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SBQ - BIÊNIO (98/2000)      BOLETIM ELETRÔNICO      No. 159
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Leia nesta edição:
1. Editorial do JBCS no.1, 2000
2. Fator de impacto da Química Nova
3. FHC deve anunciar programa de fundos setoriais hoje
4. Caminho da pesquisa é a patente
5. País tem acesso a base de dados sobre patentes

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1. EDITORIAL DO JBCS No. 1, 2000
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     Há 20 anos, eram pouquíssimos os químicos brasileiros a imaginar que o Brasil terminaria o século XX com uma revista científica de química em inglês, que estivesse indexada às principais bases de dados internacionais e sendo citada nas melhores revistas científicas do mundo. O que era um sonho de poucos materializou-se e o JBCS, como não poderia ser diferente, face à dimensão e qualidade da comunidade química brasileira, encontra-se hoje entre as publicações internacionais de
química de qualidade.
     As revistas científicas constantemente têm de se adaptar às mudanças e ao crescimento das sociedades nas quais estão inseridas e é neste sentido que foram realizadas as mudanças e estabelecidas as metas para o próximo ano descritas sucintamente a seguir.
     O primeiro número do ano 2000 traz várias modificações na política editorial do JBCS. Ao seu corpo editorial, juntamo-nos, o Prof. Ronaldo A. Pilli e eu, face à demanda crescente pelas áreas de síntese orgânica e inorgânica molecular, e também para dividirmos com os demais Editores o premente trabalho de padronização da revista. Visamos unificar a linguagem dos autores das várias áreas da química, de acordo com as recomendações da IUPAC. Tal padronização é essencial para que a informação publicada no JBCS seja facilmente recuperada nas diferentes bases de dados. Procuraremos também tornar rotineira a disponibilização de todos os dados necessários à caracterização adequada de compostos inéditos descritos no JBCS. Finalmente, buscaremos implementar um visual mais unificado no JBCS, principalmente no que diz respeito às ilustrações que deverão, sempre que possível, ser submetidas nos tamanhos em que irão aparecer na revista. Nessa direção, as instruções para os autores foram melhor detalhadas.
     Ampliamos o leque de opções para publicação no JBCS. Além das revisões, artigos completos e cartas, os autores poderão optar por publicarem seus resultados na forma de artigos curtos e, em substituição às notas, de comunicações às quais será dada a devida agilidade. Outra novidade é que os editores analisarão propostas de autores que desejarem submeter
artigos de revisão para publicação no JBCS.
     Estamos possibilitando aos autores disponibilizarem informações adicionais referentes aos seus trabalhos. Poderão ser submetidas, juntamente com os manuscritos, informações eletrônicas suplementares as quais também passarão pelo processo de avaliação e serão disponibilizadas juntamente com os artigos, na página eletrônica do JBCS.
     Em sintonia com os novos tempos e com os objetivos de dar ao Journal maior visibilidade e de informar os autores e assessores, disponibilizamos, na página eletrônica do JBCS, http://www.sbq.org.br/jbcs/index.html, informações detalhadas visando auxiliar a elaboração e a avaliação dos manuscritos dentro dos novos moldes de padronização e qualidade almejados pelos editores do JBCS.
     Finalmente, junto-me aos demais Editores para parabenizar nossa comunidade pelo sucesso do nosso Journal cujo fator de impacto (ISI) passou de 0,293 em 1997 para 0,471 em 1998. Porém, nunca é demais relembrar que o fortalecimento do JBCS depende essencialmente do apoio que recebe da comunidade química brasileira, no que diz respeito à qualidade dos trabalhos que nele publica. Além disto, o impacto internacional da química brasileira também passa pela citação dos
trabalhos publicados no nosso Journal. Os editores permanecem abertos a sugestões dos autores e da comunidade almejando, não somente à melhoria do Journal, como também à sua projeção no cenário internacional.

Maria D. Vargas
Instituto de Química Unicamp

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2. FATOR DE IMPACTO DE QUÍMICA NOVA
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     A QUÍMICA NOVA já faz parte das revistas científicas com FATOR DE IMPACTO na listagem recente do JCR(1998) onde o JBCS aparece com FI = 0,472, a QN exibe um garboso FI = 0,322, o que é excelente para uma revista  editada prioritariamente em Português! Só; para efeito de comparação, o Bol. Soc. Chil. Quim. tem FI = 0,250 e o An.Asoc.  Quim. Argent. exibe um FI = 0,047.

Jailson B. de Andrade
Instituto de Química - UFBA

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3. FHC DEVE ANUNCIAR PROGRAMA DE FUNDOS SETORIAIS NO DIA 3/4
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     O presidente FHC deve lançar hoje dia 3/4, em cerimonia no Palácio do Planalto, em Brasília, as medidas provisórias que confirmam a criação e a operação dos fundos setoriais de C&T.
     Os fundos setoriais serão destinados a financiar a pesquisa em C&T e a infra-estrutura das Universidades, com recursos oriundos das telecomunicações, da industria de petróleo, informática etc.
     A cerimonia prevista para duas semana atrás. Havia sido transferida para o dia 30/3, última quinta-feira, mas foi adiada novamente.
     No Ministério da C&T, a informação é a de que a data de 3/4 é "quase certa".

Fonte:  Fonte:  Redação Jornal da Ciência

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4. CAMINHO DA PESQUISA É A PATENTE
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    Na pagina da internet do Massachusetts Institute of Technology (MIT) basta digitar a palavra patente -- em inglês, of course -- e surgem 4185 citacoes.
     Elas vão de artigos explicando como e o que pode ser patenteado, se vale a pena entrar com o pedido, as curiosidades correlatas e links para outros sites. Não é só isso.  Os alunos e professores do MIT têm à sua disposição um departamento especifico, o Technology Licencing Office, para cuidar da transferencia de tecnologia dos laboratórios para a industria.
     No ano fiscal de 99, o departamento registrou a receita bruta de US$ 19,9 milhões. Entrou com pedido para 260 patentes e recebeu 143. Note-se: o MIT não é a maior Universidade americana, ainda que seja das mais influentes e certamente ocupe um lugar de honra em termos de invenções e descobertas.
     Do lado de cá, a USP não só é a maior e mais prestigiada instituição de ensino superior do Brasil, como de todo o continente latino-americano.  Mas patente, aqui, começou a fazer parte do léxico universitário há muito pouco tempo.
     Nos longos 12 anos que separam 1987 de marco de 2000, a Coordenadoria Executiva de Cooperação Universitária e de Atividades Especiais (Cecae), órgão da USP que cuida, entre outras, da questão da propriedade intelectual, depositou apenas 116 pedidos de patente para registro.
     Não se quer desmerecer, com essa comparação, a produção cientifica nacional nem desqualificar a competência de nossos pesquisadores. Ao contrario, há relatos não oficiais dando conta de que os cientistas brasileiros tendem a ser mais criativos do que seus pares de países desenvolvidos, dadas a escassez de materiais e das condições de trabalho que precisam superar para conseguir concluir suas pesquisas.
     Mas há-- ou havia -- uma diferença de postura entre as duas universidades frente à questão da aplicação da pesquisa acadêmica, que é fundamental e que só agora, tardia mas felizmente, começa a mudar.
     É lógico que os laboratórios das universidades tem que se concentrar em pesquisa básica.  É lá que serão feitas descobertas desinteressadas de seu resultado monetário, pratica que dificilmente cabe nas empresas.
     Mas a pesquisa universitária pode evoluir para novos produtos ou técnicas de produção, e não há por que negar sua vocação comercial só porque ela nasceu dentro de uma universidade. É isso que, subliminarmente ou não, fazem o MIT, Harvard e com certeza a grande maioria das instituições de ensino americanas.
     Patentear ou não patentear -- não se trata nem mais de uma questão filosófica, mas de condição "sine qua non" de sobrevivência. E por que não? Por que a opção pela vida universitária tem de levar obrigatoriamente a uma certa pobreza material (porém digna, diriam alguns)?
     Afinal trata-se da nata da intelectualidade brasileira, ensinando tudo que sabe às gerações do futuro.  Mas que futuro os novos alunos podem vislumbrar se não vislumbram um contracheque compensador para seus esforços?
     Perde assim a universidade, que vê evaporarem futuros professores, e perde a indústria, com pesquisadores natos sentados em escritórios. Perde-se aliás, muito mais que isso. A possibilidade da venda de tecnologias e de patentes pode abrir um horizonte interessante para os alunos, tanto imediato quanto de longo prazo.
     O curso de doutorado no MIT do engenheiro mecânico Martin L. Culpepper foi patrocinado, por assim dizer, pela Ford. Interessada no desenvolvimento de uma técnica de ajuste de precisão de motores, a montadora financiou a pesquisa realizada pela universidade. Com dinheiro, o laboratório pode pagar uma bolsa de estudos para Culpepper.
     É claro que qualquer parceria entre universidades e empresas que envolva dinheiro acaba envolvendo também questões éticas.  Mas não é porque há critérios a serem discutidos que a idéia como um todo deva ser posta de lado.
     Para Charle M. Vest, presidente do MIT, as associações com as industrias devem ser de não-exclusividade, e o MIT deve continuar proprietário de todas as pesquisas.  Mas, diz ele, tanto o MIT quanto as empresas privadas podem se beneficiar de tal casamento. Ele é uma solução para a crescente escassez de fundos vindos do caixa governamental.
     Em 1965, o governo americano, que sempre foi o grande provedor do MIT, cobria 65% da receita operacional da universidade. Em 99, contribuiu com menos de 32%.
     Na USP, está finalmente havendo um esforço para mudar a situação. Subordinado ao Cecae, o Grupo de Assessoramento ao Desenvolvimento de Inventos (Gagi) tem procurado divulgar os benefícios de assegurar a propriedade intelectual dos desenvolvimentos feitos ali, o que tem dado resultados.
     Enquanto em 97 a universidade depositou somente 4 patentes, registrou 7 no ano seguinte e, nos primeiros dois meses e meio de 2000, já depositou 2, sem contar que já trabalha em mais de 8.
     "A procura está crescendo exponencialmente", diz Guilherme Ary Plonski, coordenador do Cecae, para quem a distancia entre os pesquisadores e as patentes se devia quase totalmente ao desconhecimento dos pesquisadores acerca das vantagens de patentear seus trabalhos.
     Esperamos que ele tenha razão.

Fonte : Gazeta Mercantil  23mar00

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5. PAÍS TEM ACESSO A BASE DE DADOS SOBRE PATENTES
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     Os cientistas brasileiros acabam de ganhar acesso à mais completa base internacional de dados sobre patentes, o Derwent Innovation Index (DII), onde constam informações sobre todas as inovações registradas no mundo desde 63.
     São mais de 18 milhões de patentes, sobre as quais se oferece uma breve descrição, informações sobre o grau de proteção, nome e endereço do proprietário, além das referências sobre o artigo cientifico que deu origem ao invento. "Agora, as instituições poderão conhecer as inovações já patenteadas nas áreas onde desenvolvem pesquisas, o que permite orientar melhor suas linhas de trabalho", explica José Fernando Perez, diretor cientifico da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
     O acesso ao banco pode ser feito por meio de pesquisa sobre autor, área ou palavra-chave. A iniciativa faz parte dos esforços da Fapesp para que a ciência produzida no Brasil supere seu descompasso com relação ao número -- ínfimo – de patentes que o País registra.
     Além das instituições paulistas que desenvolvem projetos financiados pela Fapesp, o banco de dados está disponível para
cientistas que trabalham em empresas.Já as Universidades e institutos de pesquisa federais terão acesso garantido pela Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
    O acesso ao DII integra uma série de esforços das duas instituições para aprofundar a integração da ciência brasileira com o resto do mundo. A Fapesp contratou em 97 -- e a Capes, em 99 -- os serviços da Web of Science, o mais completo banco de dados sobre artigos publicados em mais de 8 mil revistas cientificas internacionais de qualidade reconhecida.
     Essa base de dados, que hoje tem indexados 22 milhões de papers (artigos) produzidos a partir de 1975, permite realizar pesquisas por autor, área do conhecimento ou palavras chaves.
     "Foi uma revolução na pesquisa bibliográfica", diz Perez, ressaltando que a base permite acesso ao resumo do trabalho, a sua bibliografia e a todos os artigos posteriores onde aquele paper aparece mencionado.
     "Isso significa que, quando um estudo desperta interesse, o cientista poder ver, instantaneamente, tanto o resumo de todos os outros nos quais ele se baseia, como seus desdobramentos", explica.
     A Fapesp também está desenvolvendo uma base de dados de toda  a produção cientifica brasileira publicada em revistas nacionais especializadas e com qualidade comprovada.
     É o projeto Scielo, cujo site oferece, gratuitamente, no Brasil e no exterior, a integra de todos os artigos (www.scielo.br).  Outra iniciativa da fundação são as assinaturas eletrónicas de diversas publicações cientificas.
     Com isso, boa parte dos pesquisadores paulistas ganhou acesso gratuito às 606 revistas publicadas pela Elsevier, além dos títulos da "Academic Press" e da "High Wire". Isso inclui a revista "Science" e, em breve, devera incluir a "Nature".
     Os 104 cientistas brasileiros mais citados em revistas cientificas internacionais foram homenageados pelo Institute for Scientific Information (ISI), responsável pelo Science Citation Index (SCI), que, desde 61, registra essas citações. A homenagem ocorreu na abertura do encontro marcado para a apresentação dos bancos de dados contratados pelo Brasil.
     Todos os homenageados eram autores de estudos citados mais de 50 vezes em trabalhos posteriores, o que comprova sua relevância para o desenvolvimento da ciência mundial.
     A maior parte deles era das áreas de ciências medicas e biológicas, mas havia também diversos trabalhos na área de astronomia, astrofísica, Quimica, física, farmacologia e ciências da computação.

Fonte : O Estado de SP, 30mar00

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