Desde o início da década de 50 previa-se que seria possível obter
sólidos unidimensionais orgânicos com comportamento metálico em
relação à condutividade elétrica.
Muito trabalho experimental foi feito em duas décadas, até a
descoberta no final da década de 70, quando Shirakawa trabalhou junto
com Heeger no laboratório de MacDiarmid, de que a condutividade
elétrica do poliacetileno poderia ser aumentada de mais de 10 ordens
de grandeza por um processo chamado de "dopagem". Shirakawa observou
que, o poliacetileno se oxidava ao ser tratado com um sal de
pentafluoreto de arsênico passando de um material semicondutor de
alta energia de "gap" a um condutor metálico com condutividade da
ordem de 10 3 S/cm. A esta oxidação deu-se o nome de
"dopagem" em analogia aos semicondutores extrínsecos. Nesta época,
Shirakawa, Heeger e MacDiarmid, produziram o primeiro "metal
orgânico".
Da década de 70 para cá a pesquisa se expandiu enormemente.
Este ano, por exemplo, realizou-se a International Conference on
Synthetic Metals, ICSM 2000, em Gastein na Áustria, com a
participação de mais de 2500 pesquisadores de todo o mundo, inclusive
um grande contingente de brasileiros. Hoje, por exemplo, Heeger
produz em sua empresa (Uniax Corp. http://www.uniax.com) os LED
orgânicos baseados em polímeros condutores. Os mesmos tipos de LED
usados nos mostradores dos toca-CD de automóveis.
No Brasil a pesquisa em polímeros condutores começou em 1984 no Instituto de Química da Unicamp e se expandiu por um grande número de centros de pesquisa. Há diversos artigos de revisão em português que discutem estes materiais:
Prof. Marco-A. De Paoli
Laboratorio de Polimeros Condutores e Reciclagem
Instituto de Quimica - UNICAMP
C. Postal 6154 - 13083-970 Campinas, SP - BRASIL
e-mail: mdepaoli@iqm.unicamp.br
Nota do Editor: A notícia sobre o prêmio foi divulgada no Boletim
Eletrônico No. 214, notícia número 2.
Mais Informações: http://www.nobel.se/announcement/2000/chemistry.html
Os neurocientistas Arvid Carlsson, Paul Greengard e Eric Kandel foram
os ganhadores do Prêmio Nobel de Medicina este ano por desvendarem a
química do cérebro humano, explicando como os impulsos elétricos se
propagam no sistema nervoso.
Os nomes foram revelados por uma comissão de 50 pesquisadores nomeados
pelo Instituto Karolinska, na capital sueca. Os vencedores dividirão
um prêmio de US$ 915 mil.
O sueco Arvid Carlsson, de 77 anos, ex-professor de Farmacologia da
University of Gothemburg, coordenou estudos na década de 50 que
identificaram a falta do neurotransmissor dopamina como a causa do Mal
de Parkinson, doença que leva ao descontrole dos movimentos.
Ao detalhar como a dopamina age sobre o cérebro, Carlsson permitiu que
medicamentos para combater a doença fossem desenvolvidos.
A comunicação entre os mais de 100 bilhões de neurônios que existem no
corpo humano só é possível graças aos pontos de contato entre as
células nervosas, as chamadas sinapses.
As mensagens são transmitidas de neurônio para neurônio por unidades
químicas chamadas neurotransmissores, entre os quais a dopamina.
Paul Greengard, 74, da Rockefeller University, em Nova Iorque, foi
premiado por ter descoberto como a dopamina e uma série de outros
neurotransmissores atuam sobre o sistema nervoso.
Ele estudou como os impulsos nervosos se dão na sinapse quando estes
se propagam em baixa velocidade, processo fundamental na determinação
do humor e no estado de alerta. "Naturalmente, estou eufórico e muito
emocionado. É um sentimento maravilhoso", disse Greengard.
Já o austriaco Eric Kandel, 70, da Columbia University, em Nova
Iorque, foi reconhecido pela comunidade científica porque conseguiu
demonstrar a relação entre as sinapses e as memória recente e remota.
O pesquisador demonstrou ainda como certas alterações nas sinapses
afetam o aprendizado e a memória. Informado sobre a premiação pelo
telefone, Kandel se disse " privilegiado".
Para o diretor Instituto Nacional de Saúde Mental, Steven Hyman, o
trabalho dos três cientistas mostra como o cérebro humano é complexo.
"Esse prêmio reconhece que a pesquisa é crucial para a compreensão do
funcionamento do nosso cérebro, da nossa habilidade de guardar
lembranças", disse Hyman, cujo instituto financiou parte dos estudos.
Story Landis, do Instituto Nacional de Distúrbios Neurológicos, que
também contribuiu com verbas para a pesquisa, também aprovou a
indicação. "Cada um dos ganhadores foi essencial para a compreensão
da ação dos neurotransmissores"
No ano passado, o ganhador do Nobel de Medicina foi o biólogo
molecular alemão Gunter Blobel, de 64 anos. Residente nos EUA, Blobel
foi premiado por ter descoberto como as proteínas encontram o lugar
certo para interagirem com as células, procedimento cuja compreensão
é vital para o entendimento de doenças como fibrose cística.
Fonte: JCE-mail, 10outubro2000.
"O Senado dos EUA aprovou semana passada lei permitindo a concessão de
mais de meio milhão de vistos (600.000 vistos) para que estrangeiros
possam emigrar para aquele país e trabalhar em atividades de alta
tecnologia.
Segundo os jornais, a decisão contou com a aprovação dos votos de 99% dos Senadores e visa:
A demanda por pessoal especializado é tão alta, que a lei autoriza a
permanência nos EUA dos pesquisadores estrangeiros que para ali se
dirigiram por outros motivos (por exemplo, para realizar Pos-Doutorado,
estudos de Doutorado ou de Mestrado).
Esta última decisão, em particular, colide com a de outros paises: no
caso do Brasil, significa incentivar que bolsistas do CNPq, Capes ou
FAPs, não retornem ao Brasil, contrariando compromisso assumido antes
da viagem do Bolsista (alguém certamente retrucará: 'voltar, para
ficar desempregado?').
De fato, a grande oferta de empregos (para os recém-Mestres e Doutores
que estão no Brasil) ocorria nas Universidades, especialmente
públicas.
Mas, ao contrário dos EUA, nos últimos anos o Governo tem incentivado
a aposentadoria de seus quadros e dificultado o preenchimento das
vagas: autoriza apenas a contratação de 'professores substitutos por
20 horas semanais', os quais recebem salários mais baixos que as
bolsas de Pós-Graduação que eles recebiam antes de receberem o Título.
Se o Senado brasileiro não agir tão rapidamente quanto o estadunidense,
teremos em breve um novo e importante ítem de exportação: a de Mestres
e Doutores para os EUA.
Só que neste caso não receberemos pagamento algum pelo envio do
'caríssimo produto', cuja formação foi custeada pelo contribuinte
brasileiro.
Uma das medidas que o Senado brasileiro poderia fazer de imediato
(para diminuir o impacto da decisão estadunidense no nosso país) seria
legislar sobre projeto existente a algum tempo, que preve a abertura
de concurso para o preenchimento de 7.000 vagas de docentes
universitários.
O CNPq, a Capes, as FAPs e os cursos de Pós-Graduação (responsáveis
pela definição e pelo uso dos recursos públicos aplicados em Bolsas de
Pós-Graduação) deveriam estar um pouco preocupados com a evolução
desta situação. Mas não vimos, até o momento, nenhuma manifestação a
respeito."
Fonte: Esta mensagem foi enviada (e primeiramente publicada no
JCE-mail) por Dilson Cardoso (http://dilsonc@zaz.com.br), Depto. de
Engenharia Química da Universidade Federal de Sao Carlos.
A esperança da comunidade acadêmica de que os recursos originários
dos fundos setoriais pudessem ser novos e adicionais já começa a
trazer preocupações, pelo menos em parte.
Em reunião na tarde de segunda-feira, na sede da SBPC, membros das
Sociedades Científicas discutiram estratégias para assegurar um fluxo
contínuo e crescente de verbas para a pesquisa científica .
O presidente da Sociedade Brasileira de Física, Humberto Brandi,
membro da Academia Brasileira de Ciência (ABC), disse ter sido
informado de que o Centro de Pesquisa da Petrobrás (Cenpes) teve seus
recursos reduzidos e lhe foi proposto que buscasse novos recursos
dentro dos projetos do CTPetro.
A idéia, portanto, é que os recursos cortados sejam substituídos por
verbas obtidas pelo CTPetro, inicialmente prometidas como novas e
adicionais.
Brandi relatou o espanto de pesquisadores numa reunião na ABC quando
tomaram conhecimento de que um departamento de reconhecida capacidade
em pesquisa de petróleo, na Unicamp, recebeu apenas 6% do total das
verbas, enquanto instituições desconhecidas no setor tiveram recursos
aparentemente incompatíveis com sua produção científica.
O Edital 3 do CTPetro alocou apenas 6% dos recursos a programas
altamente capacitados da Unicamp na área de petróleo.
Além disso, quatro projetos envolvendo recursos de R$ 2 milhões cada
um, todos do CTPetro e direcionados a instituições sem tradição,
foram aprovados dentro da mesma sistemática adotada para projetos
envolvendo recursos muito menores. Segundo foi relatado na ABC.
Outro caso contado: Um projeto no valor de R$ 4,5 milhões foi
aprovado pelo comitê do CTPetro para a criação de um banco de dados
sobre todos os equipamentos produzidos no Brasil, o que certamente
não se configura como pesquisa científica ou tecnológica.
Para os presidentes de sociedades científicas, fica a impressão de
falta de critérios claros no trabalho do CTPetro.
Teme-se que o fato de que recursos dessa fonte estejam vindo
acompanhados de cortes nas verbas tradicionais, pode estender-se aos
demais fundos e assim comprometer definitivamente a grande esperança
de se revitalizar de fato a pesquisa científica no país.
Os pesquisadores estão dispostos a pressionar o MCT para terem
representação efetiva nos comitês gestores dos fundos, entre eles o
fundo Universidade-empresa, ainda não aprovado pelo Congresso.
Eles criticaram a estratégia adotada do MCT de solicitar na última
hora a indicação de representantes para compor os comitês gestores
dos fundos setoriais.
A SBPC está iniciando o processo de consulta junto às Sociedades
Científicas para a formação de uma lista de nomes disponíveis a serem
indicados no momento em que forem solicitados pelo MCT.
A única forma de se assegurar a obtenção de recursos novos e estáveis
a partir dos fundos é participando dos comitês gestores, defendeu
Glaci Zancan, presidente da SBPC.
A SBPC e as Sociedades Científicas Associadas a ela não foram
consultadas para a indicação de nomes para compor o comitê gestor do
CTPetro.
Na sexta-feira passada, quem abriu o site do MCT também surpreendeu-se
com pedido de sugestões para operação do fundo de energia elétrica.
O convite, em princípio, está aberto à toda a sociedade.
Na prática, como o prazo termina já no sábado, dia 20, a comunidade
científica, principal interessada em oferecer essas sugestões, corre
o risco de não dispor de tempo hábil para isso.
Há opiniões de pesquisadores segundo as quais "a consulta pública, na
prática, é uma forma de diluir a posição da comunidade científica e
não se adotar as medidas tecnicamente mais recomendáveis".
Para examinar a proposta do MCT e apresentar sugestões a respeito,
foi constituída uma comissão formada pelos representantes da ABC,
Humberto Brandi e Luiz Bevilaqua, e pelos representantes da SBPC,
Dora Fix Ventura, Jorge Guimarães e Reinaldo Guimarães.
Os representantes de sociedades científicas também discutiram a
formação de uma agência de pesquisa científica subordinada ao
Ministério da Saúde e decidiram que devem participar de seu comitê
gestor.
Jorge Guimarães, secretário da SBPC e presidente da Sociedade
Brasileira de Bioquímica e Biologia Molecular (SBBq), disse que
iniciativas desse tipo são bem vindas, mas precisam ser acompanhadas
de perto pela comunidade.
Dora Fix Ventura, presidente da Federação de Sociedades de Biologia
Experimental (FeSBE), disse que "as agências realmente são uma boa
iniciativa, mas os recursos devem ser adicionais".
Os representantes de sociedades científicas também discutiram o corte
dos recursos de fomento do CNPq para o próximo ano.
A disponibilidade para pesquisa básica seré de apenas R$ 2,5 milhões,
em vez dos R$ 50 milhões necessários para atender a demanda atual, ou
de R$ 200 milhões, numa visão ideal.
Com isso, teme-se, em especial, que os novos doutores não encontrem o
desejável estímulo logo no início de carreira.
Fonte: JCE-mail, 11outubro2000.
Data: 23 a 27/10/2000 - Universidade Federal de São Carlos
OBJETIVO: Os métodos para tratamento de amostras ainda são
considerados o "calcanhar de Aquiles" da Química Analítica
Instrumental. O III Workshop sobre Preparo de Amostras visa reunir
pesquisadores e usuários em um fórum que possibilite discutir os
avanços na área e resolver problemas analíticos cotidianos.
PÚBLICO ALVO: Químicos, físicos, engenheiros, técnicos e profissionais
que atuem na área de análises químicas, alunos de graduação e
pós-graduação que tenham interesse na área.
PROGRAMAÇÃO: Serão realizadas palestras, experimentos e sessões de
discussões, visando-se destacar o estado da arte no preparo de
amostras. Os participantes terão a oportunidade de discutirem seus
problemas e desafios analíticos com renomados especialistas e
executarem trabalhos experimentais orientados, com suas próprias
amostras.
COMITÊ ORGANIZADOR:
A participação de estudantes de pós-graduação do Estado de São Paulo
será parcialmente subsidiada por agências de formento à pesquisa e as
inscrições serão aceitas mediante a apresentação de um resumo do plano
de trabalho.
Para reservas de hotel e transporte, contate a Agência CI -
fone (0XX16) 271-4346, com Raquel ou Fernanda. Preencha os dados em
nosso site - http://www.ccdm.ufscar.br/infoprep
e-mail: ccdm@ccdm.ufscar.br
First Announcement - October 2000
Dear Colleague,
We are organizing the First International Symposium on Non-Crystalline
Solids in Brazil, jointly with the Fifth Brazilian Symposium on Glass
and Related Materials. Both symposia will take place simultaneously in
the Iguaçu Falls, Brazil, between 15-18 august 2001. The technical
scope of the symposia will focus on: Theoretical, Experimental and
Simulational papers on the Synthesis, Characterization and Properties
of: Sol-Gel Glasses, Optical Glasses, Oxide Glasses, Metallic Glasses
and Amorphous Semiconductors. Selected papers from the Symposium will
be published in a special issue of the Journal of Non-Crystalline
Solids.
Preliminary list of invited speakers:
F. de Fornel - France/ optical glasses
A. Greer - England / metallic glasses *
M. Stutzmann- Germany/ amorphous semiconductors *
J. Simmons - USA/ oxide glasses *
M.C. Weinberg - USA/ oxide glasses
A. D. Carrera - Spain/ sol-gel glasses
L.L. Hench - UK/ sol-gel glasses *
J. Loredo - Mexico/ industrial glasses
All persons who are interested in these topics will be welcome to the
symposium. To receive the second announcement, please fill in the
form bellow and reply to bsglass@if.sc.usp.br.
Name:
Institution:
Title:
Area:
Full Address:
First International School on Glass Crystallization (ISGlaC)
Following the I International Symposium on Non-CrystallineSolids / V
Brazilian Symposium on Glass, to be held in Iguaçu Falls in Brazil,
August 15-18, 2001, we will organize a week-end safari into the Iguaçu
forest and river, ending at the magnificent falls. Taking advantage of
the presence of renowned scientists in these events, we will also
organize the First International School on Glass Crystallization
(ISGlaC) on the following Monday and Tuesday.
ISGlaC's main objective is to bring both graduate students and
scholars the STATE-OF-ART on the theory and applications of glass
crystallization. A second objective is to provide a relaxed atmosphere
in a five-star resort hotel to facilitate personal contacts among the
participants, which will help the exchange of information and may
foster future research collaboration.
The School will be organized as a series of 4 four-hour tutorials presented by well-known experts in the field. This first event will cover the fundamental basis of glass crystallization, including discussions on the most accepted theoretical models, their applicability and limitations.The tutorial topics and lecturers (sujected to confirmation) will be:
Subject | Lecturers |
Crystal Nucleation in Glasses | Michael Weinberg, University of Arizona |
Crystal Growth in Glasses | Kenneth Jackson, University of Arizona |
Overall Crystallization | Michael Weinberg, University of Arizona |
Kinetics of Glass Formation to be confirmed |
Fonte: Prof. Valmor R. Mastelaro (Conference Chairman)
IFSC-USP São Carlos
No período de 4 a 15 de dezembro de 2000, o Instituto de Química da
Universidade Federal de Goiás abre inscrição para o curso de Mestrado
do Programa Pós-Graduação em Química.
O programa tem a Química do Cerrado como área de concentração, nas
seguintes linhas de pesquisa: Química do Meio Ambiente e Química de
Materiais
O Programa oferece 15 vagas nas modalidades de Mestrado Acadêmico e
Profissional. A seleção será feita por meio de exame de conhecimentos
gerais em Química, análise de currículo e entrevista.
O processo seletivo ocorrerá no período de 9 a 19 de janeiro de 2001
e as matrículas serão realizadas entre 05 e 07 de março. Início das
aulas em 12/03/01. O curso tem quota de bolsas da Capes e é
recomendado com nota de avaliação 3.
Informações: Tel/Fax: 0 XX 62 521-1199
e-mail: cpg@quimica.ufg.b
Home-pages: http://www.quimica.ufg.br/mestrado e
http://www.prppg.ufg.br
Fonte: Prof. Dr. Nelson R. Antoniosi Filho
Coord. de Pós-Graduação - IQ/UFG
Secretaria Geral SBQ