O Departamento de Química Inorgânica do Instituto de Química da UFRJ
está selecionando alunos para o seu Curso de Mestrado.
Inscrições - 20/06 a 21/07/2000
Seleção - 01 e 02/08/2000 (Prova de conhecimentos, inglês e
entrevista)
Início do curso - 07/08/2000
Documentação necessária:
O edital de licitação para as obras do (CRCN), no campus da
Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) será lançado na primeira
quinzena do julho.
O lançamento vai ocorrer durante a visita do ministro da C&T, Ronaldo
Sadenberg. O anuncio foi feito pelo vice-presidente da República,
Marco Maciel.
O CRCN contará com área de 80 mil m2. De acordo com o projeto aprovado
pela pró-reitoria de planejamento da UFPE, serão construidos oito
blocos independentes, que abrigarão laboratórios de radiofarmácia,
segurança radiológica, metrologia, caracterização química,
gerenciamento de resíduos, apoio logístico e manutenção.
As obras de implantação do CRCN vão ser fiscalizadas pelo Ministério
Público Federal como forma preventiva para possíveis ocorrências de
dano nuclear.
O CRCN está sendo alvo de polêmica porque vai abrigar um reator
nuclear e um acelerador de particulas cíclotron. O funcionamento
desses equipamentos, segundo especialistas, pode causar danos ao
meio ambiente.
Fonte : Jornal do Commercio, Recife, 15junho2000.
O Laboratório de Controle de Dopagem (Lab Dop) do Instituto de
Química da UFRJ está disputando, junto aos melhores do mundo, o
credenciamento do Comitê Olímpico Internacional (COI).
Francisco Radler, do Depto. de Química Orgânica, está otimista,
pois "o Lab Dop já auxiliou mais de 40 Federações Desportivas,
Nacionais e Internacionais. Na América Latina, é o único que trabalha
nos moldes do COI."
"Estamos lutando para obter os recursos necessários à finalização de
nossa capacitação para o credenciamento, que está previsto para
setembro de 2000", afirma Radler.
Iniciativa pioneira na América Latina, o laboratório foi criado em 89
e já participou, a convite do COI, das Olímpiadas de Barcelona, de
Atlanta e do Pan-Americano do Canadá.
O Lab Dop trabalha ainda na análise de quimioterápicos e de apoio a
clínica médica, conveniado ao Instituto Nacional do Câncer (Inca)
do RJ e com o Instituto Nacional de Qualidade em Saúde, da Fiocruz.
Fonte: JCE-mail,16de junho2000
Nota do Editor: O Prof. Franscisco Radler proferiu a palestra de
abertura da 23ª Reunião Anual da SBQ, realizada no mês passado em
Poços de Caldas. Além disso foi agraciado, no mesmo evento, com a
Medalha Simão Mathias 2000.
"Conforme é do conhecimento de Vª Exª, encontram-se em tramitação no
Congresso diversos projetos de fundos setoriais para apoio às
atividades de C&T, os quais tem encontrado repercussão favorável no
meio científico e na sociedade em geral.
A idéia dos fundos setoriais tem sido entendida como um mecanismo
capaz de criar um novo dinamismo em setores que, até então, se
ressentiam de aportes de recursos capazes de oferecer incentivos
concretos para o desenvolvimento de projetos de pesquisa em áreas de
relevância para o país.
O reconhecimento de que os fundos setoriais são fundamentais para
dar um novo impulso à C&T é acompanhado de um grande interesse da
sociedade como um todo em sua imediata aprovação, de forma a que
possam ser incluídos na lei orçamentaria de 2001.
Para cada um dos novos fundos está sendo proposto pelo MCT há um
novo modelo de gestão, que prevê a constituição de um comitê
gestor para cada fundo, com a participação de ministérios
setoriais, de representantes do setor privado e da comunidade
científica.
Estes comitês gestores serão os responsáveis pelas decisões sobre
alocações de recursos. Trata-se, assim, de um avanço sensível na
gestão de recursos de fomento.
Como reflexo de sua importância, vários segmentos da sociedade tem
reinvindicado a sua inserção nos comitês gestores, a exemplo dos
Secretários Estaduais de C&T e das instituições federais de ensino
superior. Contudo, pelo perfil dos comitês setoriais e por suas
atribuições, não seria oportuno incluir representações específicas
de segmentos, muitos dos quais diretamente beneficiários desses
recursos.
O MCT considera que o desejo, expresso por todos estes segmentos, de
participar diretamente da gestão e da formulação das políticas de
ciência e tecnologia é muito bem vindo e fundamental pra que esses
temas estejam presentes na agenda política e econômica do País.
Nesse sentido, o compromisso do MCT (já acordado com vários
interlocutores, dentre os quais o Forum de Secretários de C&T dos
Estados) é debater qual a melhor maneira de aprimorar este modelo
de gestão.
Ao longo do segundo semestre, o MCT vai analisar, em conjunto com
esses interlocutores, uma nova regulamentação para o FNDCT (Fundo
Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), encarregado
da administração dos novos recursos, de modo a criar uma instância
de coordenação das ações que contemple a participação do MCT, de
suas agências - CNPq e Finep -, bem como representantes da
comunidade científica, do setor empresarial e do
Forum de Secretários Estaduais de C&T.
Esta instância de coordenação atende aos justos reclamos de maior
participação e estabelece - numa instância adequada - um mecanismo
de debate e discussão permanente das políticas de fomento dos
diversos fundos setoriais.
Espero, com estes esclarecimentos, ter contribuído para que
Vª Exª tenha conhecimento da abordagem do Ministério da Ciência e
Tecnologia com relação à gestão dos novos fundos setoriais.".
Fonte: JCE-mail, 16junho2000
Nota do Editor: Esta mensagem foi enviada pelo Secretário ao
Parlamentar no dia 7 de junho de 2000.
O Departamento de Química Analítica do Instituto de Química da
UNICAMP e a Comissão Organizadora têm o prazer de convidá-lo(a)
para participar do 11o ENQA, que será realizado em Campinas - SP,
de 18-21 de setembro de 2001, dando sequência à série de eventos
realizados desde 1982.
"Desafios da Química Analítica no Século XXI"
18-21 de setembro de 2001
Centro de Convenções - Ginásio de Esportes da UNICAMP
Campinas - SP
Inscrição Preliminar até 31/10/2000
Visite a home-page: http://www.enqa.iqm.unicamp.br
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS
CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE QUÍMICA
(Em homenagem ao Prof. Dr. Ernesto R. Gonzalez)
Dia 03/07 (Segunda-feira) as 17:30 hs
Conferência de Abertura pelo homenageado: "Estudo do Transporte
Iônico em Células à Combustível de Eletrolito Polimérico"
CURSOS: 08 cursos na área de Físico Química, Química Analítica,
Engenharia de Materiais e Física
Carga horária de 15 horas
Período de: 03/07 a 07/08
02 sessões: das 09:00 hs às 12:00 hs e das 14:00 hs às 17:00 hs
PALESTRAS: de 03/07 a 08/07/2000
Segunda-feira pelo homenageado, Prof. Dr. Ernesto R. Gonzalez, após Cerimônia de Abertura.
PROGRAMAÇÃO
Das 9:00 hs às 12:00 hs do dia 03 a 07/07/2000
Aos poucos emerge de bastidores sombrios uma imagem ainda não bem
definida de um modelo para a distribuição internacional do
conhecimento, hierarquizada de maneira preestabelecida.
E uma eficiente retórica começa a penetrar a cultura popular no
Brasil para sustentar essa configuração. E, como de costume, essa
retórica é bastante atraente. Propomo-nos pois a identificar e
contestar alguns dos elementos mais salientes desse discurso.
O argumento mais frequente recorre a um compreensível engano de
percepção e, por isso, é tão bem-sucedido. Como pode o Brasil,
dizem, concorrer com os EUA, que aplicam em pesquisas recursos
cerca de 80 vezes maiores que os nossos? Raciocina-se como se
essa fosse uma corrida entre dois atletas, um 80 vezes mais
veloz que o outro.
Nesse caso, como se explicariam fenômenos tais como a Nokia,
que, embora instalada na Finlândia, país com um PIB que equivale
a 1,7% do dos EUA, suplanta os concorrentes em um dos setores
mais intensivos em tecnologia?
E a Philips na Holanda? E a Coréia, com um terço do PIB
brasileiro, com suas indústrias eletrônica, de informática, de
química fina, automotiva etc.?
Aliás, o Brasil, no que diz respeito à produção científica, já
apresenta resultados compatíveis com a aplicação de recursos
nesse setor.
Se considerarmos um fator determinado pela relação entre
recursos aplicados em pesquisas em cada nação, a contribuição
brasileira em ciência básica, avaliada pelo índice de impacto de
suas publicações (número de citações em revistas selecionadas
pelo Instituto de Informação Científica), é ligeiramente inferior
àquela dos EUA e de Inglaterra, mas superior `a de
França, Alemanha e Japão.
Essas observações nos induzem à conclusão de que a analogia do
corredor 80 vezes mais veloz é equivocada. A correta seria de uma
equipe com um número de corredores 80 vezes maior que a outra.
Em várias corridas, a equipe maior venceria 80 vezes mais que a
menor. Se assim não fosse, não haveria Olimpíada.
Assim sendo, por outro lado, enquanto um país como a Finlândia
teria uma Nokia, os EUA teriam 60 empresas equivalentes. É isso
que a estatística prescreve.
O que se verifica é que o Brasil, com PIB equivalente a 5% do
americano, terá participação também 95% menor na geração de
conhecimento e em seu aproveitamento sob as muitas formas em que
se manifeste, econômica, cultural etc., se a esse setor dedicar
percentual do seu produto doméstico equivalente ao dos países
industrializados.
O resultado seria satisfatório e asseguraria o seu desenvolvimento.
O segundo argumento da retórica se refere especificamente às
Universidades públicas, que são a sede privilegiada da geração de
conhecimento no Brasil.
Deveriam ser privatizadas, dizem, e uma das razões é que seriam os
estudantes mais favorecidos os que com maior frequência conseguem
nelas ingressar e se formar. Enquanto isso, os menos privilegiados
frequentam as Universidades privadas.
Então, para que haja justiça, devemos privatizar as públicas.
Mais uma vez o sucesso do silogismo se baseia num erro de percepção.
Quem o utiliza de boa-fé não percebe muito bem o que é uma
Universidade e qual seu objetivo.
O dito silogismo estaria correto se a Universidade fosse
simplesmente uma escola e se sua finalidade fosse satisfazer os
anseios individuais de seus alunos. Nesse caso, de fato, não haveria
razão para que a sociedade arcasse com o ônus financeiro de sua
manutenção.
Mas, se a sociedade tradicionalmente mantém essa instituição, o faz
porque considera que o que ela fornece é do interesse da própria
sociedade, e não de indivíduos ou de grupos.
O beneficiário primário da atuação da Universidade, portanto, deve
ser a sociedade, e não os alunos. É claro que, se a Universidade
produz bons profissionais porque eles são essenciais para o bom
funcionamento da sociedade, ela tambem estará satisfazendo
aspirações pessoais.
Um médico bem-formado não somente é essencial para o bem comum como,
presumivelmente, também será um indivíduo realizado e mais feliz que
um outro sem formação.
Mas a missão da Universidade é muito maior do que simplesmente a
produção de bons profissionais. Ela é a principal responsável pela
geração e organização do conhecimento e pela preservação da cultura.
Mesmo os dissidentes precisam dela como referência.
E essas atuações tem como beneficiária a sociedade. A redução,
portanto, da Discussão sobre a sobrevida da Universidade ao pagamento
de mensalidades de alunos só pode decorrer de ignorância ou má-fé.
O mais recente argumento, e talvez o mais perverso, é que o esforço
de pesquisas no Brasil seria inconsequente, pois nosso parque
industrial é dominado pelo capital externo e empresas multinacionais
trazem suas tecnologias empacotadas das matrizes.
Novamente, há uma parcela de verdade nessa afirmação. Todavia isso
não quer dizer que não haja possibilidade de aproveitamento do
conhecimento gerado no país.
Argumentava-se no passado que precisávamos das multinacionais,
em parte, para aportar tecnologia. Agora dizem que nossa tecnologia
é supérflua porque temos multinacionais. Não é maquiavélico?
Outro raciocínio, tradicional, contra a atividade em pesquisas e
também contra as Universidades públicas retoma a postura
assistencialista: como pode o Brasil despender recursos nesses
setores elitizados enquanto permanecem carentes a saúde e mesmo a
educação primária?
É o mesmo dilema que enfrentamos ao escolher entre fornecer comida
ou trabalho a quem tem fome. Não há como escapar ao
subdesenvolvimento só com ensino primário e um adequado programa de
saúde. É praticamente impossível sem atividade de pesquisa e
Universidades de qualidade.
Mas por que esse esforço, consciente ou não, para desenvolver uma
retórica que justifique a desistência da atuação em pesquisa e a
aceitação da degradação das Universidades públicas brasileiras?
Haveria uma conspiração internacional assistida, possivelmente, por
interesses internos?
A hipótese parece ter uma origem paranóica, alucinada. Mas não
podemos deixar de suspeitar de algo parecido, talvez inconsciente,
possivelmente não transacionado formalmente entre seus partícipes.
Senão vejamos: abundam evidências de um esforço para a manutenção
de uma ordem internacional estruturada na atual distribuição de
riqueza, que depende obviamente de um tripé de apoio sobre
repartições compatíveis de poder político, de trabalho e de
conhecimento.
Desde os romanos até os ingleses, reconhecidamente, o domínio de um
povo sobre outro só foi possível quando uma facção do povo dominado
colaborou com o dominante.
Nós vimos em passado recente ministros brasileiros rastejarem-se até
os EUA para receber instruções de burocratas americanos na elaboração
da legislação nacional de patentes e congressistas brasileiros
atuarem como lacaios das multinacionais farmacêuticas para promover
a aprovação dessa mesma lei.
E a retórica foi a de necessidade de modernização. E esse discurso
foi sustentado por políticos, burocratas e até empresários.
Podemos, portanto, pelo menos suspeitar que a retórica que hoje
começa a se delinear sobre a superficialidade da pesquisa científica
e tecnológica brasileira e a inadequação da Universidade pública
serve, intencionalmente ou não, para dissimular ações que, no longo
prazo, consolidam a atual ordem internacional, o status quo, ao
erigir uma distribuição internacional da capacidade de gerar e
manipular conhecimento que reforce e acentue a
presente distribuição de riqueza entre as nações.
Fonte: Folha de SP, 12junho2000
Secretaria Geral SBQ