BOLETIM ELETRÔNICO No 930        MAIO 2010

 

VEJA NESTA EDIÇÃO: SAIU O NOVO NÚMERO DA QUÍMICA NOVA NA ESCOLA

1. Editorial

2. Índice da QNEsc, Volume 32, número 2

 

 

 

 

capa-32_2



         

       1. Editorial

         Os desdobramentos da chamada Nova República trouxeram ares de renovação das instituições, sobretudo aquelas mais fortemente subjugadas por atitudes coercivas da ditadura. De outra parte, o afã da liberdade foi acompanhado por um descontrole sobre os preços e a capacidade produtiva do país, o que nos afundou em um processo inflacionário recessivo e, posteriormente, em uma aventura política econômica conhecida como plano Collor. Em meio a esse cenário, foram constituídos diversos grupos de interesse em torno das questões da educação, como aqueles que gestaram a Lei de Diretrizes e Bases da Educação, e em particular, no âmbito da Divisão de Ensino da Sociedade Brasileira de Química, vimos circular o primeiro periódico dedicado à Educação em Química e dirigido a professores da Educação Básica. Há exatos 15 anos, Química Nova na Escola circulava pela primeira vez em um momento de transição importante para a vida no país, deixando marcas importantes para a formação de professores de Química.

        De lá para cá, muitas iniciativas importantes foram desencadeadas pelo Ministério, secretarias de educação, universidades e sociedade civil organizada no sentido de revitalizar e fortalecer a educação brasileira. Química Nova na Escola soube divulgar projetos, experiências, reflexões e tornou-se referência não apenas na Educação em Química, mas também na Educação em Ciências, área que conheceu um expressivo aumento dos números de programas de pós-graduação, grupos de pesquisa e periódicos. O fato de os artigos publicados em Química Nova na Escola nos permitirem refletir sobre diversos temas que pautam a agenda da Educação em Química e Ciências é prova da relevância desse projeto pioneiro da Divisão de Ensino.

        Ao refletirmos particularmente sobre o processo editorial, julgamos importante, neste momento, ampliar a discussão sobre a formação de professores de Química e Ciências. Para esse debate, é importante considerar as deliberações da Conferência Nacional de Educação (CONAE), sobretudo aquelas atinentes ao eixo Formação e Valorização dos Profissionais da Educação. Estamos de acordo com a necessidade de "superar a dicotomia entre a formação pedagógica stricto sensu e a formação no conhecimento específico", sobretudo no que diz respeito à organização curricular, mas também da forma como o ingresso dos formadores de professores vem ocorrendo nas instituições de ensino superior públicas. Nesse sentido, temos acompanhado com atenção os editais de concursos para ingresso nas áreas de Educação em Química e Ciências que, em muitas oportunidades, trazem tópicos não condizentes com o conjunto de conhecimentos dessas áreas, sobrevalorizando assuntos específicos de outras áreas de conhecimento.

        Superar dicotomias, nesse caso, significa reconhecer as especificidades de formação do professor, não apenas nos currículos de licenciatura, mas também na atuação docente daqueles responsáveis pela formação desse professor. Portanto, há de se balizar os temas de provas e as áreas de atuação dos concursos de ingresso para a área de Educação em Química/Ciências em função da efetiva atuação dos docentes formadores. É pela coerência entre a formação e o lócus de atuação que construiremos meios para superar a dicotomia apontada no documento de referência da CONAE. Estamos convictos que o fortalecimento dessa área somente será completo se for acompanhado pela disseminação dos grupos de pesquisa por todos os espaços onde houver docência e pesquisa voltadas às questões de ensino.

        Neste número, destacamos artigos sobre questões de alimentação e suas repercussões na história da Química. Em Especiarias e sua importância na alimentação humana, saberemos mais sobre o comércio, os hábitos alimentares das populações europeia e americana à época das grandes navegações. A produção de açúcar e aguardente também é tema do artigo Cana de mel, sabor de fel que contextualiza esse modo de produção na longínqua Capitania Hereditária de Pernambuco, onde o autor busca elementos para discutir possíveis relações entre diferentes disciplinas escolares. Contexto e relações disciplinares também é o foco de Perícia criminal e a interdisciplinaridade no ensino de Ciências Naturais, no qual podemos aprender sobre aplicações de reações químicas sensíveis e seletivas que são aplicadas na detecção de uma grande variedade de substâncias e materiais. Outros temas deste número dizem respeito a gordura trans, ensino experimental, educação ambiental, nanotecnologia, sobre os quais há muito que se discutir e pensar na Educação em Química.

Editores e Editor Associado

 

Fonte: Editoria da QNEsc

 


Editorial

 

 

 

A Perícia Criminal e a Interdisciplinaridade no Ensino de Ciências Naturais

Claudemir Rodrigues Dias Filho e Edilson Antedomenico

Química e Sociedade
 
perícia criminal, ciências naturais, interdisciplinaridade

Uma proposta para o ensino de ciências naturais por meio da perícia criminal, com a utilização de reportagens jornalísticas, filmes e seriados de TV, foi sugerida neste artigo, objetivando-se a interdisciplinaridade do ensino e a interação entre o conteúdo escolar e a vida discente. Para isso, foi abordado um teste presuntivo para a detecção de sangue (reagente de Kastle-Meyer), baseado na ideia de spot test criada por Fritz Feigl. Foram propostas também formas de abordagem para as disciplinas de Biologia e Física.

 

Nanotecnologia: Desenvolvimento de Materiais Didáticos para uma Abordagem no Ensino Fundamental

Fábio Delgado Pereira, Káthia M. Honório e Miriam Sannomiya

Química e Sociedade

nanotecnologia, ensino de química, ensinos fundamental e médio

Este artigo relata uma extensa pesquisa em recursos on-line, abordando temas ligados à nanociência e nanotecnologia com objetivo de fornecer ferramentas educacionais para professores do ensino fundamental e médio, bem como contribuir para a compreensão de conceitos químicos relacionados a muitos fenômenos de nosso cotidiano. Além disso, algumas atividades educativas sobre nanotecnologia são propostas com o objetivo principal de contribuir para a melhoria da prática docente e motivar a educação científica como uma forma de construção do conhecimento e da cidadania.

03-QS-6609.pdf 03-QS-6609.pdf

 

O que é uma Gordura Trans?

Fábio Merçon

Conceitos Científicos em Destaque

ácido graxo trans, gordura trans, isomeria cis-trans

Os principais componentes dos óleos e das gorduras são os triacilgliceróis, moléculas formadas a partir do glicerol e de ácidos graxos, que podem ser saturados ou insaturados. Apesar de termodinamicamente menos estáveis, os ácidos graxos cis ocorrem predominantemente na natureza, devido à estereoespecificidade das enzimas que atuam na biossíntese de lipídios. Durante o processo de hidrogenação parcial de óleos vegetais, ocorre a reação de isomerização com formação dos ácidos graxos trans (gordura trans). A ingestão excessiva de ácidos graxos trans acarreta malefícios à saúde, principalmente devido à alteração dos níveis de colesterol no organismo. Assim, não é recomendada a ingestão de alimentos contendo ácidos graxos trans. A abordagem desse tema em sala de aula possibilita a promoção de um ensino crítico, contextualizado e interdisciplinar.

04-CCD-9509.pdf 04-CCD-9509.pdf

 

A História sob o Olhar da Química: As Especiarias e sua Importância na Alimentação Humana

Ronaldo da Silva Rodrigues e Roberto Ribeiro da Silva

História da Química

especiarias, historia da ciência, história da alimentação

A história das especiarias e sua relação com as grandes navegações é um assunto que desperta a curiosidade e o interesse de professores e estudantes. Este artigo aborda um pouco dessa história, adicionando um ingrediente que pode tornar sua leitura um pouco mais saborosa: a importância que as especiarias desempenharam na alimentação de nossos antepassados.

05-HQ-5609.pdf 05-HQ-5609.pdf

 

Cana de Mel, Sabor de Fel – Capitania de Pernambuco: Uma Intervenção Pedagógica com Caráter Multi e Interdisciplinar

Ricardo Oliveira Silva

Relatos de Sala de Aula

Estratégia de ensino, Interdisciplinaridade, Ciência-Tecnologia-Sociedade

Desenvolvemos uma estratégia para estudar os conceitos de misturas e separação, utilizando um momento histórico importante para a economia e sociedade pernambucana: capitania de Pernambuco. Os alunos fermentaram e destilaram o caldo de cana para obter álcool e cachaça, analisaram as relações sociais e o papel da ciência nessas relações, construindo os conceitos desejados com as discussões em sala.

06-RSA-3209.pdf 06-RSA-3209.pdf

 

Educação Ambiental em uma Abordagem Interdisciplinar e Contextualizada por meio das Disciplinas Química e Estudos Regionais

Emílio R. Rua e Paulo Sérgio Alves de Souza

Relatos de Sala de Aula
 
Educação Ambiental, Contextualização, Interdisciplinaridade

Apresentamos neste trabalho o relato de um projeto interdisciplinar que envolveu as disciplinas Química e Estudos Regionais do curso Técnico em Administração de Empresas. A Baía de Guanabara foi o pano de fundo para que os alunos, a partir da realidade de um ecossistema ambientalmente degradado, discutissem as causas e possíveis soluções de curto, médio e longo prazos para o equacionamento do problema. Essa abordagem permitiu, por meio do diálogo entre conceitos das duas disciplinas, a difusão da educação ambiental entre os alunos, bem como o desenvolvimento de uma sensibilidade socioambiental, indispensável a um futuro Técnico em Administração de Empresas.

 

Ensino Experimental de Química: Uma Abordagem Investigativa Contextualizada

Luiz Henrique Ferreira, Dácio Rodney Hartwig e Ricardo Castro de Oliveira

Pesquisa no Ensino de Química

ensino, atividade experimental, abordagem investigativa

Neste trabalho, apresentamos resultados obtidos a partir de uma atividade experimental de Química desenvolvida por meio da abordagem investigativa. Os alunos receberam um texto envolvendo uma contextualização e um problema que somente poderia ser resolvido experimentalmente, na completa ausência de qualquer roteiro previamente fornecido. A resolução deveria ser desenvolvida por meio do conteúdo conceitual e procedimental correspondentes, que foram explicados e discutidos antes do experimento. Os alunos trabalharam em pequenos grupos que deveriam propor um procedimento experimental para resolver o problema. Ao término do experimento, redigiram individualmente um relatório com os seguintes itens: título, objetivo, material, procedimento experimental, resultados e discussão e conclusão.

08-PE-5207.pdf 08-PE-5207.pdf

 

Princípio de Le Chatelier: O Que Tem Sido Apresentado em Livros Didáticos?

Renato Canzian e Flavio Antonio Maximiano

Pesquisa no Ensino de Química
 
equilíbrio químico, Princípio de Le Chatelier, livro didático

Neste trabalho, é apresentada uma análise sobre como os aspectos relacionados ao deslocamento de equilíbrios químicos são apresentados em livros didáticos do Ensino Médio do Brasil. Nesses casos, o Princípio de Le Chatelier apresenta um papel fundamental na predição qualitativa da evolução do sistema, e a análise de como esse princípio está formulado nos livros indicou que estes o apresentam com um caráter indutivo, vago, ambíguo, universal, sem fundamentação teórica e sem mostrar suas limitações, o que pode transmitir ao aluno a ideia de que se trata de um princípio infalível ou uma verdade absoluta.

 

Narrativas Acerca da Prática de Ensino de Química: Um Diálogo na Formação Inicial de Professores

Fábio Peres Gonçalves e Carolina dos Santos Fernandes

Pesquisa no Ensino de Química

formação de professores de Química, Prática de Ensino, narrativas

Analisamos narrativas de licenciandos em Química sobre a componente curricular Prática de Ensino de Química. Defende-se a narrativa escrita como um processo dialógico e que favorece apreensão de conhecimentos dos professores em formação inicial. As narrativas foram submetidas aos procedimentos da análise textual discursiva e os resultados destacam que parte dos futuros docentes valoriza uma dicotomia entre teoria e prática e, em consequência, a prática em sala de aula como um desenvolvimento de técnicas de ensino descontextualizadas. Os licenciandos, ao mesmo tempo, entendem que a componente curricular é permeada por trabalhos de natureza coletiva. A sala de aula da escola foi reconhecida como um dos espaços explorados pela Prática de Ensino de Química, porém não mencionam outros possíveis espaços igualmente importantes para o exercício docente.

10-PE-2309.pdf 10-PE-2309.pdf

 

Platina

Priscila Pereira Silva e Wendell Guerra

Elemento Químico

11-EQ-7109.pdf 11-EQ-7109.pdf

 

Resenhas

O ensino de química em ambientes virtuais

Crônicas acadêmicas

Novas tendências pedagógicas: proposta alternativa no ensino de ciências

II Simpósio de Pesquisa em Ensino e História de Ciências da Terra e IV Simpósio Nacional O Ensino de Geologia no Brasil

12-Resenha1.pdf 12-Resenha1.pdf

 

Resenha

Os laboratórios de química no ensino médio: um olhar na perspectiva dos estudos culturais das ciências

13-Resenha2.pdf 13-Resenha2.pdf

 

Normas para Publicação

14-Normas.pdf 14-Normas.pdf


O Boletim Eletrônico da SBQ é um informativo oficial da Sociedade Brasileira de Química

Editor: Prof. Luiz Henrique Catalani
Editor Associado: Prof. Norberto Peporine Lopes
Contribuições devem ser enviadas para:boletim@sbq.org.br


Você está recebendo este email porque você registrou-se em algum serviço online da SBQ. Se desejar receber este informativo, visite a página para a Inscrição, preencha as informações do formulário e clique em Inscrever. Se desejar parar de receber este informativo, visite a página para Inscrição, preencha o espaço no campo adequado e clique em Desinscrever. A SBQ respeita sua privacidade e não revela, vende ou repassa sua informação para qualquer pessoa, empresa ou instituição não-afiliada. Para questões, problemas ou sugestões sobre este serviço, por favor contate boletim@sbq.org.br

Copyright 2010 SBQ.Todos os direitos reservados.