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SBQ - BIENIO (98/2000)      BOLETIM ELETRÔNICO      No. 118
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Veja nesta edição:
1. Evando Mirra é o novo presidente do CNPq
2. Presidente da SBQ visita a universidade estadual de Ponta Grossa e participa da VII Semana de Química
3. Prof. Pilli recebe prêmio da IFS
4. Brasil tem urgência na definição da política de C&T, afirma presidente do fórum de secretários estaduais de C&T
5. Ranking da ciência da folha apresenta problemas metodológicos
6. Professor não vale nada (Comentário do Prof. Serra)
7. Professor do depto. de informática da PUC/RJ aponta violação no sigilo de avaliação de projetos científicos
8. Venda de vídeos sobre temas científicos
9. Mesa-redonda na UNICAMP discute o sentido da universidade
10. Engenheiros químicos criticam estágio de docência da CAPES

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1. EVANDO MIRRA É O NOVO PRESIDENTE DO CNPq
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     O Ministro Ronaldo Sardenberg nomeou o engenheiro Evando Mirra de Paula e Silva para a presidência do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico/CNPq. A Portaria foi publicada no dia 13/09, no Diário Oficial da União. Mineiro de Andrelândia, Mirra era diretor e presidente em exercício do CNPq desde março deste ano. Professor Titular da Escola de Engenharia da UFMG, foi Pró-Reitor de Pesquisa e Vice-Reitor daquela universidade e presidente do Centro Tecnológico de Minas Gerais (CETEC). Evando Mirra graduou-se em Engenharia Mecânica e Elétrica pela UFMG , obteve o grau de mestrado em Metalurgia e Ciência pela COPPE/UFRJ e o grau de doutorado pela Ès Sciences
Physiques/Universidade de Paris.
     Tem curso de aperfeiçoamento na George Washington University (EUA), desenvolveu vários trabalhos em universidades na França, Estados Unidos e Japão. É autor de cerca de 80 publicações científicas, orientou 26 teses de Pós- Graduação e cerca de cinquenta alunos de Graduação em Iniciação Científica. Coordenou diversos cursos de Metalurgia Física e Ciência e Engenharia de Materiais e ministrou cerca de quarenta cursos de Extensão Tecnológica em indústrias brasileiras.
     É membro dos comitês editoriais das revistas científicas Science et Génie des Matériaux (França) e Materia (revista virtual latino-americana de Engenharia de Materiais). Foi membro do Conselho Deliberativo do CNPq, do Conselho Curador da FAPEMIG, da Comissão de Coordenação do Programa de Núcleos de Excelência (PRONEX) e do Conselho da SBPC.
Desenvolveu vários trabalhos como consultor no MCT, MEC, CNPq, CAPES, FINEP e FAPEMIG.
     Foi eleito recentemente Membre d’Honneur da Société Française de Métallurgie et de Materiáux (França), recebeu a Ordem Nacional do Mérito Científico do Governo Federal e diversos prêmios científicos como o Prêmio FUNDEP e o Prêmio Brasimet.

Fonte : Notícias em C&T, 14setembro99

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2. PRESIDENTE DA SBQ VISITA A UNIVERSIDADE ESTADUAL
DE PONTA GROSSA E PARTICIPA DA VII SEMANA DE QUÍMICA
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     O  Presidente da Sociedade Brasileira de Química cumpriu extensa atividade nos dias 2 e 3 de setembro pp. na Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), Paraná. Na oportunidade encontrou-se com os Profs. Altair Justino (Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação) e Baltazar Rodrigues (Diretor do Setor de Ciências Exatas e Naturais), com quem
teve a oportunidade de discutir assuntos relacionados com os cortes de verbas para a compra de periódicos, funcionamento do CNPq, a questão do Programa PET, FAP'S e financiamento para as Universidades Públicas, entre outros. Foram visitadas as instalações do Depto. de Química e do Programa de Materiais.
    Além destes contatos foram dadas entrevistas para dois jornais locais, uma emissora de televisão e participação, ao vivo, em programa de rádio, onde foram abordados o papel da Química nas sociedades modernas e no quotidiano das pessoas.
     O Presidente ainda proferiu a palestra de encerramento da VII Semana de Química do Depto. de Química da UEPG, onde falou para numerosa platéia, constituída de estudantes de graduação e professores, sobre as perspectivas da Química, enquanto ciência, para a entrada no novo milênio.
     A Sociedade Brasileira de Química congratula-se com o Depto. de Química da UEPG e a Comissão Organizadora da Semana pelo sucesso do evento.

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3. PROF. RONALDO A. PILLI RECEBE PRÊMIO
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     O Prof. Pilli, do Instituto de Química da UNICAMP recebeu o prêmio "IFS SILVER JUBILEE AWARD" instituído em 1997 para comemorar os 25 anos da International Foundation for Science, que tem sede em Estocolmo, Suécia.
     O prêmio é dado para aqueles que conseguiram destaque ("noteworthy achievements") através de seus trabalhos científicos apoiados total ou parcialmente pela IFS.
     No caso do Prof. Pilli, o prêmio foi em reconhecimento à excelência do trabalho desenvolvido, resultado da implantação de laboratório voltado para a síntese orgânica assimétrica em Campinas e que, segundo a IFS, é hoje um dos laboratórios de referência na América Latina, tendo contribuído ainda para atrair outros grupos de pesquisa para essa mesma área no Instituto.

Nota do editor: A diretoria e o conselho da SBQ parabenizam o Prof. Pilli pelo prêmio recebido.

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4. BRASIL TEM URGÊNCIA NA DEFINICAO DA POLÍTICA DE C&T, AFIRMA
PRESIDENTE DO FÓRUM DE SECRETÁRIOS ESTADUAIS DE C&T
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     O Brasil ainda não tem uma política de C&T, disse o secretário de C&T/RS e presidente do Fórum Nacional de Secretários da C&T, Adão Villaverde, ao depor, na Comissão de C&T, Comunicação e Informática da Câmara dos Deputados, em Brasília, nesta quinta-feira.
     Ao falar sobre o tema na comissão presidida pelo dep. Luiz Piauhylino (PSBD/PE), Villaverde disse que o Brasil precisa com urgência adotar uma política para o setor, cabendo ao administrador publico a sua indução e regulação.
     O presidente do Fórum de Secretários de C&T apresentou uma proposta para construção dessa política sugerindo maior articulação entre os sistemas federal e estadual de C&T. Defendeu também a criação de um programa nacional visando ‘a inovação cientifica e tecnológica.
     A proposta contém seis pontos básicos para a construção dessa política:
- Consolidar e ampliar o Sistema Federal de C&T em consonância com os estados
- Considerar na formulação da política as diversidades regionais
- Ter um foco estratégico de atuação para saber onde serão aplicados preferencialmente os recursos e reverter o decréscimo sistemático que sofre o orçamento do Ministério de C&T e de alguns estados
- Ter um programa nacional de inovação cientifica e tecnológica
- Buscar comprometer a iniciativa privada com investimentos em pesquisa e desenvolvimento, sobretudo nas empresas
- Ter como objeto uma maior articulação e aproximação entre os centros de pesquisa, Universidade e setor produtivo.

Fonte : Assessoria de Comunicação da Social da SCT ( Fone: (0xx51) 225 44 56).

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5. RANKING DA CIÊNCIA DA FOLHA APRESENTA PROBLEMAS METODOLÓGICOS
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     No dia 12 de setembro a Folha de São Paulo apresentou à comunidade, através de Caderno Especial, trabalho, supostamente de cunho científico, visando fazer um raio X da produção científica dos pesquisadores brasileiros.
    Como se trata de um trabalho envolvendo nomes de pessoas e de Instituições, este deveria ser cuidadoso ao extremo. Em se tratando de nomes de pesquisadores e de Instituições de Ensino/Pesquisa, penso que deveria ser alguma coisa parecida com uma publicação científica. Porém, acho que se este trabalho da Folha fosse julgado pelos rigorosos corpos de referees das revistas cientificas, talvez fosse devolvido aos autores para varias correções.
    Conforme descrito, parte da metodologia do trabalho envolvia a analise de Curriculum somente  dos pesquisadores 1A e 1B do CNPq. Tomar apenas esta classe de pesquisadores  do CNPq como parâmetro  para a pesquisa realizada, foi uma atitude perigosa  podendo  tê-la desviado de um resultado mais confiável.
     O Jornal informa que para minimizar o erro por omissão  publicou em varias edições da Folha convite aos pesquisadores para envio de suas listas de publicações. Existe aqui um pressuposto de que a Folha de São Paulo é lida comumente em todo o país por toda a comunidade científica. Talvez o veículo mais adequado para este tipo de chamada devesse ter sido o Jornal da Ciência Hoje, muito mais lido pelos pesquisadores de todo o país do que a Folha de São Paulo.
   Mesmo tendo feito apenas uma rápida analise do trabalho,  cito aqui dois casos de omissão de nomes na lista dos mais citados em Química: do meu, que sou pesquisador 1C do CNPq , professor do Instituto de Química da Universidade Federal Fluminense, e que  tenho 177 citações e do Prof. Paulo Roberto Ribeiro da Costa, professor titular da UFRJ-NPPN, que tem
218 citações.
    O professor Leopoldo De Méis já alerta em seu artigo publicado no mesmo Caderno Especial da Folha, que o uso dos indicadores exige cautela. Neste sentido, gostaria de chamar a atenção da comunidade para o ranking das Instituições (O Mapa da Excelência Científica)  mostrado na mesma publicação, realizado com  base na pesquisa em questão. Por exemplo, alguns professores desenvolveram suas pesquisas e tiveram  a grande maioria das suas publicações realizadas enquanto trabalhavam em uma determinada Instituição. Como hoje estão aposentados e trabalhando em outras Instituições, as citações de seus trabalhos foram computadas para a nova Instituição. Na Química, o professor mais citado (Prof. Otto Gottlieb) desenvolveu a maioria das suas pesquisas na USP e hoje esta na FIOCRUZ que teve para si computada a  produtividade do pesquisador.
    Concordo com a Professora Glacy Zancan, da Universidade Federal do Paraná, que comenta sobre a importância do "Ranking" que  mostra a presença da ciência brasileira no contexto mundial. Acredito também que as atividades dos nossos cientistas devem ser amplamente divulgadas para que a sociedade saiba o destino dos recursos concedidos pelas agências
de fomento. Porém, tomo a liberdade de sugerir outros indicadores que poderiam ser utilizados para compor um quadro mais realístico da produtividade dos nossos cientistas, como por exemplo:
1- A razão entre o número de citações e o total de artigos;
2- Uma comparação entre o número de citações e o montante de recursos concedido aos pesquisador no período analisado, pelas agências de fomento;
3- Uma comparação entre o número de  citações de publicações referentes a trabalhos executados fora do país e o número resultante de trabalhos realizados no Brasil.

Prof. Vitor Francisco Ferreira
Instituto de Química, Programa de Pós-Graduação em Química Orgânica
Universidade Federal Fluminense, cegvito@vm.uff.br

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6. PROFESSOR NÃO VALE NADA
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     Infeliz o artigo do colega Rubem Alves.
    Professor vale muito, o que  além de ensinar faz pesquisa e a publica, vale mais. Me orgulho de ser professor-pesquisador há quase quarenta anos, não fosse a pesquisa o que estaria hoje transmitindo aos meus alunos? Se não sei como chegar a novos conhecimentos como ensinar os caminhos? Como dizer aos alunos, muitos futuros professores, que ensinar vale muito? Tenho a felicidade de conhecer a maioria dos listados, em Química, no “Ranking da Ciência” da FSP, de alguns tive o
privilégio de ser aluno e posso afirmar que foram os melhores docentes, suas aulas mais que método tinham conhecimento e entusiasmo. Ao professor, como ao ator, não basta memorizar o texto e colocar-se corretamente no palco, tem que acrescentar algo mais ao personagem, ao conhecimento, tem que levá-lo até dentro do espectador-aluno-participante. Nesta  avaliação, estou um pouco acima de alguns de meus mestres mas o que mais me lisonjeia é ter ficado bem abaixo de vários de meus ex-alunos, tanto de graduação como de pós-graduação.
Professor vale muito, sempre.

Prof. Oswaldo A. Serra (DQ-FFCL Rib. Preto)

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7. PROFESSOR DO DEPTO. DE INFORMÁTICA DA PUC/RJ APONTA
VIOLAÇÃO DO SIGILO NA AVALIAÇÃO DE PROJETOS CIENTÍFICOS
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Mensagem enviada e veiculada no JCE-mail no.1372 de 9setembro99.
     Mensagem de Celso Carneiro Ribeiro, professor do Depto. de Informática da PUC/RJ
     O JC E-mail/1371) de 8 de setembro divulgou noticia intitulada ‘Professor da PUC/MG conta sua experiência com avaliação da Capes’, enviada por  Simao Pedro Marinho, professor da PUC/MG.
     Após narrar sua experiência com um parecer preconceituoso que teria recebido de uma agencia de financiamento (que parece ser a Capes, de acordo com o titulo da noticia divulgada pelo JC E-mail), o professor Simao diz que ‘...por ter contatos nessa agencia, consegui saber o responsável pelo parecer’.
     Parece-me que esta mensagem descreve uma sucessão de erros:
    - Primeiro, o parecer preconceituoso emitido pelo avaliador.
    - Segundo, que o professor procure utilizar-se de seus ‘contatos nessa agencia’ para identificar um avaliador.
    - Terceiro, que os ‘contatos nessa agencia’ tenham divulgado o responsável pelo parecer.
     O ultimo fato é grave e merece ser apurado, por colocar em suspeito os mecanismos de sigilo e de responsabilidade que devem imperar em tais processos  de avaliação.”

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8. VENDA DE VIDEOS SOBRE TEMAS CIENTÍFICOS
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     O Museu de Astronomia e Ciências Afins (Mast) colocou a venda os vídeos "Os Movimentos da Terra" e "A Vida na Gota D’água".  Eles podem ser adquiridos diretamente na biblioteca do Mast por R$7,00 ou por R$10,00 via correio (reembolso postal).
     Os vídeos podem também ser comprados através de cheque nominal, ou deposito em conta corrente a favor da Sociedade dos Amigos do Mast, localizada a Rua General Bruce, 586, São Cristóvão, RJ.
     Mais informações com Vera Pinehri pelo fone (0xx21) 580-7010, ramal 205; ou pelo e-mail: vera@omega.lncc.br

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9. MESA-REDONDA NA UNICAMP DISCUTE O SENTIDO DA UNIVERSIDADE
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    No dia 23 de setembro, como parte do seminário  “A Universidade num contexto de crise: Quais as alternativas?”, que por sua vez é parte do programa Unicamp-Brasil 500 Anos.
     No Centro de Convenções, das 14h ‘as 18h. Participam Marilena Chauí, da USP, o ex-presidente da SBPC, Sergio
Ferreira, e Ivan Valente, ex-coordenador da Frente Parlamentar em Defesa do Sistema de C&T.
     A mesa busca discutir o papel e o sentido que a Universidade publica deve ter no processo de democratização da sociedade contemporânea.

Fonte: Assessoria de Imprensa da Unicamp

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10. ENGENHEIROS QUÍMICOS CRITICAM ESTÁGIO DE DOCÊNCIA DA CAPES
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     Catorze coordenadores dos 15 programas de pós-graduação em engenharia Quimica existentes no país e representantes de alunos divulgaram nota criticando a exigência do estagio de docência pela Capes.
     A nota foi adotada no 8º Encontro Brasileiro sobre Ensino de Engenharia Quimica, realizado de 23 a 25 de agosto em São Pedro, SP. Os coordenadores afirmam que a vocação para o exercício da atividade docente não é generalizada para todos os pos-graduandos.
     A exigência do estagio docente não deve ser cobrada porque pode interferir no prazo de titulação dos mestrandos. Os programas de PG em engenharia Quimica querem reduzir o prazo para 24 meses ou menos.
     Quanto a alunos de doutorado, os coordenadores afirmam que o estagio pode ser oferecido a bolsistas que tenham interesse no aprendizado da docência  Afirmam ainda que o estagio de docência optativo deveria ser acessível a todos os alunos de doutorado, independente da agencia que concede a bolsa ou a remuneração.
     “A discriminação em relação aos bolsistas da Capes é descabida e ignora a pragmática distribuição interna das bolsas oriundas das varias agencias oficiais pelos cursos de pós-graduação”, diz a nota.
     No site www.abeq.org.br/enbeq99.htm serão publicados os anais e recomendações gerais a entidade.
    Fonte : JC E-Mail 1373, de 10/9/99

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Secretaria Geral SBQ
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Contribuicoes devem ser enviadas para:        paulosbq@dq.ufscar.br
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