Veja nesta edição especial do boletim eletrônico:
1. Presidente da SBQ participa da posse do Prof. Evando
Mirra na presidência do CNPq
2. Discurso de posse de Evando Mirra na presidência
do CNPq (Em primeira mão)
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1. PRESIDENTE DA SBQ PARTICIPA DA POSSE DO PROF. EVANDO
MIRRA NA PRESIDÊNCIA DO CNPQ
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O presidente da SBQ, Oswaldo Alves, participou,
ontem à noite, da posse do Prof. Evando Mirra na presidência
do CNPq, em Brasília.
A solenidade, muito concorrida, contou com
a presença de presidentes de sociedades científicas, políticos
e representantes do corpo diplomático de vários países,
reitores e pró-reitores de várias universidades públicas.
O ministro da C&T, Ronaldo Sardenberg,
coordenou os trabalhos tendo tecido considerações do que
pretende fazer no MCT de modo que as agências de fomento, ligadas
a pasta, trabalhem de maneira mais concertada.
O Prof. Mirra fez um discurso cuja íntegra
encontra-se publicada neste boletim.
Aproveitando a oportunidade o Presidente
da SBQ entregou à Presidência do CNPq carta onde levanta pontos
tais como:
i) Abertura do financiamento à pesquisa (projetos tipo-balcão),
ii) Retorno urgente do pagamento das taxas de bancada e
iii) Aumento das quotas de bolsas deprodutividade. O texto completo
desta carta será publicado nos próximos boletins.
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2. DISCURSO DE POSSE DE EVANDO MIRRA NA PRESIDÊNCIA DO CNPq
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Exmo. Sr. Ministro de Estado da Ciência e Tecnologia,
Embaixador Ronaldo Sardenberg;
Exmo. Sr. Secretário-Executivo do Ministério da Ciência
e Tecnologia,
Professor
Carlos Américo Pacheco;
Exmos. Srs Embaixadores, Secretários Executivos dos Ministérios;
Magníficos Reitores;
Senadores e Deputados;
Membros do Conselho Deliberativo do CNPq, dos Comitês de Assessoramento,
colegas pesquisadores, colegas da Casa;
Senhoras e senhores
É com grande emoção e
com muita alegria que assumo hoje a Presidência desta Casa. Trata-se,
para um pesquisador de um momento muito especial. O CNPq, bem o sabemos,
é uma instituição única. É a Agência
que. em sua história riquíssima, modelou a base cientifica
do país e tem hoje um papel decisivo a desempenhar no profundo processo
de transformação que a sociedade brasileira requer. Mais
do que isso, constitui-se em um dos importantes espaços simbólicos
onde se constrói a
possibilidade de transformação do país e de seu
acesso ao concerto das nações desenvolvidas. E ocupa um lugar
muito especial nas nossas mentes e nos nossos corações.
Este foi até agora um ano delicado
para a comunidade de pesquisa, como de resto para toda a sociedade brasileira.
A grave situação enfrentada pelo país, bem como as
dificuldades associadas à reestruturação da área
de C&T, traduziram-se, apesar de todos os esforços, em fortes
perturbações no apoio a no financiamento à pesquisa.
Há, quanto a isso, urgência em empreender ações
eficazes para revigorar a Agência e caminhar no sentido do seu pleno
funcionamento, ao mesmo tempo em que se busque redesenhá-la, para
fazer face aos novos desafios ditados pelo nosso tempo.
Mas deve-se fazê-lo reconhecendo que
o país vive um momento singular em sua trajetória de consolidação
da cultura científica e tecnológica. É, propriamente,
um momento de bifurcação. A base até aqui constituída,
todos os indicadores são concordes, mudou o patamar do trabalho.
Gerou uma rede ampla para a formação dos pesquisadores, criou
uma infra-estrutura de produção do conhecimento, iniciou
sua inserção na gestação de cultura e na produção
de bens e serviços para a sociedade. Ao mesmo tempo, as condições
instáveis ou adversas em que esse esforço se desenrolou cobram
aqui o seu tributo. E vivemos o paradoxo de conviverem, hoje, neste processo,
as melhores condições e as maiores ameaças.
A despeito da multiplicidade desses desafios
e do elenco de armadilhas é importante lembrar que não nos
faltam diagnósticos. Sabemos, assim, que é preciso recuperar
a capacidade do fomento e fazê-lo com estratégias diversificadas
que contemplem ao mesmo tempo o atendimento à demanda espontânea
- fonte inesgotável do vitalização do sistema e de
emergência do novo – e a indução de linhas do
trabalho - que possibilitem uma intervenção proativa na realidade,
respondendo aos grandes problemas que nos provocam; e permitindo uma articulação
da ciência e tecnologia às políticas publicas do país.
Sabemos ainda que não é possível
conviver com o grau, hoje existente, de desequilíbrio das
atividades científicas entre as
diferentes regiões do país. A construção
da consistência da nação exige que formas eficazes
de fortalecimento das competências sejam desenvolvidas, dentro dos
padrões mais elevados de qualidade, em diálogo e sintonia
com os múltiplos esforços, prioridades e estratégias
regionais.
A dinâmica da produção
de conhecimento designa também, bem o sabemos, um novo lugar para
a interação e a cooperação internacionais.
0 país está maduro para as novas relações e
para o novo papel que é chamado a exercer - e que deverá
exercer de maneira mais concertada e resoluta - tanto no contexto específico
latino-americano, quanto no quadro global das nações produtoras
do conhecimento.
No plano interno, é preciso prosseguir
no esforço obsessivo de avaliação e aperfeiçoamento
dos mecanismos e instrumentos de atuação do CNPq, que de
forma exemplar o Prof. Tundisi conduziu à frente da Casa. É
preciso fortalecer a consistência e o rigor dos processos de destinação
dos recursos. É preciso trabalhar permanentemente no aperfeiçoamento
das instâncias de avaliação pelos pares, no dimensionamento,
repartição e operacionalização das bolsas.
É com grande otimismo e determinação
que me entrego agora a essa tarefa. O porte formidável desses desafios
e as condições delicadas que o país atravessa não
me desencorajam, nem devem, creio eu, nos fazer esquecer os trunfos reais
de que dispomos. Trata-se, em primeiro lugar, de uma tarefa coletiva. Sob
a condução atenta e segura do Ministro Ronaldo Sardenberg,
é um trabalho que se articula ao amplo mosaico de ações
do Ministério da Ciência e Tecnologia, em especial as conduzidas
por Carlos Pacheco na Secretaria Executiva e por Mauro Marcondes, na FINEP.
Nossas relações são as mais fraternas, o nosso comprometimento
com a busca comum de soluções é total. É com
esse espírito que desenvolveremos urna atuação conjunta
e que perseguiremos, em particular, a busca de novas alternativas de fomento
à ciência e tecnologia, bem como a otimização
do uso dos fundos - como o de petróleo e gás - recentemente
criado.
Conto com um Corpo de Assessores que representa
o que há de melhor em ciência e tecnologia no país
e tem ampla experiência internacional. Tornaremos rotineiro o aconselhamento
de uma assessoria científica da presidência, do mais alto
nível. Contaremos com a rica interlocução já
iniciada junto às sociedades cientificas, a Academia Brasileira
de Ciências, à SBPC. Estreitaremos as relações
com a CAPES e fortaleceremos o trabalho junto aos Pró-Reitores de
Pesquisa e Pós-Graduação, dirigentes das FAPs, Secretários
Estaduais e Municipais, Comunidade Empresarial e o Poder Legislativo.
Conto com uma casa de altíssima qualidade,
composta por servidores competentes, de grande lealdade institucional e
alto espírito público. A eles quero dirigir uma palavra especial
de carinho e de reconhecimento. Ao longo deste ano, em que as dificuldades
já existentes - e persistentes - somaram-se aquelas oriundas de
um longo processo de transição, desejo agradecer a serenidade
com que se conduziram e o empenho com que garantiram a gestão do
complexo cotidiano desta Agência.
Quero agradecer as amáveis mensagens recebidas.
E quero manifestar minha gratidão a todos os amigos e companheiros
de tantos caminhos em prol da cultura científica em nosso país,
que aqui me confortam com sua presença e sua lembrança
E desejo, finalmente, agradecer ao Ministro
da Ciência e Tecnologia, Embaixador Ronaldo Sardenberg, pela confiança
com que me honra ao convidar-me para participar desta bela aventura, neste
que é um momento tão significativo da história do
país.
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Secretaria Geral da SBQ
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