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SBQ - BIENIO (98/2000)      BOLETIM ELETRÔNICO      No. 110
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Veja nesta edição:
1. Quem será o novo presidente do CNPq? Mais dois nomes na mesa do ministro Sardemberg
2. Cientistas querem unir pesquisa e desenvolvimento – área de C&T não estaria afinada com as necessidades da sociedade brasileira
3. 2° encontro sobre diamantes, carbono amorfo, carbeto de silício e nitretos
4. XIX EDEC
5. Curso consultoria ambiental

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1. QUEM SERÁ O NOVO PRESIDENTE DO CNPq? MAIS DOIS NOMES
NA MESA DO MINISTRO SARDEMBERG
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     São eles: Cylon Goncalves, criador e diretor do Laboratório Nacional de Luz Sincrotron (LNLS), e  Ronaldo Sardemberg, o próprio ministro da C&T.
     Estes dois nomes foram mencionados por pessoas de peso no Ministério da C&T e no CNPq.
     O nome de Cylon conta a seu favor com o fato de ter sido o batalhador incansável, durante pelo menos uma década, pela construção de uma das maiores obras da ciência brasileira, o Laboratório de Luz Sincrotron, em Campinas. Ou seja, e’ um realizador inquestionável.
     E por que o nome do próprio ministro Sardemberg? A interpretação encontrada para esta hipótese é a de que Sardemberg
teria chegado a conclusão de que, presidindo ele próprio o CNPq, poderia evitar as pressões irresistíveis para a nomeação de outros nomes que estariam em pauta, sobretudo daqueles a quem ele não se inclinaria a indicar.
     Esta semana apuramos que haveriam três nomes sobre a mesa do ministro. Hoje, já seriam cinco os candidatos a presidente do CNPq, segundo se consegue entrever em conversas com figuras de respeito ligadas à área em Brasília.
     Eis o quinteto: Evando Mirra, atual diretor (vice-presidente?) do próprio CNPq, Flávio Fava de Moraes, assessor do governador de SP, Mário Covas, Luiz Gylvan Meira Filho, atual presidente da Agencia Espacial Brasileira (AEB), Cylon Goncalvez e o próprio ministro Ronaldo Sardemberg.
     A ser verdade a versão de que o nome do próprio ministro estaria em consideração, ficaria sem efeito a reiterada declaração de Sardemberg de que ele se define como “presidente interino do CNPq” -- a espera apenas da designação de um novo presidente.

Fonte : JCE-mail , 07agosto99  (JMF)

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2. CIENTISTAS QUEREM UNIR PESQUISA E DESENVOLVIMENTO – AREA DE C&T
NÃO ESTARIA AFINADA COM AS NECESSIDADES DA SOCIEDADE BRASILEIRA
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     A produção cientifica brasileira - a maior e mais diversificada da América Latina - esta’ desarticulada das necessidades de desenvolvimento econômico e social do Pais.
     Por isso, embora a produção cientifica nacional (medida em artigos publicados em revistas internacionais especializadas) tenha-se multiplicado por quatro em 20 anos, a sociedade brasileira colheu poucos frutos desse esforço.
     Por outro lado, a produção tecnológica nacional (medida pelo numero de patentes que o Pais registra nos EUA), salvo honrosas exceções, continua pífia. O motivo básico é a participação ainda incipiente das empresas nas atividades de pesquisa e desenvolvimento. Ao menos essa é a opinião de boa parte dos cientistas convidados pelo Estado a falar sobre a política
nacional nessa área.
     Mudar esse quadro e’ o grande desafio que se coloca para o novo ministro da C&T, Ronaldo Sardenberg. Ele já anunciou que, entre suas prioridades, estao estimular as empresas a investirem mais em pesquisa e reativar o papel de articulador de políticas do seu ministério.
     "A batalha imediata que se coloca é para prorrogar a lei que estabelece  incentivos fiscais para as empresas que investem em pesquisa e desenvolvimento na área de informática", anunciou Sardenberg.
     "A seguir, pretendo reativar o Conselho de C&T, porque cabe ao MCT coordenar as ações do governo na área", acrescentou. Nesse conselho, tem assento os ministérios que mantêm institutos de pesquisa ou interesses na área (saúde, educação, agricultura, defesa, etc.), membros de um amplo espectro da comunidade cientifica e alguns empresários.
     Os cientistas concordam que o desafio de definir uma política de ciência e tecnologia eficiente transcende a esfera do MCT. "Traçar uma política de ciência e tecnologia significa eleger algumas áreas consideradas estratégicas para o desenvolvimento do Pais e concentrar ai boa parte dos esforços e recursos disponíveis para a pesquisa; isso o Brasil não faz há muitos anos ," critica José Goldenberg, físico e professor da USP, ex-reitor dessa instituição, ex-secretario nacional da C&T e ex-ministro da Educação.
     "O problema é que falta um projeto de desenvolvimento nacional para nortear a produção cientifica."
     Seu colega, Ildo Sauer, professor e coordenador dos programas de pós-graduação em energia da USP, concorda com Goldenberg.
     Na sua opinião, falta uma política clara de governo para o desenvolvimento de todas as áreas, desde o setor industrial, agrícola, de serviços e meio ambiente, até a erradicação da pobreza.
     "A política de ciência e tecnologia deveria estar a serviço dessas outras políticas", argumenta.
     Embora todos os cientistas ouvidos concordem com a necessidade urgente de levar as empresas instaladas no Pais a aumentar seus investimentos em pesquisa, muitos destacam que o Estado deve ter participação muito maior que a atual, até mesmo na pesquisa desenvolvida na área privada.
     "Todos os países avançados um dia orientaram seu desenvolvimento. O governo tem que ser o grande articulador, porque empresas não podem fazer isso sozinhas", destaca Sérgio Resende, professor da UFPE e ex-secretario da C&T de Pernambuco. Ele ressalta que os EUA até hoje concedem estímulos e isenções para setores eletroeletrônicos considerados estratégicos.
     Carlos Henrique de Brito Cruz, presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa de SP (Fapesp), a maior e mais rica agencia estadual de apoio à pesquisa, acha que é essencial levar as empresas a investirem mais em pesquisa. Ele destaca o descompasso entre a situação da área científica e da tecnológica no Pais.
     Enquanto a produção cientifica brasileira, dos anos 80 até 1998,  passou de 2 mil para 8 mil artigos publicados anualmente em revistas internacionais especializadas e reconhecidas, a capacidade do Brasil patentear produtos cresceu de forma incipiente.
    Em 1980, o Pais registrou 24 patentes nos EUA, enquanto a Coréia do Sul registrou oito. Em 1996, o Brasil conseguiu 63 patentes, contra 1.500 registradas pela Coréia do Sul.
     As diferenças explicam-se pelo volume e perfil dos investimentos feitos na área nos dois países.
     Em 1990, a Coréia investia 1,9% de seu Produto Interno Bruto (PIB) em ciência e tecnologia, sendo o governo responsável por menos de 16% dessa cifra.
     O Brasil, em 1994, investiu pouco mais de 0,7% de seu PIB em ciência e tecnologia, sendo que o governo respondeu por mais de 70% desse investimento.
     Diante dessa situação, muitos criticam o perfil da pesquisa feita na Universidade brasileira, o que, na opinião de Brito, e’ um erro: "O papel da Universidade, em qualquer lugar do mundo, e’ produzir ciência; cabe às empresas produzir tecnologia. Temos que provocar uma mudança na cultura das empresas do Pais."
    Brito aponta a inflação e os altos juros como os principais responsáveis pelo fato de as empresas instaladas no Pais terem investido tão pouco em pesquisa nas ultimas décadas: "Todos os investimentos produtivos, e ainda mais os de longa maturação como pesquisa, ficaram muito desestimulados."
     Outros, porem, destacam que o governo coreano adotou uma clara política de desenvolvimento industrial dirigida a estimular determinados setores considerados estratégicos para o desenvolvimento nacional.
     Outro grande desafio que se impõe, segundo os cientistas, e’ reduzir a dependência tecnológica do País, que, na opinião de muitos deles, se ampliou muito por causa da forma como foi feita a abertura da economia.
     "Nos últimos anos gastamos demasiado importando tecnologia", critica Adão Vilaverde, secretario da Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul, destacando que, entre 1993 e 1997, esse gasto acumulado chegou a US$ 3,4 bilhões.
     "Nossos gastos com exploração de patentes cresceram cem vezes, enquanto nosso desembolso para pagar transferencia de tecnologia aumentou vinte vezes", frisou.
     "Temos que apostar em saídas diferentes, afinal, temos uma densidade cientifica e capacidade tecnológica importante."
     Essa dependência tecnológica, na opinião de alguns membros da comunidade cientifica, aprofundou-se pela maneira como foram conduzidas as privatizações de algumas grandes empresas, sobretudo do setor energético.
     "O fato de muitas dessas grandes companhias terem sido desmembradas e vendidas a grupos multinacionais está levando ao desmonte dos departamentos de pesquisa e desenvolvimento que essas empresas mantinham internamente", critica Rogério Cerqueira Leite, físico e pesquisador da Unicamp .
     "A parte inteligente do trabalho - o planejamento, a tecnologia - passou a ser feita fora do País, na matriz dessas empresas", diz Leite, que lamenta sobretudo a privatização do setor hidrelétrico.
     "Mesmo nos EUA, essa e’ uma área estatizada porque a envolve questões geopolíticas: a mesma água que produz eletricidade serve para beber, irrigar, transportar..." Mais otimista, embora reconheça esses aspectos negativos, Brito lembra
que a globalização não teve só conseqüências ruins para a área: "Os investimentos das empresas norte-americanas em ciência e tecnologia no Brasil passaram de US$ 100 milhões em 1989 para US$ 250 milhões em 1994."

Fonte : O Estado de SP, 7agosto99

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3. 2o. ENCONTRO SOBRE DIAMANTES, CARBONO AMORFO, CARBETO
DE SILÍCIO E NITRETOS
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Rio de Janeiro, PUC-Rio  24 e 25 de novembro de 1999

PRIMEIRA CIRCULAR
     Será realizada nos dias 24 e 25 de novembro, no Auditório do Rio - DataCentro da PUC-Rio a segunda edição do ENCONTRO SOBRE DIAMANTES, CARBONO AMORFO, CARBETO DE SILÍCIO E NITRETOS. Seguindo a mesma linha das conferencias européias sobre este tema, serão aceitos trabalhos sobre métodos de produção, deposição de filmes, caracterização, propriedades mecânicas, químicas, eletrônicas e optoeletrônicas de
- diamantes,
- carbono amorfo,
- carbeto de silício,
- nitretos de boro, carbono e silício,
além suas aplicações.

CONTRIBUIÇÕES:
     Todos os trabalhos serão apresentados oralmente. A submissão de resumos, em português ou inglês, devera ser feita EXCLUSIVAMENTE VIA INTERNET através do formulário próprio que se encontra no seguinte endereço: http://vdg.fis.puc-rio.br, ate o dia 15 de outubro.

ORGANIZACAO:
Fernando Lázaro Freire Júnior (PUC-Rio)
(lazaro@fis.puc-rio.br)

Sérgio de Souza Camargo Jr. (COPPE-UFRJ)
(camargo@metalmat.ufrj.br)

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4. XIX EDEC
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     Seguem abaixo as informações sobre a Programação Prevista para o XIX EDEQ. RELAÇÃO DOS MINI-CURSOS OFERECIDOS NO XIX EDEQ
     Serão oferecidos 9 Mini-Cursos com a duração de 5 horas, divididas em dois blocos de 2,5 horas e 1 Mini-Curso com 2,5 horas de duração. O número de vagas para cada Mini-Curso será entre 40 e 50.
     Mini-Curso 01: A Informática na Educação Química Duração: 5 horas
Ministrante: Prof. Sérgio Lontra Vieira
Instituição: Unicentro - Guarapuava - PR
     Mini-Curso 02: Processos Fermentativos como Tema Articulador de Aprendizagens em Química/Ciências
Duração: 5 horas
Ministrante: Profa. Lenir Basso Zanon
Instituição: UNIJUÍ - Ijuí - RS
     Mini-Curso 03: Fazendo uma Oposição ao Presenteísmo com (o ensino d)a História da Ciência
Duração: 5 horas
Ministrante: Prof. Attico Inácio Chassot
Instituição: Unisinos - Novo Hamburgo - RS
     Mini-Curso 04: Odor: A Quimica em 3D.
Duração: 5 horas
Ministrante: Prof. Hugo Tubal Schmitz Braibante
Instituição: UFSM - Santa Maria - RS
     Mini-Curso 05: Retroprojetor como Bancada de Laboratório de Química
Duração: 5 horas
Ministrante: Profa. Mara Elisa Fortes Braibante
Instituição: UFSM - Santa Maria - RS
     Mini-Curso 06: Revisão de Tópicos em Segurança de Laboratórios
Químicos
Duração: 5 horas
Ministrante: Prof. Ayrton Figueiredo Martins
Instituição: UNISC - Santa Cruz do Sul - RS
UFSM - Santa Maria - RS
     Mini-Curso 07: Química Experimental com Material Alternativo de Fácil
Aquisição e Baixo Custo
Duração: 5 horas
Ministrante: Prof. Per Christian Braathen
Instituição: UFV - Viçosa - MG
     Mini-Curso 08: Conhecendo Pesquisas Pós-Estruturalistas que Investigam as Salas de Aula
Duração: 5 horas
Ministrante: Rochete Loguercio
Instituição: UNISC - Santa Cruz do Sul
UFRGS - Porto Alegre - RS
     Mini-Curso 09: Astroquímica
Duração: 5 horas
Ministrante: Lavinel G. Ionescu
Instituição: ULBRA e PUC/RS - Porto Alegre - RS
     Mini-Curso 10: Como Produzir Materiais Didáticos, um Exemplo com o Tema Gerador Corantes Naturais
Duração: 2,5 horas
Ministrante: Marcelo Eichler
Instituição: UFRGS - Porto Alegre - RS

     RELAÇÃO DOS TEMAS EM DEBATE NO XIX EDEQ
     No dia 22/10/99, entre 11h e 12h, serão colocados em debate no XIX EDEQ 4 temas, cada um com a participação de 2 convidados reconhecidamente destacados no assunto.
     Tema em Debate 01: O Ensino de Ciências no 1º Grau Coordenador: - Profa. Lenir Basso Zanon (UNIJUÍ)
     Tema em Debate 02: A Informática e o Ensino de Ciências Coordenador: - Prof. Sérgio Lontra Vieira (UNICENTRO)
     Tema em Debate 03: Os "Provões" do MEC Coordenador: - Profa. Maria Isabel Cunha (UFPEL)
     Tema em Debate 04: Formas de Ingresso na Universidade Coordenador: - Profa. Maria Elaine Carvalho Moreira (UFPEL);

SEÇÕES COORDENADAS
     Serão escolhidos, entre os trabalhos submetidos ao XIX EDEQ, alguns para exposição oral de 15 min, seguida de uma discussão com o público presente. Cada Seção Coordenada contará com a exposição de 6 trabalhos. O número de Seções Coordenadas será definido de acordo com o número de trabalhos submetidos à Comissão Organizadora do XIX EDEQ.

TEMAS PROPOSTOS PARA AS MESAS REDONDAS DO XIX EDEQ
     Está previsto para o dia 22/10/99, entre 17h e 19h a realização de 4 Mesas
Redondas, cada uma contando com a participação de 3 convidados, que debaterão os seguintes assuntos:
     MESA REDONDA 01: Química e Sociedade - Saúde e Alimentos
Coordenador: - Prof. Rui Carlos Zambiazi (UFPEL);
     MESA REDONDA 02: O Mercado de Trabalho para o Profissinal da Química
Coordenador: - Ennecyr Pilling Pinto (Presidente do CRQ-V);
     MESA REDONDA 03: O Ensino de Química no Mercosul
Coordenador: - Prof. Lavinel G. Ionesco (ULBRA);
     MESA REDONDA 04: Metodologia Científica e o Ensino de Química
Coordenador: - Prof. Jandir Zanotelli (UCPEL/UFPEL)

     Maiores informações podem ser obtidas no site do XIX EDEQ:
http://www.ufpel.tche.br/edeq. Atenciosamente, Prof. Eder João Lenardao
Secretaria Geral do XIX EDEQ.

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5. CURSO CONSULTORIA AMBIENTAL
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     APERFEIÇOAMENTO E ATUALIZAÇÃO PROFISSIONAL CURSO CONSULTORIA AMBIENTAL
13 A 17 DE SETEMBRO DE 1999
     LOCAL: AUDITÓRIO DA BIBLIOTECA PÚBLICA - CURITIBA
HORÁRIO: 8:00 h às 12:00 h e 13:00 h às 17:00 h
PROMOÇÃO: DEPR/CRBio 3  No de Vagas: 40
     PROGRAMA
13/setembro:
Bióloga Gisele Sessegolo - ECOSSISTEMA Consultoria Ambiental
Consultoria, Planejamento e Gestão Ambiental
     14/setembro:
Bióloga Cosette Barrabas X. da Silva - IBAMA
Legislação Ambiental Referente a Flora e a Fauna
     15/setembro
Bióloga Maria Lúcia Biscaia de Medeiros  -   IAP
Monitoramento Ambiental
     16/setembro
Bióloga Sandra Mara Pereira de Queiroz   -  IAP -EIA/RIMA
     17/setembro
Bióloga Karina Luiza de Oliveira   -  SPVS
Plano de Manejo nas Unidades de Conservação

     INFORMAÇÕES E INSCRIÇÕES:
Delegacia Estadual  do Paraná/CRBio 3
Rua Luiz Xavier, 68 - Edifício Tijucas
9o andar - cj. 911 - Bloco A
80020-020 - Curitiba - PR
Telefax (041) 224-0773   -   e-mail: crbio3-pr@ fast.com.br

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Secretaria Geral SBQ
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Contribuicoes devem ser enviadas para:        paulosbq@dq.ufscar.br
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