triterpenos isolados de própolis piauiense


José Denilson Mineiro Soares (IC), Antônia Maria das Graças Lopes Citó (PQ), José Arimatéia Dantas Lopes (PQ) e Mariana Helena Chaves (PQ)

Departamento de Química da Universidade Federal do Piauí.

64.049-550 Teresina - Piauí - Brasil

e-mail: acito@ufpi.br

palavras-chave: própolis, constituintes fixos, triterpenos.

INTRODUÇÃO: Própolis é uma substância resinosa que as abelhas colhem nos rebentos de plantas, encontrada no interior das colmeias e, com a qual, fixam os quadros de favos e calafetam pequenas aberturas e fendas. A principal finalidade dessa substância, entretanto, é a de purificar o ar e desinfetar a colmeia. A própolis possui uma composição química muito complexa, que varia de acordo com a fonte vegetal visitada pelas abelhas e o ambiente da região de produção. O grande número e a diversidade de substâncias que nela está contida, determinam uma variedade de ações farmacológicas, tais como: antimicrobiana, antivirótica, antifúngica, antiprotozoária e muitas outras.1,2,3 Dado sua importância, torna-se, cada vez mais necessário, incrementar os conhecimentos sobre a própolis brasileira, especialmente a do nordeste, relativamente pouco estudada.

OBJETIVOS: Isolar e identificar os principais constituintes químicos de própolis piauiense.

METODOLOGIA: A amostra de própolis (14,5 g), elaborada por abelhas da espécie Apis mellifera, foi coletada no apiário do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Piauí, na cidade de Teresina - PI, no mês de janeiro. Para o isolamento dos constituintes químicos pesou-se 5,0 g de própolis, e realizou-se a extração com 50 mL de metanol, utilizando-se aparelhagem Soxhlet, durante 2 horas. O extrato foi filtrado a quente, diluído com água (25 mL) e extraído sucessivamente com éter de petróleo (3 x 75 mL) e éter etílico (3 x 75 mL). O último extrato (3,29 g) foi concentrado e em seguida foi aplicado numa coluna cromatográfica de gel de sílica e desenvolvida com um gradiente de eluição de polaridade crescente, de hexano e éter etílico. Da coluna foram coletadas um total de 60 (sessenta) frações, cada uma de 100 mL. A fração F5, eluída com hexano-éter (3:1), foi analisada por ressonância magnética nuclear de hidrogênio (RMN 1H) e de carbono-13 (RMN 13C).

RESULTADOS: Após a análise dos espectros de RMN (1H e 13C) e, por comparação com dados obtidos da literatura,4,5,6 constatou-se que a fração F5 consiste de uma mistura de 5 triterpenos. As demais frações eluídas da coluna, são constituídas, principalmente, de compostos fenólicos derivados de ácidos anacárdicos.

CONCLUSÃO: A fração triterpênica (F5) é constituída de: cicloartenol, 24-metileno-cicloartanol, a-amirina, b-amirina e lupeol. Pela integração dos hidrogênios carbinólicos em relação aos hidrogênios em anéis ciclopropânicos e a associação com a análise dos dados de RMN 13C constatou-se que o cicloartenol é o constituinte majoritário.






























BIBLIOGRAFIA:

  1. Bankova, V.S.; Boudourova-Ktrasteva, G.; Popov, S.S.; sforcin, j.m.; funari, s.r.c.; Apidologie 1998, 29, 361.

  2. Marcucci, M.C.; Apidologie 1995, 26, 1.

  3. Bankova, V.S.; Christov, R.; Kujumgiev; Marcucci, M.C.; Popov, S.S.; Z. Naturforsch 1995, 50c, 1.

  4. Roque, N. F.; Olea, R. S. G.; Quím. Nova 1990,13, 278.

  5. Mahato, S.B.; Kundu, A.P.; Phytochemistry 1994, 37, 1517.

  6. Radics, L.; Kajtar-Peredy, M.; Tet. Lett. 1975, 48, 4287.




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