Veja nesta edição:
1. Solicitação de Estudos sobre Valoracao da Biodiversidade
no Brasil
2. Fórum de secretários estaduais de C&T: reunião
no Rio de Janeiro
3. Momento decisivo, um artigo de SERGIO REZENDE da UFPE
4. Congresso aprova orçamento: emendas dão mais 5 milhões
para o FNDCT e mais R$ 5 milhões para o apoio a projetos de pesquisa
no ministério da C&T
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1. SOLICITAÇÃO DE ESTUDOS SOBRE A VALORAÇÃO
DA BIODIVERSIDADE NO BRASIL
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Prezados Colegas,
Queiram incluir esta solicitação do meu
colega PROF. Dr. PETER MAY, (UFRRJ), no boletim eletrônico da SBQ.
Agradeço antecipadamente,
Prof. Dr.Lauro E. S. Barata
"Solicitação de Estudos sobre Valoracao da Biodiversidade
no Brasil"
O Ministério do Meio Ambiente/PRONABIO esta preparando
uma série de estudos sobre o estado das artes do conhecimento nacional
sobre a Biodiversidade como parte das suas atribuições para
montar a Estratégia Nacional de Conservação e Uso
Sustentável da Biodiversidade. Neste contexto, fui chamado para
contribuir com um "paper" resumindo os estudos de casos existentes no país
e no exterior sobre a Valoração econômica da Biodiversidade
no Brasil.
No intuito de garantir a inclusão da maior amplitude
possível de estudos, de ponto de visto de biomas, comunidades afetadas,
métodos de Valoracao, e implicações de políticas
e abordagens para conservação, solicita-se a indicação
de trabalhos, publicados ou não, que tratam de valorar os benefícios
oriundos dos recursos naturais, e danos ocorridos por sua perda ou degradação,
focalizados em alguma parte do território nacional (inclusive recursos
marítimos). Os valores também não devem ser exclusivamente
monetárias, devendo ser citados também estudos (por exemplo,
etno-biológicos) que tentam ponderar a importância local dos
recursos naturais e da diversidade biológica na sua contribuição
aos outros valores humanos e intrínsecos, além dos mercadológico.
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2. FÓRUM DE SECRETÁRIOS ESTADUAIS DE C&T: REUNIÃO
NO RIO DE JANEIRO NO DIA 4 FEV 99
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Será realizada na próxima Quinta-feira dia
4 a reunião do Fórum de Secretários Estaduais de C&T.
Em pauta, a reativação do Fórum, a apresentação
dos novos secretários estaduais de C&T e a análise das
propostas do ministro Bresser Pereira para reestruturar o sistema federal
de C&T.
O encontro será realizado na sede da Secretaria
de C&T do RJ, no centro do Rio.
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3. MOMENTO DECISIVO. UM ARTIGO DE SÉRGIO REZENDE DA UFPE
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O Pais encontra-se num momento muito delicado de sua história
recente. As medidas que serão tomadas pelo governo e os acontecimentos
dos próximos meses terão grande influência na vida
nacional nas primeiras décadas do próximo milênio.
O processo de abertura descontrolada de nossa economia, iniciado por Collor,
continuado por Itamar e intensificado no primeiro
mandato de Fernando Henrique, desnacionalizou o sistema produtivo e
tornou o Brasil dependente do que há de mais volátil no mundo
atual, o movimento do capital financeiro especulativo. O sistema de ciência
e tecnologia, que neste modelo não tem qualquer papel, foi duramente
atingido. Pela primeira vez em 30 anos sua expansão foi interrompida.
Em 97 e 98 houve redução do
número de bolsas e do fomento a pesquisa nos órgãos
federais. A crise mais recente tornou este quadro mais claro para a sociedade
brasileira, sempre facilmente iludida pela elite sem compromisso com a
nação, em conluio com a mídia mais poderosa.
Mas talvez o processo de desnacionalização
da economia esteja se esgotando. Afinal, ele também
contraria interesses de parcela importante da elite. É possível
que o pêndulo tenha balançado muito para a direita, e agora
comece a balançar para o outro lado. A equipe que comandou a economia
nos últimos tempos esta enfraquecida. Dela já saiu Gustavo
Franco, que não escondia sua alegria pela oportunidade que a crise
dava ao capital estrangeiro para comprar as empresas brasileiras que estavam
baratas. Pedro Malan, que diz que o Brasil não precisa de ciência,
pois pode comprar fora a tecnologia que necessita, não esta tão
forte quanto antes. E neste contexto que o MICT e o MCT tem novos ministros,
Celso Lafer e Bresser Pereira, que discordam de varias teses da equipe
econômica. Não sabemos se os acontecimentos recentes são
circunstanciais ou se representam o início de um processo de mudança
na condução dos destinos do Pais. A defesa do interesse nacional,
termo mencionado inúmeras vezes no discurso de posse de Bresser,
não pode prescindir de uma mudança na política de
C&T.
Todos sabem que, mesmo sem a dimensão necessária
para um pais da magnitude do Brasil, temos o maior e mais qualificado sistema
de C&T da América Latina. E desde que o sistema começou
a ser montado, a comunidade propõe programas e projetos que poderiam
contribuir mais diretamente para o desenvolvimento do Pais. Ha diversos
exemplos de sucesso em varias áreas, como agricultura, telecomunicações
e petróleo. Mas eles não são suficientes para mostrar
a importância de C&T para a sociedade como um todo. O sistema
de C&T formou-se sem articulação com políticas
públicas e com o setor produtivo, que não demandam o conhecimento
e os recursos humanos que o Pais e capaz de produzir. Nunca tivemos políticas
setoriais consistentes e duradouras, capazes de promover essa articulação
e estimular a inovação nas empresas, única forma de
garantir condições de
competitividade no mundo atual.
Ao assumir o Ministro Bresser percebeu problemas no sistema
federal de C&T, e decidiu mudar os organogramas do MCT e do CNPq.
Para assessora-lo nas mudanças, ele formou uma comissão com
12 membros das comunidades científica, tecnológica e empresarial.
Relutei em entrar na comissão, afinal colaborei no programa da Frente
Brasil Popular, e, como disse a ele, tenho fortes restrições
a política do governo federal. Mas conclui que não poderia
me omitir e acabei aceitando o convite. Como afirmou José
Monserrat no JC E-mail sobre o furacão que varre o MCT, é
"importante nesta hora não ficar apenas vendo a ventania passar".
Mas é importante esclarecer que a comissão não tem
caráter deliberativo, é apenas assessora, e tem mandato de
algumas semanas, com tarefa restrita a questão dos organogramas.
Ora, sabemos que organogramas são valiosos, porem mais importantes
são as idéias das pessoas que decidem e as praticas das que
operam. Por isso apresentei ao Ministro documento sucinto com minhas
opiniões sobre questões mais gerais.
Uma diretriz fundamental é fazer de C&T um
dos pilares de um novo projeto para o País. É necessário
criar projetos mobilizadores de caráter nacional, visando incorporar
a competência existente no conjunto das Universidades brasileiras
na solução de problemas específicos. A missão
desses projetos seria estimular a pesquisa voltada para áreas de
maior impacto na satisfação de necessidades sociais e na
agregação de valor as matérias-primas nacionais, em
setores prioritários como saúde, agricultura, habitação,
meio ambiente, energia, transporte, comunicações. Os projetos
em alguns desses setores poderiam ser financiados com recursos específicos,
como os fundos recém criados nos setores privatizados, ou aqueles
advindos da lei 8661, cuja aplicação deve ser reformulada.
Tais projetos devem ser colocados como um desafio para a comunidade de
pesquisa brasileira, única capaz de utilizar sua capacidade de explorar
a fronteira do conhecimento de forma a contribuir para a defesa do interesse
nacional.
É responsabilidade tanto do governo quanto da comunidade de
C&T, tornar a ciência mais engajada no desenvolvimento do Pais.
Entretanto, o sistema de pesquisa básica não
pode parar de crescer, pois a comunidade cientifica é ainda pequena
para as necessidades do País. O sacrifício desse sistema
e dos programas de formação de pessoal comprometera a sustentabilidade
de qualquer esforço maior em C&T. Também é necessário
reverter a tendência vigente de cada vez mais concentrar os recursos
humanos e materiais para pesquisa nas regiões mais desenvolvidas.
Deve ser feito um grande esforço para estimular centros nas regiões
menos desenvolvidas através de programas específicos, como
as bolsas DCR do CNPq associadas a auxílios tipo enxoval, e um programa
de estimulo a novos grupos de pesquisa.
Naturalmente, essas e outras idéias, novos organogramas,
novas políticas, de nada adiantarão se não houver
mais recursos para o sistema de C&T e para pesquisa e absorção
de tecnologia nas empresas. O Ministro Bresser tem, talvez mais que qualquer
outro ocupante anterior do MCT, poder, influencia e capacidade de
articulação para liderar um grande esforço no sentido
de fazer o governo e a sociedade perceberem que educação,
ciência e tecnologia são essenciais para a sobrevivência
de países como o Brasil, no atual cenário do mundo. Dentro
de alguns meses saberemos se ele chegou ao MCT disposto a conduzir este
esforço, ou apenas
para aguardar a ocasião de ir para outro ministério.
Fonte : Jornal da Ciência, 28.jan.99
Boletim Eletrônico SBF, 29.jan.99
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4. CONGRESSO APROVA ORÇAMENTO: EMENDAS DÃO MAIS 5 MILHÕES
PARA O FNDCT E
MAIS R$ 5 MILHÕES PARA O APOIO A PROJETOS DE PESQUISA NO MINISTÉRIO
DA C&T
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O Ministério de C&T ficou com R$ 1 bilhão,
segundo informou "O Globo" de hoje.
Segundo informa Caetano Ernesto Pereira de Araújo,
colaborador do JC E Mail no Congresso:
Emendas coletivas de autoria das Comissões de Ciência,
Tecnologia, Comunicação e Informática e de Educação
da Câmara dos Deputados.
A Comissão de Ciência, Tecnologia, Comunicação
e Informática conseguiu a aprovação parcial no Orçamento
de 99 de quatro emendas coletivas de sua autoria, repondo, com isso, parte
dos cortes que haviam sido efetuados nos recursos destinados a C&T
para esse exercício.
As emendas, com seus valores e finalidades são:
a) no. 1192, FNDCT, Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico
-- R$ 5 milhões;
b) no. 18175, CNEN, Pesquisa e Desenvolvimento no Campo Nuclear --
R$ 4 milhões;
c) no. 18176, SECIRM, Programa Missão Antártica -- R$
2,5 milhões;
d) no. 1070, Ministério da Ciência e Tecnologia,
Apoio a Projetos e Pesquisa em C&T -- R$ 5 milhões.
FNDCT é o Fundo Nacional de Desenvolvimento Cientifico
e Tecnológico,administrado pela Finep, cujo orçamento vem
caindo verticalmente nos últimos anos.
A Comissão de Educação, por sua vez,
logrou a aprovação parcial, entre outras, da Emenda no. 26101,
dotando o Ministério da Educação com R$ 69,5 milhões
adicionais para "Manutenção e Desenvolvimento das IFES e
seus Hospitais".
Estes montantes referem-se aos recursos efetivamente aprovados.
Como a aprovação foi parcial, os recursos
solicitados eram maiores.
Não constam do relatório os textos das emendas
coletivas.
Assim, não posso informar a significação
exata do que foi concedido.
Lembro que, na conversa com o dep. Ivan Valente, foi mencionado
que as emendas reporiam R$ 170 milhões no orçamento das Universidades
e R$ 107 milhões no do MEC.
Fonte : SBPC
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Secretaria Geral SBQ
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Contribuições devem ser enviadas para:
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