Veja nesta edição:
1. A tecnologia e a retomada do desenvolvimento, seminário
na FAPESP em homenagem aos 100 anos do Instituto de Pesquisas Tecnológicas
(IPT)
2. XIX ENEQUI
3. Concurso público do Departamento de Química
-UFJF
4. FALECEU Glenn Seaborg (1912-1999)
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1. "A TECNOLOGIA E A RETOMADA DO DESENVOLVIMENTO", SEMINÁRIO
NA FAPESP, EM
HOMENAGEM AOS 100 ANOS DO INSTITUTO DE PESQUISAS
TECNOLOGICAS (IPT)
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Realizou-se no dia 15 no Auditório da FAPESP o
Seminário "A Tecnologia e a Retomada do Desenvolvimento.
Evento promovido pela FAPESP, Instituto de Estudos Avançados
(IEA-USP) e Academia de Ciências do Estado de SP, com a participação
de técnicos ligados ao IPT.
A idéia do Seminário foi a discussão
de idéias destinadas a modernizar sua atuação, em
favor do desenvolvimento tecnológico e industrial de SP. A FAPESP
homenageou dois pesquisadores já falecidos do IPT, Adriano Marchini
e João Luiz Meiller, responsáveis pela inclusão, na
Constituição Estadual de 47, do artigo que previu a montagem
da Fundação e tornou possível sua operação
a partir de 62.
O primeiro passo para criação do IPT foi
dado em 1906, quando Alfredo Pujol foi à Europa conhecer uma ciência
nova, a metalografia, hoje praticada corriqueiramente em linhas de produção.
Com os primeiros trabalhos desse engenheiro, surgiu, nos
anos seguintes, o Gabinete de Resistência dos Materiais, depto. da
Escola Politécnica da USP responsável pela coordenação
de projetos de pesquisa em engenharia.
A partir dai, o IPT foi pioneiro e acompanhou o crescimento
da área de mecânica dos solos, realizando ensaios para a construção
das usinas hidrelétricas de Tucuruí e Itaipú, e hoje
patrocina, entre muitos outros, estudos em Geologia para contenção
e prevenção de deslizamentos de encostas.
O IPT atua também na área de Siderurgia,
em pesquisa de tecnologia para transformar materiais em plasma - estado
da matéria em que a estrutura molecular é desarticulada.
Os resultados desse estudo, realizado em cooperação
com o Instituto de Física da USP, permitirão a queima de
substancias sem poluição e até a fundição
de aços.
Em outro projeto, em parceria com a Copersucar, o Instituto
trabalha no desenvolvimento de um plástico derivado da cana-de-açúcar
que se degrada depois de seis meses de contato com o solo.
Fonte : IPT
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2. XIX ENEQUI
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A comissão organizadora do XIX Encontro Nacional
dos Estudantes de Química - ENEQUI/2000, vem comunicar que começaram
os preparativos para a realização do último ENEQUI
do milênio.
O tema Central - A Química e a Biodiversidade no
Desenvolvimento Sustentável. 30/01 a 05/02 do ano 2000.
A SBQ jovem esta trabalhando junto na brilhante realização
deste evento, além de estarem presentes na 22 RA da SBQ.
A Comissão Org.
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3. CONCURSO PÚBLICO NO DEPARTAMENTO DE QUÍMICA- UFJF
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Estarão abertas as inscrições para os concursos
públicos de provas e títulos destinados ao provimento do
cargo de Professor Adjunto no Departamento de Química da UFJF. Os
concursos destinam-se a suprir vagas nas áreas de Química
Analítica (uma vaga) e físico-química (uma vaga).
O período para inscrição de 26 de abril a 07 de maio
de 1999.
Este edital foi publicado no Diário Oficial da União
no dia 29 de maro p.p.
Maiores informações sobre programas das provas estão
disponíveis no endereço na Internet: http://www.ufjf.br/geral/concursos
(edital 030/99).
Prof. Luiz Fernando Cappa de Oliveira
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4. FALECEU GLENN SEABORG (1912-1999)
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Glenn T. Seaborg foi um dos cientistas que mais contribuiu
para rescrever a tabela periódica dos elementos e o único
a ser homenageado em vida com o nome de um elemento químico. Seaborg
faleceu em 25 de fevereiro p.p., aos 86 anos de idade, de complicações
de um derrame que sofreu durante a reunião semestral da ACS - Sociedade
Americana de Química
realizada em agosto p.p., em Boston.
Apesar de ter nascido no estado de Michigan, aos 10 anos
de idade Seaborg mudou-se para Los Angeles. Ai, ao cursar Química
no 2 ano do ensino médio, foi imediatamente atraído para
uma carreira em ciências exatas: Por que alguém não
me falou disso antes? ele escreveu.
Dai em diante, eu já sabia o que queria. Eu senti
que queria tornar-me um cientista e direcionei todos os meus esforços
neste sentido. Seaborg fez a graduação na Universidade da
Califórnia em Los Angeles (UCLA), onde, embora ele adorasse Física
acima de tudo, ele estudou Química porque os químicos conseguiam
arranjar emprego. Ele comparava a sua pós-graduação
na Universidade da Califórnia em Berkeley (UCB) a uma peregrinação
a Meca, tendo obtido seu título de Ph. D. em 1937.
Após dar aulas em Berkeley por alguns anos, Seaborg
se afastou para chefiar a seção que trabalhava com os elementos
transurânicos dentro do Projeto Manhattan (responsável pelo
desenvolvimento da bomba atômica durante a 2a. Guerra Mundial). Mais
tarde ele retornou a Berkeley para dirigir trabalhos de pesquisa em Química
Nuclear no Laboratório de
Radiação da Universidade da Califórnia, agora
denominado de Laboratório Nacional Lawrence em Berkeley (LBNL).
Descobridor de muitos elementos transurânicos, ele atrasou o anuncio
da descoberta do plutonio (1940-41), ao dar-se conta que ele poderia ser
adequado para a construção de uma bomba atômica.
Seu trabalho no projeto Manhattan fazia parte de uma corrida
de doido para vencer os alemães na produção de tal
arma. Acabou engendrando uma técnica automática para isolar
plutonio. O trabalho era exaustivo e num dado momento, Seaborg escreveu,
uma prateleira despencou e quebrou um frasco, sendo que um quarto do estoque
de plutonio do mundo ensopou um exemplar do jornal Sunday Tribune. Em 1945,
Seaborg fez parte do Comitê Franck, que recomendou que a bomba atômica
recentemente desenvolvida fosse demonstrada sobre uma ilha ou no deserto
para observadores das Nações
Unidas. O comitê esperava que o poder devastador da arma fizesse
com que o Japão capitulasse, o que poderia ter poupado muitas vidas.
As pesquisas de Seaborg sobre os elementos transurânicos culminaram
com o recebimento do Prêmio Nobel de Química de 1951, juntamente
com o físico da UCB Edwin M. McMillan (1907-1991). Este e Philip
H. Abelson, em 1940, foram os primeiros a provar a existência de
um elemento transurânico, por eles denominado de netunio. Quando
McMillan teve que se afastar para contribuir com o esforço de guerra,
Seaborg recebeu permissão dele para continuar com a pesquisa. Com
o pós-graduado Arthur C. Wahl e outros colaboradores, conseguiu
isolar e identificar o plutonio e outros quatro elementos. Após
ganhar o Prêmio Nobel, ele ainda esteve envolvido na descoberta de
mais cinco elementos.
Nos anos seguintes, Seaborg se envolveu na direção/assessoramento
de diversos órgãos americanos. Após ter sido reitor
da UCB de 1958 a 1961, foi presidente por dez anos da Comissão de
Energia Atômica dos Estados Unidos. Um de seus maiores orgulhos era
ter contribuído para que o número de usinas nucleares civis
passasse de dois para mais de 70.
Ele também defendia o banimento de testes de armas
nucleares. Seaborg sempre que possível se envolveu nas atividades
de sociedades cientificas. Foi presidente da AAAS - Associação
Americana para o Progresso da Ciência em 1972 e da ACS em 1976. Recebeu
diversas medalhas e honrarias, entre elas, em 1979, a Medalha Priestley,
a maior homenagem prestada pela ACS a cientistas. Recentemente, quando
a revista Chemical &Engineering News comemorou seus 75 anos, ele foi
votado pelos leitores da revista como um dos Top 75 Distinguished Contributors
to the Chemical Enterprise. O
recebimento da medalha por esta honra durante a reunião da ACS
em Boston em agosto p. p. foi uma das suas últimas aparições
em público.
Ele se deliciava pelo fato de, em 1997, o elemento 106
ter sido denominado seaborgio em sua honra. Ele dizia Daqui a mil anos
ele ainda será seaborgio, quando muito provavelmente ter-se-a que
procurar em livros obscuros para encontrar qualquer referencia ao que eu
fiz.
Segundo Darleane C. Hoffman, professora de Química
da UCB que continua trabalhando em Química Nuclear e ganhadora da
Medalha Priestley a ser entregue em 2000, Seaborg considerava isso uma
honra maior ainda que o
Prêmio Nobel.
Um mês antes da morte de Seaborg, a revista Science
publicou nota sobre a provável descoberta do elemento 114, por cientistas
americanos e russos, nos laboratórios de Dubna, na Rússia.
Seaborg descreveu suas pesquisas e descobertas em interessantes
artigos publicados no Journal of Chemical Education. Entre eles se destacam:
- Nuclear fission and transuranium elements: 50 years ago. J. Chem.
Educ. 66 (1989) 379.
- Nuclear synthesis and identification of new elements. J. Chem. Educ.
62 (1985) 392.
- The transuranium elements. J. Chem. Educ. 62 (1985) 463.
- Prospects for further considerable extension of the periodic table.
J. Chem. Educ. 46 (1969) 626.
- Some recollections of early nuclear age chemistry. J. Chem. Educ.
45 (1968).
Cabe destacar ainda, um artigo de Seaborg: The research style of Gilbert
N. Lewis: Acids and bases. J. Chem. Educ. 61 (1984) 93.
Finalmente, para uma história dos elementos transurânicos,
leia:
M. Tolentino & R. C. Rocha-Filho. "A nucleo-sntese dos metais transurnicos".
Quim. Nova, 18(4): 384-395 (1995).
[Esta nota está baseada no artigo A legend has left us, de Sophie L. Wilkinson, no Chemical & Engineering News de 08/03/99, vol. 77, n. 10, pp. 29-31]
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Secretaria Geral SBQ
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