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SBQ - BIENIO (98/2000)      BOLETIM ELETRÔNICO      No. 121
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Veja nesta edição especial do boletim eletrônico:
1. Presidente da SBQ participa da posse do Prof. Evando Mirra na presidência do CNPq
2. Discurso de posse de Evando Mirra na presidência do CNPq (Em primeira mão)

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1. PRESIDENTE DA SBQ PARTICIPA DA POSSE DO PROF. EVANDO
MIRRA NA PRESIDÊNCIA DO CNPQ
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     O presidente da SBQ, Oswaldo Alves, participou, ontem à noite, da posse do Prof. Evando Mirra na presidência do CNPq, em Brasília.
     A solenidade, muito concorrida, contou com a presença de presidentes de sociedades científicas, políticos e representantes do corpo diplomático de vários países, reitores e pró-reitores de várias universidades públicas.
     O ministro da C&T, Ronaldo Sardenberg, coordenou os trabalhos tendo tecido considerações do que pretende fazer no MCT de modo que as agências de fomento, ligadas a pasta, trabalhem de maneira mais concertada.
     O Prof. Mirra fez um discurso cuja íntegra encontra-se publicada neste boletim.
      Aproveitando a oportunidade o Presidente da SBQ entregou à Presidência do CNPq carta onde levanta pontos tais como:
i) Abertura do financiamento à pesquisa (projetos tipo-balcão),
ii) Retorno urgente do pagamento das taxas de bancada e
iii) Aumento das quotas de bolsas deprodutividade. O texto completo desta carta será publicado nos próximos boletins.

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2. DISCURSO DE POSSE DE EVANDO MIRRA NA PRESIDÊNCIA DO CNPq
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Exmo. Sr. Ministro de Estado da Ciência e Tecnologia,
Embaixador Ronaldo Sardenberg;
Exmo. Sr. Secretário-Executivo do Ministério da Ciência e Tecnologia,
Professor
Carlos Américo Pacheco;
Exmos. Srs Embaixadores, Secretários Executivos dos Ministérios;
Magníficos Reitores;
Senadores e Deputados;
Membros do Conselho Deliberativo do CNPq, dos Comitês de Assessoramento,
colegas pesquisadores, colegas da Casa;
Senhoras e senhores

     É com grande emoção e com muita alegria que assumo hoje a Presidência desta Casa. Trata-se, para um pesquisador de um momento muito especial. O CNPq, bem o sabemos, é uma instituição única. É a Agência que. em sua história riquíssima, modelou a base cientifica do país e tem hoje um papel decisivo a desempenhar no profundo processo de transformação que a sociedade brasileira requer. Mais do que isso, constitui-se em um dos importantes espaços simbólicos onde se constrói a
possibilidade de transformação do país e de seu acesso ao concerto das nações desenvolvidas. E ocupa um lugar muito especial nas nossas mentes e nos nossos corações.
     Este foi até agora um ano delicado para a comunidade de pesquisa, como de resto para toda a sociedade brasileira. A grave situação enfrentada pelo país, bem como as dificuldades associadas à reestruturação da área de C&T, traduziram-se, apesar de todos os esforços, em fortes perturbações no apoio a no financiamento à pesquisa. Há, quanto a isso, urgência em empreender ações eficazes para revigorar a Agência e caminhar no sentido do seu pleno funcionamento, ao mesmo tempo em que se busque redesenhá-la, para fazer face aos novos desafios ditados pelo nosso tempo.
     Mas deve-se fazê-lo reconhecendo que o país vive um momento singular em sua trajetória de consolidação da cultura científica e tecnológica. É, propriamente, um momento de bifurcação. A base até aqui constituída, todos os indicadores são concordes, mudou o patamar do trabalho. Gerou uma rede ampla para a formação dos pesquisadores, criou uma infra-estrutura de produção do conhecimento, iniciou sua inserção na gestação de cultura e na produção de bens e serviços para a sociedade. Ao mesmo tempo, as condições instáveis ou adversas em que esse esforço se desenrolou cobram aqui o seu tributo. E vivemos o paradoxo de conviverem, hoje, neste processo, as melhores condições e as maiores ameaças.
     A despeito da multiplicidade desses desafios e do elenco de armadilhas é importante lembrar que não nos faltam diagnósticos. Sabemos, assim, que é preciso recuperar a capacidade do fomento e fazê-lo com estratégias diversificadas que contemplem ao mesmo tempo o atendimento à demanda espontânea - fonte inesgotável do vitalização do sistema e de emergência do novo – e  a indução de linhas do trabalho - que possibilitem uma intervenção proativa na realidade, respondendo aos grandes problemas que nos provocam; e permitindo uma articulação da ciência e tecnologia às políticas publicas do país.
     Sabemos ainda que não é possível conviver com  o grau, hoje existente, de desequilíbrio das atividades científicas entre as
diferentes regiões do país. A construção da consistência da nação exige que formas eficazes de fortalecimento das competências sejam desenvolvidas, dentro dos padrões mais elevados de qualidade, em diálogo e sintonia com os múltiplos esforços, prioridades e estratégias regionais.
     A dinâmica da produção de conhecimento designa também, bem o sabemos, um novo lugar para a interação e a cooperação internacionais. 0 país está maduro para as novas relações e para o novo papel que é chamado a exercer - e que deverá exercer de maneira mais concertada e resoluta - tanto no contexto específico latino-americano, quanto no quadro global das nações produtoras do conhecimento.
     No plano interno, é preciso prosseguir no esforço obsessivo de avaliação e aperfeiçoamento dos mecanismos e instrumentos de atuação do CNPq, que de forma exemplar o Prof. Tundisi conduziu à frente da Casa. É preciso fortalecer a consistência e o rigor dos processos de destinação dos recursos. É preciso trabalhar permanentemente no aperfeiçoamento das instâncias de avaliação pelos pares, no dimensionamento, repartição e operacionalização das bolsas.
     É com grande otimismo e determinação que me entrego agora a essa tarefa. O porte formidável desses desafios e as condições delicadas que o país atravessa não me desencorajam, nem devem, creio eu, nos fazer esquecer os trunfos reais de que dispomos. Trata-se, em primeiro lugar, de uma tarefa coletiva. Sob a condução atenta e segura do Ministro Ronaldo Sardenberg, é um trabalho que se articula ao amplo mosaico de ações do Ministério da Ciência e Tecnologia, em especial as conduzidas por Carlos Pacheco na Secretaria Executiva e por Mauro Marcondes, na FINEP. Nossas relações são as mais fraternas, o nosso comprometimento com a busca comum de soluções é total. É com esse espírito que desenvolveremos urna atuação conjunta e que perseguiremos, em particular, a busca de novas alternativas de fomento à ciência e tecnologia, bem como a otimização do uso dos fundos - como o de petróleo e gás - recentemente criado.
     Conto com um Corpo de Assessores que representa o que há de melhor em ciência e tecnologia no país e tem ampla experiência internacional. Tornaremos rotineiro o aconselhamento de uma assessoria científica da presidência, do mais alto nível. Contaremos com a rica interlocução já iniciada junto às sociedades cientificas, a Academia Brasileira de Ciências, à SBPC. Estreitaremos as relações com a CAPES e fortaleceremos o trabalho junto aos Pró-Reitores de Pesquisa e Pós-Graduação, dirigentes das FAPs, Secretários Estaduais e Municipais, Comunidade Empresarial e o Poder Legislativo.
    Conto com uma casa de altíssima qualidade, composta por servidores competentes, de grande lealdade institucional e alto espírito público. A eles quero dirigir uma palavra especial de carinho e de reconhecimento. Ao longo deste ano, em que as dificuldades já existentes - e persistentes - somaram-se aquelas oriundas de um longo processo de transição, desejo agradecer a serenidade com que se conduziram e o empenho com que garantiram a gestão do complexo cotidiano desta Agência.
    Quero agradecer as amáveis mensagens recebidas. E quero manifestar minha gratidão a todos os amigos e companheiros de tantos caminhos em prol da cultura científica em nosso país, que aqui me confortam com sua presença e sua lembrança
     E desejo, finalmente, agradecer ao Ministro da Ciência e Tecnologia, Embaixador Ronaldo Sardenberg, pela confiança com que me honra ao convidar-me para participar desta bela aventura, neste que é um momento tão significativo da história do país.

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Secretaria Geral da SBQ
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