30a Reunião Anual
Sociedade Brasileira de Química
 
   
 
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"Antecedentes, atualidade e perspectivas da Pós-Graduação em
Química no Brasil"

Angelo C. Pinto
Instituto de Química
Universidade Federal do Rio de Janeiro
angelo@iq.ufrj.br

A Universidade de São Paulo (USP), através de sua Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras (FFCL), ao incorporar em seus quadros docentes professores europeus perseguidos pelo regime nazi-fascista, deu a partida para a institucionalização da pesquisa científica na área de Química no Brasil. Na FFCL os professores alemães Heinrich Rheinboldt e Heinrich Hauptmann foram os responsáveis pela implantação da pesquisa e orientaram vários estudantes de doutorado. O primeiro doutor formado na FFCL foi o professor Simão Mathias, em 1942, que mais tarde viria a ser o primeiro presidente da Sociedade Brasileira de Química, criada em 1977. Se a pesquisa foi institucionalizada no País a partir da USP, a pós-graduação strictu sensu começou no Instituto de Química da Universidade do Brasil (UB), criado em 30 de janeiro de 1959, e cujo primeiro regimento foi aprovado em 31/10/1962. A pós-graduação só passou, entretanto, a funcionar a partir de 1963. Nos anos sessenta mais 3 cursos de pós-graduação foram criados no Rio de Janeiro. Em 1965, o de Química de Produtos Naturais no Centro de Pesquisas de Produtos Naturais da UB, em 1966, o de, também, química de produtos naturais na UFRRJ, e no final da década o de Química Analítica na Pontifícia Universidade Católica (PUC). A década de setenta caracterizou-se pela criação de cursos de pós-graduação em toda a região Sudeste. Foram, então, criados em todo o país, 12 cursos de mestrado e 8 de doutorado. Mas, a consolidação da pós-graduação e a expansão da pesquisa na área de Química muito devem ao Plano de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico, quando este elegeu a área de Química como uma das áreas prioritárias para receber financiamento. A partir dos anos oitenta o CTC da CAPES começou a avaliar os cursos de pós-graduação atribuindo-lhes conceitos entre A a E, com o nível A correspondendo ao perfil de excelência. A partir de 1995 o CTC da CAPES passou atribuir notas de 3 a 7 aos programas de pós-graduação, abandonando os conceitos onde eram atribuídas letras aos cursos, com a nota 5 correspondendo ao nível A, e as notas 6 e 7 atribuídas aos programas de excelência com inserção internacional. Alguns números dão uma idéia do crescimento qualitativo e quantitativo da Química brasileira. Em 2005, foram titulados 420 doutores e 550 mestres, e publicados cerca de 2300 artigos científicos em periódicos indexados ao Institute Scientific for Information (ISI). Duas foram as ações mais importantes para a Química atingir este patamar: uma ação de governo – a criação do PADCT, a outra da sociedade civil, a criação, em 1977, da Sociedade Brasileira de Química.

 

 

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