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SBQ - BIENIO (98/2000)      BOLETIM ELETRÔNICO      No. 125
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    Assine e divulgue Química Nova na Escola e o Journal of theBrazilian Chemical Society (http://www.sbq.org.br/pub/index.htm).
     Atenção, a Folha de São Paulo divulgou nota, no último domingo, solicitando àqueles que não foram citados no seu ranking, que entrem em contato até o dia 20/10/99, enviando as informações necessárias para que os erros na lista divulgada, sejam corrigidos. O e-mail da para contato é: rankingfolha@uol.com.br. Este ranking tem sido muito comentado por
toda a comunidade e seria interessante enviar os dados para que dessa vez ele possa ser mais confiável.

Veja nesta edição:
1. Carta do presidente da SBQ ao governador do Rio de Janeiro sobre a questão da secretaria de C&T
2. Prof. Faruk  Nome comenta artigo da FOLHA DE SP sobre ranking da ciência
3. Ranking FOLHA ignorou Química UFSCar
4. Em busca de novas conquistas : um artigo do ministro da ciência e tecnologia RONALDO SARDENBERG
5. WARC – worldwide amazon rubber conference
6. Mestrado e doutorado em FQ, no IQ-UFRJ
7. Ana Maria Alfonso-Goldfarb lança livro

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1. CARTA  DO PRESIDENTE DA SBQ AO GOVERNADOR DO RIO DE
JANEIRO SOBRE A QUESTÃO DA SECRETARIA DE C&T
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Campinas, 08 de outubro de 1999

Exmo. Sr. Governador do Rio de Janeiro
Anthony Garotinho
Palácio do Governo
Rio de Janeiro, RJ
e-mail: governadorrj@gabgovernador.rj.gov.br

Prezado Senhor Governador:
     Em nome da SBQ - Sociedade Brasileira de Química, representando sua Diretoria e Conselho, vimos manifestar nossa inquietação e preocupação relativamente ao futuro da Secretaria de Ciência e Tecnologia Estado do Rio de Janeiro.
     As Secretárias de Ciência e Tecnologia estaduais têm uma vocação única no desenvolvimento dos estados, sobretudo daqueles como como o Rio de Janeiro, com forte tradição de qualidade acadêmica, científica e tecnológica.
     A fusão, extinção ou a transformação da Secretaria de Ciência e Tecnologia do Estado do Rio de Janeiro, em órgão sem acesso direto ao Governador, afigura-se-nos como estratégia equivocada e que, certamente, não só contribuirá para o arrefecimento do entusiasmo da comunidade científica estadual, como também trará, a curto prazo, grandes prejuízos
ao Estado.
     Não temos dúvidas de que os efeitos de reformas administrativas visando economia de recursos, que passem por pasta tão estratégica como a da Ciência e Tecnologia, trazem danos e comprometimento irreparável ao desenvolvimento.
     Esperando, Excelentíssimo Senhor Governador, que Vossa Excelência, objetivando também o desenvolvimento científico e tecnológico do Estado,  preserve a integridade da Secretaria de Ciência e Tecnologia do Estado do Rio de Janeiro, reiteramos nossos  mais elevados protestos de estima e distinta consideração.

    Atenciosamente,
Oswaldo Luiz Alves
Presidente da Sociedade Brasileira de Química

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2. PROF. FARUK NOME COMENTA ARTIGO DA FOLHA DE SP SOBRE
RANKING DA CIÊNCIA
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     Este artigo foi escrito especialmente para o Boletim Eletrônico da SBQ. Faruk None Pró-Reitor de Graduação da Universidade Federal de Santa Catarina, ex-Coordenador da Área de Química da Capes e Prof do Departamento de Química da UFSC

     Inicialmente, acredito que é positivo para a ciência no Brasil que jornais de grande circulação, como a Folha de São Paulo, dediquem um espaço importante para uma atividade que, apesar de estratégica e fundamental para o desenvolvimento nacional, não recebe o prestígio, o destaque e os recursos que merece.
     Em relação ao artigo da Folha de SP, publicado em 12/9 e parcialmente corrigido em 26/9, acredito que o levantamento na área de Química está muito incompleto e não faz justiça ao estágio atual da Química no Brasil.
     Como representante de área na Capes, nos últimos quatro anos, tive o prazer de testemunhar o crescimento vertiginoso da Química. Hoje temos 38 programas de pós-graduação, dos quais 26 estão credenciados pela Capes para cursos de mestrado e doutorado. Mais importante ainda, os mesmos estão espalhados em todas as regiões do Brasil. Há praticamente 1000 docentes vinculados a esses programas, com uma parte significativa dos mesmos apresentando uma produção científica significativa e de elevada qualidade, em periódicos internacionais de índice de impacto elevado.
     Como exemplo do progresso da área, cito um levantamento realizado rapidamente, unicamente no Departamento de Química da UFSC, onde encontramos os seguintes professores com número de citações suficientes para serem incluídos no referido ranking e que foram omitidos:
Alfredo T.N. Pires                 =   125
Bruno Szpoganicz                  =   120
César Franco                         =  123
César Zucco                           =  414
Dino  Zanette                         =   408
Luis A. S. Madureira              =   126
Maria da Graça Nascimento   =   154
Mauro Laranjeira                     =  182
Wilson Erbs                              = 133
     Certamente, levantamento semelhantes nos diversos Cursos de Pós-Graduação existentes no Brasil irão mostrar um número significativo de docentes que foram omitidos da lista.  As razões para tal fato decorrem basicamente de procedimentos inadequados no levantamento, que já foram discutidos por outras pessoas e que seriam muito facilmente corrigidos, simplesmente pedindo aos Cursos de Pós-graduação existentes no Brasil que fornecessem uma lista dos pesquisadores/ orientadores atuantes nos mesmos.
     Talvez a maior contribuição do artigo da Folha tenha sido o de divulgar, ainda que de forma incompleta,  que há ciência de valor sendo realizada no País.  Da mesma forma, seria importante que os jornais de maior circulação tratassem de outros temas, tais como a questão do financiamento (falta de) à ciência e tecnologia, do apoio a Programas de Pós-Graduação, onde a situação de carência em termos de número de bolsas disponíveis e da diminuição e/ou eliminação de taxas de bancada é
maléfica para o país e terá efeitos dramáticos a curto e médio prazo. Enfim, o engajamento da imprensa na questão do financiamento à pesquisa no Brasil é desejável e deve ser incentivado, como uma forma política de ação para  que a população seja informada e, principalmente para que o governo, aparentemente cego e surdo ao problema, possa rever esta situação de caos que enfrenta o sistema de Ciência e Tecnologia no Brasil.  O futuro do Brasil e das novas gerações de cientistas, hoje
maioritariamente  sem recursos para trabalhar, depende de uma mudança de rumos na Política Governamental. Neste assunto, tanto as Sociedades Científicas quanto a grande imprensa nacional tem um papel fundamental, já que reverter a atual situação é uma questão fundamental e essencial para garantir o desenvolvimento do Brasil.

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3. RANKING FOLHA IGNOROU QUÍMICA UFSCAR
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Prezados Senhores/as:
     Em 26 de setembro p.p. esta FOLHA publicou uma matéria de página inteira admitindo erro no levantamento que levou ao "Ranking da Ciência" publicado no caderno Mais, em 12 de setembro p.p. No caso específico da Química, mais um docente do Departamento de Química da Universidade Federal de São Carlos - UFSCar foi incluído no Ranking, totalizando,
assim, 5 docentes do DQ-UFSCar na lista.
     No subtítulo da manchete da matéria de 26 de setembro acima referida afirmava-se que "erro no levantamento deixou de incluir 10% de pesquisadores". No caso do DQ-UFSCar, entretanto, pasmem os/as senhores/as, o que se deixou de incluir corresponde a um erro de 400%, pois na lista original constaram 4 docentes deste departamento e, na realidade, deveriam ter constado pelo menos 20, conforme listados a seguir:

Timothy John Brocksom  (mais de 800 citações)
Lee Mu-Tao (mais de 400 citações)
Luis Otávio de Sousa Bulhões (377 citações, publicado pela Folha em 12/09)
Edward Ralph Dockal (mais de 350 citações)
Julio Zukerman-Schpector (347 citações, publicado pela Folha em 12/09)
Eduardo Fausto de Almeida Neves (321citações, publicado pela Folha em 12/09)
João Batista Fernandes (221 citações, publicado pela Folha em 12/09)
Adhemar Colla Ruvolo (mais de 200 citações)
Arlene Gonçalves Corrêa (mais de 200 citações)
Carlos Ventura D'Alkaine (mais de 200 citações)
Elson Longo (mais de 200 citações)
Luiz Carlos Gomide Freitas (mais de 200 citações)
Paulo Cezar Viera (mais de 200 citações)
Joaquim de Arújo Nóbrega (183 citações, publicado pela Folha em 26/09)
Massami Yonashiro (mais de 150 citações)
Orlando Fatibello Filho (mais de 150 citações)
Alzir Azevedo Batista (mais de 100 citações)
Ione Iga (mais de 100 citações)
Maria Fátima das Graças Fernandes da Silva (mais de 100 citações)
Romeu Cardozo Rocha Filho (mais de 100 citações)

     Apesar do Ranking Folha ser só mais um indicativo de qualidade do quadro de pesquisadores das diferentes instituições, sem dúvida alguma, o Departamento de Química da UFSCar e seus docentes foram muito prejudicados pelo fato da FOLHA ter ignorado em seu Ranking tantos docentes deste departamento que deveriam ter sido incluídos na lista. Efetivamente, muitos se perguntavam como um departamento que abriga curso de pós-graduação em Química avaliado como de nível 6 pela CAPES (o único no Estado de S. Paulo a ter as quatro áreas de concentração da Química e ser avaliado como de nível 6 na avaliação CAPES 96/97) tinha tão poucos docentes entre os pesquisadores com mais de 100 citações de seus trabalhos. Na realidade mais de 50% dos docentes do Programa de Pós-Graduação em Química da UFSCar deveriam ter constado do Ranking e só não constaram por lamentável erro da FOLHA (outros orientadores externos, listados sob outras instituições, já constaram no levantamento: Francisco José Krug, Boaventura Freire dos Reis e João Valdir Comasseto; o orientador externo José Arana Varela - IQ/UNESP, com mais de 200 citações, também não foi incluído). Assim, solicitamos a esta FOLHA que repare o dano feito à imagem deste departamento, divulgando a lista completa de nossos docentes que têm mais de 100
citações de seus trabalhos.

Atenciosamente,
Prof. Dr. Romeu Cardozo Rocha Filho
Programa de Pós-Graduação em Química UFSCar

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4. EM BUSCA DE NOVAS CONQUISTAS : UM ARTIGO DO MINISTRO
DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA RONALDO SARDENBERG
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      A sociedade brasileira está cada vez mais interessada na ciência e tecnologia, e esse interesse deve beneficiar todos os cidadãos. O debate leva à comparação saudável de idéias e permite a difusão de formações qualificadas e  confiáveis. É ele a forma mais transparente e enriquecedora de participação, a maneira mais legítima de eleger prioridades e definir políticas  públicas num ambiente democrático.
     O interesse pelos aspectos da C&T não corresponde a um modismo ou à busca de âncoras exóticas para saciar a curiosidade programada.
     Ao contrário, as informações que se avolumam na esteira da globalização reforçam a inegável relação entre a produção de ciência e tecnologia e os níveis de desenvolvimento das sociedades. O conhecimento científico e tecnológico emerge como a base de produção da riqueza nacional, em todos os níveis. É justamente nos países com  patrimônios tecnológicos mais avançados que se  verificam melhor qualidade de vida e maior participação no cenário político e econômico mundiais.
     Uma das metas de minha gestão à frente do Ministério da Ciência e Tecnologia é que esse debate se amplie e conquiste espaço na agenda nacional ao lado dos temas da política e da economia, da cultura e do meio ambiente. É necessário, porém, que as discussões sejam esclarecedoras e objetivas.
     Nesta fase de maior interesse pela ciência e tecnologia, os conceitos básicos e as informações  irão modelar as tendências para o futuro. Por isso, devem ser tratados com plena isenção e incorporar as conquistas em pesquisa e desenvolvimento, e não só as alcançadas pelo ministério e seus institutos. Numerosas  instituições do governo federal, além de uma série de organismos vinculados aos Estados, mantêm atividade de grande alcance e êxito numa   diversidade muito bem representada na composição do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia e nos respectivos conselhos estaduais  e fundações de amparo à pesquisa.
     As universidades se singularizam nesse campo como esteio de uma reconhecida tradição na  formação de cientistas e pesquisadores e na produção de conhecimento, apoiadas em projetos tanto próprios quanto partilhados com empresas privadas. A propósito disso, a  publicação, pela Folha, em 12/9, do "Ranking da Ciência" constitui um levantamento
criterioso que  demonstra significativa participação dos cientistas brasileiros no avanço do conhecimento mundial.
     As empresas ocupam espaços importantes em ações próprias ou decorrentes de políticas governamentais de financiamento e incentivos fiscais. Constitui-se, nesse caso, uma rede de  organismos e instituições em plena atividade na produção de ciência e tecnologia, o que é muito bom. Instalada por todo o país, com uma rica capilaridade temática, ela permite contemplar as características de cada região. Nesse amplo quadro, ganha importância estratégica a visão integradora do "Avança Brasil". Contém esse programa a indicação  pertinaz de que o desenvolvimento requer interferências e correções harmonizadas, em
oposição às escalas pequenas e isoladas, que são  atrofiadoras.
     E aqui cabe um alerta. Não se suponha que os  números adotados pelo "Avança Brasil" sejam  meramente casuais. Não o são. Os programas e projetos que o integram resultam de um cuidadoso trabalho de nove meses de estudos junto dos mais  diversos setores do governo e da sociedade, a  partir de dados e indicadores confiáveis. Trata-se, além disso, de  um documento que expressa um inequívoco compromisso de gestão por parte do governo Fernando Henrique Cardoso.
      Os programas da Ciência e Tecnologia nele definidos espelham uma orientação realista e, ao  mesmo tempo, ousada. Três deles destinam-se à expansão e consolidação da base existente, que consiste no universo de pesquisadores e de instalações laboratoriais, dos núcleos de excelência, bem como das estruturas que atuam na  busca de inovação e competitividade. Outros dois  vão para os serviços tecnológicos, com vistas à conquista da qualidade hoje indispensável, e sistemas locais de inovação, buscando as   potencialidades locais para o desenvolvimento de  empreendimentos produtivos. Os demais são  todos temáticos e elegem os setores estratégicos da produção e da qualidade de vida (são exemplos a sociedade da informação, a biotecnologia e a meteorologia).
     Os programas indicam claramente que o Estado  manterá seu papel na formulação e execução de políticas voltadas para a produção de ciência e tecnologia. Por serem diversificados, demonstram  que a ação do Estado não se resume, como na verdade não tem ocorrido, desde a criação do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico em 1951 e
a criação do  Ministério da Ciência e Tecnologia em 1985, a aspectos orçamentários e normatizadores. Há uma  trajetória vitoriosa desde então, marcada por visões inovadoras, cujo reconhecimento e maior divulgação contribuirão para que o debate sobre C&T se desenvolva, como o momento requer, de  forma franca, aberta e reveladora, entre as preocupações mais atuais e palpitantes da  sociedade brasileira.

Ronaldo Mota Sardenberg, 59, embaixador, é ministro da Ciência e Tecnologia. Foi secretário de Assuntos Estratégicos da Presidência da República (governo FHC, primeiro mandato) e   representante permanente do Brasil na ONU (1991-95).

Fonte: Folha de São Paulo, 10outubro99

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5. WARC – WORLDWIDE AMAZON RUBBER CONFERENCE
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     Realizar-se-à entre os dias 31 de outubro e 4 de novembro de 1999 a “Worldwide Amazon Rubber Conference” na cidade de Manaus. O público alvo da conferência são profissionais que atuam na área de elastômeros, tanto em ciência como no desenvolvimento de produtos e  aplicações. Estão confirmadas as presenças de pesquisadores de renome internacional que
atuam em empresas ligadas à produção e ao consumo de elastômeros, produção de componentes para vulcanização e a equipamentos de formulação e processamento, além de pesquisadores ligados a centros de pesquisa e universidades. Informações, incluindo o programa da conferência, encontram-se na homepage: http://www.DIKautschuk.de/warc.
Contato: Profa. Marly Jacobi – UFRGS – jacobi@if.ufrgs.br.

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6. MESTRADO E DOUTORADO EM FQ, NO IQ-UFRJ
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     As inscrições para o Curso de Mestrado e Doutorado em Fisico-Química do Instituto de Quimica da UFRJ (Rio de Janeiro) estão abertas ate o dia 10 de dezembro de 1999. A seleção dos alunos será feita nos dias 14 e 15 de dezembro de 1999 e as aulas terão inicio em fevereiro de 2000. As linhas de pesquisa do programa são: Catálise Heterogênea, Cinética e Dinâmica Químicas, Colisões de Elétrons com Gases, Eletroquímica, Espectroscopia Molecular, Quimica Atmosférica
e Poluição, Química de Superfícies, Quimica Teórica e Modelagem Molecular e Termodinâmica. Informações adicionais podem ser obtidas via e-mail com: Coordenação: graciela@iq.ufrj.br ou pelo telefone 00xx21-590-9890

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7. ANA MARIA ALFONSO-GOLDFARB LANÇA LIVRO
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     Ana Maria Alfonso-Goldfarb lança o  "Livro do Tesouro de Alexandre"
     O lançamento acontece no dia 19 de outubro, a partir das 18h30, na Livraria Belas Artes.
Av. Paulista, 2448 São Paulo -SP
tels: 256 8316  e 2315764
     Este livro apresenta uma grande variedade de estudos em História da Química, Farmácia, Medicina, etc. produzidos pela autora tendo como foco um original árabe do século IX traduzido por ela e pela Profa. Safa Jubran (Esta a primeira tradução completa para um idioma ocidental).

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Secretaria Geral SBQ
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Contribuicoes devem ser enviadas para:        paulosbq@dq.ufscar.br
http://www.sbq.org.br
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