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BOLETIM ELETRÔNICO No 792

VEJA NESTA EDIÇÃO:

 

1. Avaliação objetiva (?) da pesquisa - artigo de Marcelo Viana publicado no Jornal da Ciência, editado pela SBPC, em 27/6/2008

2. Seleção para pós-graduação em química na UFABC

3. Semana da Química do Centro Oeste-Paulista

4. 4º. Simpósio Brasileiro em Química Medicinal – BrazMedChem2008

5. Vagas na área de Cromatografia e Espectrometria de Massas – INMETRO - RJ

6. IV Simpósio Internacional de Meio Ambiente

1. Avaliação objetiva (?) da pesquisa - artigo de Marcelo Viana publicado no Jornal da Ciência, editado pela SBPC, em 27/6/2008

“É bem sabido que os casos excepcionais não se acomodam bem a regras "objetivas", desenhadas para um tratamento de massa. Einstein, caso trabalhasse no Brasil nos dias de hoje, ganharia bolsa de produtividade do CNPq?”
A avaliação da qualidade da produção científica é sabidamente um problema difícil e complexo. Em todo o mundo, e no Brasil em particular, o acentuado crescimento dos sistemas científicos, tanto em número de pesquisadores e centros de pesquisa como no volume da produção e diversidade dos periódicos, vem exercendo forte pressão para que os mecanismos tradicionais de avaliação se adaptem a uma tarefa cuja escala não tem precedente.
Outra crítica freqüente é à natureza necessariamente subjetiva da avaliação pelos pares: cresce a demanda por critérios "transparentes e objetivos". Na prática, isto tem conduzido ao uso crescente de parâmetros bibliométricos, sobretudo estatísticas relativas a citações, para priorizar indivíduos, programas, publicações ou periódicos. Cada vez mais, no lugar de servirem como complemento a outras informações, incluindo as opiniões dos especialistas, as estatísticas de citações acabam substituindo uma análise aprofundada do mérito.
Esta tendência global se reflete no nosso país, naturalmente, embora sua penetração ainda seja muito variável segundo a área científica. Curiosamente, tais variações parecem ter pouca relação com o grau de matematização da área enquanto disciplina científica. Em particular, os comitês de Matemática e Estatística no CNPq e na Capes estão, tradicionalmente, entre os mais prudentes quanto ao uso de critérios numéricos nos seus julgamentos.
Dados estatísticos de citações, tais como o índice de impacto ou o fator h, para citar apenas os mais populares, têm o inegável mérito da simplicidade: cada um oferece uma priorização de pesquisadores, revistas ou programas, numa ordem completa e fácil de calcular. Mas eles também levantam algumas perguntas importantes.
Não discutiremos aqui a questão se um sistema de avaliação determinado por citações pode incentivar, ou mesmo permitir, a originalidade e a inovação. É bem sabido que os casos excepcionais não se acomodam bem a regras "objetivas", desenhadas para um tratamento de massa. Einstein, caso trabalhasse no Brasil nos dias de hoje, ganharia bolsa de produtividade do CNPq?
O foco deste artigo está em outra questão de igual importância: até que ponto as estatísticas de citações realmente medem relevância e qualidade? A pesquisa científica consome um volume apreciável de recursos em todo o mundo e é, evidentemente, necessário avaliar da forma mais precisa possível a eficácia na utilização desses recursos.
Dada a enorme popularidade de parâmetros estatísticos tais como o índice de impacto ou o fator h, seria de se esperar que seu uso estivesse amparado em estudos de validação. Surpreendentemente, não é assim: o uso corrente de critérios "objetivos" carece da fundamentação adequada e repousa, mais do que seria razoável, em pressupostos implícitos.
Esta é uma das conclusões do relatório Citation Statistics recentemente promovido por três importantes organizações internacionais – a International Mathematical Union (IMU), o International Council of Industrial and Applied Mathematics (Iciam) e o Institute for Mathematical Statistics (IMS), e realizado por três destacados especialistas da área de Matemática e Estatística, com ampla experiência no âmbito da publicação científica: os professores Robert Adler (Israel), John Ewing (USA) e Peter Taylor (Austrália).
Esse documento pode ser encontrado no site http://www.mathunion.org/Publications/Report/CitationStatistics . A nosso ver, ele constitui leitura obrigatória tanto para os responsáveis nos sistemas de avaliação do fomento, como para todo o usuário desses sistemas.
A partir de ampla biografia existente sobre o tema, e da experiência acumulada de diversos cientistas, Citation Statistics critica o modo simplista e mal-informado como critérios baseados em citações são utilizados em todo o mundo. Embora esteja escrito do ponto de vista de matemáticos e estatísticos, as mensagens principais do relatório valem para a Ciência como um todo.
Algumas conclusões principais merecem destaque:
- Dados estatísticos não são mais precisos, se forem usados indevidamente. De fato, estatísticas podem ser enganadoras, se forem mal-usadas ou mal-compreendidas. Grande parte do uso atual de critérios estatísticos apóia-se na intuição para a sua interpretação e validação.
- Embora números pareçam objetivos, essa "objetividade" é ilusória. O significado de uma citação é mal compreendido e pode ser ainda mais subjetivo que a avaliação pelos pares. Citações podem ter pouco que ver com "impacto".
- Ainda que seja realmente simples usar um único número para avaliar qualidade, isso pode conduzir a uma compreensão superficial de algo tão complexo como é a pesquisa. Números não são inerentemente superiores a julgamentos sensatos.
Por estas razões, enquanto reconhece que "a avaliação precisa ser prática e, por essa razão, estatísticas de citações certamente farão parte do processo", Citation Statistics também alerta contra o uso excessivo de parâmetros tais como o índice de impacto ou o fator h, "que dão apenas uma visão limitada e incompleta do que é qualidade", insistindo que "a pesquisa é demasiado importante para que o seu valor possa ser medido por meio de uma ferramenta única, e grosseira".
Após uma rápida introdução à problemática da avaliação, o relatório de Adler, Ewing e Taylor discute o uso, apropriado ou não, de estatísticas de citação na avaliação de revistas, artigos e pesquisadores. Entre as diversas críticas concretas ao índice de impacto, destaca-se a afirmação de que o seu significado não é realmente compreendido por quem toma decisões com base nele. Um exemplo ilustra bem este ponto e merece ser citado aqui.
As revistas Proceedings of the AMS e Transactions of the AMS, ambas publicadas pela American Mathematical Society (AMS), têm perfis distintos: enquanto os Proceedings se restringem a artigos rápidos, com até dez páginas, as Transactions geralmente publicam artigos bem mais longos. O índice de impacto das Transactions é o dobro do índice de impacto dos Proceedings. Para a maioria dos sistemas de avaliação baseados em estatísticas de citações isto significa que artigos nas Transactions são "melhores" do que artigos nos Proceedings, no sentido de terem mais citações. Mas será que essa conclusão é justificada?
Quando consideramos artigos ao acaso nessas duas revistas, qual é a probabilidade de que o artigo nas Transactions seja realmente "melhor" do que o artigo nos Proceedings? A resposta pode ser calculada facilmente a partir dos histogramas de citações das duas revistas: essa probabilidade é de apenas 38%. Quer dizer que, em quase dois terços dos casos, um artigo na revista com menor índice de impacto é "tão bom ou melhor" do que um artigo na revista com o dobro de índice de impacto! Deve ser enfatizado que não há nada de especial na escolha destas duas revistas.
O relatório de Adler, Ewing e Taylor prossegue com uma discussão do real significado de citações, desmontando a crença, amplamente disseminada, de que citações necessariamente se correlacionam com impacto e qualidade científica.
A par de outros fatores que distorcem a própria contagem das citações, o relatório chama a atenção para "a nossa ignorância das razões por que os autores citam algumas publicações em particular e não outras". De fato, está muito longe de ser claro quando uma citação significa reconhecimento de uma dívida intelectual a outra publicação e há razões para crer que talvez esse nem seja o caso na maioria das vezes.
Na última seção do relatório, Adler, Ewing e Taylor discutem o uso adequado de estatísticas na avaliação científica e como elas podem e devem ser temperadas com outras informações relevantes de natureza acadêmica. Ao fazê-lo, voltam a enfatizar a mensagem central de que "a pesquisa tem objetivos múltiplos, de curto e longo prazos e, portanto, é razoável que seja julgada usando critérios variados.
Os matemáticos sabem que há muitas coisas, tanto reais como abstratas, que simplesmente não podem ser ordenadas, no sentido de duas quaisquer poderem ser comparadas. Freqüentemente a comparação exige uma análise mais complicada, que nem sempre determina qual das duas é a 'melhor'."
Em resumo, ao esforço para tornar a avaliação da pesquisa "simples e objetiva" pode e deve ser aplicada a máxima de Albert Einstein: "Tudo deveria ser tornado tão simples quanto possível. Mas não mais simples do que isso".
*Marcelo Viana é pesquisador titular do Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (Impa), membro do comitê executivo da IMU e coordenador da área de matemática, probabilidade e estatística na CAPES

Fonte: Roberto Berlinck (IQSC)

 

2. Seleção para pós-graduação em química na UFABC

Estão abertas as inscrições para a seleção de candidatos ao programa de pós-graduação (mestrado e doutorado) em Ciência e Tecnlogia / Química da UFABC. Para ingresso em setembro, as inscrições vão até o dia 12/09. Maiores informações: http://bastoslab.com/ppgquim/ Candidatos com interesse nas áreas de adsorção e catálise, enviar email para
wagner.carvalho@ufabc.edu.br

Fonte: Wagner Alves Carvalho (UFABC)

3. Semana da Química do Centro Oeste-Paulista

A Semana da Química do Centro Oeste-Paulista (SQCOP) é um evento cientifico itinerante promovido pela UNESP juntamente com as coordenações do curso química de Bauru, Presidente Prudente e São José do Rio Preto. O evento ocorre alternadamente nas principais cidades do centro-oeste paulista, cujo objetivo é incentivar os estudantes universitários e tecnólogos de diferentes instituições públicas e privadas na integração das atividades científicas e tecnológicas desenvolvidas em nível nacional e internacional no país. Em sua segunda realização na cidade de Presidente Prudente, a 6o SQCOP (intitulada "Química, Tecnologia, Ambiente e Sociedade - uma integração para o progresso da ciência), será realizada no período de 10/09 a 13/09/2008 na Faculdade de Ciências e Tecnologia - UNESP (acesse: www.fct.unesp.br/semanas/química). O Evento visa ressaltar a interdisciplinaridade da química e sua relevância frente ao progresso científico. Destaca ainda a importância da preservação ambiental e do ensino da química no desenvolvimento tecnológico e social. A 6o SQCOP conta com a participação de alunos de graduação, professores e conferencistas convidados. O evento oferecerá mini-cursos (técnicas e desenvolvimento científico), palestras e mesa redonda com profissionais das diferentes áreas da Química e Instituições de Ensino Superior. As inscrições para 6o SQCOP estão abertas (e-mail: sqcop_comissão@yahoo.com.br). Contato para informações adicionais: Prof. Marcos F. S. Teixeira (funcao@fct.unesp.br).

Fonte: Marcos F. S. Teixeira (UNESP)

4. 4º. Simpósio Brasileiro em Química Medicinal – BrazMedChem2008

Temos o prazer de comunicar que 4o. Simpósio Brasileiro em Química Medicinal (BrazMedChem2008) será realizado no Resort Hotel SummerVille, em Porto de Galinhas-PE, de 9 a 13 de Novembro de 2008. Informações completas podem ser encontradas na página oficial do Simpósio que está baseada em http://www.brazmedchem.iqsc.usp.br. Este evento científico de caráter internacional conta com o apoio da Divisão de Química Medicinal (MD, http://www.sbq.org.br/filiais/index.php) e é uma realização da Sociedade Brasileira de Química
(SBQ, http://www.sbq.org.br).
O programa científico completo pode ser acessado on-line em http://www.brazmedchem.iqsc.usp.br/2008/pt/programacao/pro.pdf . A exemplo das edições anteriores, o comitê organizador do BrazMedChem2008 empenhar-se-á para, com o mesmo afinco e dedicação, proporcionar um evento inovador que contará em 2008 com mini-cursos sobre a química medicinal de agentes terapêuticos: seus alvos e receptores, ensaios farmacológicos e relações estrutura-atividade. Os temas serão abordados nas áreas de “Biology Oriented Synthesis, Cheminformatics and Systems Chemical Biology, NMR Spectroscopy in Hit Identification and Optimization Process, Structure and Energetics of Drug Receptor Interactions, Strategies in Drug Design, Synthesis, design and structural optimization e Natural Products in Drug Discovery and Development”.

Fonte: Carlos Montanari (IQSC)

5. Vagas na área de Cromatografia e Espectrometria de Massas – INMETRO - RJ

O Inmetro está selecionando pesquisadores que tenham experiência em cromatografia (gasosa ou líquida) e/ou espectrometria de massas para atuarem na Divisão de Metrologia Química. A modalidade de contratação é através de bolsas. Preferencialmente estamos selecionando candidatos que tenham mestrado ou doutorado. Contato: dquim@inmetro.gov.br

Fonte: Janaína Marques Rodrigues Caixeiro (INMETRO)

6. IV Simpósio Internacional de Meio Ambiente

Entre os dias 6 e 10 de Julho de 2009 acontecerá, no Rio de Janeiro, no Fórum de Ciência e Cultura, da UFRJ, o IV Simpósio Internacional de Meio Ambiente debatendo e apresentando trabalhos nas áreas de Política e Direito Ambiental, Monitoramento Ambiental, Mudanças Climáticas, Áreas Protegidas, Educação Ambiental e Energia Renovável. O período de pré-inscrição e envio de resumos vai até 20 de Outubro de 2008 e detalhes do evento podem ser obtidos na página web www.iq.ufrj.br/~sima ou pelo e-mail ivsima@iq.ufrj.br.

Fonte: Sarai de Alcantara (UFRJ)

Contribuições devem ser enviadas para o Editor do Boletim Eletrônico da SBQ: catalani@sbq.org.br Até nossa próxima edição!!!   Prof. Luiz Henrique Catalani Editor do Boletim Eletrônico Prof. Norberto Peporine Lopes Editor Associado do Boletim Eletrônico Sociedade Brasileira de Química - SBQ

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AGOSTO 2008

 

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