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PRESIDENTE DA SBQ CUMPRE INTENSA AGENDA EM BRASÍLIA
E É RECEBIDO EM
AUDIÊNCIA PELO MINISTRO DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA RONALDO
SARDEMBERG
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Nos dias 13 e 14 de março, pp., o presidente
da SBQ, Prof. Oswaldo Alves, cumpriu intensa agenda em Brasília,
como parte de uma articulação com os presidentes da Federação
das Sociedades de Biologia Experimental (FESBE) Dora Ventura, da Sociedade
Brasileira de Matemática (SBM) Paulo Cordaro e da Sociedade Brasileira
de Física (SBF) Humberto Brandi.
No dia 13, às 14:20h, na sede do CNPq,
os Presidentes foram recebidos em audiência pela Vice-Presidente
do CNPq, Profa. Alice Abreu, onde foi informada a nova organização
do CNPq que altera radicalmente, a proposta e aprovada pelo ex-Ministro
Bresser Pereira, que tanta discussão e inquietação
trouxe a comunidade. A Diretoria do CNPq será constituída
pelo Presidente, Evando Mirra; Vice-Presidente, Alice Rangel de Paiva Abreu;
Diretor de Desenvolvimento Científico e Tecnológico , Celso
Pinto de Melo; Diretor de Programas Especiais, Almiro Blumenschein e Diretor
de Administração, Gerson Galvão. A Profa. Alice, informa,
ainda, que o CNPq está definindo sua nova atuação
na forma de ações programáticas, retomando e atualizando
algumas idéias de administrações anteriores à
gestão Bresser. Dentro deste cenário,
apontou alguns programas do MCT com ações no CNPq: Capacitação
de Recursos Humanos para a Pesquisa, Expansão e Consolidação
do Conhecimento Científico e Tecnológico, Inovação
e Competitividade, Biotecnologia e Recursos Genéticos – Genoma,
Ciência e Tecnologia para a Gestão de Ecosistemas, Ciência
e Tecnologia para o Agronegócio, Fomento à Pesquisa em Saúde,
Gestão da Política de Ciência e Tecnologia, Sistemas
Locais de Inovação, Sociedade da Informação
Internet II. Além disto, foram elencados programas com outros Ministérios,
tais como: Recursos do Mar (Ministério da Defesa), Proantar (Ministério
da Defesa) Design Brasil (Ministério do Desenvolvimento,
Indústria e Comercio Exterior e Pesquisa Aplicada na Área
Energética (Ministério das Minas e Energia). A implementação
destes programas, destacou a Vice-Presidente, dependerá da aprovação
do orçamento do MCT no PPA e do ingresso de novos recursos através
dos fundos. Declarou ainda que estava otimista com relação
ao financiamento. Perguntada sobre a questão das taxas de bancada
e do reinicio do financiamento via projetos tipo-balcão, a Vice-Presidente,
declarou que estavam sendo finalizados estudos e que, dentro em breve,
haveria uma comunicação do CNPq sobre este assunto. Na oportunidade
reiteramos que a comunidade estava muito inquieta e preocupada com estas
questões e que seria, de suma importância, que
tal comunicação fosse feita o mais breve possível.
Ao final da audiência o Presidente da SBQ tocou na questão
do apoio às publicações científicas informando
o fator de impacto do JBCS, ao tempo que entregou, à Vice –Presidente,
o Kit SBQ contendo, exemplares de Química Nova na Escola, Química
Nova, JBCS, folder da Reunião Anual e o mouse-pad contendo a Tabela
Periódica. A audiência encerrou-se as 15:45h.
Às 17:20h no Ministério da Ciência
e Tecnologia, o Ministro de C&T, Embaixador Ronaldo Sardemberg, recebeu
em audiência os Presidentes das Sociedades Científicas. Além
do Ministro e Presidentes, participaram da audiência o Presidente
do CNPq, Prof. Evando Mirra e o Diretor de Programas Especiais do MCT,
Dr. Paulo Waki. O Ministro inicialmente
considerou extremamente importante o contato com os presidentes das
sociedades, como também, colocou sua disposição
de dialogar com comunidade científica visando a solução
dos problemas da pasta. Comentou que vem fazendo isto principalmente com
a SBPC. Nesta oportunidade os Presidentes colocaram que ali, certamente
estava representado, mais de 50% da produção científica
nacional. O Senhor Ministro fez uma explanação detalhada
dos principais eixos do MCT comentando a
necessidade da aprovação do PPA, uma vez que o mesmo,
contempla várias ações a serem executadas pelo Ministério.
Falou, ainda, da questão dos Fundos, colocando que se espera receber,
neste exercício, cerca de 150 milhões só do
CTPetro, pois que os outros Fundos, que serão criados ainda este
ano, poderão aportar mais recursos. Enfatizou que este é
o
dinheiro novo (ingresso) que o Ministério espera contar para
as ações que visam restabelecer o financiamento à
ciência e tecnologia em bases regulares. Fez questão de frisar
que o papel do Secretário Executivo do MCT, Dr. Carlos Pacheco,
tem sido fundamental nestas tratativas. Falou ainda da importância
de se aumentar, na sociedade em geral, a percepção
da importância da ciência e tecnologia, na direção
de persuadir e superar a incompreensão sobre a sua importância,
incompreensão esta observada, até mesmo, em algumas esferas
governamentais. Salientou que esperava contar com as Sociedade Cientificas
neste particular, inclusive participando ativamente da próxima reunião
da SBPC, que será realizada
em Brasília, este ano. Neste momento a presidente da FESBE,
Profa. Dora Ventura, apresentou ao Senhor Ministro, um estudo realizado
pela Federação baseado em perguntas envolvendo questões
de Ciência e Tecnologia feitas aos eleitores (boca de urna)
na última eleição para Governador em SP entre simpatizantes
dos dois candidatos principais. Alguns dos resultados surprenderam o Ministro,
sobretudo aqueles que indicavam que a população amostrada
não era de todo refratária à uma idéia
de um imposto que fosse destinado às atividades de ciência
e tecnologia. O Ministro discorreu ainda sobre a questão da Lei
dos Incentivos e a interface do MCT com outros Ministérios, especialmente,
os Ministérios da Defesa, Desenvolvimento e Educação.
Com relação a este último comentou que os Fundos Setoriais
(parte dos recursos do Fundo dos Fundos), poderão auxiliar a resolver
o problema das universidades através de projeto para recuperação
da infra-estrutura. Ficou claro, pelas palavras do Ministro, que o novo
cenário de financiamento passa pelos Estados através de suas
secretarias de ciência e tecnologia e fundações de
amparo à pesquisa (FAPs). Adiantou que uma ação desta
natureza seria feita com o Estado do Rio de Janeiro, na próxima
semana, como já tinha sido feita com secretarias de Estados do centro-oeste.
Nesta oportunidade, comentou que o Presidente da República está
muito entusiasmado com a questão da Ciência e Tecnologia e
que considera que este ano é vital para o setor. Adiantou que
estas questões, sobretudo as ligadas ao Programa de Fundos Setoriais,
seria objeto anúncio em solenidade presidida pelo próprio
Presidente da República. Colocada a questão das Bolsas de
Produtividade, o Prof. Mirra, informou que este programa gera muita antipatia
no Governo, por causa da diferenciação
salarial que cria, mas que, até aquele momento, a situação
era normal, e que sua evolução dependeria de uma aprovação
no orçamento. Neste momento o presidente da SBQ interviu colocando
que as áreas com demanda mais qualificada estavam sendo prejudicadas
em suas quotas e que seria importante dar uma visão de maior
justiça ao programa. O Prof. Mirra
adianta que no último julgamento (10/99) alguns dos pontos
colocados foram considerados na distribuição visando
corrigir estas distorções e que acreditava que em mais três
ou quatro julgamentos grande parte dos problemas já poderiam estar
resolvidos. O presidente da SBQ insistiu que este acerto é fundamental
uma vez que pesquisadores jovens de elevada
qualificação estão, sobretudo no sistema federal,
ministrando um excessivo número de aulas, uma vez que a gratificação
de docência está muito mais próxima que a possibilidade
de entrar no sistema de bolsas de produtividade. A persistir esta situação,
corre-se o risco de uma situação de eventual perda de perfil
para a pesquisa, observa o presidente da SBQ. O Prof. Mirra coloca que
será fundamental que a comunidade e os Comitês Assessores
participem desta discussão e ofereçam sugestões ao
CNPq. Instado sobre a questão do financiamento no balcão
o Presidente do CNPq apontou que tanto o financiamento como a questão
das taxas de bancada estão sendo estudas e dependerão dos
novos ingressos. Dentro da mesma tônica o presidente da SBF, Prof.
Humberto Brandi, colocou a questão da dificuldade de financiamento
às publicações
científicas, inclusive fazendo referência às colocações
do Ministro quanto a divulgação da ciência e tecnologia.
Neste particular o Ministro comentou que o MCT foi muito tímido
em termos orçamentários e que o programa editorial do CNPq
será revisto visando sua ampliação. Neste momento
o presidente da SBQ, entregou ao Ministro as revistas Química Nova
na Escola e JBCS, comentou rapidamente o programa editorial da Sociedade,
e informou que o JBCS estava indexado nas mais importantes bases de dados
e era a única revista de ciências exatas brasileira indexada
no Current Contents, como também, a revista de ciências exatas
de maior fator de impacto na América Latina. Comentou ainda que
apesar de todas as dificuldades as revistas da SBQ estavam rigorosamente
em dia, implicando em gastos importantes da sociedade. O Ministro mostrou-se
sensível a tal problema solicitando ao Prof. Mirra, Presidente do
CNPq, que avaliasse tal situação. Na oportunidade o Prof.
Mirra fez um comentário elogioso ao Programa Editorial da SBQ,
que já conhecia quando do encontro realizado com os presidentes
de Sociedades Científicas em São Paulo em janeiro de
1999. O Ministro agradeceu a presença de todos e audiência
foi encerrada as 18:30h.
Ainda no mesmo dia os presidentes foram recebidos,
logo em seguida, pelo Secretário Executivo do MCT, Dr. Carlos
Pacheco. Além do Secretário Executivo e dos Presidentes,
também participou do encontro o Dr. Paulo Waki. O Dr. Pacheco, fez
uma rápida exposição sobre a questão dos Fundos,
dando uma idéia não só da sua situação
como das Agências
Nacionais Reguladoras, donde provem os recursos. Dos diferentes Fundos,
petróleo, telecomunicações, informática, energia,
o que está realmente funcionando é o CTPetro, ligado a ANP.
Muitos ainda não foram criados, pelo fato que as agências
reguladoras ainda não estarem oficialmente funcionando. Alguns processos
de criação das agências encontram-se no
Congresso Nacional e outros na própria Casa Civil. Segundo o
Secretário o MCT está fazendo todo o empenho para que tal
situação seja o mais rapidamente regularizada. Notou-se também,
por parte do Secretário, a preocupação de resolver
todos estes problemas dentro de no máximo 01 ano e que, na sua avaliação,
a C&T está passando por um momento favorável,
inclusive com apoio claro do Presidente da República. Colocou
a importância da participação da comunidade na Reunião
Anual da SBPC em Brasília, que contará com o apoio ativo
do MCT, inclusive com presença nos debates colhendo sugestões
e propostas. Discutiu-se, ainda, assuntos relacionados com a questão
da Comissão Permanente de Ciência e Tecnologia da Câmara,
que passa maior parte do tempo discutindo concessões de radio e
tv e pouca C&T, a possibilidade das Sociedades
Científicas terem um apoio logístico em Brasilia, para
assessoramento das bancadas de deputados e senadores comprometidos com
a causa da C&T. Ainda foi colocado pelo Secretário os esforços
que estão sendo feitos para a captação de recursos
para a C&T junto aos organismos internacionais tipo BID, Banco Mundial,
etc. Neste particular, argumentou que existem dificuldades com a área
econômica no tocante as contrapartidas. Finalmente, acertou-se que
as sociedades cientificas
poderiam receber informações (processos em tramitação,
pareceres e informações sobre os processos de interesse da
C&T que tramitam no Congresso Nacional, etc) através da lista
do Fórum dos Secretários Estaduais de Ciência e Tecnologia.
O Encontro terminou por volta das 19:10h.
No dia 14, o presidente da SBQ foi recebido
pelo Diretor de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
do CNPq, Prof. Celso Pinto de Melo. Nesta oportunidade discutiu-se, entre
outros assuntos, a questão das quotas das Bolsas de Produtividade
Acadêmica e a possibilidade de aumentar-se o tempo de bolsa de 2
para 3 anos. Discutiu-se também a questão das quotas de bolsas
para os Programas de Doutorado. O Prof. Celso colocou que seria muito importante
que a comunidade “provocasse” o CNPq com sugestões para os diferentes
assuntos que a afligem . Tocou-se, mais uma vez na questão, da abertura
do financiamento tipo-balcão e das taxas de bancada, como um sinal
importante para a comunidade que as coisas estão voltando a funcionar
no CNPq. Neste particular o Prof. Celso informou que, proximamente, poderão
ser anunciadas decisões importantes para minorar tal situação.
Finalmente, comentou que as eleições para renovar parte dos
CAs serão realizadas e que todas as estâncias,
tais como, os CAs interdisciplinares deverão se reunir para avaliações
dos programas, talvez ainda este semestre.
Em nossa avaliação as audiências
e encontros realizados em Brasília nos dias 13/14 de março
foram extremamente importantes e favoráveis. Sem a menor dúvida
nota-se um clima muito diferente e aberto ao diálogo e, sobretudo,
com possibilidades de participação da comunidade nas discussões
que precedem as tomadas de decisão. Notou-se, também, que
o
Ministro, a Diretoria do CNPq e o Secretário Executivo estão
otimistas com relação ao ingresso através Fundos Setoriais,
e que é fundamental a participação da comunidade no
momento em que se está criando um modelo para administrar os fundos
setoriais que, em princípio, poderão regularizar e incrementar
os recursos para o financiamento da C&T.
Oswaldo Luiz Alves, Presidente
21março2000
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