Veja nesta edição:
1. Sobre a 23a. Reunião Anual da SBQ
2. Documento de professores da USP e da UFSCar traz nova
visão para velhas críticas ao ensino superior brasileiro
3. "UNB: descontinuidades e desperdícios no brasil",
artigo de Sergio Granemann
4. Mestrado em físico-química do Instituto
de Química da UFRJ
5. Workshop em espectrometria atômica
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1. SOBRE A 23a. REUNIÃO ANUAL DA SBQ
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Encontram-se disponíveis na home page
da SBQ, 23a. RA, os resumos dos trabalhos que serão apresentados
na próxima semana, em Poços de Caldas. Muitos trabalhos não
constam da relação, lá existente, devido ao não
envio do disquete, por parte dos autores, ou por problemas de leitura dos
mesmos.
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2. DOCUMENTO DE PROFESSORES TRAZ NOVA VISÃO PARA VELHAS
CRÍTICAS AO ENSINO SUPERIOR BRASILEIRO
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Que a Universidade pública brasileira
é cara, elitista e perversa. Que os pobres não têm
acesso ao ensino superior gratuito e terminam pagando por faculdades fajutas.
Que o Brasil deveria imitar os EUA, onde os jovens arcam com seus estudos
profissionais. Que a pesquisa cientifica tupiniquim é tão
real quanto Papai Noel.
Essas e outras expressões pertencem
ao elenco de lugares comuns enfadonhamente repetidos pelos críticos
às Universidades publicas do país. Cansados de ouvir a lengalenga,
conceituados professores "A Presença da Universidade Publica".
São 22 paginas de dados, gráficos
e argumentos que revelam um inédito retrato do ensino superior publico.
O documento começa por mostrar o Índice de Citação
Cientifica, SCI, maior banco de dados do mundo sobre produção
acadêmica. Segundo o SCI, dos 494 melhores cientistas brasileiros
com trabalhos citados nas principais publicações especializadas,
metade está nas três Universidades publicas de SP: USP, Unicamp
e Unesp.
"Quase todas as citações restantes
foram atribuídas a pesquisadores das Universidades federais dos
outros estados", escreveu o sociólogo Alfredo Bosi, coordenador
do grupo de 16 professores paulistas que elaboraram o documento, divulgado
no site http://www.usp.br/iea/unipub.html
Para quem argumenta que citação
em revista cientifica não é medida suficiente para a qualidade
do pesquisador, os professores paulistas atacam com outro dado: 89,2% dos
cursos de doutorado oferecidos no pais estão nas públicas.
No mundo acadêmico, ser doutor é
um bom parâmetro. Significa que aquela pessoa não parou de
estudar e que está formada como pesquisadora.
Outra constatação interessante
é a comparação do Brasil com EUA, sempre citado coma
a Meca do ensino pago. Lá, 72,4% dos estudantes estão na
rede pública. Os defensores da privatização argumentam
que os alunos americanos pagam mensalidades mesmo nas instituições
oficiais.
Os professores paulistas mostram que não
é bem assim. Calculam que a maioria dos estudantes americanos recebe
bolsas de estudos financiadas pelo próprio governo ou por instituições
de caráter benemérito.
"Ou seja, o aluno paga, mas paga com o dinheiro
da sociedade. A imagem idílica do rapaz que financia seus estudos
em Harvard lavando pratos nas horas vagas fica muito bem no cinema mas
cabe mal na realidade", escreveu o sociólogo Alfredo Bosi, professor
do Instituto de Estudos Avançados da USP.
Os professores paulistas atacam outro velho
mito da educação brasileira: o de que o governo brasileiro
gasta muito com a educação superior, algo como US$ 10 mil
por ano. Bosi e seus colegas garantem, no entanto, que esta cifra é
mentirosa porque inclui o pagamento dos aposentados até os gastos
com hospitais universitários.
Descontadas as espertezas matemáticas,
o universitário brasileiro vale US$ 6.500. É mais do que
a Espanha, parecido com a França e muito abaixo dos americanos,
japoneses, canadenses e ingleses.
O documento dos paulistas também trata
da eletização das Universidades. Fala que os ricos estão
nas colunas sociais e os pobres nas favelas.
"A maioria dos universitários brasileiros
pertence à classe média, escreve Bosi. É uma boa frase
de efeito, mas não resolve a perversidade dos números. Apenas
35% dos 1.868.529 alunos matriculados no ensino superior brasileiro desfrutam
do bom ensino das públicas.
A chance de um aluno de escola pblica passar
no vestibular da USP, por exemplo, é duas vezes menor do que a de
um garoto de colégio privado.
O documento dos paulistas tem resposta para
isso: se o aluno vem das escolas técnicas federais, as chances dele
são duas vezes maiores que as dos meninos dos cursinhos. Tudo bem.
Só que há pouquíssimas destas' escolas no pais: apenas
1,95% dos vestibulandos saem delas.
Fonte : Correio Braziliense, 15maio2000
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3. "UNB: DESCONTINUIDADES E DESPERDÍCIOS NO BRASIL",
ARTIGO DE SERGIO GRANEMANN
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A geração, a apropriação
de conhecimentos e os investimentos necessários em C&T exigem
do Estado a tomada de medidas complexas e coerentes de longa duração.
Estudos têm concluído que a continuidade das políticas
e dos financiamentos são até mais importantes que o volume
de recursos empregados.
Grandes esforços, tempo e recursos
foram investidos sob a coordenação do MCT (gestão
anterior) para negociação da Fase III do Programa de Apoio
ao Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico (PADCT). Entre os argumentos
apresentados no processo de negociação, foi destacada a necessidade
de dar continuidade aos investimentos realizados nos programas anteriores
(Fases I e II), para não desperdiçá-los, interrompendo
a evolução de centenas de projetos, seriamente avaliados
como muito promissores, mas ainda não concluídos.
Foram realizados estudos independentes, conduzidos
até mesmo por consultorias internacionais, para avaliar os impactos
produzidos pelo programa. Os resultados obtidos recomendaram fortemente
sua continuidade. Em geral, programas de C&T são caracterizados
por processos de maturação lenta, dado o tempo necessário
à qualificação de pessoal, montagem de infra-estrutura
e consolidação de competências.
Além disso, foi demonstrada a urgência
de viabilizar investimentos em ações inovadoras, ainda sem
fontes internas de apoio, mas consideradas vitais à inserção
de C&T no processo de desenvolvimento sustentável do pais. Entre
essas, a necessidade de introduzir instrumentos de financiamento capazes
de atrair investimentos privados para atividades de P&D. Este último
objetivo foi tentado, sem sucesso, desde a negociação da
primeira fase do programa.
Com apoio da Confederação Nacional
das Industrias (CNI), o MCT conseguiu demonstrar a existência de
demanda de C&T por parte das empresas privadas. O compromisso, firmado
com o Sebrae, de ampliação do Programa de Assistência
Técnica a Micros e Pequenas Empresas (PATME), com recursos do PADCT
III, simplesmente não foi cumprido até o momento. Parece
não haver compromissos institucionais, mas apenas pessoais, das
autoridades do momento.
Os potenciais parceiros desconfiam da provável
descontinuidade dos programas e, com toda razão, relutam em assumir
compromissos de médio e longo prazos com as instituições
governamentais, tão sujeitas aos humores e entendimentos das autoridades
que as assumem.
Durante, a fase de negociação,
foram realizados pesados investimentos na montagem de uma rede informatizada
de monitoramento e avaliação, somente justificável
para implementação de um programa com a complexidade e porte
do PADCT III. Além disso, o programa apoiaria a realização
de estudos prospectivos, tão importantes para o país e que
têm merecido continuados investimentos, tanto nos países desenvolvidos
quanto naqueles em desenvolvimento, para orientar a formulação
de suas políticas de C&T.
Esses estudos não somente permitem
a implementação de políticas inteligentes, mas evitam
a descontinuidade e as intervenções intempestivas.
Foram mobilizadas dezenas de técnicos,
centenas de pesquisadores, em mais de meia dúzia de missões
à sede do Banco Mundial, em Washington, além das centenas
de encontros e negociações realizadas no pais, envolvendo
grande numero de instituições.
Desde sua primeira fase, quando foi criado
o MCT, o programa tem sofrido momentos de crises e descontinuidades, sempre
nas transições de autoridades do Ministério. Todas
as vezes, a comunidade científica e os técnicos do próprio
Ministério têm de gastar energia para reeducar as novas autoridades
para a importância dos programas em andamento. Quando o conseguem,
irreparável tempo já foi perdido.
Para o PADCT, tendo em vista a sua complexidade
e o volume de recursos envolvidos (US$ 300 milhões), incluindo empréstimo
do Bird, a dificuldade tem sido mais intensa.
O país desperdiça preciosos
tempo e recursos, pagando taxas de permanência e, em breve, também
terá de pagar as contas do empréstimo e os juros, aumentando
mais ainda os recursos tomados, desperdiçando as vantagens dessa
fonte de financiamento. O orçamento do PADCT III para 2000 está
reduzido a apenas R$ 10 milhões, ridiculamente insuficientes
para saldar os compromissos já assumidos com os projetos contratados
e para lançar novos editais.
Trata-se de um programa completo que exigiu
enormes esforços de planejamento, contemplando apoio a projetos
em áreas científicas altamente relevantes para o país,
melhoria da infra-estrutura e da capacidade de prestação
de serviços de C&T, realização de projetos cooperativos,
tanto de interesse público quanto privado.
A componente de desenvolvimento científico
é extremamente importante para suprir as grandes limitações
da rubrica de fomento do CNPq, cujo orçamento está comprometido
com a concessão de bolsas, e do Fundo Nacional de Desenvolvimento
Cientifico e Tecnológico (FNDCT), que vem sendo continuamente reduzido
e engessado pelos compromissos assumidos.
A componente de desenvolvimento tecnológico
do PADCT III - que havia introduzido uma série de inovações,
sobretudo em relação à realização de
plataformas para pautar problemas de C&T das empresas e cadeias produtivas
de relevância para o pais, e estimular a demanda de projetos cooperativos
' lançou somente dois editais.
Parece haver uma grande hesitação
em relação aos programas que contemplam o desenvolvimento
regional, introduzido com mais destaque no PADCT III, e a interação
Universidade-empresa-governo (triplehelix model), tão presente nos
discursos, mas tão ausente nas práticas do sistema.
As descontinuidades de política e instrumentos
de apoio não se limitam ao PADCT III, mas a vários outros
programas. Destacam-se também as constantes intervenções
da área econômica, impondo crescentes restrições
aos incentivos fiscais PDTI/PDTA, importantes para promover a interação
Universidade-empresa.
Curiosamente, o MCT investe, a nosso ver corretamente,
em esforços para inserção das atividades de C&T
para o desenvolvimento regional, em parceria com o Ministério da
Integração, mas desperdiça importante instrumento
de apoio para esse fim (o PADCT III).
Fonte : Correio Braziliense, 14maio2000
Nota do Editor : Granemann é diretor de Pesquisa da Universidade Católica de Brasília
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4. MESTRADO EM FISICO-QUIMICA DO INSTITUTO DE QUIMICA DA UFRJ:
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A Coordenação da Pós-Graduação
em Físico-Química do Departamento de Físico-Química
do Instituto de Química da Universidade Federal de Rio de Janeiro,
com a aprovação do Conselho da Pós-Graduação,
chama a Inscrição para Mestrado para o segundo semestre do
ano de 2000. As linhas de Pesquisa do Curso são:
· catálise heterogênea; cinética e dinâmica
químicas aplicadas à química atmosférica e
poluição; eletroquímica; eletroquímica, saúde
e ambiente: uma abordagem interdisciplinar; colisões de elétrons
com gases. química e espectroscopia teóricas; termodinâmica
química; química teórica e modelagem molecular; cálculos
ab-initio de estruturas e propriedades moleculares; excitação
eletrônica de gases usando feixes de elétrons e a luz síncrotron;
degradação de polímeros irradiados com a luz síncrotron
e feixes de elétrons; química de superfícies
O período de Inscrição
será entre os dias 10 de maio e 19 de junho de 2000.
Documentos para Inscrição:
A inscrição deverá ser feita na Secretaria
de Pós-Graduação do Instituto de Química (spg@iq.ufrj.br)
mediante apresentação dos seguintes documentos:
· Curriculum vitae e cópia das publicações
e apresentações a Congressos.
· Duas cartas de referência, formulário de inscrição
e 3 fotografias 3 x 4.
· Histórico escolar.
· Cópia do diploma de graduação ou documentação
equivalente.
A Seleção será nos dias 20 e 21 de junho, sendo
a prova de conhecimentos de inglês no dia 20 de junho às 10:00
horas e as entrevistas nos dias 20 e 21 de junho, em horários a
combinar. A prova de inglês consistirá na tradução
e interpretação de textos de Físico-Química
a nível de Graduação. A entrevista consistirá
na avaliação do curriculum do candidato, a sua disponibilidade
para a realização do curso, interesses profissionais e acadêmicos
e possibilidades futuras de
aplicação dos conhecimentos. Outras informações,
e as Normas completas de Seleção e Funcionamento do Curso,
poderão ser obtidas na Secretaria do Departamento de Físico-Química,
sala 408, Bloco A do Centro de Tecnologia da UFRJ (0xx21-590-9890 e FAX
0xx21-290-4746) ou diretamente com a coordenadora.
Profa. Graciela Arbilla, através do e-mail: graciela@iq.ufrj.br.
Coordenadora da PG em Físico Quimica/IQ/UFRJ
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5. WORKSHOP EM ESPECTROMETRIA ATÔMICA
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Local: PUC-Rio
Endereço: Prédio Cardeal Leme, 12o andar. Rua Marques
de S. Vicente 225, Gávea
22453-900, Rio de Janeiro, RJ
Data: 7 de junho de 2000
Horário: 08:30-17:00
PROGRAMA
08:00/ 09:00 Recepção e distribuição do
material
09:00/10:15; Novas perspectivas em espectrometria atômica por
geração de hidretos* (Dr Ralph Sturgeon, NRC, Canada)
10:15/10:30; coffee break
10:30/11:45; Laser ablation ICP-MS: estudo de casos (Dr Norbert Miekeley,
PUC-Rio)
11:45/13:30; Almoço
13:30/14:30; Introdução de amostras complexas em ICP-MS
por vaporização eletrotérmica (Dr Adilson Curtius,
UFSC)
14:30/15:30; Utilização de modificadores permanentes
em GFAAS (Dr Reinaldo Calixto de Campos, PUC-Rio)
15:30/15:50; Coffee break
15:50/ 16:50; Painel: perspectivas em espectrometria atômica**
(Dr Ralph Sturgeon)
*em inglês
**o painel será iniciado por uma apresentação
do Dr Sturgeon, após o que os apresentadores estarão a disposição
dos participantes para responder a perguntas e comentários.
As pré-inscrições devem
ser endereçadas pelo correio, mail ou fax, para: Departamento de
Química da PUC-Rio, Rua Marques de S. Vicente 225, Gávea
22453-900, Rio de Janeiro, RJ; tel 5299367; fax 5299569; e-mail: workshop@rdc.puc-rio.br,
até 20/05/00.
Taxa de inscrição: R$ 60,00,
a ser paga na conta ITAU agência 1108, conta corrente: 26247-6, após
a confirmação da inscrição.
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Secretaria Geral SBQ
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Contribuicoes devem ser enviadas para:
paulosbq@dq.ufscar.br
http://www.sbq.org.br
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