Leia nesta edição:
1. Editorial do JBCS no.1, 2000
2. Fator de impacto da Química Nova
3. FHC deve anunciar programa de fundos setoriais hoje
4. Caminho da pesquisa é a patente
5. País tem acesso a base de dados sobre patentes
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1. EDITORIAL DO JBCS No. 1, 2000
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Há 20 anos, eram pouquíssimos
os químicos brasileiros a imaginar que o Brasil terminaria o século
XX com uma revista científica de química em inglês,
que estivesse indexada às principais bases de dados internacionais
e sendo citada nas melhores revistas científicas do mundo. O que
era um sonho de poucos materializou-se e o JBCS, como não poderia
ser diferente, face à dimensão e qualidade da comunidade
química brasileira, encontra-se hoje entre as publicações
internacionais de
química de qualidade.
As revistas científicas constantemente
têm de se adaptar às mudanças e ao crescimento das
sociedades nas quais estão inseridas e é neste sentido que
foram realizadas as mudanças e estabelecidas as metas para o próximo
ano descritas sucintamente a seguir.
O primeiro número do ano 2000 traz
várias modificações na política editorial do
JBCS. Ao seu corpo editorial, juntamo-nos, o Prof. Ronaldo A. Pilli e eu,
face à demanda crescente pelas áreas de síntese orgânica
e inorgânica molecular, e também para dividirmos com os demais
Editores o premente trabalho de padronização da revista.
Visamos unificar a linguagem dos autores das várias áreas
da química, de acordo com as recomendações da IUPAC.
Tal padronização é essencial para que a informação
publicada no JBCS seja facilmente recuperada nas diferentes bases de dados.
Procuraremos também tornar rotineira a disponibilização
de todos os dados necessários à caracterização
adequada de compostos inéditos descritos no JBCS. Finalmente, buscaremos
implementar um visual mais unificado no JBCS, principalmente no que diz
respeito às ilustrações que deverão, sempre
que possível, ser submetidas nos tamanhos em que irão aparecer
na revista. Nessa direção, as instruções para
os autores foram melhor detalhadas.
Ampliamos o leque de opções
para publicação no JBCS. Além das revisões,
artigos completos e cartas, os autores poderão optar por publicarem
seus resultados na forma de artigos curtos e, em substituição
às notas, de comunicações às quais será
dada a devida agilidade. Outra novidade é que os editores analisarão
propostas de autores que desejarem submeter
artigos de revisão para publicação no JBCS.
Estamos possibilitando aos autores disponibilizarem
informações adicionais referentes aos seus trabalhos. Poderão
ser submetidas, juntamente com os manuscritos, informações
eletrônicas suplementares as quais também passarão
pelo processo de avaliação e serão disponibilizadas
juntamente com os artigos, na página eletrônica do JBCS.
Em sintonia com os novos tempos e com os objetivos
de dar ao Journal maior visibilidade e de informar os autores e assessores,
disponibilizamos, na página eletrônica do JBCS, http://www.sbq.org.br/jbcs/index.html,
informações detalhadas visando auxiliar a elaboração
e a avaliação dos manuscritos dentro dos novos moldes de
padronização e qualidade almejados pelos editores do JBCS.
Finalmente, junto-me aos demais Editores para
parabenizar nossa comunidade pelo sucesso do nosso Journal cujo fator de
impacto (ISI) passou de 0,293 em 1997 para 0,471 em 1998. Porém,
nunca é demais relembrar que o fortalecimento do JBCS depende essencialmente
do apoio que recebe da comunidade química brasileira, no que diz
respeito à qualidade dos trabalhos que nele publica. Além
disto, o impacto internacional da química brasileira também
passa pela citação dos
trabalhos publicados no nosso Journal. Os editores permanecem abertos
a sugestões dos autores e da comunidade almejando, não somente
à melhoria do Journal, como também à sua projeção
no cenário internacional.
Maria D. Vargas
Instituto de Química Unicamp
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2. FATOR DE IMPACTO DE QUÍMICA NOVA
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A QUÍMICA NOVA já faz parte
das revistas científicas com FATOR DE IMPACTO na listagem recente
do JCR(1998) onde o JBCS aparece com FI = 0,472, a QN exibe um garboso
FI = 0,322, o que é excelente para uma revista editada prioritariamente
em Português! Só; para efeito de comparação,
o Bol. Soc. Chil. Quim. tem FI = 0,250 e o An.Asoc. Quim. Argent.
exibe um FI = 0,047.
Jailson B. de Andrade
Instituto de Química - UFBA
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3. FHC DEVE ANUNCIAR PROGRAMA DE FUNDOS SETORIAIS NO DIA 3/4
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O presidente FHC deve lançar hoje dia
3/4, em cerimonia no Palácio do Planalto, em Brasília, as
medidas provisórias que confirmam a criação e a operação
dos fundos setoriais de C&T.
Os fundos setoriais serão destinados
a financiar a pesquisa em C&T e a infra-estrutura das Universidades,
com recursos oriundos das telecomunicações, da industria
de petróleo, informática etc.
A cerimonia prevista para duas semana atrás.
Havia sido transferida para o dia 30/3, última quinta-feira, mas
foi adiada novamente.
No Ministério da C&T, a informação
é a de que a data de 3/4 é "quase certa".
Fonte: Fonte: Redação Jornal da Ciência
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4. CAMINHO DA PESQUISA É A PATENTE
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Na pagina da internet do Massachusetts Institute
of Technology (MIT) basta digitar a palavra patente -- em inglês,
of course -- e surgem 4185 citacoes.
Elas vão de artigos explicando como
e o que pode ser patenteado, se vale a pena entrar com o pedido, as curiosidades
correlatas e links para outros sites. Não é só isso.
Os alunos e professores do MIT têm à sua disposição
um departamento especifico, o Technology Licencing Office, para cuidar
da transferencia de tecnologia dos laboratórios para a industria.
No ano fiscal de 99, o departamento registrou
a receita bruta de US$ 19,9 milhões. Entrou com pedido para 260
patentes e recebeu 143. Note-se: o MIT não é a maior Universidade
americana, ainda que seja das mais influentes e certamente ocupe um lugar
de honra em termos de invenções e descobertas.
Do lado de cá, a USP não só
é a maior e mais prestigiada instituição de ensino
superior do Brasil, como de todo o continente latino-americano. Mas
patente, aqui, começou a fazer parte do léxico universitário
há muito pouco tempo.
Nos longos 12 anos que separam 1987 de marco
de 2000, a Coordenadoria Executiva de Cooperação Universitária
e de Atividades Especiais (Cecae), órgão da USP que cuida,
entre outras, da questão da propriedade intelectual, depositou apenas
116 pedidos de patente para registro.
Não se quer desmerecer, com essa comparação,
a produção cientifica nacional nem desqualificar a competência
de nossos pesquisadores. Ao contrario, há relatos não oficiais
dando conta de que os cientistas brasileiros tendem a ser mais criativos
do que seus pares de países desenvolvidos, dadas a escassez de materiais
e das condições de trabalho que precisam superar para conseguir
concluir suas pesquisas.
Mas há-- ou havia -- uma diferença
de postura entre as duas universidades frente à questão da
aplicação da pesquisa acadêmica, que é fundamental
e que só agora, tardia mas felizmente, começa a mudar.
É lógico que os laboratórios
das universidades tem que se concentrar em pesquisa básica.
É lá que serão feitas descobertas desinteressadas
de seu resultado monetário, pratica que dificilmente cabe nas empresas.
Mas a pesquisa universitária pode evoluir
para novos produtos ou técnicas de produção, e não
há por que negar sua vocação comercial só porque
ela nasceu dentro de uma universidade. É isso que, subliminarmente
ou não, fazem o MIT, Harvard e com certeza a grande maioria das
instituições de ensino americanas.
Patentear ou não patentear -- não
se trata nem mais de uma questão filosófica, mas de condição
"sine qua non" de sobrevivência. E por que não? Por que a
opção pela vida universitária tem de levar obrigatoriamente
a uma certa pobreza material (porém digna, diriam alguns)?
Afinal trata-se da nata da intelectualidade
brasileira, ensinando tudo que sabe às gerações do
futuro. Mas que futuro os novos alunos podem vislumbrar se não
vislumbram um contracheque compensador para seus esforços?
Perde assim a universidade, que vê evaporarem
futuros professores, e perde a indústria, com pesquisadores natos
sentados em escritórios. Perde-se aliás, muito mais que isso.
A possibilidade da venda de tecnologias e de patentes pode abrir um horizonte
interessante para os alunos, tanto imediato quanto de longo prazo.
O curso de doutorado no MIT do engenheiro
mecânico Martin L. Culpepper foi patrocinado, por assim dizer, pela
Ford. Interessada no desenvolvimento de uma técnica de ajuste de
precisão de motores, a montadora financiou a pesquisa realizada
pela universidade. Com dinheiro, o laboratório pode pagar uma bolsa
de estudos para Culpepper.
É claro que qualquer parceria entre
universidades e empresas que envolva dinheiro acaba envolvendo também
questões éticas. Mas não é porque há
critérios a serem discutidos que a idéia como um todo deva
ser posta de lado.
Para Charle M. Vest, presidente do MIT, as
associações com as industrias devem ser de não-exclusividade,
e o MIT deve continuar proprietário de todas as pesquisas.
Mas, diz ele, tanto o MIT quanto as empresas privadas podem se beneficiar
de tal casamento. Ele é uma solução para a crescente
escassez de fundos vindos do caixa governamental.
Em 1965, o governo americano, que sempre foi
o grande provedor do MIT, cobria 65% da receita operacional da universidade.
Em 99, contribuiu com menos de 32%.
Na USP, está finalmente havendo um
esforço para mudar a situação. Subordinado ao Cecae,
o Grupo de Assessoramento ao Desenvolvimento de Inventos (Gagi) tem procurado
divulgar os benefícios de assegurar a propriedade intelectual dos
desenvolvimentos feitos ali, o que tem dado resultados.
Enquanto em 97 a universidade depositou somente
4 patentes, registrou 7 no ano seguinte e, nos primeiros dois meses e meio
de 2000, já depositou 2, sem contar que já trabalha em mais
de 8.
"A procura está crescendo exponencialmente",
diz Guilherme Ary Plonski, coordenador do Cecae, para quem a distancia
entre os pesquisadores e as patentes se devia quase totalmente ao desconhecimento
dos pesquisadores acerca das vantagens de patentear seus trabalhos.
Esperamos que ele tenha razão.
Fonte : Gazeta Mercantil 23mar00
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5. PAÍS TEM ACESSO A BASE DE DADOS SOBRE PATENTES
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Os cientistas brasileiros acabam de ganhar
acesso à mais completa base internacional de dados sobre patentes,
o Derwent Innovation Index (DII), onde constam informações
sobre todas as inovações registradas no mundo desde 63.
São mais de 18 milhões de patentes,
sobre as quais se oferece uma breve descrição, informações
sobre o grau de proteção, nome e endereço do proprietário,
além das referências sobre o artigo cientifico que deu origem
ao invento. "Agora, as instituições poderão conhecer
as inovações já patenteadas nas áreas onde
desenvolvem pesquisas, o que permite orientar melhor suas linhas de trabalho",
explica José Fernando Perez, diretor cientifico da Fundação
de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
O acesso ao banco pode ser feito por meio
de pesquisa sobre autor, área ou palavra-chave. A iniciativa faz
parte dos esforços da Fapesp para que a ciência produzida
no Brasil supere seu descompasso com relação ao número
-- ínfimo – de patentes que o País registra.
Além das instituições
paulistas que desenvolvem projetos financiados pela Fapesp, o banco de
dados está disponível para
cientistas que trabalham em empresas.Já as Universidades e institutos
de pesquisa federais terão acesso garantido pela Fundação
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
Superior (Capes).
O acesso ao DII integra uma série de esforços
das duas instituições para aprofundar a integração
da ciência brasileira com o resto do mundo. A Fapesp contratou em
97 -- e a Capes, em 99 -- os serviços da Web of Science, o mais
completo banco de dados sobre artigos publicados em mais de 8 mil revistas
cientificas internacionais de qualidade reconhecida.
Essa base de dados, que hoje tem indexados
22 milhões de papers (artigos) produzidos a partir de 1975, permite
realizar pesquisas por autor, área do conhecimento ou palavras chaves.
"Foi uma revolução na pesquisa
bibliográfica", diz Perez, ressaltando que a base permite acesso
ao resumo do trabalho, a sua bibliografia e a todos os artigos posteriores
onde aquele paper aparece mencionado.
"Isso significa que, quando um estudo desperta
interesse, o cientista poder ver, instantaneamente, tanto o resumo de todos
os outros nos quais ele se baseia, como seus desdobramentos", explica.
A Fapesp também está desenvolvendo
uma base de dados de toda a produção cientifica brasileira
publicada em revistas nacionais especializadas e com qualidade comprovada.
É o projeto Scielo, cujo site oferece,
gratuitamente, no Brasil e no exterior, a integra de todos os artigos (www.scielo.br).
Outra iniciativa da fundação são as assinaturas eletrónicas
de diversas publicações cientificas.
Com isso, boa parte dos pesquisadores paulistas
ganhou acesso gratuito às 606 revistas publicadas pela Elsevier,
além dos títulos da "Academic Press" e da "High Wire". Isso
inclui a revista "Science" e, em breve, devera incluir a "Nature".
Os 104 cientistas brasileiros mais citados
em revistas cientificas internacionais foram homenageados pelo Institute
for Scientific Information (ISI), responsável pelo Science Citation
Index (SCI), que, desde 61, registra essas citações. A homenagem
ocorreu na abertura do encontro marcado para a apresentação
dos bancos de dados contratados pelo Brasil.
Todos os homenageados eram autores de estudos
citados mais de 50 vezes em trabalhos posteriores, o que comprova sua relevância
para o desenvolvimento da ciência mundial.
A maior parte deles era das áreas de
ciências medicas e biológicas, mas havia também diversos
trabalhos na área de astronomia, astrofísica, Quimica, física,
farmacologia e ciências da computação.
Fonte : O Estado de SP, 30mar00
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