Veja nesta edição:
1. Diretor científico da FAPESP visita São
Carlos
2. eítio do CCN na internet
3. Assessoria de imprensa da SBPC faz sumula do encontro com o ministro
Bresser
4. CAPES corta bolsas "sanduíche" e viagens de cientistas ao
exterior
5. Ciência e tecnologia suspende projetos de incentivo a pesquisa
para garantir pagamento de bolsas de estudo
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1. DIRETOR CIENTÍFICO DA FAPESP VISITA SÃO CARLOS
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Na última sexta-feira (12/03/99) esteve visitando
São Carlos, o diretor científico da FAPESP, Prof. José
Fernando Perez. Pela manhã ele proferiu uma palestra na Universidade
Federal de São Carlos.
Em sua palestra o Prof. Perez enfatizou vários
dos programas que a FAPESP mantém no momento, CENTROS DE PESQUISA,
INOVAÇÃO E DIFUSÃO, PESQUISAS EM POLÍTICAS
PÚBLICAS, ENSINO PÚBLICO, PRÓ-CIÊNCIAS e outros.
Indagado sobre a possibilidade de existência de
um INFRA 5, o Prof. Perez respondeu que não esta previsto pelo menos
para o ano de 1999. Sobre o FAP Livros, ele informou que a FAPESP já
esta preparando uma nova chamada para este ano. Ele informou ainda que
algumas modificações no procedimento de compras serão
implementadas, visando uma melhor agilização e utilização
dos recursos.
O Prof. Perez participou, ainda em São Carlos,
do 23o Simpósio da Academia de Ciências do Estado de
São Paulo. Em entrevista a um jornal da cidade, respondendo a pergunta
"há uma tendência do Estado passar a investir menos em ciência
e tecnologia e deixar este papel para as empresas", ele disse: "As empresas
tem que aumentar seus investimentos, mas o papel do Estado não deve
ser esvaziado. Nos países desenvolvidos, cerca de 30% de investimento
em pesquisas é feito pelo Estado, sendo que os outros 70% são
realizados pelas empresas.
O que ocorre é que as empresas investem em pesquisas
dentro de si mesmas enquanto que o Estado investe majoritariamente em pesquisas
feitas em ambientes acadêmicos, em institutos de pesquisas e até
mesmo em pequenas empresas".
O Prof. Perez respondeu ainda a várias outras perguntas,
inclusive sobre o orçamento da FAPESP. Ele disse que o Estado tem
cumprido de forma rigorosa a constituição, fazendo o repasse
mensal de 1% de sua receita tributaria a FAPESP.
Veja mais informações sobre a FAPESP no
seguinte endereço da internet:
http://www.fapesp.br
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2. SÍTIO CCN NA INTERNET
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Nestes tempos de cortes nos periódicos, talvez
seja bom divulgar o site do ccn, que é o catalogo nacional de todos
os periódicos assinados por bibliotecas de universidades e institutos
de pesquisa no pais. Através dele é possível localizar
em quais bibliotecas se encontra um determinado periódico bem como
o e-mail da mesma. Já testei e funcionou bem.
http://www.ct.ibict.br:82/ccn/owa/ccn
consulta
Osvaldo A. Serra
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3 ASSESSORIA DE IMPRENSA DA SBPC FAZ SUMULA DO ENCONTRO COM O MINISTRO
BRESSER
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O ministro da C&T e presidente do CNPq, Bresser Pereira,
reafirmou suas últimas posições públicas sobre
a reformulação do ministério, durante reunião
com o sociedades científicas associadas à SBPC, na sexta-feira,
em SP.
Mesmo considerando a possibilidade de a qualquer momento
transferir a presidência do CNPq "para algum cientista de renomada
competência", Bresser assegurou que se hoje ele acumula esse cargo
com a de ministro, é "simplesmente para reduzir os conflitos existentes
entre aquela pasta e o CNPq.
De acordo com o ministro, o recente estatuto do CNPq não
impede a nomeação de um novo presidente.
No inicio do encontro, alem de pedir que o ministro apresentasse
suas metas e a visão que tem sobre o desenvolvimento tecnológico
inovador para o MCT, o presidente da SBPC, Sérgio Ferreira, questionou,
"por uma questão de autonomia", a presença do ministro na
presidência do CNPq.
Ele afirmou que Bresser Pereira não deveria presidir
aquele órgão justamente porque ele estaria envolvido com
as pressões políticas inerentes ao seu cargo de ministro,
podendo traze-las para dentro do CNPq.
O ministro garantiu que não correria esse risco,
e que saberia distinguir bem o seu papel.
Outra reivindicação das sociedades, expressa
nas palavras tanto de Sérgio Ferreira quanto do professor Jacob
Palis Junior, é que as sociedades científicas desejam participar
do Conselho de Diretor da Finep e não apenas de um Conselho Consultivo.
Eles afirmaram, também, que a Finep deveria ser
aberta aos cientistas.
O ministro, como havia lhe recomendado o presidente FHC
antes do encontro, teve os ouvidos atentos; não respondeu, não
prometeu absolutamente nada.
Manifestando preocupações com eventuais
transformações do CNPq, Sérgio Ferreira, como porta
voz dos demais representantes das sociedades científicas, ressaltou
que aquele é o nosso órgão básico de fomento
a ciência, e que assim deveria permanecer.
Mas admitiu que compreendia que o CNPq pudesse ter um
setor com pesquisa de desenvolvimento tecnológico, fundamentalmente
associado com a pesquisa básica de ponta e com formação
de pessoal.
Sérgio Ferreira disse, entretanto, que o financiamento
do desenvolvimento do CNPq não deveria ser misturado com o financiamento
do desenvolvimento tecnológico.
Sobre o FNDCT, o cientista afirmou que ele deveria continuar
com a sua característica básica, que é o de dar o
apoio ao desenvolvimento institucional.
Os 29 presidentes e representantes das sociedades científicas
que participaram do encontro, que muitas perguntas fizeram ao ministro,
se mostraram satisfeitos com os "ouvidos atentos" de Bresser Pereira, que
disse estar em um processo de aprendizado, desde que assumiu o ministério
há dois meses.
O ministro agradou por um bom motivo: ele afirmou que
não está fazendo uma reforma no MCT, mas sim apenas uma reorganização.
Disse que vai fazer tudo com muito zelo, sem violência,
discutindo amplamente todas as questões que lhe forem postas à
mesa.
Bresser afirmou que não deseja reinventar a roda,
descobrir novamente a América, pois as políticas que vem
sendo implantadas para a área desde 55, dentro de um processo permanente
de renovação e discussão, são bem-sucedidas.
Por fim, o ministro fez uma declaração que
ele não considera tão vital assim para discussão.
Mesmo afirmando que quantificar não é a
grande questão, Bresser Pereira revelou que tem como meta ampliar
os atuais investimentos em C&T do ministério, passando dos atuais
1,3% do PIB para algo em torno de 2%.
Fonte : Ari Gomes, Assessor de Imprensa da SBPC, publicado no JC-Email
de
6mar99
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4. CAPES CORTA BOLSAS 'SANDUÍCHE' E VIAGENS DE CIENTISTAS AO
EXTERIOR
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A Capes, órgão de financiamento da pós-graduação
ligado ao MEC, suspendeu a concessão de bolsas de doutorado e pós-doutorado
no exterior.
Os cortes também atingiram a liberação
de recursos para que pesquisadores brasileiros participem de eventos científicos
em outros países.
A contenção de gastos foi causada pela alta
do dólar, que elevou as despesas do governo com estudantes fora
do Brasil.
De acordo com o diretor de Programas da Capes, Luiz Valcov
Loureiro, o objetivo da suspensão é garantir o pagamento
das bolsas concedidas a 1.537 estudantes brasileiros no exterior.
Em 98, o governo investiu R$ 42 milhões nesse tipo
de beneficio, mesmo valor previsto para 99. "Mas a desvalorização
do real quase dobrou nossas despesas com esses alunos", justifica Loureiro.
No caso do doutorado, a suspensão atinge apenas
as bolsas da modalidade chamada sanduíche, em que a maior parte
do curso é feita no pais e o restante, por um período de
até 18 meses, no exterior.
Em 98, foram concedidas cerca de 250 bolsas dessa modalidade,
no valor mensal de US$ 1.100,00.
Loureiro argumenta que tanto os cursos de "doutorado-sanduíche"
quanto os de pós-doutorado não estão presos a um calendário,
de modo que podem começar em qualquer mês do ano.
"São eventos reprogramáveis, que estão
sendo apenas atrasados", afirma.
"No contexto de um doutorado, dois ou três meses
de espera não tem impacto mortal."
Em relação ao doutorado pleno, cuja liberação
de bolsas ocorre no segundo semestre, o diretor não espera cortes.
Por conta da desvalorização do real, foi
suspensa a aquisição de passagens áreas para que pesquisadores
participem de eventos.
Cerca de 800 cientistas costumam viajar ao exterior por
ano.
As assinaturas de periódicos internacionais correm
o risco de ser suspensas.
Fonte : O Estado de SP, 06mar99
Nota do Editor: No Boletim no. 75 noticiamos a realização de cortes de novas bolsas pela CAPES. Como podemos ver a medida é mais abrangente atingindo também os doutoramentos sanduíche e as viagens para participar de congressos, isto sem contarmos, a não menos infeliz medida dos cortes dos periódicos.
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5. CIÊNCIA E TECNOLOGIA SUSPENDE PROJETOS DE INCENTIVO A PESQUISA
PARA GARANTIR PAGAMENTO DE BOLSAS DE ESTUDO
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Para garantir o pagamento de bolsas de estudo, o
Ministério da Ciência e Tecnologia teve de cortar dois programas
considerados prioritários, o PADCT e o Pronex. O anuncio foi
feito ontem pelo ministro da Ciência e Tecnologia, Luiz Carlos Bresser
Pereira, em entrevista a Folha.
O PADCT (Programa de Apoio ao Desenvolvimento de Científico
e Tecnológico) existe desde 1985. É uma parceria entre o
Bird (Banco Mundial) e o governo brasileiro para induzir o desenvolvimento
de pesquisas por meio de parcerias entre universidades, núcleos
de trabalho e laboratórios.
Desde que foi criado, já passou por duas fases
e consumiu US$ 500 milhões em 270 projetos. A terceira fase, em
vigor desde 1998, deve consumir outros US$ 600 milhões. O programa
foi suspenso porque, para que o Bird libere sua parte do financiamento,
o governo brasileiro teria de arcar com uma contrapartida -Bird e governo
teriam de entrar com US$ 155
milhões cada na primeira parcela de US$ 310 milhões.
"O momento não esta fácil. Dinheiro do Bird
é dinheiro nosso porque precisa de contrapartida. Eu não
achei nenhuma formula magica, mas vou tentar conseguir recursos adicionais",
diz Bresser.
Os projetos em andamento serão mantidos, mas não
será publicado nenhum edital este ano para financiar novas pesquisas.
O outro programa cortado, o Pronex, financia pesquisas realizadas por núcleos
de excelência. De 1997 a 2001, estava previsto o financiamento de
162 projetos que consumiriam R$ 156 milhões.
Ao todo, o Ministério da Ciência e Tecnologia
terá de cortar entre 10% e 12% do orçamento previsto para
99, R$ 1,05 milhão. Em compensação ao corte da verba
para financiamento de pesquisas, foi anunciado anteontem que o CNPq
(Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico)
vai gastar R$ 404 milhões com bolsas de estudo em 99 o mesmo valor
aplicado no ano passado. O CNPq é a maior agencia de fomento a pesquisa
no país e é ligado ao Ministério da Ciência
e Tecnologia.
Resultados
Dois produtos financiados pelo PADCT são uma
indicação de sua importância para o desenvolvimento
tecnológico no Brasil.
Um deles é a insulina humana, já em comercialização
no mercado, que beneficia pessoas diabéticas que não conseguem
produzir naturalmente a insulina em quantidade suficiente para metabolizar
os açucares. Assim, alguns diabéticos tem de receber injeções
diárias de insulina para compensar a deficiência da produção
natural.
Outro produto é o plástico biodegradável,
resultado de uma parceria entre o IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas
do Estado de São Paulo) e a Copersucar. Por ser biodegradável
(pode ser decomposto por microorganismos), reduz a poluição
ambiental.
Parcerias e rede
Apesar do contexto difícil, o ministro Bresser
acredita que as contas do ministério poderão se reequilibrar.
"Vamos ter recursos adicionais do setor de petróleo e do de telecomunicações."
As parcerias entre empresas e laboratórios -prática que já
existe no Brasil e que o ministério pretende incentivar mais- também
pode trazer recursos adicionais para o setor,
principalmente para o desenvolvimento de produtos e tecnologias que
atendam as necessidades da sociedade. "Conforme o investimento aumentar,
é importante que as redes entre empresas e laboratórios também
aumentem para que se trabalhe, cada vez mais, em função da
demanda."
Fonte: Folha de São Paulo, 06mar99
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