Veja nesta edição:
1. Manifestação do presidente da SBQ sobre
as declarações do ministro Bresser Pereira sobre a pesquisa
no nordeste
2. Boletim eletrônico SBQ chega ao número
100
3. I Jornada científica do Departamento de Química
da Universidade Federal de Uberlândia
4. II Empromer
5. Atividades realizadas pela Universidade do Centro-Oeste
no dia do químico
6. A avaliação da universidades – Artigo
de José Goldemberg
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1. MANIFESTAÇÃO DO PRESIDENTE DA SBQ SOBRE AS DECLARAÇÕES
DO
MINISTRO BRESSER PEREIRA SOBRE A PESQUISA NO NORDESTE
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A Presidência da Sociedade Brasileira
de Química vem manifestar seu profundo mal-estar com relação
às declarações – veiculadas pela mídia
impressa e eletrônica – feitas, recentemente, pelo Exmo. Senhor
Ministro de Ciência e Tecnologia, Luiz Carlos Bresser Pereira, relativamente
à pesquisa científica no Nordeste.
Declarações deste tipo, de forma
alguma, auxiliam na resolução dos graves problemas pelos
quais passa a Ciência e Tecnologia brasileiras, entre eles a interrupção
do pagamento das taxas de bancada e dos auxílios tipo-balcão
do CNPq, que se não forem, com urgência, retomados poderão
levar à desarticulação e à asfixia de numerosos
grupos de pesquisa em nosso país.
Avaliamos, ainda, que o inoportuno das referidas
declarações, como já o dissemos em outras oportunidades,
atua como nutriente indesejável para acentuar, ainda mais, as diferenças
regionais.
Oswaldo Luiz Alves, Presidente da Sociedade Brasileira de Química
Nota do editor: Com uma nota intitulada “CIÊNCIA E TECNOLOGIA NO NORDESTE”, que pode ser encontrada no endereço: http://www.mct.gov.br/GABIN/Acso/html/Ministro/nordeste.htm, o ministro tenta esclarecer os pontos confusos de suas declarações.
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2. Boletim eletrônico SBQ (Biênio 1998/2000), chega ao
número 100
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Na última semana enviamos o nosso boletim
eletrônico número 100, do biênio 1998/2000, que foi
marcado com a mensagem do nosso presidente Oswaldo Luiz Alves, sobre as
comemorações do dia Nacional do Químico. Desde o seu
início, o primeiro foi enviado no dia 14/07/1998, o boletim passou
por formatos diferentes. A partir do número 37 começamos
a colocar um índice das notícias veiculadas e partir do número
41, os boletins passaram a ser numerados. No número 88 abolimos
a nossa prática de edição sem acentos e outros caracteres
gráficos da língua portuguesa.
Todos os boletins eletrônicos estão
na home page da SBQ no endereço: http://www.sbq.org.br/pub/boletronico/index.htm.
A seguir apresentamos um levantamento das notícias veiculadas desde
o número 1.
Até o número 100 foram divulgadas 388 notícias
assim divididas: notícias gerais (114); eventos como congressos,
workshops (74); notícias relacionadas ao CNPq, desde a edição
da “famosa” portaria 328/98, crise do MCT, nomeação do ministro
Bresser Pereira (68); concursos (27); notícias de programas de pós-graduação
(14), CAPES (13), notas das divisões científicas (12); cursos
diversos (11); bolsas e outras oportunidades (11); prêmios diversos
(09); 22a RASBQ (08); JBCS (05); Regionais (03), PADCT (03);
FINEP (03), Enem (03). Comunicados específicos da presidência
em várias ocasiões (08) e alguns da secretaria geral que
não foram computados nos dados acima.
De forma geral, acreditamos que o boletim tenha
funcionado como uma fonte de informações e um importante
fórum de discussões para todos associados da SBQ. No boletim
ainda foram divulgadas notícias sobre resultados da reuniões
do CA do CNPq, um total de duas. Importante observar que essas informações
foram divulgadas em primeira mão, e pela
primeira vez a comunidade é informada das decisões do
CA em um tempo tão curto.
Atualmente a lista do boletim eletrônico
da SBQ contém 1898 endereços. Sempre temos a devolução
de um número razoável de mensagens, em torno de 50, por vários
motivos, em geral computadores que estão desligados, ou endereços
que não podem receber mensagens de até 16k, como ocorre em
algumas ocasiões. O número de assinantes da nossa lista
tem crescido consideravelmente. São raros os casos de pessoas
que têm se desligado.
Devido a um problema que tivemos com nosso servidor
de e-mail, duas mensagens foram enviadas a todos os assinantes, sem terem
antes passado pela editoria, estas não estão computadas nos
números acima.
Algumas pessoas ainda preferem terem seus
nomes adicionados à lista eletrônica pelo “list-owner”, mas
isto não é necessário. Qualquer pessoa pode entrar
ou sair da lista quando assim o desejar. As instruções para
tal encontram-se no endereço “publicações” da nossa
home page, citado acima.
Finalmente, gostaríamos de dizer a
todos que as solicitações de divulgação de
mensagens têm sempre sido atendidas, e que o editor simplesmente
organiza as notícias de acordo com o formato que entende ser mais
adequado. Gostaríamos ainda, de continuar contando com a colaboração
espontânea de todos, para que este continue sendo um importante órgão
de divulgação da nossa SBQ.
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3. I JORNADA CIENTÍFICA DO DEPTO. DE QUÍMICA DA
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA
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Realizou-se de 16-18 de junho de 1999, na
Universidade Federal de Uberlândia, organizada pela Coordenação
dos Cursos de Química e Departamento de Química, a I Jornada
Científica de Química. Tal Jornada teve o objetivo de discutir
temas atuais da Química, integrando alunos, professores, escolas
e empresas. Sua programação contou com
conferências, palestras, mini-cursos e apresentação
de trabalhos, além de divulgação das pesquisas desenvolvidas
no Departamento de Química.
O Presidente da SBQ, participou da cerimônia
de abertura e proferiu a conferência inicial intitulada "Química
na Virada do Século".
Mereceu destaque a fala do Diretor do
Centro de Ciências Exatas e Tecnologia, Prof. Arquimedes Ciloni,
que fez questão de ressaltar o importante papel da SBQ na defesa
dos legítimos interesses da comunidade científica nacional
– especialmente no episódio do corte dos periódicos da CAPES
– e na disseminação contínua de informações
através do Boletim Eletrônico.
A Diretoria e Conselho da SBQ parabenizam
a Comissão Organizadora e o Depto. de Química da UFU por
esta importante realização.
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4. II EMPROMER
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Prezado(a) Colega,
Em razão de falha no servidor que continha
o site do II Congresso de
Engenharia de Processos do Mercosul, II ENPROMER, o mesmo ficou fora
do ar, ou não esteve totalmente operacional, das 18:00 da sexta
feira, 11/06, até a data de hoje, 17/06. Este período abrangeu
os últimos 4 dias para inscrições de trabalhos. Por
esta razão, muitos resumos não foram recebidos.
Para possibilitar a participação
de todos os interessados, o período de recebimento de resumos foi
estendido até dia 26 de junho.
A partir de segunda feira, 22/06, a lista de resumos
recebidos estará disponibilizada na internet. Espere até
esta data para decidir mandar novamente o seu trabalho.
Visite o site do Congresso para obter informações, realizar
sua inscrição ou verificar se o seu trabalho foi recebido.
http://www.enq.ufsc.br/labs/SIMPRO/ENPROMER/1/port
A organização do evento lamenta o inconveniente.
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5. ATIVIDADES REALIZADAS PELA UNIVERSIDADE ESTADUAL DO
CENTRO-OESTE NO DIA DO QUÍMICO
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Se possível, gostaria que a nota abaixo fosse
divulgada no Boletim Eletrônico da SBQ:
O Centro Acadêmico dos Alunos do Curso de
Licenciatura e Bacharelado de Química da Universidade Estadual do
Centro-Oeste do Paraná, junto com alguns professores de Química,
Biologia, Geografia e Letras, está oferecendo neste dia do Químico,
uma atividade multidisciplinar de divulgação cientifica sobre
Química, Ciências e Biologia (do tipo "open
laboratory") para alunos do Ensino Médio e Fundamental de nossa
cidade.
O tema gerador escolhido foi a Água - fonte
de vida e de saúde, sendo enfocados aspectos históricos (as
lendas, os mitos e as religiões que falam sobre a água, desde
os primórdios da humanidade), geográficos (aspectos geológicos,
origem e preservação), biológico (contaminação,
saneamento e preparação do "soro caseiro") e, também,
os aspectos químicos (eletrólise, destilação,
tratamento e purificação). As atividades foram desenvolvidas
nos laboratórios do Campus de Guarapuava, onde se desenvolve o Curso
de Química da Unicentro. E-mail para contatos: <deqf@unicentro.br>.
Atenciosamente,
Sérgio
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6. A AVALIACAO DAS UNIVERSIDADES, ARTIGO DE JOSÉ GOLDEMBERG
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Seres humanos estão acostumados, desde
a mais remota Antigüidade, a ser avaliados.
A escolha de líderes e dirigentes sempre
envolveu o julgamento e a avaliação de pares e, nos dias
que correm, ninguém se elege vereador no menor dos municípios
brasileiros se os eleitores não julgarem que um candidato reúne
melhores condições que seus concorrentes.
No plano pessoal, somos avaliados o tempo
todo, quando pedimos um emprego, quando tentamos entrar numa Universidade,
num clube ou quando propomos casamento a alguém.
Avaliações não existiam
no passado em regimes em que só os que pertenciam à aristocracia
tinham acesso a posições, independentemente do mérito.
Foi a Revolução Francesa de
1789 que marcou a ascensão do conceito de igualdade entre todos
os cidadãos; apesar de as bandeiras da Revolução Francesa
terem sido três - igualdade, liberdade e fraternidade -, foi realmente
a primeira delas que dominou a vida política da França e
do mundo moderno desde o século 19.
Igualdade significa tratamento igual de todos
diante da lei e acesso pelo mérito. O problema é definir
quais os critérios usados para avaliar o mérito.
Hoje, as aristocracias foram substituídas
por corporações, que são muito fortes e tentam proteger
seus interesses.
Em sociedades abertas, como os EUA, a própria
diversidade de interesses se encarregou de vencer essas resistências,
mas em países com tradições coloniais, como o Brasil,
elas são ainda muito fortes, particularmente em empresas estatais
e Universidades.
Para muitas atividades, os concursos públicos
ou eleições democráticas resolvem a questão,
evitando favoritismos. Para outras, é necessário usar indicadores
de vários tipos, como produtividade econômica ou satisfação
pelos serviços prestados.
Freqüentemente, avaliações provocam
grandes resistências que precisam ser enfrentadas em nome do interesse
publico.
Um exemplo recente das reações que
avaliações provocam é dado pela resistência
criada à salutar iniciativa do ministro da Educação,
Paulo Renato, de avaliar o desempenho das Universidades.
Essas instituições, públicas
ou privadas, funcionam com autorização do MEC, cuja função
é assegurar um mínimo de qualidade dos profissionais que
são formados por elas.
Para certas profissões há ainda
outras exigências, como o exame da Ordem dos Advogados.
Isso tudo é feito para impedir que
pessoas despreparadas exerçam funções em que possam
efetivamente causar danos à sociedade, como um piloto de avião
pilotando sem a qualificação necessária ou um engenheiro
que constrói prédios que desmoronam.
O ministro da Educação optou por iniciar
a avaliação das Universidades por meio de um exame nacional
ao qual se submetem egressos, denominado Provão.
Pode-se argumentar que avaliar os alunos para
caracterizar a qualidade da instituição não é
um bom método, mas é preciso reconhecer que era preciso começar
de alguma forma.
O único método usado anteriormente
era o da revista “Playboy”, que usava informações de vários
tipos - não sistematizadas - para fazer uma classificação
das instituições universitárias.
Os resultados negativos que alunos de certas
faculdades tiveram no Provão já tiveram resultados positivos,
porque muitas delas estao tentando melhorar seu desempenho.
Isoladamente, o Provão provoca
perturbação no sistema que pode levar a melhoras ou, então,
à criação de "cursinhos" para enfrentá-los,
o que é uma distorção ainda pior do que "cursinhos"
que preparam os alunos para o vestibular de ingresso às Universidades.
O Provão pode, porem, funcionar como indicador de que medidas mais
profundas precisam ser tomadas para melhorar as escolas.
É como se fosse um termômetro,
que mede a febre de um doente - que é um sinal de alerta -, mas
não elimina a doença.
Ele precisa, portanto, ser acompanhado por inspeções
de comissões de especialistas - que possam identificar os problemas
e propor soluções. É nesta fase que o Conselho Nacional
de Educação e o MEC se estão engajando atualmente.
Com as medidas que estão sendo tomadas
agora, talvez tenhamos, dentro de alguns anos, um método confiável
de avaliar faculdades e Universidades, o que será bom para os alunos
que as procuram e para os egressos, que poderão servir melhor a
si mesmos e à sociedade.
Num país grande e diversificado como
o Brasil, não é preciso – nem desejável - que todas
as escolas superiores sejam excelentes em todas as áreas.
Basta que encontrem sua própria personalidade
e vocação, algumas em pesquisa de vanguarda, outras em ensino
de boa qualidade e outras ainda em versatilidade, adaptando-se rapidamente
às necessidades de uma sociedade moderna.
Nota do Editor : Goldemberg foi secretário nacional de C&T
e ministro da Educação.
Fonte : O Estado de SP,15junho99
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