Diante dos episódios registrados em Goiás no dia 15 de fevereiro, quando o governo Marconi Perillo (PSDB) ordenou, por motivos puramente políticos, a prisão de 30 estudantes (13 dos quais menores de idade) e um professor universitário, a Adusp expressa seu repúdio a essa agressão às liberdades democráticas e civis.
Também em São Paulo, a Polícia Militar do governo Geraldo Alckmin (PSDB) perseguiu truculentamente os estudantes que se opuseram à chamada “reorganização escolar”, o que indica que para determinados governantes as questões sociais continuam sendo “caso de polícia”, como na República Velha.
Encarcerar pessoas por “delito de opinião” e de manifestação, acusando-as da prática de crime organizado e jogando contra elas o aparato repressivo da Polícia Militar e da Polícia Civil, bem como impedir a atuação de advogados, configuram graves afrontas à democracia.
No caso de Goiás, o “crime” dos jovens consistiu em ocupar a Secretaria da Educação para protestar contra a entrega da rede pública estadual de ensino à gestão privada.
A Adusp solidariza-se com os manifestantes goianos, que permaneceram detidos por dois dias, ao mesmo tempo em que se junta a todos os que denunciam as práticas oligárquicas e privatistas do governo Perillo — e que se opõem à sua decisão lesiva de transferir a gestão da rede pública estadual de ensino a “organizações sociais” privadas.
A Diretoria da Adusp
São Paulo, 18 de fevereiro de 2016