a áreas estratégicas para o desenvolvimento do País e da necessária reestruturação do Programa face aos novos desafios apresentados.

Para tanto, durante praticamente dois anos, trabalhou-se na sua formatação, com o envolvimento do governo brasileiro, em especial da Secretaria Executiva do PADCT, dos técnicos do Banco Mundial e da comunidade científica e empresarial do País, diretamente ou através de representação nos grupos técnicos. O resultado foi um programa que, em sua nova fase, garantia todos os aspectos positivos alcançados nas fases anteriores e avançava nos aspectos da gestão, avaliação e apoio à área tecnológica.

Depois do esforço e mobilização da comunidade científica, que culminou com o lançamento do Edital do Subprograma QEQ com quatro rodadas, o Programa foi repentinamente paralisado a partir do início de 1999, para a frustração da comunidade de pesquisa do País. Procedimentos adotados no PADCT III, como a exigência da submissão e análise dos projetos via rede, são hoje adotadas por outras agências e até mesmo por algumas universidades federais. Depois de tudo isso, constata-se que somente 10% dos recursos orçamentários do Subprograma QEQ foram desembolsados, sendo que, uma das rodadas não teve sequer um projeto contratado.

Diante do exposto o GPA/QEQ entende que antes de qualquer ajuste do programa, o Ministério de Ciência e Tecnologia deve honrar os compromissos assumidos com os projetos aprovados.

O GPA entende ainda que o Mid Term Review previsto no acordo internacional deve representar um momento de ajuste no que se refere ao cronograma e outros aspectos considerados importantes, não devendo promover nenhuma reestruturação mais profunda no Programa. Para tanto o GPA/QEQ, enquanto representante da comunidade de Química e Engenharia Química do país e, dentro das suas atribuições coloca-se à disposição para participar do referido Review a partir de diretrizes claramente estabelecidas pelo Secretário Executivo do PADCT.

O presente documento retrata a contribuição do GPA/QEQ composto por: Ademir Neves - UFSC; Ângelo da Cunha Pinto - UFRJ; Antônio Salustiano Machado - SECT/MG; Flamarion Borges Diniz - UFPE;- IPT; Maury Saddy - UFF; Roberto Fernando de Souza Freitas - UFMG.

Atenciosamente,

Marco Giulietti
Coordenador do GPA/QEQ

NOTA DO EDITOR: Carta divulgada por solicitação do Prof. Angelo da Cunha Pinto


  1. CARTA DO PRESIDENTE DA SBQ EM REPUDIO AO ATO DE AGRESSÃO AO MINISTRO SARDENBERG

Prof. Dr. Carlos Pacheco
MD. Secretário Executivo do MCT.

Prezado Professor Pacheco:

Tendo tomado conhecimento pela imprensa, do lamentável episódio ocorrido com o Ministro Ronaldo Sardenberg, durante sua participação na 52a Reunião Anual da SBPC, recentemente encerrada em Brasília, solicito-lhe a especial fineza de participar ao Senhor Ministro o repúdio da comunidade química da Sociedade Brasileira de Química ao ato agressivo que foi vítima.
Cordiais saudações.

Dr. Elliezer J. Barreiro
Presidente da SBQ


  1. SBPC REPUDIA ATO DE AGRESSÃO À CIÊNCIA E À DEMOCRACIA NO BRASIL

A diretoria da SBPC reagiu prontamente ao ato de agressão sofrida pelo ministro da C&T, Ronaldo Sardenberg, durante o debate sobre política nacional de C&T, coordenado pela presidente da SBPC, Glaci Zancan, na Reunião da entidade, no campus da UnB, em Brasília.

Um estudante aproveitou-se do momento em que uma professora fazia entrega de um documento ao ministro para lançar um ovo no lado esquerdo do rosto do ministro.

A SBPC considerou o caso como "atitude de intolerância, vandalismo e obscurantismo".

Esta é a nota emitida pela SBPC sobre a ocorrência:

"A SBPC, através de sua diretoria, condena e repudia com veemência a atitude de intolerância, vandalismo e obscurantismo que, no início da tarde de hoje, interrompeu brutalmente um debate livre, democrático e civilizado sobre os mais importantes problemas do desenvolvimento científico e tecnológico do Brasil.

Essa ação inaceitável e vergonhosa ocorreu num momento de diálogo produtivo e respeitoso entre a comunidade científica e o ministro da C&T, Ronaldo Sardenberg.

O que assistimos, constrangidos, após uma semana intensa de trabalhos construtivos, que mobilizou milhares de participantes, foi uma agressão covarde e irracional à ciência brasileira, à livre manifestação das idéias e às nossas mais caras conquistas democráticas, tão bem refletidas ao longo dos 52 anos da SBPC e de suas reuniões anuais, espaço permanente aberto a idéias, debates e discussões com acesso livre e a todas as pessoas."

Fonte: JCEmail,14julho2000.


  1. NOTA DO MINISTÉRIO DA C&T: "O ATO IRREFLETIDO E LAMENTÁVEL EM NADA DESMERECE OS DEBATES E DEMAIS REALIZAÇÕES QUE TRANSCORRERAM NO ENCONTRO DA SBPC"

"Ao longo dos doze meses em que está à frente do MCT, o ministro Ronaldo Sardenberg tem orientado sua gestão no sentido do diálogo franco e construtivo com todos os setores da sociedade brasileira, em especial com a comunidade científica, que vem contribuindo de forma significativa para a definição dos rumos da C&T no país.

O ministro Sardenberg repudia o incidente ocorrido hoje em sua palestra na 52a Reunião Anual da SBPC, considerando-o um episódio isolado, que apenas fortalece sua determinação de preservar o ambiente democrático e de colaboração que vem sendo consolidado, e reafirma seu compromisso de diálogo e entendimento.

O MCT seguirá com empenho a determinação do presidente FHC de ampliar a interlocução com a sociedade sobre a importância da C&T na vida nacional.

Para o ministro, esse ato irrefletido e lamentável em nada desmerece os debates e demais realizações que transcorreram no encontro da SBPC, durante o qual ele próprio e os principais membros da equipe dirigente do MCT participaram de discussões sobre os principais tópicos da política nacional de C&T."

Fonte : Esta é a nota distribuída pelo MCT sobre a agressão sofrida pelo ministro Sardenberg.


  1. CIENTISTAS TEMEM QUE FUNDOS CAUSEM DISTORÇÕES

Parte da comunidade científica acredita que os fundos setoriais, pela forma como foram concebidos, poderão provocar distorções no direcionamento das verbas destinadas à pesquisa no país.

As críticas, apresentadas em dois debates realizados na quarta e quinta-feira durante a reunião da SBPC, concentraram-se na forma como os gastos dos fundos setoriais foram relacionados.

Esses fundos devem dobrar o volume de verbas públicas destinadas à pesquisa, razão pela qual a comunidade científica ressalta a urgência de o país debater uma política com prioridades claras para a área.

Muitos cientistas acreditam que os fundos premiam setores em que o Brasil não tem tanta competência científica instalada e que, além disso, não foram escolhidos por sua importância para o desenvolvimento nacional.

Outro aspecto criticado foi a determinação de que 70% dos fundos sejam destinados à pesquisa tecnológica e apenas 30% à pesquisa científica.

"O Brasil tem muito mais pesquisadores e competência na área científica do que na tecnológica e isso não pode ser mudado de uma hora para outra apenas pelo direcionamento das verbas, sob pena de conceder recursos a projetos pouco qualificados", advertiu Reinaldo Guimarães, da UFRJ.

Na opinião de Guimarães, os fundos não destinam verbas aos setores onde o Brasil tem mais competitividade científica e que, em grande parte, são também internacionalmente considerados estratégicos.

Ele menciona as seis áreas onde o país tem maior número de grupos de pesquisa: saúde, educação, biotecnologia, ciências ambientais e produção animal e vegetal.

O físico brasileiro Roberto Salmeron, que é diretor de pesquisa do Centro Nacional de Pesquisa Científica da Franca, enfatiza que é um erro dar prioridade à pesquisa aplicada.

"Em todos os paises, a competência para fazer pesquisa tecnológica nasceu da ampliação da competência para fazer pesquisa científica", afirmou, assinalando que uma das prioridades do Brasil é aumentar o número de pesquisadores, ainda muito reduzido.

O secretário-executivo do MCT, Carlos Américo Pacheco, considerou válidas várias das críticas e afirmou que o governo está preocupado em criar mecanismos que garantam que setores estratégicos, como o de biotecnologia, sejam contemplados pelos fundos.

"A sociedade brasileira terá que se mobilizar até o ano que vem numa ampla discussão de prioridades na área científica para que os recursos sejam bem gastos", disse Pacheco.

Fonte: O Estado de SP, 14julho2000.


Secretaria Geral SBQ


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