Neste domingo (09/05) queremos saudar de forma especial a todas as mães químicas – PARABÉNS
Veja nesta edição:
1. Forum de secretários estaduais de C&T se
opõe a que os estados assumam encargos de investimentos no setor
que sempre forma da União
2. PADCT – em defesa da ciência nacional
3. Forum nacional de secretários de C&T envia
carta a Bresser Pereira. Trata da elaboração de nova política
nacional no setor, rejeitando transferência de encargos federais
para os estados
4. 10o. ENQA
5. Novidades no programa PROSSIGA/CNPQ
6. Presidente sanciona lei sobre educação
ambiental
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1. FORUM DE SECRETARIOS ESTADUAIS DE C&T SE OPOE A QUE OS ESTADOS
ASSUMAM
ENCARGOS DE INVESTIMENTOS NO SETOR QUE SEMPRE FORAM DA UNIAO
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O presidente do Forum Nacional de Secretarios estaduais
de C&T e secretário de C&T do Rio Grande do Sul, Adão
Villaverde, enviou, em 3 de maio, a seguinte carta às Sociedades
Científicas:
“Prezado Senhores(as):
O governo federal seguindo na sua política de reestruturação
do sistema de C&T no país pretende agora que os Estados passem
a assumir encargos de investimentos que até então, historicamente,
foram da União.
As conseqüências de tal medida são gravíssimas
e implicam, em alguns Estados onde os recursos são ainda menores
do que aqueles destinados ao Rio Grande do Sul, numa quase-liquidação
do sistema de C&T.
As medidas governamentais, por outro lado, implicam também
na fragmentação de todo o sistema e num acrescentamento de
dificuldades aos esforcos de formulação de uma política
nacional de C&T.
Em anexo, estamos enviando-lhe a carta assinada pelo Forum
Nacional dos Secretários de Estado para a C&T que foi enviada
ao sr. Ministro, Bresser Pereira, onde afirmamos nossa posição
contraria a tal política.
É preciso que organizemos amplo movimento da comunidade
científica e tecnológica, Universidades, professores, reitores,
institutos, centros de pesquisa, assim como do conjunto da sociedade, camaras
e assembléias parlamentares, organizações sindicais,
etc., a fim de resistirmos a tais iniciativas impedindo que elas se tornem
realidade. Contamos com a sua disposição cívica para
dar força a esta idéia.”
Nota do Editor: Veja carta ainda ainda nesta edição
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PADCT - EM DEFESA DA CIENCIA NACIONAL
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Texto de Edezio Teixeira de Carvalho, geologo, ex-diretor do Instituto
de Geociências da UFMG e membro do Grupo de Planejamento e Avaliação
do Subprograma Geociências e Tecnologia Mineral do PADCT/MCT
O PADCT parece agonizar.
O que tem a ver com isto o leitor deste prestigioso jornal?
E que o leitor e, como patrão do Governo federal, o único
patrocinador do Programa, e necessariamente seu beneficiário final.
O PADCT e o Programa de Apoio ao Desenvolvimento Científico
e Tecnológico do Ministério da C&T.
Nasceu na primeira metade da década
de 80, apoiando as áreas de Química e Engenharia Química,
Biotecnologia, Geociências e Tecnologia Mineral, Ciências do
Ambiente, Novos Materiais e Educação para a Ciência,
chamados subprogramas verticais, além de outros seis subprogramas
ditos horizontais, entre os quais Informação em Ciência
e
Tecnologia e Tecnologia Industrial Básica.
Os fundos de manutenção do Programa
vem de duas parcelas, sendo 50% do Tesouro Nacional (recursos orcamentários)
e 50% do Banco Mundial (empréstimo).
Os recursos dos subprogramas verticais sao distribuidos
mediante a realização de concorrencia anunciada por Edital,
a que podem habilitar-se universidades e orgãos de pesquisa, segundo
regras definidas por representantes da Comunidade Científica e Técnica,
indicados por seus pares no Brasil inteiro.
Para o julgamento das propostas encaminhadas em atendimento
a cada Edital, forma-se um Comitê Assessor (CA) de membros dessa
comunidade, não comprometidos com qualquer das propostas encaminhadas.
Desde 1984 (fase de teste) ate 98, o programa sofreu aperfeicoamentos
significativos em seus procedimentos, ganhando adesão e respeito
crescentes dos pesquisadores.
Entre alterações recentemente implantadas
nota-se a introdução de novas áreas, como Física
Aplicada, e a informatização de todos os procedimentos, conferindo-lhes
eficiência na tramitação e transparência muito
maior que anteriormente quanto ao julgamento, porque os interessados tomam
conhecimento dos Editais e enviam propostas via internet, além de,
pela mesma via, terem acesso aos critérios adotados no julgamento,
às notas que suas propostas receberam, aos pareceres emitidos por
consultores especializados e ao Parecer Final do CA.
Além de ganhar-se em rapidez e qualidade operacional
e credibilidade, economizou-se muito na administração.
Limitando-me à area de Geociências e Tecnologia
Mineral, participei do Programa desde as formulaçães iniciais
(na redação de textos básicos) e desde 90 como Membro
do Grupo Técnico (GT), por 2 anos, reconduzido ate 95; atualmente
sou Membro do Grupo de Planejamento e Avalição (GPA), que
na nova estrutura substituiu o GT.
Nessas condições, coordenei Comites Assessores
em 91, 95 e em 98. Em 91, cumprindo dever inerente ao de coordenador do
CA, propus revisão do Processo de elaboração e divulgação
de Editais e do Processo de julgamento, muito semelhante ao adotado a partir
de 97, que tanto contribuiu para a crescente credibilidade do Programa.
Assim, posso dar testemunho de que o PADCT alçou
a área de Geociências e Tecnologia Mineral de um nível
mais baixo que sofrível a padrões de qualidade da infra-estrutura
material e de pessoal que se igualam e localmente superam os de países
desenvolvidos.
A produção científica e tecnológica,
que e a resposta final, vem-se desenvolvendo francamente, aproximando-se
também deles, assim como, pela primeira vez em nossa história,
vem engendrando o PADCT uma forte interação universidade-empresa,
aumentando em muito as possibilidades de o país gerar as suas proprias
soluções.
Tem falhas o Programa, uma delas ter drenado recursos
do FNDCT (Fundo Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnologico),
em parte compensada por aparelhamento melhor, e desempenho, das FAP's (Fundações
estaduais de amparo à pesquisa). Todavia o direcionamento das pesquisas
com visão institucional modificou drasticamente o panorama dessas
instituições, com significativa dispersão geográfica
dos centros de excelência.
Penso que a principal falha e o financiamento compartilhado
com orgão internacional. O PADCT demonstrou cabalmente a capacidade
de alavancar a geração de ciência e tecnologia genuinamente
nacionais.
Não pode ficar ao sabor de necessidades prementes
de contenção de gastos, no caso inadiáveis, porque
destinados a libertar de fato o pais.
Espero que o ministro Bresser Pereira, que se tem notabilizado
por deixar um rastro de escombros à sua passagem por outros ministérios,
pense mil vezes antes de deitar a perder tão importante programa,
porque aqui não estão em causa razões discutíveis,
mas a soberania da Patria.
Fonte : JC E-mail 04maio99
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3. FORUM NACIONAL DE SECRETÁRIOS DE C&T ENVIA CARTA A BRESSER
PEREIRA.
TRATA DA ELABORAÇÃO DE NOVA POLÍTICA NACIONAL
NO SETOR REJEITANDO A
TRANSFERÊNCIA DE ENCARGOS FEDERAIS PARA OS ESTADOS
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Carta enviada ao ministro da C&T e presidente do CNPq, Bresser
Pereira, em 29 de abril, pelo Forum Nacional de Secretarios de C&T:
“Ao tempo em que cumprimenta Vossa Excelencia, o Forum
Nacional de Secretarios Estaduais para Assuntos de C&T solicita a sua
atenção, em nome de todos os secretários presentes
na reunião ordinária de 26 de abril de 1999, realizada em
Brasilia, para o que segue:
1) Os Secretários manifestam a sua satisfação
em saber que o Ministério da C&T pretende definir a nova politica
de C&T para o país.
Nesse sentido, o Forum se propõe a, junto com o
MCT, envidar todos os esforços, nos Estados, no sentido de construir
um politica nacional de C&T que tenha como centralidade essa articulação,
atraindo a participação de todos os atores relevantes.
2) Para sistematizar a participação dos
Secretários de C&T na construção da nova política,
o Forum decidiu criar 3 comissões operacionais, segundo as agendas
ja definidas pelo MCT para formular a nova política (e comunicadas
ao Forum pelo Secretário Executivo do Ministério):
a) Gestão de C&T,
b) Financiamento de C&T e
c) C&T para o Desenvolvimento Regional.
Decidiu-se tambem criar uma comissão especial para
acompanhar a renovação dos incentivos da Lei de Informática
(Lei 8248).
3) Em função da decisão anterior,
as comissões estão compostas conforme descrito abaixo, com
os seus respectivos coordenadores.
No momento oportuno, os coordenadores escolhidos no Forum
estarão procurando o Ministerio para obter mais informações
sobre o andamento dos trabalhos da formulação da política,
segundo as linhas e as agendas propostas pelo MCT, para que os Secretarios
possam coordenar ações conjuntas com esse objetivo.
As comissões são as seguintes:
Comissão de Gestão de C&T: MG (coordenadora:
Margareth S. Andrade, Secretária de C&T), SC, PE
Comissão de C&T para o Desenvolvimento Regional:
CE (coordenador: Ariosto Holanda, Secretario de C&T), AM, PA, PE, MT,
SC, PB, PI, MS, RO, AL
Comissão de Financiamento de C&T: RS (coordenador:
Adao Villaverde), PR, RO, RJ, SP, DF, CE, MS
Comissão da Lei de Informática de C&T:
SP (coordenador: Jose Anibal P. de Pontes), PR, RJ, PE, BA, DF
4) Durante a reunião, foram discutidas tambem as
ultimas propostas do MCT para que os Estados assumam encargos e responsabilidades
que, historicamente, sempre foram atribuições do Governo
Federal.
Essas propostas podem significar uma mudança que
não seja meramente conjuntural no Sistema Federal de C&T, podendo
atingi-lo em seu conjunto, com repercussões nos Sistemas Estaduais
a ele associados.
Os Secretários se referiram particularmente às
propostas materializadas na posição expressa pelo MCT relativamente
aos projetos já contratados com as agencias federais de fomento
para o ano de 99, conforme apresentado em reunião com as FAPs.
5) As medidas propostas podem implicar na fragmentação
do Sistema Federal de C&T, impedindo a viabilização do
desenvolvimento econômico, social e auto-sustentável do país.
Mais ainda, podem caracterizar um processo de mudança
estrutural que implicaria numa paulatina desobrigação do
Estado Nacional com a formulação e o financiamento das ações
relacionadas à Ciência e Tecnológia no país.
6) Além da fragmentação, também
caberia ser destacado, que a adoção da política de
repasses para os estados, acarretaria uma sobrecarga às instituições
de fomento regionais (FAP’s) na medida em que elas passam a arcar com investimentos
tradicionalmente demandados ao Governo Federal.
7) Neste contexto, o Forum de Secretários de C&T
posiciona-se contrário aos repasses de encargos e responsabilidades,
entendendo que os estados não tem condições de suportar
tais condições, bem como entende ser importante que o Governo
Federal cumpra os compromissos já assumidos.
Ao mesmo tempo, o Forum ira se dirigir a toda a comunidade
científica e tecnológica dos estados propondo que a mesma
inicie, de forma urgente, em cada região, um amplo debate sobre
a política proposta.
Entende ser necessário que o conjunto da sociedade
brasileira participe desse processo a fim de que seja retomado, de forma
ampla e democrática, o debate sobre a necessidade objetiva de uma
política nacional de C&T.
8) Por fim, à necessário um amplo esforço
no sentido de mostrar e pressionar a área econômica do Governo
Federal, visando viabilizar de forma efetiva alocação de
mais recursos financeiros às agências de fomento do Ministerio
de Ciência e Tecnologia.”
Fonte : Fórum dos Secretários de C&T
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4. 10o. ENQA
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Solicito que seja divulgado no boletim eletrônico
da SBQ que a homepage do 10° ENQA - Encontro Nacional de Química
Analítica - pode ser acessada no seguinte endereço:
http://www.ufsm.br/quimica/enqa
Todas as informações possíveis e necessárias
estão lá disponíveis.
Prof. Ayrton - Coord. do 10° ENQA
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5. NOVIDADES NO PROGRAMA PROSSIGA/CNPQ
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Veja as novidades introduzidas no Prossiga (<www.prossiga.cnpq.br>):
- boletim eletrônico (Conexão C&T), interativo, para
o leitor comentar as noticias la divulgadas por outros pesquisadores e
enviar as suas (<www.prossiga.br/conexao>).
- novo site (Instituições de C&T) com 5.000
instituições de ensino e pesquisa com seus endereços
postais e eletrônicos atualizados, para sua consulta. (<www.cnpq.br/prossiga/sim>).
- site da Produção Científica (<www.cnpq.br/prossiga/pcientifica>)
já com 800.000 trabalhos científicos de 24.000 pesquisadores
brasileiros.
- novas Bibliotecas Virtuais ja lancadas: Gilberto Freyre
(em parceria com a Fundação Gilberto Freyre), Leite Lopes
(em parceria com a CBPF) e a Biblioteca Virtual sobre Bibliotecas Virtuais.
E brevemente: Carlos Chagas e Oswaldo Cruz (em parceria com a Fiocruz),
Meio Ambiente (em parceria com a USP). As BVs estão no <www.prossiga.br/rei.html>
O Prossiga/CNPq pede aos visitantes que registrem suas
impressoes no Livro de Visitas, que pode ajudar a melhorar ainda mais os
programas.
Informações de Yone Chastinet, coordenadora
do Prossiga.
Fonte: Prossiga, CNPq
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6. PRESIDENTE SANCIONA LEI SOBRE EDUCAÇÃO AMBIENTAL
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O presidente FHC sancionou no dia 27/04, a lei sobre educação
ambiental, que institui a Politica Nacional de Educação Ambiental.
A lei define os princípios básicos da educação
ambiental como "o enfoque humanista, holístico, democrático
e participativo", "a vinculação entre a etica, a educação,
o trabalho e as praticas sociais" e "o reconhecimento e o respeito ‘a pluralidade
e ‘a diversidade individual e cultural".
A lei apresenta tambem os objetivos da educação
ambiental, como o desenvolvimento de uma compreensão integrada do
meio ambiente, envolvendo aspectos ecologicos, psicologicos, legais, políticos,
sociais, econômicos, científicos, culturais e eticos.
A educação ambiental não será
disciplina específica nos curriculos escolares.
Fora das instituições de ensino, deve sensibilizar
a sociedade sobre as questoes ambientais e incentivar a participação
dos cidadaos na defesa da qualidade do meio ambiente.
A nova lei deverá ser regulamentada pelo poder
Executivo em um prazo de trinta dias.
Fonte : Agencia Brasil, 27abril99
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Secretaria Geral SBQ