Editorial
Trazemos como novidade
neste segundo número do ano o tema da Reunião Anual da Sociedade
Brasileira de Química: “Químicos para uma potência emergente”.
Com esse tema, os organizadores da RA propõem uma reflexão
sobre as diversas modalidades de formação profissional da
Química. A preocupação de Química Nova na Escola é
a formação dos profissionais da educação química: professores
da educação básica, técnica de nível médio e superior e
da educação superior. Como em outras áreas da Química, o
Brasil é carente desses profissionais, ao menos em competências
necessárias para as demandas atuais. Houve quatro propostas
de artigos que atendiam à chamada para o tema da RA. Todos
entraram no curso normal de avaliação de originais. Mais
outro, que já passara pelo processo avaliativo, foi considerado
adequado para a mesma chamada. Todos aparecem na seção Pesquisa
em Ensino de Química. Com isso, concretiza-se um desejo
latente entre educadores químicos e químicos educadores
de que a Divisão de Ensino da SBQ esteja ligada de maneira
orgânica às preocupações da Sociedade. Espera-se que novos
autores preparem manuscritos, tão logo seja anunciado o
tema da RA seguinte, para o número que deverá sair sempre
por ocasião do encontro. Os manuscritos podem ser propostos
para qualquer uma das diversas seções da Revista, basta
que tenham relação com o tema da RA.
A Comunidade, que abraça
a Química Nova na Escola e a constitui sempre mais
como Revista que faz opinião sobre as necessidades de formação
química condizente com os princípios e as teorias de educação
continuamente atualizadas, entende que há muito a fazer
na melhoria das condições do ensino e da aprendizagem em
Química. Os membros do Conselho Editorial e os editores,
bem como os avaliadores dos manuscritos submetidos à publicação,
sempre procuram estar atentos para que os manuscritos atendam
a essas possibilidades de melhoria na formação química,
principalmente na educação básica. É bastante consensual
a ideia de que uma boa formação básica permitirá avanços
nos outros níveis de formação profissional de químicos e
de educadores químicos. Podemos fazer de Química Nova
na Escola o veículo desse processo, criando, principalmente,
os meios para que todos os professores e formadores de professores
tenham acesso a ele e o qualifiquem continuamente. A forma
de organização em seções estimula ideias criativas na forma
de educar em Química, propondo romper com a linearidade
e a forma descontextualizada com que são tratados os conteúdos
de química nos currículos escolares. Estes, como estão,
não são relevantes para os estudantes e os afasta das carreiras
químicas.
Em seu cotidiano escolar,
os saberes que professores precisam dominar vão muito além
dos conteúdos da matéria. Exige-se que deem conta das sociabilidades,
das inclusões, dos desajustes sociais, das novidades tecnológicas,
dos instrumentos de multimídia, da natureza e historicidade
do conhecimento; sintam-se capazes de propor novas ênfases
na escolha dos conteúdos escolares de Química para um exercício
mais consciente da cidadania; saibam elaborar projetos de
estudo e acompanhar sua execução e avaliação; e façam análises
do processo de aprendizagem e desenvolvimento de seus estudantes,
produzindo respostas além do senso comum de culpar as vítimas
do baixo nível de desenvolvimento escolar dos seus alunos.
Esse espectro amplo de saberes foi muito bem captado pelos
intelectuais e técnicos que elaboraram o texto que institui
o Sistema Nacional de Formação dos Profissionais do Magistério
do MEC. O que nele se propõe é o que as comunidades
de educadores, organizadas em muitas áreas de conhecimento,
vêm defendendo. Com esse Sistema, o MEC, por meio do Comitê
Técnico-Científico da Educação Básica da CAPES, assume a
tarefa de induzir a melhoria da formação dos professores.
No entanto, pela variedade de programas de formação que
podem ser criados, é essencial que ninguém – que tenha competência
e responsabilidade histórica de já ter formado grande número
de professores para a educação básica, assumindo, muitas
vezes, lacunas pela ausência total do Estado em suas regiões
como muitas Instituições Comunitárias, a exemplo das gaúchas
e catarinenses – seja sumariamente excluído do acesso a
recursos para a grande empreitada que será fazer funcionar
o Sistema criado.
Além desse foco voltado
para a formação dos profissionais educadores na Química,
o leitor poderá encontrar, em outras seções, artigos relevantes
para a educação química. Na seção Química e Sociedade, há
um importante estudo sobre materiais componentes de calçados
esportivos, os populares tênis. Vários conceitos relativos
aos polímeros são apresentados, neste artigo, de forma contextualizada,
o que podem contribuir para o consumo consciente dos jovens.
Na seção Experimentação no Ensino de Química, apresenta-se
um aparato para medição de fluorescência que permite ao
professor trabalhar aspectos quantitativos desse importante
fenômeno de emissão luminosa a partir de medidas de sistemas
simples e mais complexos como extratos vegetais. Editores
e Editor Associado
Editorial
Editores e Editor Associado
Editorial
01_Editorial.pdf
O Tênis
Nosso de Cada Dia
Alexandre Silvestre dos Santos e Glaura Goulart Silva
QUÍMICA E SOCIEDADE
polímeros, experimentação, valores de consumo
Neste trabalho, são apresentados alguns textos elaborados com
o objetivo de discutir aspectos fundamentais sobre polímeros
e sua relação com os materiais utilizados em um tênis. São
apresentadas também atividades experimentais de manipulação
e caracterização de solado de tênis. Esse contexto pode
permitir uma discussão relevante de temas químicos que são
parte dos conteúdos de Ensino Médio, tais como: nomenclatura
de polímeros, interações intermoleculares, reações de polimerização
e propriedades de materiais. Ao mesmo tempo, o caráter fortemente
interdisciplinar e a possibilidade de uma análise crítica
de valores de consumo da sociedade moderna igualmente justificam
a abordagem do tema.
02-QS-0908.pdf
Análise
de Mensagens Enviadas para um Sistema de Tutoria em Química
na Web
Miguel de Araújo Medeiros
EDUCAÇÃO EM QUÍMICA E MULTIMÍDIA
ensino a distância, tira-dúvidas, Web no ensino
Neste trabalho, avaliaram-se e analisaram-se 720 mensagens
de dúvidas enviadas para um serviço de tutoria em química
na Web. Observou-se que os estudantes de Ensino Médio são
os principais autores das dúvidas (62%), e que essas mensagens
estão diretamente relacionadas ao que é visto em sala de
aula. Ao analisar as mensagens de dúvidas, podem-se classificá-las
em cinco categorias: solicitação (36%), interrogação (33%),
imediatismo (14%), contextualização (12%) e problematicidade
(5%), percebendo que 80% dos usuários desejam respostas
simples para os seus trabalhos escolares, não tendo afinidade
ou interesse pelo diálogo com o orien- tador do serviço
de tutoria. Essa observação mostrou que o possível diálogo
entre estudantes e os orientadores do serviço é por meio
do simples processo de transmissão e recepção do conteúdo.
03-EQM-3908.pdf
Um Modelo
para o Estudo do Fenômeno de Deposição Metálica e Conceitos
Afins
Wilmo E. Francisco Junior, Luiz Henrique Ferreira e Dácio Rodney
Hartwig
ESPAÇO ABERTO
modelos, representação, deposição metálica
A explicação e a compreensão de uma gama de conceitos químicos
passam por uma elaboração conceitual em nível microscópico,
o que exige uma capacidade de formular imagens mentais.
O uso de modelos físicos auxilia o desenvolvimento de tal
habilidade mediante simulações ou representações, bem como
pelo contato direto e a manipulação de algo concreto pelos
estudantes durante a simulação. Nesse sentido, o presente
tra- balho descreve um material simples elaborado para o
estudo do fenômeno de deposição metálica e conceitos relacionados.
Ademais, é apresentada uma sugestão de aplicação do modelo
em sala de aula e a avaliação dessa atividade feita por
estudantes que dela participaram.
04-EA-4208.pdf
Palavras
Cruzadas como Recurso Didático no Ensino de Teoria Atômica
Edemar Benedetti Filho, Antonio Rogério Fiorucci, Luzia Pires
dos Santos Benedetti e Jéssica Alves Craveiro
RELATOS DE SALA DE AULA
atividades lúdicas, teoria atômica, jogos em química
Este artigo apresenta uma atividade lúdica desenvolvida em
sala de aula e como atividade extraclasse, que consiste
no uso de palavras cruzadas que permitem aos alunos revisarem
e/ou exercitarem operacionalmente conceitos, definições
e episódios históricos da teoria atômica. O uso das palavras
cruzadas foi proposto como uma atividade em substituição
à resolução de exercícios tradicionais de fixação. A proposta
foi aplicada em turmas do Ensino Médio de uma escola pública
de Dourados, região sul de Mato Grosso do Sul, e avaliada
como satisfatória quanto aos aspectos de comportamento e
de aprendizagem.
05-RSA-1908.pdf
Ações
Interativo-Reflexivas na Formação Continuada de Professores:
O Projeto Folhas
Belmayr Knopki Nery e Otavio Aloisio Maldaner
PESQUISA NO ENSINO DE QUÍMICA
projeto folhas, formação continuada, professores de química
da educação básica
O trabalho investiga o Projeto Folhas como proposta potencial
de formação continuada de professores dentro de um programa
da Secretaria de Estado da Educação do Paraná, que teve
início em 2004 e está em execução. O texto decorre de uma
investigação mais ampla sobre o Projeto, objeto de dissertação
de mestrado da UNIJUÍ que o analisa como um projeto de formação
continuada no campo curricular da Química. O Projeto consiste
na participação dos professores na elaboração de textos
de conteúdo pedagógico que, depois de produzidos, são validados
entre pares. Focaliza, em especial, a atividade reflexiva
dos professores envolvidos em processo interativo. Tais
processos são vistos como constitutivos dos sujeitos em
interação. Para isso, aponta situações em que os professores
interagem e refletem quando da produção e validação de um
Folhas. Argumenta no sentido de ser o processo Folhas autêntica
ação de formação continuada de professores.
07-PEQ-4808.pdf
Aspectos
Epistêmicos das Estratégias Enunciativas em uma Sala de
Aula de Química
Adjane da Costa Tourinho e Silva e Eduardo Fleury Mortimer
PESQUISA NO ENSINO DE QUÍMICA
estratégias enunciativas, movimentos epistêmicos, gênero
de discurso, aulas de Química
Este trabalho apresenta uma análise do movimento epistêmico
articulado por uma professora de Química em interação com
os alunos, em uma sequência de 18 aulas da unidade temática
Termoquímica. A análise considera como o conhecimento é
configurado ao longo das interações até se constituir nos
enunciados, com claros acabamentos temáticos, ao final de
segmentos específicos do discurso da sala de aula - as sequências
discursivas ou os episódios. O trabalho considera, ainda,
como esse movimento pode favorecer o compartilhamento de
significados pelos alunos. A análise foi desenvolvida considerando
a dimensão epistêmica da ferramenta analítica proposta por
Mortimer e cols. (2005a; 2005b), a qual se constitui de
três conjuntos de categorias: níveis de referencialidade,
modelagem e operações epistêmicas.
08-PEQ-6108.pdf
A Formação
de Professores de Química no Estado de Rondônia: Necessidades
e Apontamentos
Wilmo E. Francisco Junior, Wilson Sacchi Peternele e Miyuki
Yamashita
PESQUISA NO ENSINO DE QUÍMICA
licenciatura em química, formação de professores, cursos
de química rondonienses
O presente estudo faz uma análise da formação de professores
de Química no estado de Rondônia, discutindo alguns dos
problemas enfrentados tanto em âmbito local como nacional.
As discussões tiveram por base a aná- lise da carência de
professores no estado, das estruturas curriculares dos cursos,
bem como de um questionário respondido por alunos da Universidade
Federal de Rondônia - UNIR. Os resultados mostram que todos
os cursos apresentaram problemas e necessitam, portanto,
de algumas medidas no sentido de adequar suas estruturas
cur- riculares. Nesse sentido, algumas sugestões são vislumbradas
para superar os problemas descritos.
09-PEQ-9408.pdf
Relações
entre Concepções Epistemológicas e Perfil Profissional Presentes
em Projetos Pedagógicos de Cursos de Licenciatura em Química
do Estado de Goiás
Nyuara Araújo da Silva Mesquita e Márlon Herbert Flora Barbosa
Soares
PESQUISA NO ENSINO DE QUÍMICA
projeto pedagógico de curso, licenciatura em química, visão
positivista
Os projetos pedagógicos de curso apresentam os direcionamentos
epistemológicos e metodológicos para a construção da proposta
pedagógica e curricular de um curso de graduação. Esta pesquisa
foi realizada por meio da análise textual discursiva a partir
de projetos pedagógicos de cursos de licenciatura em química
no estado de Goiás. Observamos que os documentos tentam
adequar suas propostas às orientações legais, porém apresentam
contradições em relação aos referenciais teóricos adotados.
Um dos aspectos analisados considera características positivistas
da ciência incorporadas de forma parcial aos textos dos
documentos a partir da ênfase dada à experimentação como
forma de confirmar as teorias ou como aspecto central no
processo de formação docente. As atividades do futuro docente
são associadas ao trabalho de laboratório, ao controle de
qualidade e às indústrias em detrimento das atividades pedagógicas.
Este artigo tem o objetivo de discutir as visões de ciência
implícitas nos projetos pedagógicos das licenciaturas em
química para contribuir com uma formação de educadores químicos
que seja coerente com as necessidades formativas atuais.
10-PEQ-9508.pdf
Grupos
de Estudos entre Estudantes Ingressantes (Calouros) e Veteranos:
Uma Perspectiva Alternativa de Estudo e Discussão na Universidade
Ramon Marcelino Ribeiro Júnior e Agustina Rosa Echeverría
PESQUISA NO ENSINO DE QUÍMICA
grupo de estudos; ensino superior; propostas alternativas
de formação
Neste artigo, descreve-se e analisa-se uma experiência de Grupos
de Estudos entre alunos ingressantes (calouros) e veteranos
em espaços diferenciados do ambiente universitário. Trata-se
de um projeto do Instituto de Química da Universidade Federal
de Goiás (IQ-UFG), e os aspectos analisados nesta pesquisa
são as avaliações que os alunos desses grupos fazem sobre
sua participação no projeto e a importância dela para a
formação inicial. Argumentamos em favor desse tipo de trabalho
de formação a partir do que entendemos como função social
da universidade e do exemplo do Processo de Bolonha, especificamente
do caso português. O instrumento metodológico constituiu-se
de entrevistas semiestruturadas registradas em áudio e vídeo.
A análise mostra que os alunos avaliam os grupos de estudos
de forma positiva. Podem-se verificar também limites e potencialidades
dessa proposta alternativa de formação superior.
11-PEQ-9608.pdf
Formação
de Professores de Química na Universidade de Brasília: Construção
de uma Proposta de Inovação Curricular
Joice de Aguiar Baptista, Roberto Ribeiro da Silva, Ricardo
Gauche, Patrícia Fernandes Lootens Machado, Wildson Luiz
Pereira dos Santos e Gerson de Souza Mól
PESQUISA NO ENSINO DE QUÍMICA
formação de professores; pesquisa em ensino de Química; licenciatura
em Química
Este trabalho relata uma experiência curricular de Formação
de Professores de Química iniciada na década de 1990 na
Universidade de Brasília. Trata-se da descrição e análise
da proposta, em constante construção, na perspectiva de
se refletir sobre os limites e desafios das estratégias
e dos processos de formação inicial e continuada de docentes
de Química, inter-relacionando ensino, pesquisa e extensão.
12-PEQ-0609.pdf
Medidor
de Fluorescência Caseiro
Paulo Henrique dos Santos Sartori e Élgion Lúcio da Silva Loreto
EXPERIMENTAÇÃO NO ENSINO DE QUÍMICA
fluorescência, fotossíntese, material de baixo custo
Propõe-se a construção de um sistema de medição de fluorescência
de configuração simples que permite uma análise quantitativa
do fenômeno. Tal instrumento simula, por exemplo, o funcionamento
de fluorômetros e clorofilômetros usados em laboratórios
didáticos e de pesquisa. A sua exploração didática viabiliza
conexões entre diversos conceitos de química moderna por
meio de uma abordagem interdisciplinar, envolvendo fotoquímica,
níveis de energia, orbitais moleculares, interação entre
radiação e moléculas orgânicas e biológicas, permitindo,
por exemplo, uma melhor compreensão dos mecanismos fotoquímicos
da fotossíntese.
13-EEQ-4508.pdf
Normas
para Publicação
14-Normas.pdf
Anúncio
15-anuncio_SBQ.pdf
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