Veja nesta edição:
1. Young Scientist Travel and Accomodation Grants to Participate in
the 37th IUPAC Congress
2. Aviso aos sócios da SBQ/MG
3. Mudada a data de exame pós-graduação DQ/UFSCar
4. Roberto Nicolsky retoma questão da ciência, tecnologia
e interesse nacional
5. Bresser se manifesta quanto a reunião dos secretários
de ciência e tecnologia realizada no Rio de Janeiro em 20.01.99
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1. YOUNG SCIENTIST TRAVEL AND ACCOMODATION GRANTS TO PARTICIPATE
IN THE 37TH. IUPAC CONGRESS
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Acho a mensagem seguinte, recebida da IUPAC e tratando
de ajuda de custo para assistir o Congresso de IUPAC em Berlim em agosto,
pf, pode ser de interesse para alguns dos sócios da SBQ.
"Dear Colleagues:
I would like to draw your attention to the announcement
that appeared in the November 1998 issue of Chemistry International:
37th IUPAC Congress
Young scientists from developing countries and less developed
countries may apply for travel and accommodation grants to participate
in the 37th IUPAC Congress. These grants are co-sponsored by IUPAC, UNESCO
and the German Chemical Society (GDCh).
Applicants for grants are encouraged to participate actively
with a poster contribution (deadline 1 March 1999; see details on the Internet
http://www.gdch.de). There will be a special programme to bring together
grantees and young host scientists from European countries. Details can
also be found on the conference web pages.
I encourage you to inform young scientists with whose
work you are familiar of this opportunity."
Carol H. Collins
Instituto de Química
Universidade Estadual de Campinas
Cx. Postal 6154
13083-970 Campinas, SP, Brasil
fone: +55-19-788-3059
fax: +55-19-788-3023
E-mail: chc@iqm.unicamp.br
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2. AVISO AOS SÓCIOS SBQ/MQ
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No aviso da SBQ/MG, eu esqueci de orientar os sócios
quanto ao envio dos resumos e das pessoas que querem o auxílio.
Os sócios ao enviarem os resumos devem especificar quais as pessoas
serão agraciadas com o auxílio.
Lembrando-se que a FAPEMIG concede apenas: dois auxílios
por trabalho, tendo o seguinte criterio:1) serem sócios da SBQ e
estarem com a anuidade quitada; 2) estarem inscritos no Evento; 3) os dois
sócios a receberem o auxilio podem ser o par:
professor/estudante
professor/técnico
pesquisador/estudante
pesquisador/técnico
estudante/estudante
estudante/técnico
Esses critérios estavam em vigor ate dezembro/98.
Não podemos afirmar que não haja nenhuma alteração
após o reinicio das atividades em 01/04/99.
Atenciosamente.
Ione Maria de Oliveira
SBQ/MG
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3. MUDADA A DATA DO EXAME PÓS-GRADUAÇÃO
UFSCAR
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Adiado exame de seleção da pós-graduação
em Química da UFSCar
O exame de seleção 1/99 do Programa de pós-graduado
em Química da UFSCar foi adiado em um mês. Ele será
realizado no dia 01 de março de 1999. As inscrições
poderão ser feitas até o dia 19 de fevereiro p.f.
O Programa de pós-graduação em Química
da UFSCar tem cursos de mestrado e de doutorado, nas áreas de concentração
físico-química, Química Analítica, Química
Inorgânica e Química Orgânica.
Maiores informações:
http://www.dq.ufscar.br/PPG-Q/selecao.htm
Obrigado,
Romeu
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4. ROBERTO NICOLSKY RETOMA QUESTÃO DA CIÊNCIA,
TECNOLOGIA E INTERESSE NACIONAL
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O discurso de posse do novo ministro da C&T, Luiz
Carlos Bresser Pereira, comentado em editorial do Estado (11/1, A3), veio
ressaltar a questão de uma política de pesquisas que tenha
compromisso com o interesse nacional.
Nas palavras do novo ministro, "interesse nacional que
se confunde com uma ciência e uma tecnologia avançadas, de
Primeiro Mundo...".
É altamente promissor um ministro assumir essa
posição no inicio da sua gestão, e se propor a tê-la
como objetivo, dentro da limitação dos recursos disponíveis.
Para alcançar ciência e tecnologia (C&T)
de Primeiro Mundo é usual afirmar que temos de elevar os dispêndios
ao nível dos desses países: 2% a 3% do PIB (a soma de tudo
o que produzimos).
Mas essa proposição é simplista,
pois não leva em conta que a nossa economia não é
de Primeiro Mundo, nem a distribuição de renda e muito menos
a nossa cultura na aérea, nada garantindo que alcancemos uma tecnologia
avançada por essa via.
O primeiro passo seria usarmos os recursos que hoje distendemos
em C&T, e que o MCT informa terem sido de 1,3% do PIB em 97, da maneira
como o fazem os países do Primeiro Mundo.
Segundo o World Science Report de 93 e 96, da Unesco,
nos EUA, em 1992, 70% do gasto em pesquisa foi realizado no setor produtivo,
enquanto que 19% o foi nas Universidades e 11%, em órgãos
governamentais.
A parcela desse setor elevou-se para 72% em 94 e 74% em
98.
E a isso poderíamos acrescentar mais 2% de pesquisas
encomendadas pelas empresas às Universidades.
A tendência à concentração
das pesquisas em laboratórios de empresas é o indicador da
crescente relevância da inovação tecnológica
como o paradigma da pesquisa.
O quadro é semelhante na União Européia,
onde 65% da pesquisa foi realizada nas empresas, em 90, e ainda mais concentrado
no Japão - 76%.
Enquanto isso, em nosso pais, segundo o MCT, em 1996,
só 34% da pesquisa foi realizada no setor produtivo (e a maioria
dos pesquisadores considera esse índice mais elevado do que o real),
contra 49% nas Universidades e 17% em órgãos do governo.
O resultado dessas políticas de C&T é que, em 91, EUA
- Canadá fizeram 48% das patentes americanas, o Japão, 25%,
a União Européia, 24%, Israel - Austrália - Nova Zelândia
(pequenos países desenvolvidos), 1%, e Coréia - Taiwan -
China (países em rápido desenvolvimento), 1,5%, enquanto
que todos os demais países, inclusive Rússia e Índia
(países com ciência de Primeiro Mundo), mal chegaram a 0,5%
(500 patentes, das quais o Brasil fez apenas 50). Hoje, só a Coréia
já representa 1,5%, cerca de 30 vezes o Brasil.
Quanto à origem dos recursos, vemos que, nos EUA,
os fundos públicos representaram, em 1994, 36% dos gastos em C&T.
Destes, 15%, ou seja, pouco menos da metade, foram parcerias
diretas com o setor produtivo, na busca de inovações tecnológicas.
Em nosso país, o apoio às pesquisas dos
produtores foi, em 1996, menos de 5% de um montante de 65% dos gastos públicos
em C&T, ou seja, menos de 1/13, o que indica que, de fato, o empenho
do Estado com a inovação tecnológica é marginal,
o inverso de todos os países acima citados.
A pedra de toque para uma política de pesquisa
que construa uma C&T avançada é mudar o baricentro das
pesquisas para o setor produtivo, como ocorre nos países citados.
O papel da Universidade e institutos públicos é
a geração do conhecimento e, por via deste, a formação
dos recursos humanos qualificados necessários à pesquisa.
Isso conflita com a nossa cultura acadêmica terceiro-mundista,
que vê as empresas com desconfiança, como interessadas apenas
em lucro, sem compreender que este é fruto da competitividade, indispensável
para assegurar os empregos, de que a sociedade precisa, e remunerai-los
adequadamente.
E essa é a missão social das empresas, não
o mecenato.
A busca de inovações é uma atividade
cara e de risco.
Não cabem, pois, apelos morais, mas fomento econômico
para desenvolvermos inovações tecnológicas.
Sem fomento, torna-se mais prudente adquirir as inovações
necessárias no exterior, sem riscos.
E e' isso o que os países do Primeiro Mundo, e
os que vão chegar lá, sabem muito bem. E nós devemos
saber.
Para tanto, é preciso que a gestão dos dispêndios
de pesquisa esteja no setor produtivo e que os recursos públicos
sejam vistos como fomento, como parceria no risco da pesquisa, à
semelhança dos programas "partnership initiative" (EUA) ou os do
MITI (Japão).
O apoio somaria todos os tipos de auxílios, bolsas
e financiamentos com a contrapartida empresarial.
A meta deve ser a obtenção de produtos finais
onde tivermos vantagens comparativas ou competência notória,
com inovação tecnológica e competitividade em nível
internacional.
Para que tenhamos uma ciência e tecnologia avançadas,
de Primeiro Mundo, precisamos da ousadia de ter o seu foco no setor produtivo
e a inovação tecnológica como paradigma.
Roberto Nicolsky é Professor da UFRJ.
Fonte : O Estado de SP, 29.jan.99
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5. BRESSER PEREIRA SE MANIFESTA QUANTO A REUNIÃO DOS SECRETÁRIOS
DE
CIÊNCIA E TECNOLOGIA REALIZADA NO RIO DE JANEIRO EM 20.01.99
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No ultimo dia 20 de janeiro ocorreu uma reunião
na COPPE/UFRJ, da qual participaram alguns secretários de ciência
e tecnologia, com o intuito de analisar a proposta que estou fazendo de
fortalecimento do CNPq e maior integração desse órgão
com o MCT.
A reunião foi realizada sem que eu ou qualquer
membro de minha equipe tenha sido convidado.
Não me parece que seja esta a melhor maneira de
tratar os problemas da ciência e da tecnologia no pais, diluindo-os
em um debate ideológico - partidário pouco democrático,
em que os cientistas, ao invés de participantes de um processo decisório
juntamente comigo e minha equipe, são transformados em agentes de
reivindicação.
Reivindicação estranha porque os participantes
da reunião por definição não podem conhecer
minha proposta, já que não me ouviram. Estou comprometido
em defender o caráter transparente, democrático e isento
da política de C&T no pais.
Sou contrario a qualquer discriminação de
caráter ideológico ou partidário.
O MCT existe para garantir uma política cientifica
e tecnológica que privilegie a pesquisa relevante para o interesse
nacional, a competência científica, e a capacidade que cada
cientista tem, individualmente ou em seus grupos de pesquisa, de saber
quais são as reais demandas da sociedade e da economia brasileira
que é preciso atender.
O CNPq, neste quadro, vai trabalhar rigorosamente no sistema
de peer review e de licitações para pesquisas induzidas,
que serão, todavia, limitadas.
E vai eliminar quaisquer concessões de "bolsas
extras" ou "recursos especiais" para instituições com maior
capacidade de se manifestar politicamente.
Vai também procurar contribuir para as medidas
de extensão científica e tecnológica, principalmente
nas regiões mais pobres do pais.
Para isto irá buscar recursos adicionais, para
não comprometer a alta qualidade da pesquisa que hoje é realizada
no Brasil, financiada pelo CNPq.
Em todo esse processo, estou convencido de que nada é
mais importante do que ouvir e dialogar com a comunidade cientifica e os
secretários de ciência e tecnologia dos Estados.
Mas quero um dialogo verdadeiro e democrático,
ao invés de me transformar em objeto de demandas que provavelmente
são também minhas.
Como Ministro da C&T, eu tenho responsabilidades de
que não declinarei, mas sei que a minha primeira política
deve ser ouvir e servir uma comunidade científica que tanto tem
contribuído para o desenvolvimento científico e tecnológico
do país.
Fonte : MCT
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Secretaria Geral SBQ
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Contribuições devem ser enviadas para:
paulosbq@dq.ufscar.br
http://www.sbq.org.br
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