SBQ - BIÊNIO (2000/2002) BOLETIM ELETRÔNICO No. 325




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Veja nesta edição:
  1. 1o. Workshop de Química de Materiais
  2. Questionário sobre o JBCS
  3. A Universidade brasileira no século 21, artigo de Carlos Henrique de Brito Cruz
  4. Pós-graduação cresce 132% no país
  5. Capes e CNPq integram seus sistemas de informação


1. 1o. Workshop de Química de Materiais

DIVISÃO DE QUIMICA DE MATERIAIS DA SBQ

20 de maio de 2002 Poços de Caldas (MG)

Inscrições: por e-mail (jafeli@iq.unesp.br) ou até a data do evento

Local: Anfiteatro do Cassino, Poços de Caldas(MG)

Programa:




2. Questionário sobre o JBCS

Encontra-se disponível na página do JBCS um questionário para que leitores, autores, assessores e a comunidade científica em geral expressar a sua opinião sobre o JBCS. Nele é possível dar sugestões em diversos assuntos, como página eletrônica, submissão, tempo de publicação, formato etc.

É importante que a comunidade participe para que posteriormente possamos sentir as necessidades e preocupações do nosso público, em termos quali-quantitativos.

Para ir direto ao questionário acesse:




3. A Universidade brasileira no século 21, artigo de Carlos Henrique de Brito Cruz

O Brasil que principiou o século 21 entre as dez maiores economias do planeta é o mesmo cuja força de trabalho tem uma escolaridade média de apenas cinco anos e uma história universitária das mais tardias entre as nações latino-americanas.

Enquanto países como o México e o Peru já contavam com Universidades constituídas em pleno século 16, o Brasil só viria a tê-las a partir da década de 30 do século 20.

Em 1822, ano da Independência, o país não contava com mais de 3.000 bacharéis, a maioria formada em instituições européias e nas recém-instaladas faculdades de Medicina ou Direito do RJ, SP, Olinda e Recife.

Essa incrível falta de densidade acadêmica, que atravessou todo o Império e a Primeira República - basta lembrar, por comparação, que em 1918 a Argentina já experimentava sua primeira reforma universitária -, funcionaria como um grave óbice ao desenvolvimento nacional, afetando da produção do conhecimento à socialização de seus benefícios.

Chega a espantar que, em atmosfera tão rarefeita, o país tenha produzido um Oswaldo Cruz, um Santos Dumont ou um Carlos Chagas, homens que fizeram-se por si mesmos.

O custo desse retardo é alto e a dívida social acumulada, enorme. Ainda hoje, apenas 14% da população brasileira entre 18 e 24 anos tem acesso à formação superior, sendo que no Chile essa taxa é de 30% e, nos EUA, de 50%.

Além da exclusão de milhões de pessoas das oportunidades propiciadas pela qualificação universitária, essa situação afeta notavelmente a capacidade do país de preparar, em número suficiente, profissionais capazes de gerar conhecimento e de produzir riqueza.

No final da década de 90, da força de trabalho existente no Brasil, apenas 0,1% estava ocupada em gerar conhecimento, percentual muito baixo em relação a países como França (0,5%), Alemanha (0,4%), EUA e Japão (0,8%).

O projeto de nação madura e efetivamente independente, sobretudo num cenário internacional de extrema valorização do conhecimento como fator de autonomia, fica comprometido enquanto durar tal assimetria.

O mau processo histórico que em geral municia os pessimistas pode, no entanto, sinalizar em outra direção.

Se é lastimável que a Universidade brasileira tenha nascido tão tarde, por outra parte é notável que, em menos de sete décadas, a massa crítica formada por essas instituições - ainda que abaixo das necessidades de um país continental e populoso como o Brasil - tenha sido capaz de alterar substancialmente seu peso específico entre as economias mundiais.

Não por acaso, e malgrado tropeços de toda a ordem, entre as décadas de 30 e 80 o PIB nacional cresceu 12 vezes sobre si mesmo, só perdendo para o do Japão, que cresceu 13 vezes no mesmo período.

Entra no rol de conquistas do século que passou o fato incontestável de que, nas três últimas décadas, o país foi capaz de construir um dos melhores sistemas de pós-graduação do hemisfério Sul, com financiamento adequado e inserção efetiva no processo de desenvolvimento.

O apoio estatal à pós-graduação, intensificado sobretudo depois de 86, permitiu um aumento sem precedentes no número de cientistas capacitados.

A formação contínua de um contingente de pesquisadores em várias áreas do conhecimento tem permitido um bom número de iniciativas ousadas, como, por exemplo, o projeto Genoma, realizado por pesquisadores das Universidades paulistas e organizado pela Fapesp, os projetos da Embrapa, de forte impacto na economia agropecuária, e o alto valor agregado dos aviões da Embraer, hoje o principal item de nossa pauta de exportações.

Nada disso se faria não tivesse havido um esforço persistente e cumulativo de educação com padrões elevados de excelência ao longo das últimas décadas.

Entre tantos prenúncios de catástrofe que impregnaram os anos 80 e 90, chega a ser desconcertante (e estimulante) constatar que a produção científica brasileira quintuplicou em relação à média de 20 anos atrás (intensificando em muito sua presença internacional) e que em 2001 o país formou cerca de 6.000 doutores.

Não é irrealista imaginar que esse quadro seguirá evoluindo nas próximas décadas e que a Universidade brasileira, mesmo desigual e heterogênea, virá a desempenhar um papel ainda mais importante ao longo do século que se inicia. O país, aliás, exige isso dela.

Muito além da inovação tecnológica -atividade que, nos países centrais, a Universidade partilha com a empresa - é que o século cobrará dela, cada vez mais intensamente, a tarefa primordial de educar melhor e de preparar inteligências que, nos diferentes campos de ação da sociedade, sejam capazes de gerar conhecimento, produzir riqueza e contribuir mais efetivamente para a solução de nossos problemas sociais.

Nota do Editor: Carlos Henrique de Brito Cruz é engenheiro eletrônico pelo ITA, presidente da Fapesp e assume nesta sexta-feira o cargo de reitor da Unicamp. Artigo publicado na Folha de SP, 19/4




4. Pós-graduação cresce 132% no país

O resultado da pesquisa, apresentado nesta quinta-feira em reunião da Andifes em Foz do Iguaçu (PR), mostra que a pós-graduação foi a área em que essas instituições mais conseguiram avançar de 1995 a 2000.

Em 2000, foram produzidas 8.605 dissertações de mestrado, contra 4.093 em 1995, um aumento de 110%. O crescimento das teses de doutorado foi ainda maior: 162%, de 597 para 1.566. O crescimento da graduação no mesmo período foi de 27,5%, passando de 369.599 matrículas, em 1995, para 471.540, em 2000.

O levantamento aponta também que, corrigindo os valores de acordo com o IGP-DI (Índice Geral de Preços), da Fundação Getúlio Vargas, o investimento nas Universidades federais no período diminuiu.

O orçamento para pagamento de pessoal ativo, por exemplo, teve queda de 17,8%. Os gastos com os inativos ficaram praticamente estáveis, com queda de 1,2%. Sem a correção, o investimento aumentou.

O levantamento foi realizado com 51 das 52 instituições federais de ensino superior do Brasil. Apenas a UFRJ não havia respondido aos questionários.

Os dados mostram que o aumento das matrículas aconteceu sem aumento do quadro de professores. Em 95, havia 39.205 professores; em 2000, 38.392.

Para o secretário-executivo da Andifes, Gustavo Balduino, o aumento do número de matrículas na pós-graduação é reflexo do investimento feito nas Universidades federais antes da década de 90. 'Os resultados estão surgindo agora, mas sempre foi uma política das Universidades.

É a qualidade da pesquisa que diferencia a Universidade pública das demais instituições', afirma Balduino.

O presidente da Capes, Abílio Baeta Neves, preferiu não comentar os dados do levantamento por não ter tido acesso ao documento, mas, de acordo com sua assessoria de imprensa, os investimentos do órgão na pós-graduação aumentaram desde 95.

Fonte: Folha de SP, 19/4




5. Capes e CNPq integram seus sistemas de informação

A compatibilização entre os dois sistemas, que vinha sendo desenvolvida em conjunto pelas duas Agências de Fomento e o Grupo Stela, da UFSC, foi colocada à disposição dos programas de pós-graduação no dia 17/4.

Para homologar a integração, a Capes realizou testes juntamente com sete instituições: Fiocruz; UERJ; UFF; UFRGS; USP/RP; UFPB; e UNESP.

A integração dos dois sistemas traz como principal benefício a redução de esforços na digitação de informações já mantidas pelos docentes no sistema Lattes.

Ao manter atualizado o seu currículo, o docente não precisará mais formatar esses dados para atender a demanda do coordenador de programa de pós-graduação junto à Capes. Bastará complementá-los com algumas informações referentes à pós-graduação, que não são obrigatórias no Lattes, e, então remetê-los ao coordenador de programa.

Os sistemas permanecerão independentes, porém compatíveis. Assim, o professor que atua na pós-graduação poderá utilizar o Sistema Pró-Coleta Professor 2.0 para gerar um arquivo com a sua produção intelectual, para ser importado do CV Lattes pelo Coleta de Dados 6.1, evitando nova digitação das mesmas informações.

Segundo o diretor de Administração da Capes, Luiz Horta Barbosa, com essa integração a Capes e o CNPq esperam atender ao anseio da comunidade, facilitando a integração de informações contidas em seus principais sistemas eletrônicos de dados.

Fonte: Assessoria de Comunicação da Capes



Secretaria Geral SBQ


Contribuições devem ser enviadas para: Luizsbq@iqm.unicamp.br
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