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SBQ - BIÊNIO (98/2000)      BOLETIM ELETRÔNICO      No. 95
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Veja nesta edição:
1. 12th International Congress on Nitrogen Fixation
2. Calendário de C&T e desenvolvimento econômico de SP
3. Novos prazos para envio de resumos ENQA
4. Ética e publicações. Editorial do Journal of the Brazilian Chemical Society, Março/abril 99, por Ângelo da Cunha Pinto
5. Há 80 anos, EINSTEIN brilhava no eclipse de Sobral, artigo de Marcelo Geliser
6. Professores de universidades paulistas criticam projeto do MEC
7. 19 universidades aderem ao ENEM
8. Financiamento à pesquisa no Nordeste

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1. 12th INTERNATIONAL CONGRESS ON NITROGEN FIXATION
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        Favor divulgar, no Boletim da SBQ, a realização do 12th International Congress on Nitrogen Fixation, que ocorrerá em Foz do Iguaçu - PR, de 12 a 17 de setembro deste ano.
        O Congresso, que ocorre a cada dois anos e que atrai pesquisadores de todo o mundo, cobrira o que ha de mais recente na pesquisa básica e aplicada no campo interdisciplinar da Fixação de Nitrogênio. Neste sentido estão previstas sessões sobre Quimica, Bioquímica, Microbiologia e Biologia Molecular da Fixação de Nitrogênio, bem como sobre as aplicações destes estudos nas áreas de Agricultura e Meio Ambiente.
        A organização geral do Congresso, que ocorre no Brasil pela primeira vez, esta a cargo do Prof. Dr. Fábio de Oliveira Pedrosa, do Departamento de Bioquímica da Universidade Federal do Paraná, assessorado por pesquisadores da UFPR e da EMBRAPA.
        A segunda circular, com informações precisas sobre o programa, pesquisadores convidados e submissão de resumos esta disponível na home-page do Congresso: http://www.bio.ufpr.br/eventos/n2fix.html. A data-limite para a submissão de resumos é 31 de maio próximo. Mais informações poderão ser obtidas com:
        Profa. Dra. Jaisa Soares de Souza / Prof. Dr. Fábio Souza Nunes
        E-mail: jaisass@quimica.ufpr.br
                    fsnunes@quimica.ufpr.br
ou diretamente com o Organizador Geral do Congresso:
        Prof. Dr. Fábio de Oliveira Pedrosa
        E-mail: congress@bio.ufpr.br

        Jaisa

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2. CALENDÁRIO DE C&T e DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO de SP
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    Já disponível no site da Secretaria de C&T e Desenvolvimento Econômico de SP (www.ciencia.sp.gov.br) o “Calendário de Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico do Estado de SP”. O  calendário  traz  eventos promovidos pela Secretaria de C&T e Desenvolvimento Econômico de SP, pelas instituições vinculadas a ela e por entidades cuja atividade tem ligação com sua área de abrangência. Divulga palestras seminários, cursos, lançamentos, inaugurações, feiras, congressos, visitas de missões estrangeiras etc.O objetivo da secretaria é adicionar novas entradas a cada semana. Para tanto, contam com a contribuição no sentido de receberem informações sobre eventos a serem realizados. A participação do maior numero possível de entidades é fundamental para transformar o calendário em referencia para quem acompanha C&T e desenvolvimento econômico no estado de SP. Informação de Andrew Greenlees, assessor de Comunicação da Secretaria de
C&T e Desenvolvimento Econômico de SP. Eventos podem ser comunicados pelo fax (011) 223-9354 ou pelo e-mail
<svancini@sp.gov.br>.

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3. NOVOS PRAZOS PARA ENVIO DE RESUMOS ENQA
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    A Comissão Organizadora do 10° Encontro Nacional de Química Analítica (UFSM, Santa Maria, RS, 31 de agosto a 03 de setembro de 1999) solicita que seja divulgado no boletim eletrônico da SBQ, que o prazo final para inscrição no evento foi prorrogado por uma semana - para até 14/06/99.  Mais informações poderão ser obtidas diretamente da home page
do evento: http://www.ufsm.br/quimica/enqa .
Atenciosas saudações !
Prof. Ayrton - Coord. do 10° Enqa

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4. ÉTICA E PUBLICAÇÕES . EDITORIAL DO JOURNAL OF THE BRAZILIAN CHEMICAL
SOCIETY , MARÇO/ABRIL 99, POR ANGELO DA CUNHA PINTO.
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     O número cada vez maior de comissões de ética criadas pelas agências internacionais de fomento à pesquisa e até por algumas revistas, mostram a preocupação de editores e comitês com a fraude científica. Sem querer justificar a fraude, mesmo porque não há nada que a justifique, chega-se à conclusão que muitos cientistas deixam de lado a ética para disputarem uma vaga na seleção dos pesquisadores com maior número de publicações, ressuscitando o lema “publicar ou perecer”.
     Publicar sempre foi e será o pilar que sustenta a ciência. Sem publicações não há ciência, boa ou má. Não existe justificativa para o cientista deixar de publicar seus resultados de pesquisa, tenha sido esta financiada por empresas ou por agências de governo. A comunidade científica deve estar atenta ao problema e condenar, com veemência, seus pares que deixam de publicar para atenderem a interesses econômicos e estratégicos de empresas e governos, mesmo cientes de que suas pesquisas poderiam  vir a beneficiar à humanidade.
     No caso do Brasil, país ainda periférico na ciência, embora esta tenha crescido significativamente no país nos últimos 10 anos, os problemas são mais amenos. Apesar estarmos longe da fraude científica e de não termos registros de pesquisas “secretas”, já se observa, no entanto, inquietação muito grande por parte de uns poucos pesquisadores em atingir números absurdos de publicações, em detrimento da qualidade, a semelhança do que ocorre em nível mundial. Hoje, é comum ao se ler um artigo, constatar que foram omitidas na bibliografia referências importantes correlatas ao tema, por negligência dos autores, em decorrência da pressa de publicar. Outras vezes, os autores entram quase que diretamente na discussão dos resultados sem que na introdução descrevam um breve histórico do assunto, como se os artigos científicos fossem desprovidos de história e de objetivos. Felizmente, isso não vem acontecendo no JBCS, que tem como norma publicar artigos completos e de
boa qualidade. Os editores  esperam que isto continue acontecendo  e que os químicos brasileiros continuem prestigiando a revista, com a submissão de seus melhores trabalhos, sem fragmentá-los, e dando o devido reconhecimento aos pesquisadores cujas contribuições foram importantes para os seus artigos.

Nota do Editor: A Presidência está programando, para o segundo semestre de 99, a publicação no BE, de artigos e informações sobre a questão da ética na atividade científica. Tal iniciativa visa  o amadurecimento destas questões e  subsidiar discussões que,  eventualmente, possam levar a  elaboração de minuta de um Código de Ética da Sociedade Brasileira de Química.

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5. HÁ 80 ANOS, EINSTEIN BRILHAVA NO ECLIPSE DE SOBRAL, ARTIGO DE MARCELO GLEISER
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     Em ciência, boas idéias não bastam; é preciso confirmá-las por meio de observações precisas. A natureza nem sempre se comporta conforme nosso intelecto deseja.
    Ao propor uma nova teoria, o cientista tem de estar preparado para o ceticismo de seus colegas. É justamente esse ceticismo e o processo de averiguação de novas idéias que legitima a ciência e suas conquistas.
    Poucos cientistas foram tão ousados intelectualmente quanto Einstein.
    No inicio do século 20, ele escreveu vários artigos que revolucionaram nossa concepção do espaço, do tempo e da gravidade -- na teoria da relatividade (TR) --, da luz e suas propriedades e do comportamento da mataria ao nível atômico.
    Curiosamente, seu Prêmio Nobel de 1921 foi dado por suas idéias sobre as propriedades da luz e ano sobre a TR.
    Certas idéias demoram para ser aceitas.
    A TR tem duas partes, as chamadas teorias especial e geral. A teoria da relatividade especial (TRE), proposta em 1905, discute como observadores em movimento relativo com velocidade constante podem comparar os resultados de suas medidas físicas.
    A restrição a movimentos com velocidade constante incomodava Einstein. Afinal, a maioria dos movimentos na natureza são acelerados.
    Em 1907, ele teve uma inspiração que abriu as portas para sua nova teoria; é possível imitar os efeitos da gravitação com movimentos acelerados.
    Por exemplo, quando um elevador sobe -um movimento acelerado-, você  se sente mais "pesado". O mesmo efeito poderia ser obtido se fosse possível aumentar a massa da Terra (ou diminuir seu raio), aumentando seu campo gravitacional.
    Até então, a teoria da gravitação aceita era aquela proposta em 1687 por Newton.
    Em 1907, Einstein esboça suas idéias sobre uma teoria da relatividade geral (TRG) e sua relação com a gravitação, mas ainda sem muitos detalhes.
    Ele propõe que a gravitação poderia desviar raios de luz de suas trajetórias retilíneas, algo que já se especulava desde o inicio do século 19.
    Em 1911, ele retoma o projeto, mostrando como o desvio poderia ocorrer mesmo na teoria de Newton, após certas modificações.
    Como teste desse possível efeito, Einstein sugere medir a posição de estrelas "atras" do Sol durante um eclipse total (para ofuscar sua luz) e após o eclipse, quando o Sol ocupa outra posição.
    Caso a gravidade afetasse a luz, as posições das estrelas seriam deslocadas durante o eclipse, pois sua luz passaria perto do Sol.
    A primeira tentativa de observação desse efeito deu-se em Minas Gerais, em 1912, por astrônomos ingleses, franceses e brasileiros.
    A equipe brasileira era chefiada por Henrique Morize, diretor do Observatório Nacional. Infelizmente, as chuvas impediram a observação do eclipse.
    Outras tentativas em 1914 foram interrompidas pela 1ª Guerra Mundial, inclusive com a prisão da equipe alemã, na Crimaia, pelo exército russo.
    Einstein refinou sua teoria, mostrando, em 1915, que a gravitação pode ser interpretada como uma curvatura na geometria do espaço.
    Essa teoria previa um desvio da luz pela gravidade duas vezes maior que na teoria newtoniana. Toda a atenção é então dedicada ao eclipse total de 29 de maio de 1919, no Brasil e parte do Atlântico Sul.
    Esta coluna festeja o 80º aniversario dessa data.
   Duas equipes mediram o desvio da luz durante o eclipse de 1919; uma na ilha de Príncipe, no oeste da África, e outra em Sobral, no Ceará.
    As medidas em Príncipe, dirigidas pelo astrofísico britânico Arthur Eddington, sofreram com o mau tempo. Já as de Sobral, dirigidas pelo astrônomo britânico Charles Davidson, foram um sucesso.
    Após a analise dos resultados, ficou claro que as idéias de Einstein estavam corretas. A luz é mesmo desviada pela gravidade do Sol por um fator calculável por meio da TRG.
    A consagração de Einstein, como um dos grandes cientistas de todos os tempos, deve muito ao belo céu cearense.

Marcelo Gleiser é professor de física teórica do Dartmouth College, em Hanover (EUA), é autor do livro "A Dança do Universo". O artigo saiu na “Folha de SP” deste domingo

Fonte : Folha de SP, 29maio99

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6. PROFESSORES DE UNIVERSIDADES PAULISTAS CRITICAM PROJETO DO MEC
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     Educadores de várias Universidades paulistas criticaram o projeto do Ministério da Educação de criação de Institutos Superiores de Educação (ISE), que podem assumir o papel de formar, em nível superior, os professores do ensino fundamental.
    "Por que criar os institutos se existem Universidades equipadas e profissionais competentes nelas para preparar esses professores?", questionou a profa. Selma Garrido Pimenta, da Faculdade de Educação da USP.
     Esse foi um dos temas debatidos no Fórum Aberto: Pedagogia e Formação de Professores, realizado na PUC/SP.

Fonte : O Estado de SP, 29maio99

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7. DEZENOVE UNIVERSIDADES ADEREM AO EXAME NACIONAL DO ENSINO MÉDIO (ENEM)
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     Os resultados do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) serão usados como critério de seleção de candidatos para ingresso, no primeiro semestre do ano que vem, em 19 Universidades publicas e particulares do País, incluindo as USP, Unicamp e Unesp.
     O exame está marcado para 29 de agosto e as inscrições ocorrem de 7 a 18 de junho, nas agencias dos Correios, com taxa de R$ 20,00.
     A Universidade Estadual de Londrina também adotará o mesmo procedimento no vestibular de inverno do ano que vem. Mas o numero de instituições a incluir o Enem em seus processos seletivos para o ano 2000 pode crescer.
     Segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), órgão do MEC responsável pelo exame, há Universidades que ainda discutem a possibilidade de considerar os resultados da prova em seus concursos.
     Uma delas é a Universidade Federal do Paraná.
     "O Enem ajuda a democratizar o acesso ao ensino superior", disse ontem a presidente do Inep, Maria Helena Guimarães de Castro, ao lançar a campanha de divulgação do teste, que contará com inserções no radio e na TV e a distribuição de cartazes às 17 mil escolas de ensino médio, publicas e privadas, no país.
     O bom desempenho no exame pode garantir até 20% da nota na primeira fase do vestibular da USP e da Unicamp.
     "Quem não fizer o Enem vai ficar em desvantagem", observou.
     No ano passado, quando o teste foi lançado, apenas a PUC/RJ adotou a novidade em seu processo de seleção.
     Entusiasmada com a adesão de pelo menos 19 instituições este ano, a presidente do Inep espera atingir 500 mil estudantes, numero quase cinco vezes maior do que os 115 mil alunos que se submeteram ao teste em 98.
     Diferentemente do vestibular, que cobra o domínio de conteúdos muitas vezes distantes da realidade do aluno, o Enem avalia habilidades como a capacidade de resolver problemas do cotidiano e buscar informação.
     A prova é constituída por redação e 63 questões objetivas e será aplicada em 162 municípios, em todos os Estados.
     Mais do que selecionar candidatos ao ensino superior, no entanto, o exame mostra aos educadores do Pais o perfil desejado de um aluno ao concluir o ensino médio (antigo 2º grau).
     "Nos últimos 30 anos, o vestibular foi uma experiência bem-sucedida para definir os ingressantes no ensino superior, mas não refletiu na melhoria do ensino médio", observou Maria Helena.
     Em relação à taxa de inscrição de R$ 20,00, a presidente do Inep lembrou que os Estados podem bancar o custo e achar patrocinadores.
    Segundo ela, o MEC já subsidia parte da despesa, que ultrapassa R$ 26,00 por inscrito. O Enem é voluntário. Os candidatos receberão o resultado em novembro, pelo correio.

Fonte : O Estado de SP, 29maio99

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8. FINANCIAMENTO À PESQUISA NO NORDESTE
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     O Fundo de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico (Fundeci), do Banco do Nordeste (BN), que financia pesquisa, capacitação e a difusão tecnológica na região, em apoio a empreendimentos produtivos, aplicou em 1998 com recursos próprios R$ 2,7 milhões, em 146 projetos selecionados.
     No edital do Fundeci este ano foram recebidos 398 projetos de pesquisa, um total R$ 22 milhões, ora em processo de seleção. Está sendo esperada a confirmação da contrapartida de R$ 1,5 milhão da Finep, em convênio com o BN.
     A Finep aplicou R$ 1 milhão no Fundeci, desde janeiro de 1995, e acumula pendência de desembolso no convênio. A agência de fomento se comprometeu a aportar recursos de valor igual ao destinado pelo banco para projetos de pesquisa tecnológica no Nordeste.
     Ate o inicio dos anos 90, o Fundeci apoiava basicamente projetos de interesse da agropecuária regional, para adaptação de tecnologias ao semi-árido.
     Após o convênio de cooperação com a Finep, diversificou suas aplicações. Passou a atender o setor industrial, projetos de
biotecnologia, informação tecnológica, energia renovável, recursos hídricos, meio ambiente e incubadoras de empresas de base tecnológica.
    Os projetos são escolhidos através de editais para as entidades regionais de pesquisa. Os recursos do Fundeci tem sido originados do próprio Banco do Nordeste, com pequenos aportes de outras fontes.
     Até 1990, os recursos limitavam-se a 5% do resultado liquido anual do BN. A partir de 1991, o orçamento desvincula-se dos resultados financeiros do banco, e passa a ser definido por proposta da diretoria à
assembléia geral ordinária.
     O orçamento R$ 2,5 milhões deste ano é destinado ao apoio financeiro não-reembolsavel, para projetos de pesquisa e difusão de tecnologia no Nordeste.
     O fundo visa contribuir na promoção do desenvolvimento tecnológico regional, com apoio financeiro e incentivo ‘a formação de parcerias entre o setor produtivo e as instituições de pesquisa e desenvolvimento (P&D).
     Como prioridade, o Fundeci financia projetos que contemplem ação de desenvolvimento tecnológico, que considera de impacto econômico expressivo.
     São escolhidos projetos relacionados às cadeias produtivas de interesse dos pólos de desenvolvimento de produtos destinados ao mercado externo, em especial os que apresentam maior agregação de valor e se enquadrem nas prioridades dos estados.
     Os recursos se destinam a entidades publicas e privadas sem fins lucrativos que executam projetos de pesquisa e difusão tecnológica, e cobrem gastos com material de consumo; serviços de terceiros; material permanente e equipamento.
     A critério do banco, poderão ser financiados hospedagem, alimentação e transportes em projetos  de difusão ou capacitação tecnológica.
     Em 1998, foram assinados cerca de 150 convênios com instituições de pesquisa de toda a região.
     Os projetos de 1999, elaborados no modelo de carta-consulta estabelecido em edital, serão selecionados dentre os que forem encaminhados ao banco em função do Aviso Etene/Fundeci-01/98, lançado em outubro de 1998.

Fonte:  Caderno Ceará da "Gazeta Mercantil", 28maio99

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Secretaria Geral SBQ
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