Editorial
O início de 2009 coincide com implosões de setores da
economia globalizada que têm deixado muitos analistas confusos. Mesmo que
as previsões econômicas não sejam piores do que se podia imaginar, não
podemos deixar escapar de nossa atenção o crescente interesse que os
economistas têm manifestado sobre avaliação e desempenho escolar. Suas
contribuições apóiam-se em métodos estatísticos que, via de regra,
sustentam correlações entre variáveis macrométricas, como recursos
financeiros investidos na formação de professores, e variáveis
micrométricas, como o desempenho dos alunos em exames nacionais.
Certamente, há o que se discutir sobre razões construídas para justificar
esse ou aquele comportamento da curva de investimento em função do
desempenho escolar, mas nem sempre é essa a tônica do debate. As
contribuições do campo da economia são importantes e necessárias para
aprofundarmos nossos conhecimentos sobre muitos problemas educacionais,
mas é preciso ter em mente que os fenômenos educacionais não se reduzem a
correlações de variáveis medidas em contextos tão distantes. Do ponto de
vista dos educadores químicos, queremos nos posicionar pela manutenção e
ampliação dos programas de investimento de recursos na Educação que levem
à universalização do acesso e à crescente qualidade educacional e, para
isso, é também importante ter em consideração as contribuições de
investigações circunscritas às situações das salas de aula, dos programas
de formação de professores e dos muitos outros espaços de produção do
conhecimento escolar.
Estamos convictos de
que a linha editorial da Química Nova na Escola fomenta discussões
profícuas para vivermos melhores dias na educação brasileira e, nessa
direção, estamos implantando neste ano algumas alterações que visam
ampliar o acesso, melhorar a qualidade de nossa publicação, além de atribuir-lhe
nova forma de designação. Anualmente, organizaremos pelo menos um número
com artigos versando sobre um tema comum. Com isso, pretendemos
sistematizar algumas discussões que já estejam amadurecidas no seio da
comunidade. Colocamos em funcionamento, no final de dezembro, o sistema
de prelo eletrônico que permite anunciar ao leitor os manuscritos já
aprovados e que aguardam a publicação do novo número. Essa medida visa
estimular e ampliar a visibilidade do debate na comunidade, antecipando o
acesso aos artigos. A partir deste número 31, passaremos a organizar os
números em volumes e fascículos, iniciando uma nova forma de referência
aos artigos publicados. Com essa medida, atenderemos a requisitos
necessários para indexar Química Nova na Escola em outros sistemas.
Contamos também com uma gerência editorial, a cargo da professora Luciana
Caixeta Barboza, na qual concentraremos nossa atenção em buscar recursos
e meios para fortalecer a revista.
Neste número, o leitor
poderá refletir sobre a aprendizagem escolar do conceito de solubilidade
quando as atividades de ensino são organizadas a partir de situações
cotidianas. Terá chance de conhecer alguns filmes que retratam a ciência
e o cientista no cinema desde seu surgimento até os dias atuais e poderá pensar
em organizar situações de ensino a partir deles. Outro tema importante ao
qual nos tornamos a debruçar é o meio ambiente: dessa vez, por meio de
considerações sobre a avaliação de águas naturais a partir de parâmetros
físicos e químicos, acompanhando uma proposta de educação química e
ambiental na perspectiva CTSA. Outro assunto com foco ambiental são as
representações sociais de estudantes de graduação exatamente sobre
Química Ambiental. De especial interesse para os professores dedicados
aos experimentos de laboratório é o artigo sobre preparação de biodiesel
a partir de óleo de soja e etanol. Além desses, outros artigos
aguardam-no para uma leitura atenta e compromissada com a superação das
dificuldades da nossa Educação.
Os Editores e Editor
Associado
01_editorial.pdf
Índice da QNEsc
Volume 31, Número 1, Fevereiro 2009
O Emprego de Parâmetros
Físicos e Químicos para a Avaliação da Qualidade de Águas Naturais: Uma
Proposta para a Educação Química e Ambiental na Perspectiva CTSA
Vânia Gomes Zuin, Maria Célia S. Ioriatti e Carlos Eduardo
Matheus
QUÍMICA E SOCIEDADE
parâmetros físicos e químicos de águas naturais; relações
Ciência-Tecnologia-Sociedade-Ambiente (CTSA); Educação Química e
Ambiental
Este artigo apresenta resultados obtidos a partir da
determinação de alguns parâmetros físicos e químicos de águas naturais
que, articulados com questões referentes à realidade social, geográfica e
histórica levantadas em um estudo da bacia hidrográfica do córrego do
Paraíso, São Carlos (SP), por estudantes do Ensino Fundamental e Médio da
E. E. Prof. Sebastião de Oliveira Rocha, permitiram abordar a relação
entre Ciência, Tecnologia, Sociedade e Ambiente (CTSA), constituindo-se
como uma proposta educativa de grande potencial para o campo da Educação
Química e Ambiental.
02-QS-5507.pdf
A Imagem da Ciência
no Cinema
Marcia Borin da Cunha e Marcelo Giordan
QUÍMICA E SOCIEDADE
comunicação-educação, cinema, imagem da Ciência
Neste artigo, discutimos como a ciência e o cientista são
representados em determinadas épocas pelo cinema, contribuindo para
constituição de uma percepção social da Ciência. Num primeiro momento,
relacionamos o cinema com o momento histórico em que a Ciência se
encontrava quando da produção de determinados filmes. Num segundo
momento, discutimos a introdução do cinema na sala de aula no sentido de
proporcionar a professores e alunos uma reflexão sobre seus papéis de
autores e audiência na cultura escolar.
03-QS-1508.pdf
Por Um Outro
Percurso da Construção do Saber em Educação Química
Ricardo Strack, Magdalena Marques e José Claudio Del Pino
ESPAÇO ABERTO
professor-pesquisador, espaço de discussões, educação
química
O artigo propõe a criação de um espaço que articule os conhecimentos
dos professores de química que faculte, a partir de um fluxo
informacional, a constituição de um perfil de professor que reflita e
pesquise sobre sua prática.
04-EA-4608.pdf
Uma Reflexão sobre
Aprendizagem Escolar e o Uso do Conceito de Solubilidade/Miscibilidade em
Situações do Cotidiano: Concepções dos Estudantes
Sheila Rodrigues Oliveira, Viviane de Paula Gouveia e Ana Luiza
de Quadros
CONCEITOS CIENTÍFICOS EM DESTAQUE
concepções alternativas, ensino de química, aprendizagem
Com o objetivo de analisar as concepções de estudantes em
final da Educação Básica sobre solubilidade/ miscibilidade, desenvolvemos
o presente trabalho. Considerando que, nessa etapa de escolaridade,
alguns conceitos já deveriam estar consolidados, observamos que muitos
dos pesquisados tendem a explicar situações do cotidiano usando uma
linguagem do senso comum ou explicações que poderiam ser usadas mesmo por
quem não frequentou a escola. Percebemos que o conhecimento escolar, em
alguns casos, não é relacionado a situações do cotidiano.
05-CCD-0508.pdf
Soletrando o
Br-As-I-L com Símbolos Químicos
Antonio Joaquín Franco-Mariscal e María José Cano-Iglesias
RELATOS DE SALA DE AULA
inovação educativa, elementos químicos, símbolos químicos,
o Brasil
Este trabalho apresenta as possibilidades didáticas na sala
da aula de um material de ensino lúdico, dirigido aos estudantes de
Química do Ensino Médio. Esse recurso didático permite a aprendizagem dos
elementos químicos da tabela periódica, lembrando os estados do Brasil.
06-RSA-5907.pdf
Interpretação de
Rótulos de Alimentos no Ensino de Química
Amanda Porto Neves, Pedro Ivo Canesso Guimarães e Fábio
Merçon
RELATOS DE SALA DE AULA
rotulagem nutricional, alimentos, contextualização
Ao mesmo tempo em que os preceitos de uma vida saudável, em
uma sociedade altamente sedentária, proporcionaram uma explosão na oferta
de industrializados do tipo diet e light, a maioria da população não tem
o hábito de ler uma tabela de rotulagem nutricional. Tendo em vista a
importância do conhecimento químico na compreensão dessas informações,
buscou-se desenvolver e avaliar um conjunto de atividades didáticas,
envolvendo a análise e interpretação da composição química de alimentos,
na qual foi possível discutir questões relacionadas a situações do
cotidiano dos estudantes, como é o caso da alimentação.
07-RSA-1007.pdf
Nomenclatura de
Compostos Orgânicos no Ensino Médio: Influência das Modificações na
Legislação a partir de 1970 sobre a Apresentação no Livro Didático e as
Concepções de Cidadãos
Ana Cristina Santos Matos, Dalila Dumas Teixeira, Ivana
Patrícia Santana, Maria Antonieta Santiago, Abraão Felix da Penha,
Bárbara Cristina Tavares Moreira e Marly Fernandes Araujo Carvalho
PESQUISA NO ENSINO DE QUÍMICA
nomenclatura, Ensino Médio, compostos orgânicos
As mudanças ocorridas na legislação a partir da década de 1970
influenciaram a abordagem do conteúdo nomenclatura de compostos orgânicos
(NCO)? Quais as concepções de cidadãos sobre esse conteúdo? Este artigo
analisa a influência das modificações na legislação que regulamenta o
Ensino Médio a partir da década de 1970 sobre a apresentação de NCO nos
livros didáticos e levanta as concepções de cidadãos sobre esse conteúdo.
08-PEQ-1907.pdf
As Representações Sociais
de Química Ambiental dos Alunos Iniciantes na Graduação em Química
Lailton Passos Cortes Junior, Paola Corio e Carmen Fernandez
O ALUNO EM FOCO
química ambiental, representações sociais, mapas
cognitivos
O objetivo deste trabalho é investigar as representações
sociais acerca da Química Ambiental entre alunos do primeiro ano de
cursos de Licenciatura em Química e Bacharelado em Química Ambiental.
Para isso, foi utilizada a técnica de evocação livre de palavras,
associada à elaboração de um texto. Os resultados foram analisados por
meio da frequência e ordem média de evocação de palavras para delinear o
núcleo central da representação social. Os textos foram analisados
utilizando-se o método de análise de conteúdo, a construção de mapas
cognitivos individuais e um mapa conceitual representativo para cada uma
das turmas. Os alunos relacionaram a Química Ambiental ao tratamento da
poluição, prevalecendo uma visão de remediação - e não de prevenção - dos
problemas. Predominou também uma visão preservacionista do ambiente. Os
resultados apontam para a necessidade de problematizar as questões da
química ambiental ao longo dos cursos de graduação, visando desenvolver
concepções mais críticas por parte dos alunos.
09-AF-5608.pdf
Construção e
Aplicação de um Destilador como Alternativa Simples e Criativa para a
Compreensão dos Fenômenos Ocorridos no Processo de Destilação
Elen Romão Sartori, Érica Ferreira Batista, Vagner Bezerra dos
Santos e Orlando Fatibello-Filho
EXPERIMENTAÇÃO NO ENSINO DE QUÍMICA
destilador de baixo custo, mistura homogênea, corante
alimentício
Neste artigo, é descrita a construção de um destilador para
separação de misturas homogêneas simples, do tipo líquido-líquido, a
partir do emprego de materiais de baixo custo facilmente disponíveis no
cotidiano, bem como a sua aplicação na destilação de uma mistura de água
e um corante alimentício.
10-EEQ-0308.pdf
Biodiesel: Uma
Alternativa de Combustível Limpo
Ana Paula B. Santos e Angelo C. Pinto
EXPERIMENTAÇÃO NO ENSINO DE QUÍMICA
biodiesel, transesterificação, cotidiano
A transesterificação de óleos vegetais para a obtenção de
biodiesel é uma alternativa para a produção de combustíveis menos
poluentes. O objetivo deste trabalho é apresentar aos alunos do Ensino
Médio a confecção de equipamento de laboratório, com materiais de fácil
acesso, e a importância da preparação de biodiesel, por meio de um
experimento simples, que pode ser feito com materiais do cotidiano e que
traz à tona uma temática bastante atual. A preparação de biodiesel pode
motivar uma boa discussão em sala de aula sobre novas fontes renováveis
de energia e sobre as reações de esterificação e transesterificação.
11-EEQ-3707.pdf
Normas para
Publicação
12_normas.pdf
Anúncio
13_anuncio.pdf
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