3. Relatório da Reunião do CA-QU Realizada no Período
de 16 a 19 de Novembro de 2009
O Comitê Assessor de Química do CNPq, CA-QU, reuniu-se de 16
a 19 de Novembro de 2009 na Sala Marrom do edifício sede, SEPN 507,
Brasília, para avaliar as solicitações de bolsa de produtividade (444
solicitações) e solicitações nas categorias Pós-Doutorado no Exterior
(PDE, 09 solicitações), Doutorado Sanduíche no Exterior (SWE, 14
solicitações), Pós-Doutorado Sênior (PDS, 11 solicitações), Doutorado
Sanduíche no País (SWP, 01 solicitação), Pós-Doutorado Júnior (PDJ, 39
solicitações), Pós-Doutorado Empresarial (PDI, 02) e solicitações de
Auxílios para Eventos (11).
Estavam presentes os seguintes membros do CA-QU: Ademir
Neves, Adilson José Curtius, Antonio Luiz Braga (Coordenador do CA-QU),
Claudio Airoldi, Gerardo Gerson de Sousa, Heloisa de Oliveira Beraldo,
Joaquim de Araújo Nóbrega, Luiz Carlos Dias, Oscar Manoel Loureiro Malta,
Ricardo Erthal Santelli e Roberto Manuel Torresi.
Inicialmente, o Comitê Assessor deu as boas vindas ao
Professor Joaquim de Araújo Nóbrega como novo membro do CA-QU e em
seguida o comitê discutiu os critérios que seriam utilizados no julgamento
das propostas. O CA-QU decidiu manter os mesmos critérios
utilizados no ano de 2008, com a intenção de preservar as bases de
análise, que vêm sendo cuidadosamente discutidas pelo CA-QU, e amplamente
divulgadas em vários meios de comunicação científica no Brasil.
1. Julgamento dos Pedidos de Bolsa de Produtividade
Na presente avaliação da demanda de Produtividade em
Pesquisa houve um total de 444 solicitações. A disponibilidade de bolsas
correspondia a 283 bolsas (114 bolsas nível 1 e 98 bolsas nível 2) com a
vigência em término. O CNPq concedeu número significativo de bolsas
novas. Ao fim da avaliação houve um total de 444 solicitações, dentre as
quais 352 foram recomendadas e 92 solicitações não foram recomendadas.
A tabela abaixo resume o resultado do julgamento de bolsas
de produtividade.
PQ/NÍVEL
|
DISPONIBILIDADE
ORIGINAL NA COTA
|
RECOMENDAÇÃO
DO CA-QU
|
1A
|
24
|
22
|
1B
|
18
|
20
|
1C
|
32
|
38
|
1D
|
40
|
37
|
2
|
163
|
235
|
Total
|
280
|
352
|
A seguir, são apresentados os detalhes dos critérios
utilizados no processo de avaliação das propostas.
No julgamento das bolsas de produtividade foram levados em consideração
os projetos de pesquisa, cuja análise foi subsidiada pelos pareceres dos
assessores ad hoc e os seguintes índices:
(i)
a relevância e inserção do
conjunto da obra científica do proponente, expressa principalmente pelo
índice h (no caso de bolsistas com perfil de pesquisadores nível 1);
(ii)
o volume e a perspectiva
de relevância e inserção da produção científica recente do proponente,
expressa principalmente pelo somatório de índices de impacto dos
periódicos onde seus artigos foram publicados, nos últimos cinco anos, no
caso de solicitante com perfil de pesquisador 2, e nos últimos dez anos
no caso de proponente com perfil de pesquisador 1, contados um a um. Esse
índice é doravante denominado simplesmente “soma de impactos”;
(iii)
a contribuição do
proponente à formação de recursos humanos, evidenciada pelo seu índice de
orientações (IO) concluídas nos últimos cinco anos, no caso de
solicitante com perfil de pesquisador 2, e nos últimos dez anos no caso
de proponente com perfil de pesquisador 1.
(iv)
a perspectiva de futuro
de sua atuação científica, evidenciada pela qualidade do projeto, cuja
avaliação foi subsidiada pelos pareceres dos assessores ad hoc
(v)
a subárea de pesquisa do
proponente
(vi)
a região do país de atuação do
proponente
Conforme descrito na página do CNPq, para que o comitê apreciasse a entrada
no sistema com bolsa de produtividade nível 2 ou a manutenção da bolsa de
produtividade no nível 2, foi exigido um somatório de índices de impacto
dos trabalhos publicados nos últimos 5 (cinco) anos (incluindo o ano de
julgamento) igual a 10 (dez), e um índice de orientações nos últimos 5
(cinco) anos maior ou igual a 1 (um). No caso de entrada no sistema no
nível 1 ou manutenção da bolsa de produtividade no nível 1, foi exigido
um somatório de índices de impacto dos trabalhos publicados nos últimos 10
(dez) anos (incluindo o ano de julgamento) igual a 30 (trinta), e um
índice de orientações nos últimos 10 (dez) anos maior ou igual a 6
(seis).
No julgamento dos bolsistas de nível 1, o índice h teve grande peso,
tendo sido considerados igualmente muito importantes os somatórios dos
impactos das publicações e o índice de orientações-formação de recursos
humanos do proponente. Especialmente no caso dos pesquisadores 1A foi
analisada a atuação do pesquisador como liderança na comunidade da Química
brasileira e no cenário da ciência nacional e internacional. Entretanto,
reitera-se o peso crítico atribuído ao índice h para pesquisadores 1A.
No caso do julgamento dos pesquisadores de nível 2 foram considerados
principalmente os somatórios de impactos das publicações e o índice de
orientações nos últimos 5 (cinco) anos. Em casos de desempate
eventualmente foram usados os índices h e/ou o número de patentes
licenciadas ou depósitos de patentes do solicitante.
2. Julgamento dos Pedidos de Bolsas Especiais e
Auxílios a Eventos
Os critérios utilizados para o julgamento de bolsas
especiais foram os seguintes:
2.1 Pós-doutorado no Exterior (PDE)
As solicitações de bolsas de Pós-doutorado no exterior PDE
foram avaliadas priorizando recém-doutores. Foram considerados,
principalmente, o índice h do orientador, a qualidade do projeto e a
qualidade da instituição de destino cuja análise foi subsidiada pelos
pareceres dos assessores ad hoc. Com relação ao candidato ao PDE
foi levado em conta principalmente a sua produção científica no intervalo
de tempo entre a defesa de sua tese de doutorado e a solicitação desta
chamada.
2.2 Doutorado Sanduíche no Exterior (SWE)
No julgamento das solicitações de bolsas SWE, foram
levados em conta os projetos, cuja análise foi subsidiada pelos pareceres
dos assessores ad hoc, e, principalmente, o índice h do orientador
no exterior. Considerou-se também a produção científica do orientador no
Brasil (índice h) e do candidato (o somatório dos índices de impacto dos
periódicos em que foram publicados todos os artigos do candidato,
contados um a um).
2.3 Doutorado Sanduíche no País (SWP)
A única solicitação de bolsa de SWP foi recomendada.
2.4 Pós-Doutorado Júnior (PDJ)
As solicitações de PDJ no país foram separadas em três grandes blocos na
seguinte ordem de prioridade: (1) as que envolviam mudança de orientador
de doutorado e de instituição; (2) as que envolviam mudança de orientador
de doutorado, porém na mesma instituição e (3) as que envolviam o mesmo
orientador de doutorado e/ou orientador que integra o mesmo grupo de
pesquisa na mesma instituição. Dentro de cada um desses blocos, foram
levados em consideração, principalmente: o somatório dos índices de
impacto dos periódicos em que foram publicados todos os artigos do
candidato, contados um a um; o índice h e o somatório dos índices de
impacto do orientador, o número de suas patentes concedidas ou
licenciadas, bem como a qualidade do projeto, cuja análise foi subsidiada
pelos pareceres dos assessores ad hoc. Entretanto, também foram
priorizadas solicitações dos grupos (2) e (3), que envolviam programas de
pós-graduação de nível 6 ou 7 da CAPES e que se destacaram entre as
demais, tanto pela excelência do projeto de pesquisa, quanto pela
produtividade do supervisor e pelo potencial do candidato à bolsa.
2.5 Bolsas de Pós-doutorado Sênior (PDS)
As solicitações de bolsas de PDS no país foram julgadas
baseadas nos critérios constantes da página do CA-QU na página eletrônica
do CNPq, principalmente observando o índice h do orientador e o somatório
dos índices de impacto dos periódicos em que foram publicados os
trabalhos do candidato nos últimos 5 (cinco) anos, contados um a um, e a
qualidade do projeto, cuja análise foi subsidiada pelos pareceres dos
assessores ad hoc.
2.6 Pós-doutorado empresarial (PDI)
Uma das duas solicitações de bolsa PDI não foi enquadrada e a segunda foi
recomendada.
2.7 Auxílios a Eventos
As solicitações envolvendo eventos foram analisadas levando-se em conta
principalmente; (1) o histórico de eventos que ocorrem há mais de 10
anos; (2) a qualidade do evento no que diz respeito à participação de
palestrantes nacionais e internacionais; (3) o número provável de
participantes no evento; (4) impacto e inovação da
proposta..
A tabela 2 resume os resultados do julgamento de bolsas especiais e
auxílio a eventos.
DEMANDA DE FLUXO CONTÍNUO
|
DEMANDA
|
RECOMENDAÇÕES
|
Pós-doutorado no Exterior (PDE)
|
9
|
7
|
Pós-Doutorado Júnior no Brasil (PDJ)
|
39
|
34
|
Pós-doutorado Sênior no Brasil (PDS)
|
11
|
6
|
Doutorado Sanduíche no Exterior (SWE)
|
16
|
15
|
Doutorado Sanduíche no País (SWP)
|
1
|
1
|
Pós-doutorado empresarial (PDI)
|
2
|
1
|
Total
|
78
|
64
|
Auxílios a Eventos
|
11
|
9
|
Como é normalmente praticado no CA-QU, nenhum membro analisou ou
participou de discussões a respeito de processos de seu interesse, ou
envolvendo colaboradores seus, ou de sua instituição.
3. Assuntos internos do CA-QU
O CA-QU expressa a sua satisfação pelas novas bolsas
concedidas pelo CNPq o que em parte, atende as expectativas da comunidade
química do Brasil. Entende-se que há um esforço do MCT em aumentar o
número de bolsas PQ, o que tem se refletido na adição de cotas ano após
ano. Infelizmente, a cota não tem aumentado na mesma proporção que a
demanda qualificada, mas conta-se com o empenho do CNPq e do MCT para que
o número de bolsas continue a aumentar na medida do possível.
O comitê salienta que a área de Química possui critérios de julgamento
bem definidos e conhecidos pela comunidade, e que exige altos índices de
produtividade, inserção e relevância da obra científica de seus
candidatos à bolsa, o que distingue a Química Brasileira como área que
procura a excelência e visibilidade nacional e internacional. O comitê
ressalta ainda que a comunidade tem respondido de forma extremamente
positiva às exigências, o que se traduz na demanda crescente por bolsas
de produtividade, por candidatos com elevado nível científico.
O comitê constatou um aprimoramento nos pareceres ad hoc. No
entanto, recomenda uma vez mais que os pareceres devem se restringir à
análise dos projetos, uma vez que índices tais como h, somatório de
índices de impacto e índice de orientações são fornecidos pela área
técnica do CNPq, desde que os pesquisadores forneçam as informações em
seus currículos Lattes atualizados, os quais são congelados uma
semana após o término do período de submissão das solicitações.
4. Agradecimentos
Finalmente o CA-QU gostaria de agradecer ao corpo técnico
do CNPq pelo trabalho realizado na preparação da reunião, na preparação
das planilhas com todos os indicadores, na escolha dos assessores ad
hoc e também pelo número de pareceres disponíveis que subsidiaram
as decisões. Contamos com a assessoria competente de Natacha C. F.
Santos, Lucilene F. O. Cândido, Patrícia Soares Morales e Joelmo J.
Oliveira, a quem os membros do CA-QU agradecem especialmente.
Pelo CA de Química, em Brasília, 19 de novembro de 2009,
Ademir Neves
Adilson José Curtius
Antonio Luiz Braga (Coordenador)
Claudio Airoldi
Joaquim de Araújo Nóbrega
Gerardo Gerson de Souza
Heloisa de Oliveira Beraldo
Luiz Carlos Dias
Oscar Manoel Loureiro Malta
Ricardo Erthal Santelli
Roberto Manuel Torresi
Fonte: Antonio Luiz Braga (UFSC)
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