Veja nesta edição:
1. Manifestação do Prof. Wilson Jardim sobre o artigo
"Falsos dilemas no financiamento de C&T"
2. Concurso para professor substituto na UFJF
3. Primeiro congresso sul-brasileiro de plantas medicinais
4. Nova revista cientifica (ENTROPY)
5. II Curso-Taller sobre catalisis computacional
6. CNPq, MCT, o medico e o monstro, artigo de Rogério Cezar
Cerqueira Leite
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1. MANIFESTAÇÃO DO PROF. WILSON JARDIM SOBRE O ARTIGO
"FALSOS DILEMAS NO FINANCIAMENTO DA C&T"
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Prezados colegas:
Considero bastante oportuno e elucidativo o artigo do
Prof. Romeu, onde se aborda a questão da existência e da importância
da FAPESP no cenário nacional. Gostaria de acrescentar dois pontos
que merecem um retoque adicional:
a-) Nestes dois últimos anos temos vivenciado um
aumento expressivo no número de alunos de outros estados que estão
se engajando nos programas de pós-graduação das universidades
publicas do estado de São Paulo. Quando entrevistados sobre a escolha
desta ou daquela instituição paulista, a resposta é
quase sempre unanime:(a) pela excelência, e (b) porque em São
Paulo temos maiores possibilidades de bolsa. Assim, a FAPESP tem paulatinamente
tomado para si a responsabilidade da manutenção de
alunos que outrora estavam sob a tutela da esfera federal através
do CNPq e
CAPES. Neste quadro, seria então ridículo ver a comunidade
paulistadefendendo a concessão de bolsas apenas para alunos paulistas.
Estas bolsas sempre foram (e tenho a certeza que sempre serão) outorgadas
pelo mérito cientifico, e não pelo bairrismo geográfico
que começa a se mostrar cada vez mais forte na nossa comunidade,
muito provavelmente catalisado
pela realidade econômica adversa, a qual tem como característica
o agravamento das posições radicais.
b-) Grande parte da comunidade cientifica dos outros estados
da nossa federação desconhece o esforço que a comunidade
cientifica paulista despende junto aos diversos setores na esfera política,
a cada votação do orçamento na Assembléia Legislativa,
para a manutenção não apenas do orçamento mas
também dos objetivos da FAPESP. OU seja, a existência da
FAPESP não é um presente caridoso dos nossos governadores,
nem um rasgo de genialidade cientifica dos deputados paulistas, mas sim
o fruto da luta constante de uma comunidade que ficou madura o bastante
para saber esquecer suas diferenças internas para lutar unida contra
um inimigo comum. Assim sendo, enquanto a comunidade científica
do nosso país permanecer isolada em suas salas, envoltos num mundo
que não ultrapassa os limites da universidade, se lamentando a cada
dia por não terem uma FAPESP em seus estados, as FAP não
existirão, ou serão extintas, ou existirão e não
terão seus repasses garantidos. É o preço que se paga
pelo não aglutinamento da comunidade cientifica em torno de um ideal
comum.
Atenciosamente
Prof. Wilson de Figueiredo Jardim
Instituto de Química - UNICAMP
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2. CONCURSO PARA PROFESSOR SUBSTITUTO
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Estarão abertas as inscrições para
preenchimento de 01 (uma) vaga de professor substituto junto ao Departamento
de Química do Instituto de Ciências Exatas da Universidade
Federal de Juiz de Fora, no período de 15 a 19 de marco de 1999,
para o conjunto de disciplinas Química Analítica II (Analise
Quantitativa) e Química Analítica III (Analise Instrumental).
O processo de seleção será efetuado
no dia 23 de marco de 1999, as 9 horas, nas dependências do Departamento
de Química da UFJF.
A titulação mínima requerida será
de mestre na área de Química Analítica ou áreas
afins. No ato da inscrição o candidato deverá apresentar
3 copias do currículo, preencher formulário próprio
na secretaria do ICE, e uma declaração de que nos dois últimos
anos não trabalhou em nenhuma Instituição Federal
de Ensino. O contrato será de um ano, prorrogável por mais
um ano.
Maiores informações poderão ser obtidas
com:
Prof. Luiz Fernando Cappa de Oliveira
Depto. Química - ICE - UFJF
Campus Universitário - Martelos - Juiz de Fora - MG
tel: (032) 229-3310
fax: (032) 229-3314
e-mail: pimenta@quimica.ufjf.br
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3. PRIMEIRO CONGRESSO SUL-BRASILEIRO DE PLANTAS MEDICINAIS
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Será promovido de 5 a 9 de outubro pelos
Departamentos de Química, Farmácia e Agronomia, da Universidade
Estadual de Maringá (UEM), junto com a Emater, Prefeitura de Maringá
e Associação de Agrônomos.
O encontro visa integrar os profissionais que estudam
e trabalham com plantas medicinais, alem da comunidade em geral.
Os organizadores também querem resgatar e valorizar
o conhecimento popular, promover reciclagem de conhecimento teóricos
e práticos, trocar informações e aproximar Universidade,
setor produtivo e a comunidade.
A UEM tem pesquisas na área de plantas medicinais
desde 1976.
Atualmente tem um horto de plantas medicinais (que leva
o nome da professora Irenice Silva) e pesquisas que envolvem vários
departamentos.
Segundo a Organização Mundial da Saúde
pelo menos 80% da população dos países em desenvolvimento
dependem da "medicina tradicional" para a solução de problemas
de saúde.
E 85% deste total utiliza plantas medicinais no tratamento
das mais diversas doenças.
Isto significa, segundo o órgão da ONU,
que cerca de 4 bilhões de pessoas, ao redor do mundo, dependem de
remédios à base de plantas medicinais.
No Brasil, calcula-se que 60% da população
recorra à plantas.
E, enquanto é considerado o celeiro medicinal do
mundo, o país chega a gastar 3 bilhões de reais por ano na
importação de matérias primas para medicamentos sintéticos.
Fonte: DQ, UEM
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4. NOVA REVISTA CIENTÍFICA (ENTROPY)
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Subject: CCL:ENTROPY (http://mdpi.org/entropy/) calling
for papers
I kindly invite you to contribute any related papers for consideration
and publication in ENTROPY, an International and Interdisciplinary Journal
of Entropy and Information Studies (ISSN 1099-4300) at the http://www.mdpi.org/entropy/
website. The first issue will be published in March, 1999. It has a very
strong scientific editorial board.
Sincerely,
Shu-Kun Lin, The Editor
--------
Dr. Shu-Kun Lin
MDPI, Saengergasse 25, CH-4054 Basel, Switzerland
Tel. +41 79 322 3379, Fax +41 61 302 8918
E-mail: lin@mdpi.org URL: http://mdpi.org/lin/
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5. II CURSO-TALLER SOBRE CATALISIS COMPUTACIONAL
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CIRCULAR
II CURSO-TALLER SOBRE CATALISIS COMPUTACIONAL
Mayo 3-6, 1999
Rio de Janeiro, Brasil
La Red Tematica V.B sobre Catalisis Computacional, del
Subprograma V, Catalisis y Adsorbentes, invita a la participacion en el
presente curso-taller, el cual se realizara durante el 3 al 5 de Mayo de
1999, en el Anfiteatro da Decania del Centro de Ciências Matematicas
e da Natureza CCMN), Universidade Federal do Rio de Janeiro, Cidade Universitaria
(Rio de Janeiro, Brasil).
El alcance del mismo es fomentar la formacion de recursos
humanos e impulsar la motivacion para investigar en esta área emergente
de la Catalisis, en la region Iberoamericana. Los objetivos han sido focalizados
a la aplicacion de los metodos computacionales al fenomeno catalitico.
Este enfoque se orienta a estimular, por un lado, a profesionales en formacion
en la quimica teorica hacia sus aplicaciones en Catalisis y por el otro,
a los experimentalistas de la Catalisis hacia el descubrimiento de las
capacidades de los metodos computacionales mas modernos.
El curso constara de conferencias plenarias dictadas por
Especialistas de la region y sesiones de practicas para demostrar las potencialidades
de los metodos y un dia de discusion de trabajos recientes. Si esta interesado
en presentar un trabajo, haga llegar un resumen de unas 500 palabras a
los organizadores del evento.
El cupo estara limitado, a unos 50 participantes, por
lo que se recomienda contactar a los organizadores, a la brevedad posible
(antes del 9 de abril), para solicitar su inscripcion. Habra cierta disponibilidad
de financiamiento (total o parcial) para profesionales jovenes y estudiantes,
principalmente de postgrado, a quienes se le sugiere anexar carta de
recomendacion del tutor academico o jefe del grupo de investigacion
y dirigir la solicitud a M. Ramirez. Se dara prioridad a aquellos solicitantes
que dispongan de trabajos a presentar en la sesion del ultimo dia.
El hotel recomendado es :
Leme Othon Palace Hotel
Av Atlantica, 656 22010
Rio de Janeiro, Brasil
Tel.: 55-21-291 6111
Informações:
Cláudio J. A. Mota
Instituto de Química, Dept. Química Orgânica
Universidade Federal do Rio de Janeiro
Cidade Universitaria, CT bloco A, 21949-900
Rio de Janeiro, Brazil
fax: 55 (0)21 5904472
e-mail: cmota@iq.ufrj.
Magdalena Ramrez
PDVSA INTEVEP S.A.
Departamento de Procesos
Apdo. 76343
Caracas 1070A
VENEZUELA
Telefono: 58-2-908 6055
Fax: 58-2-908-7230
email: ramirezmt@pdvsa.com
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6. CNPq, MCT, O MÉDICO E O MONSTRO, ARTIGO DE ROGERIO CEZAR
CERQUEIRA LEITE
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As manifestações da professora Eunice Durham
e do ministro Bresser Pereira sobre as mudanças a serem implementadas
no Ministério da C&T tiveram grande repercussão nos meios
acadêmicos e afins.
Aparentemente, haveria um conflito entre duas visões
antagônicas. O ministério diz que o Brasil precisa de um CNPq
e um MCT fortes. A professora, representando certamente a postura
acadêmica dominante, insiste em um CNPq autônomo e indivisível.
Em realidade, a sociedade não precisa de um CNPq
ou um MCT fortes nem autônomos. O que é necessário
é uma ciência forte. E isso não é apenas semântica.
CNPq e MCT, em suas formas iniciais, ou transformadas,
foram ou são instrumentos para obter esse objetivo. Não precisam
ser fortes. Precisam, sim, ser eficazes.
E o que possivelmente preocupa a professora é a
consciência de que, até o momento, não se descobriu
sistema mais eficaz para a distribuição de recursos para
a pesquisa do que aquele baseado no julgamento por pares, apesar dos perigos
de contaminação por corporativismo.
Em resumo, o ministro quer tornar o aparato burocrático
mais eficaz, e a comunidade acadêmica insiste em que o julgamento
por pares seja preservado.
Então, não haveria conflito! Ou será' que ha'?
Talvez um pouco de historia ajude. Quando o CNPq foi criado,
no pós-guerra, não existia a percepção da importância
econômica e social da ciência. Nenhum pais do mundo havia,
até então, criado um ministério ou órgão
equivalente para as atividades de ciência e tecnologia.
Na China e nos EUA, foram as academias de ciência
que progressivamente assumiram muitas das funções hoje atribuídas
a ministérios.
O CNPq era, então, responsável pela elaboração
e execução da política científica e tecnológica
e pela distribuição de recursos. Crescentemente, tornou-se
o principal responsável também pela execução
da pesquisa. Ou seja, executava todas as ações típicas
de um ministério. Mas era percebido pela sociedade e pelos governantes
como uma entidade com finalidades antes culturais do que praticas.
Quando foi o MCT criado, no inicio do governo Sarney,
foi gerada uma inconsistência irremovível. Havia um ministério
dentro de outro ministério. Um dos dois era, certamente, supérfluo.
O MCT nem sempre se conformou em se omitir da distribuição
de recursos, e o CNPq procura manter seu status político com a definição
de políticas científico - tecnológicas.
O conflito se agrava porque cientistas consideram o CNPq
como sua obra e seu domínio e o MCT como um rebento da burocracia.
A inata desconfiança do burocrata em relação
ao cientista havia gerado a Finep como agencia distribuidora de recursos,
no climax da tecnocracia ou seja, no governo Geisel, que eclipsou o CNPq.
Pois bem, parece que chegou o momento de uma racionalização
do sistema. Aqui valem alguns princípios básicos.
Nenhum dos organismos deve ser provedor e, simultaneamente,
usuário de verbas de pesquisas, principalmente se nessa ultima qualidade
estiver em concorrência com organizações externas.
Portanto, é essencial que o CNPq transfira seus institutos de pesquisas
para outras instituições.
É preciso definir claramente quem é o responsável
pela formulação de políticas, normas etc. E essa função
não pode ficar senão no órgão superior.
A comunidade científica participaria dessa missão,
mas não por meio do CNPq.
A Finep se especializaria no apoio ao setor empresarial, para
não colidir com o CNPq.
O CNPq e o MCT, da maneira como foram concebidos, são
hoje incompatíveis.
É preciso encarar o obvio. E sentar-se o ministro
nas duas cadeiras deliberativas não resolverá o dilema, por
maiores que sejam a sua habilidade e a sua paciência.
Se o governo não está disposto a enfrentar
o corporativismo academico com uma reforma racional e radical, então
é preciso, pelo menos, aceitar a realidade e conviver com um conflito,
que talvez não precise ser deletério, entre as duas culturas,
deixando o CNPq para os cientistas e se concentrando o ministro no MCT.
Seria um equivoco, à luz do dia, tentar a imitação
de "O Medico e o Monstro".
Rogério Cezar de Cerqueira Leite, físico, é professor
emérito da Unicamp e membro do Conselho Editorial da "Folha de SP
Fonte : Folha de São Paulo, 16jan99
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Secretaria Geral SBQ
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