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SBQ - BIENIO (98/2000)      BOLETIM ELETRÔNICO      No. 120
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Veja nesta edição:
1. Novo presidente do CNPq, Evando Mirra, toma posse no dia 27
2. Rejeitos radioativos:  CNEN e UNB inauguram depósito, primeiro do gênero  instalado numa universidade brasileira
3. X Reunião anual de usuários do LNLS
4. Mini curso espectroscopia de ultravioleta de vácuo
5. Data para submissão de trabalhos ao I EBEQ
6. Docência se vincula à pesquisa, diz professor
7. Sala de aula, artigo de Jacques Marcovith, reitor da USP

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1. NOVO PRESIDENTE DO CNPq, EVANDO MIRRA DE PAULA E SILVA,
TOMA POSSE NO DIA 27
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     No próximo dia 27, segunda-feira, às 18h30, na sede do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, em Brasília, ocorrerá a solenidade de posse do novo     presidente do CNPq, Professor Evando Mirra de Paula e Silva. Na solenidade, estarão  presentes o Ministro da Ciência e Tecnologia, Ronaldo Sardenberg, autoridades do governo federal, representantes da comunidade científica e servidores do Conselho.

Fonte : Assessoria de Imprensa do CNPq

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2. REJEITOS RADIOATIVOS :  CNEN E UNB INAUGURAM DEPÓSITO,
PRIMEIRO DO GÊNERO  INSTALADO NUMA UNIVERSIDADE BRASILEIRA
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    No último dia 13 de setembro, a  Universidade de Brasília/UnB inaugurou, no campus universitário, um depósito de rejeitos radioativos que irá armazenar material gerado em dezesseis laboratórios de pesquisas. Construído sob a orientação de técnicos da Comissão Nacional de Energia Nuclear/CNEN, é o primeiro depósito do gênero instalado numa universidade brasileira e trata de rejeitos de baixa radioatividade.

Fonte : Noticias de C&T, MCT

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3. X  REUNIAO ANUAL DE USUARIOS DO LNLS
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     Prezado Pesquisador,
     O Laboratório Nacional de Luz Sincrotron (LNLS), com esta Primeira Circular, está iniciando os procedimentos de divulgação da X RAU - Reunião  Anual de Usuários do LNLS. A X RAU ocorrera dias 16, 17 e 18 de fevereiro de 2000, no campus do LNLS,  em Campinas, SP.
     O professor Leandro R. Tessler, do Instituto de Física Gleb Wataghin, da  UNICAMP, e usuário do LNLS, será o Coordenador desta Reunião.
     Na X RAU, será dada ênfase para a apresentação de resultados de pesquisas  realizadas com uso da infra-estrutura disponível no Laboratório Nacional de  Luz Sincrotron relacionada a: - Biologia Molecular Estrutural; Luz Sincrotron;  Microscopia Eletrônica; Microfabricação e  Optoeletrônica
    O programa preliminar da X Reunião Anual de Usuários, em fase de elaboração, será divulgado brevemente. A apresentação de resumos de Comunicações Cientificas seguira normas que estarão disponíveis na home-page do LNLS a partir do dia 01 de outubro (www.lnls.br).

DATAS IMPORTANTES
     30 de outubro
Data-limite para encaminhar ao LNLS resumos de Comunicações Científicas de pesquisadores residentes no Estado de São Paulo, exceto Campinas, que solicitarem auxilio ao LNLS. Junto com o resumo o pesquisador deve mandar também a Solicitação de Inscrição.
     3 de dezembro
Data-limite para encaminhar ao LNLS resumos de Comunicações Científicas e Solicitação de Inscrição.

Fonte : Assessoria de Comunicação, LNLS

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4. MINI CURSO ESPECTROSCOPIA DE ULTRAVIOLETA DE VÁCUO
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     Dias 3, 4 e 5 de novembro, o Laboratório Nacional de Luz Sincrotron (LNLS) realizará o mini-curso Espectroscopia de Ultravioleta de Vácuo, com aulas teóricas e parte pratica. Serão selecionados para o curso 40 participantes. O curso será realizado em horário integral, com atividades das 8:30 às 17 horas, no campus do LNLS, em Campinas, SP.
     Os tópicos que serão abordados são: moléculas; técnicas de multicoincidência e espectroscopia de massa; a linha de luz TGM do LNLS (toroidal grating monochromator); tratamento de dados em espectroscopia molecular; estrutura eletrônica de sólidos cristalinos; espectroscopia de absorção; a linha de luz SGM (spherical grating monocromator); tratamento de dados; introdução a física de superfícies, espectroscopia de fotoeletrons; estudo de superfícies usando luz sincrotron.
     As atividades do mini-curso Espectroscopia de Ultravioleta de Vácuo serão conduzidas por Antônio Rubens Brito de Castro (Unicamp e LNLS, Arnaldo Naves de Brito (UnB e LNLS) e Jonder Morais (LNLS).
     Mais informações e o formulário para fazer o pedido de inscrição estao disponíveis na home-page do LNLS (http://www.lnls.br).

Fonte: Assessoria de Comunicação, LNLS

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5. DATA PARA SUBMISSÃO DE TRABALHOS AO I EBEQ
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     Os organizadores do I Encontro Brasileiro de Ecologia Química que se realizará em Curitiba, no período de 01 a 04 de dezembro de 1999, informam que estarão recebendo resumos de trabalhos a serem apresentados no evento até a próxima segunda-feira,  dia 27/09/99, data de postagem.
     Informações adicionais podem ser obtidas no e-mail: pzarbin@quimica.ufpr.br

Paulo Zarbin
Departamento de Química - UFPR

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6. DOCENCIA SE VINCULA À PESQUISA, DIZ PROFESSOR
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     "Lendo o artigo de Rubem Alves, intitulado “Professor não vale nada” (Ranking da Ciência, Folha de S. Paulo, 13-09-99), senti nas entre-linhas que o autor se revolta contra aqueles que produzem e publicam  pesquisa científica.
     Tal como ele, considero alto o valor da docência e do professor, mas penso que quando esta atividade está também associada a de pesquisa cientifica, ela ultrapassa o valor da simples docência.
     Professores que pesquisam e publicam têm muito mais a oferecer a seus alunos do que aqueles que dedicam-se unicamente ao magistério. A maioria desses últimos praticam uma docência baseada somente na repetição de conhecimentos livrescos. Escondendo-se na capa protetora do ensino, encontram nela a justificativa para não pesquisarem e não publicarem.
     Sinto orgulho em amar a pesquisa e o ensino pois, para mim, essas duas atividades são as duas semi-retas que constituem o angulo do conhecimento cientifico. Publicar e pesquisar não significa apenas “publish or perish”, mas e o resultado de trabalhar com amor e dedicação para redescobrir os fatos e verdades da natureza.
    Convenhamos que isto leva a uma fase superior de fazer pensar, importante para qualquer atividade docente".

Nota do Editor: Esta matéria foi primeiramente publicada no JCE-Mail de 22/9/99. O Prof. Marcus Vinicius Gomez atua no Departamento de Farmacologia do ICB/UFMG. Veja manifestação do Prof. Serra (USP-RB) publicada no BE 118 sobre o mesmo assunto.

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7. SALA DE AULA, ARTIGO DE JACQUES MARCOVITH, REITOR DA USP
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     Reitor da USP, vivi recentemente honrosa e proveitosa experiência, ministrando uma aula na Escola Estadual Professor Sebastião de Oliveira Rocha, em São Carlos. O que ali foi dito está condensado neste artigo, não porque seu conteúdo tenha sido especial, mas para compartilhar a reflexão com os leitores, docentes e outros alunos da rede secundaria de ensino.
     Julguei oportuno formular, como ponto de partida, uma pergunta aos secundaristas: quais os mitos positivos que devem alimentar os sonhos da juventude brasileira e ajuda-la a construir um projeto de vida?
     A palavra mito foi tomada em seu significado social. O mito é a celebridade, o grande nome, o indivíduo que por sua fama ou valor constitui um referencial para os outros.
     Há os mitos neutros, que se distinguem apenas pela notoriedade: roqueiros, pagodeiros, modelos, desportistas endinheirados - pessoas famosas não integradas na sociedade e, de certo modo, até pairando acima dela.
     E há os mitos negativos, que são, por exemplo, os políticos corruptos e os bandidos famosos. Já os mitos positivos são aqueles que participam do processo social, trabalham por uma causa, se distinguem pela nobreza dos seus propósitos e das suas ações.
     Para não ficarmos somente no campo das generalidades, busquemos exemplos concretos.
     Apontemos dois mitos positivos para os jovens de origem modesta, que estudam na rede publica. Duas pessoas que aprenderam nesse mesmo tipo de escola, vieram de cidades pobres e longínquas e se tornaram celebres em razão do seu trabalho.
     Para não dar um viés parcial a esta exemplificação, lembremos dois indivíduos que politicamente atuam em campos opostos: o cirurgião Adib Jatene e o sindicalista Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho.
     Jatene estudou em escola pública e veio de uma cidadezinha do extremo norte para trabalhar em São Paulo, onde construiu o seu projeto de vida. Tornou-se o mais respeitado cirurgião do País, professor-titular da maior Universidade brasileira e duas vezes ministro da Saúde. Isso para falar apenas de uma parte da sua trajetória vitoriosa.
    Vicentinho ocupou o noticiário da imprensa no início deste ano por ter ingressado numa faculdade, após cursar o ensino primário em escola publica no mais remoto interior do Nordeste e obter, aos 42 anos de idade, um diploma de segundo grau no telecurso. Mas o nome dele já era famoso, em todo o Brasil, por sua atuação como sindicalista.
     Dirigente sindical no ABC e depois presidente da CUT, possuidor de inteligência excepcional e extremamente articulado na exposição de suas idéias, Vicentinho é considerado por todos, à esquerda e à direita, passando pelo centro, como uma das mais fortes lideranças populares do Pais.
     É claro que Jatene e Vicentinho são exceções. O ensino no nível básico no Brasil, de modo geral, não favorece a realização das ambições cultivadas por seus alunos. Mas é necessário que cada um vença os obstáculos existentes e teste a sua perseverança, mesmo em condições hostis, como fizeram esses dois mitos positivos.
     Isso não exime o governo de suas obrigações nem transfere aos estudantes todas as responsabilidades de vencer, usando apenas a sua obstinação e sem dispor de um ensino qualitativo.
     É imperioso, porém, não esmorecer, mentalizar um projeto de vida e persegui-lo. É também importante que os alunos compreendam a luta dos professores e diretores de escola pela recuperação do ensino publico de primeiro e segundo graus - precondição para ampliar o ingresso dos estudantes de colégios públicos em Universidades também publicas, que hoje perfaz
apenas cerca de 21% dos matriculados.
     Nessa perspectiva se inclui a tarefa de repensar o papel do professorado no ensino fundamental e médio, capacitando-o cada vez mais. O professor deve oferecer aos seus alunos referencias básicas do conhecimento e transmitir valores. Mas, acima de tudo, cabe a ele ser um desafiador, partindo do perfil da sua classe para conduzi-la sempre a uma etapa mais ousada e motivá-la a conquistar algo que vá alem da competência já adquirida.
     O aluno quer ver em seu professor não só o depositário de informação atualizada, mas um indivíduo que tem a capacidade de analisar e relacionar variáveis e fatos, de forma superior à que ele, aluno, consegue fazer. Não basta ao docente demonstrar conhecimento dos fatos. Isso o aluno pode obter pelos meios de comunicação de massa. O que ele espera, na sala de aula, é uma interpretação surpreendente e diferenciada.
     Uma revisão do papel docente deve coincidir com a melhoria da gestão escolar, a expansão qualitativa e quantitativa do sistema, o aperfeiçoamento dos currículos. Neste novo contexto serão desenvolvidas atitudes para fazer das próximas décadas uma era civilizatoria, marcada pelo espírito de empreendimento e solidariedade.
     A escola pública, em qualquer nível, deve guiar-se pelo culto à cidadania e pela excelência pedagógica. Somente assim o estudante guardará prazerosamente a sua memória escolar. A sala de aula é um lugar inesquecível, para o bem ou para o mal.
     Qualquer adulto lembra, com saudade ou alivio, a configuração exata do espaço retangular em que aprendeu as primeiras letras e depois, no colégio e na faculdade, veio a descobrir os conhecimentos necessários à vida em sociedade e ao trabalho.
     Tornar esse lugar marcante no melhor sentido é uma tarefa dos mestres, principalmente no ensino publico.
     É importante que o jovem não apague de sua lembrança o tempo vivido na escola. Não por um exercício gratuito de nostalgia, mas porque nesse período teve alguma coisa definitivamente colada à personalidade e que definiu, para toda a vida, a sua visão de mundo.

Fonte : O Estado de SP, 15setembro99

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Secretaria Geral SBQ
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