O tripé ensino-pesquisa-extensão na constituição do professor
A atual política de formação de professores no Instituto de Química da Universidade de Brasília teve sua concepção iniciada em 1991, com a implantação do Laboratório de Pesquisas em Ensino de Química (LPEQ). O trabalho inicial do Laboratório se concentrou em atividades de extensão de perspectiva não-assistencialista (atividades com os professores e não para os professores), que se configuraram como fonte de problemas de pesquisa. Este eixo norteador da atividade de extensão ainda continua predominante.
O componente ensino foi agregado em 1994, com a criação do curso noturno de Licenciatura em Química, cujo eixo norteador é a formação para a pesquisa, concretizada em um conjunto de disciplinas denominado de
Formação Profissional Docente (FPD). O currículo deste curso passou por algumas reformulações e, no momento, está sendo proposta uma nova mudança, que incorpora na FPD dois princípios inovadores: os conceitos de créditos obrigatórios (e não de disciplinas obrigatórias) e de pré-requisitos recomendados (e não de obrigatórios). Esses princípios privilegiam dois aspectos: a horizontalização (oposta à verticalização) e a flexibilização curricular.
A formação para a pesquisa teve seu aprofundamento com
a implantação do Programa de Pós Graduação em Ensino
de Ciências, iniciado em 2004. É notória a expansão
da pós-graduação no Brasil nos últimos anos, principalmente
na pesquisa básica e aplicada na área de Ciências da
Natureza. No entanto, o mesmo não pode ser dito em relação
à Educação: seus resultados tiveram pouco ( ou quase
nenhum) impacto na sala de aula. Dessa forma, optou-se
por um Mestrado Profissional em Ensino de Ciências,
que possui uma Área de Concentração em Ensino de Química
(
www.unb.br/ppgec),
cujos eixos norteadores são: a) o professor deve permanecer
em sala de aula; b) o problema de pesquisa deve se originar
no sistema de ensino local; c) a dissertação de mestrado
não pode se restringir apenas a um diagnóstico de uma
situação-problema; d) a dissertação de mestrado deve
ter como parte integrante uma
Proposição de Ação
Profissional, com potencial de impacto no sistema
de ensino; e) o programa deve ser gratuito.
Essa proposta de formação inicial e continuada de professores dos níveis fundamental e médio, e mesmo do superior, em constante processo de construção, visa à geração de recursos humanos que possam, tanto no âmbito de seus locais de trabalho, quanto no horizonte de suas ações, atuarem como iniciadores e líderes nos processos de formação de grupos de trabalho e estudo que possam iniciar processos de transformação da escola, na perspectiva do respeito à diversidade e à inclusão social.