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SOCIEDADE BRASILEIRA DE QUÍMICA  BOLETIM ELETRONICO  No. 644
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Chemical Society ( www.sbq.org.br/publicacoes/indexpub.htm) a revista
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Latina. Visite a nova página eletrônica do JBCS na home-page da
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VEJA NESTA EDIÇÃO:

1. Prof. K. Barry Sharpless, Nobel de Química em 2001, vai proferir a
conferência de abertura do 3o Simpósio Brasileiro em Química Medicina
2. Mestrado e Doutorado em Química de Produtos Naturais (NPPN-UFRJ)
3. Inscrições abertas para o Curso de Mestrado em Química Aplicada da
Universidade do Estado da Bahia
4. Curso de curta duração sobre espectroscopia eletrônica de moléculas
biológicas na UFRJ
5. Presidente do CNPq pede aos assessores científicos da agência que
atualizem os critérios de avaliação

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1. Prof. K. Barry Sharpless, Nobel de Química em 2001, vai proferir a
conferência de abertura do 3o. Simpósio Brasileiro em Química Medicinal
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O Professor K. Barry Sharpless (The Scripps Research Institute, EUA),
laureado com o Nobel de Química em 2001, estará pela primeira vez no
Brasil para proferir a conferência plenária de abertura do 3o.
Simpósio Brasileiro em Química Medicinal
( http://www.brazmedchem.if.sc.usp.br), em novembro de 2006. O título
desta conferência histórica para a Química brasileira, apresentado
em primeiríssima mão no boletim da SBQ, é "The Secret Life of Enzymes:
An Aggressive Approach to Drug Discovery".

O Professor Sharpless demonstrará em sua conferência que o futuro da
indústria farmacêutica será marcado por grandes desafios, tendo como
elemento central a inovação científica e tecnológica. Neste sentido,
será vital o papel da área de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) de
fármacos, mergulhando na Química Medicinal suas raízes mais profundas.

O prêmio Nobel de Química de 2001 foi atribuído a dois cientistas
norte-americanos, William S. Knowles e K. Barry Sharpless, e a um
japonês, Ryoji Noyori, que fizeram trabalhos sobre o desenvolvimento
da catálise assimétrica em síntese orgânica, metodologia voltada para
acelerar reações químicas e que permite a produção industrial em larga
escala, de antibióticos, antiinflamatórios, adoçantes, fragrâncias,
flavorizantes, defensivos agrícolas e novos materiais.

Barry Sharpless recebeu o prêmio "por seus trabalhos sobre as reações
de oxidação catalisadas por complexos quirais". Sem dúvida, o trabalho
de Sharpless levou adiante as fronteiras da investigação científica
com descobertas que são aplicadas em uma ampla gama de sínteses
industriais de produtos farmacológicos, como os antibióticos, os
antiinflamatórios e os cardiotônicos, cujos resultados são aplicados
em particular na luta contra o mal de Parkinson. Sharpless realizou
pesquisas que permitiram a produção de medicamentos para o coração,
como os betabloqueadores. Também foi graças às pesquisas inovadoras
de Sharpless que fármacos contra a úlcera foram descobertas.

Além da busca do controle da reatividade de reações químicas e/ou nos
novos métodos sintéticos, devemos mencionar a contribuição notável
destes em diversas áreas estratégicas da indústria farmacêutica
mundial. Por exemplo, na síntese de coleções de compostos candidatos
a agentes neurodegenerativos, na geração de diversos protótipos
candidatos a agentes anticancerígenos, na síntese de inibidores
potentes e seletivos da protease de HIV, na síntese de inibidores da
acetil colinesterase e de diversos outros ligantes de alvos biológicos
de extremo valor terapêutico.

Os resultados das pesquisas acadêmicas pioneiras de Sharpless
contribuíram significativamente para o desenvolvimento não só da
química, mas também das áreas de ciência dos materiais, biologia e
medicina.

Fonte: Prof. Adriano D. Andricopulo
Prof. Luiz Carlos Dias

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2. Mestrado e Doutorado em Química de Produtos Naturais (NPPN-UFRJ)
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Estarão abertas até 03/02 as inscrições para a seleção ao Mestrado e
Doutorado em Química de Produtos Naturais do Núcleo de Pesquisas de
Produtos Naturais (NPPN) da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
 
Linhas de Pesquisa:
 
Fitoquímica (Química de Plantas Medicinais)
Atividade Biológica de Produtos Naturais
Quimiossistemática Micromolecular
Síntese Orgânica e Química Medicinal
Modelagem Molecular e Espectroscopia
Ecologia Química
Metodologias Analíticas para a Investigação de Produtos Naturais
Química de Produtos Naturais Marinhos
 
Maiores informações podem ser encontradas na secretaria de
pós-graduação do Núcleo ou em nossos endereços eletrônicos:

Núcleo de Pesquisas de Produtos Naturais, UFRJ, Ilha da Cidade
Universitária, CCS, bloco H, Rio de Janeiro, RJ. tel.: 0-21-25626791
(c/ Sra. Marinéia Silva)
e-mail: posgrad@nppn.ufrj.br
Internet: www.nppn.ufrj.br
 
Fonte: Prof. Alessandro Simas
Coordenador de Pós-graduação

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3. Inscrições abertas para o Curso de Mestrado em Química Aplicada da
Universidade do Estado da Bahia
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Estão abertas até 31 de Janeiro de 2006 e as inscrições para o Curso
de Mestrado do Programa de Pós-graduação em Química Aplicada (PGQA)
da UNEB. As provas deste processo seletivo 2006 ocorrerão nos dias
11 e 18 de Fevereiro de 2006.
 
Maiores informações no sítio eletrônico do PGQA (www.pgqa.uneb.br ).
 
Mauro Korn
Coordenador pró-tempore do PGQA/DCET/UNEB

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4. Curso de curta duração sobre espectroscopia eletrônica de moléculas
biológicas na UFRJ
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Nos dias 6,7,8 e 9 de fevereiro, no Instituto de Química da UFRJ, o
Dr. Paulo Limão Vieira, da Universidade Nova de Lisboa, Portugal,
apresentará o curso "Espectroscopia de estados eletrônicos de
moléculas biológicas por interacção com fótons e elétrons".

O curso será ministrado na sala 633 do Bloco A do Centro de Tecnologia
da UFRJ , no horário de 15 as 17 horas, e destina-se a alunos de
pós-graduação e pesquisadores das áreas de Química, Física e
Astronomia. Alunos de graduação também poderão participar, como
ouvintes.

Informações adicionais podem ser obtidas com o Prof. Gerardo Gerson
B de Souza (gerson@iq.ufrj.br).

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5. Presidente do CNPq pede aos assessores científicos da agência que
atualizem os critérios de avaliação
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Em carta aos membros dos Comitês de Assessoramento, Erney Camargo,
aborda questões de grande relevância para o processo de julgamento
dos pedidos de bolsas de produtividade em pesquisa

Eis a íntegra da carta:

"Prezados Assessores Científicos do CNPq,

Quero mais uma vez agradecer o trabalho dos membros dos Comitês de
Assessoramento (CAs) na avaliação comparada de 5.456 pedidos de
bolsas de produtividade em pesquisa (PQs).

Reitero aqui meu respeito e reconhecimento pelo empenho dos CAs.

Aproveito para reafirmar que a atual gestão mantém seu compromisso de
não interferir em julgamentos de mérito, deixando essa tarefa
inteiramente sob a responsabilidade da comunidade científica, fato do
qual os membros dos CAs são as melhores testemunhas.

Isso não equivale dizer que estejamos alheios a todos os
procedimentos.

Pelo contrário, a administração está preparando, em colaboração com o
Conselho Deliberativo, um detalhado estudo visando aperfeiçoar os
julgamentos de bolsas e auxílios e, eventualmente, corrigi-los em
desvios de rumo.

Foram muitas as reclamações quanto ao presente julgamento. Algumas,
absolutamente improcedentes, alegando perseguições institucionais ou
discriminações regionais.

Outras, factuais e bem fundamentadas, apontando contradições entre os
critérios adotados pelos comitês e a recusa de pedidos. Contradições
desse tipo, considerando o volume de processos examinados, eram
esperadas.

Serão todas analisadas e re-avaliadas quando apresentadas dentro das
normas processuais de recursos. Outras reclamações basearam-se em
princípios e aspectos conceituais.

Quanto a esses aspectos, quero submeter aos membros dos CAs algumas
considerações para reflexão e ponderação.

A partir das décadas de 50-60, nosso país passou a investir seriamente
em pesquisa. Acho que não preciso recontar essa história. De uma
centena de doutores/ano passamos aos 10 mil doutores a serem
graduados em 2006.

A execução orçamentária do CNPq, apenas como exemplo, saltou no mesmo
período de menos de dez milhões de reais a mais de um bilhão (valores
corrigidos para 2005) e de 300 "bolsas" (lato sensu) a 55 mil
bolsas/ano.

Mais de uma geração participou, sob várias formas, dos primórdios
geradores de nosso desenvolvimento científico e acho que devemos nos
orgulhar de seu sucesso.

Esse próprio sucesso, porém, está na raiz dos problemas que
enfrentamos atualmente na concessão das PQs.

Uma nova geração de pesquisadores se formou dentro de um clima de
incentivo à produtividade e publicação científicas.

As bolsas de produtividade em pesquisa ganharam sua forma atual na
década de 70 com o objetivo de estimular a pesquisa. O número de
pesquisadores aumentou progressivamente, tornando-as disputadíssimas.

A concessão das PQs sempre se baseou em produtividade, mas o conceito
de produtividade mudou com o tempo.

Gradativamente, o número de trabalhos publicados passou a ser o
principal indicador de produtividade.

Nasceu toda uma cultura de publicação baseada em indicadores que
passaram a quantificar e avaliar as publicações e seu impacto.

Por sua vez, os CAs, quando instados pela atual gestão do CNPq a
definir e tornar público seus critérios de julgamento, optaram
majoritariamente por critérios quantitativos corporificados na cultura
de publicação.

A transparência da Plataforma Lattes e/ou da Web of Science permite
comparar com facilidade os currículos e a produção de bolsistas com os
de não bolsistas, bem como entre bolsistas das diversas categorias de
PQs.

Essa comparação vem revelando incongruências. A nova geração de
pesquisadores, altamente produtiva tanto em número como em qualidade
de trabalhos, vem cobrando dos CAs coerência com os próprios
critérios adotados.

A detecção de incoerências é a maior fonte de reclamações. É maior
para alguns dos CAs, estando praticamente ausente em outros.

Por outro lado, um segmento importante de pesquisadores entende que
produção científica não pode ser medida apenas por publicações e seu
impacto e vem solicitando à Presidência do CNPq que atue junto aos
CAs para incluir elementos qualitativos, quando inexistam, em seu
elenco de critérios de julgamento.

O próprio Conselho Deliberativo do CNPq (CD) encaminhou diretrizes aos
CAs recomendando que, sem prejuízo de subsídios quantitativos, fosse
atribuído peso também a critérios qualitativos de julgamento.

Recentemente, pedi aos CAs que atualizassem seus critérios,
respeitando, evidentemente, as características de cada área do
conhecimento. Reitero aqui esse pedido, solicitando que levem em
consideração as questões aqui levantadas.

Mais do que isso, peço aos nossos assessores que reflitam sobre esses
problemas e discutam amplamente com seus colegas e as associações
científicas a que pertencem, para que possamos elaborar um sistema
de avaliação e julgamento o mais adequado possível à nossa realidade.

Agradeço mais uma vez sua colaboração, reconhecendo o enorme desgaste
e sacrifícios pessoais que ela envolve.
Atenciosamente,

PS: Brevemente, encaminharei aos membros dos CAs todas as reclamações
recebidas pertinentes a seus respectivos comitês. Encaminharei também
um levantamento preliminar, feito pelos técnicos do CNPq, da produção
científica dos bolsistas de cada comitê."

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Contribuições devem ser enviadas para o Editor do Boletim Eletrônico
da SBQ: Luizsbq@iqm.unicamp.br

Até nossa próxima edição!!!

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Prof. Luiz Carlos Dias
Editor do Boletim Eletrônico
Sociedade Brasileira de Química - SBQ
e-mail: luizsbq@iqm.unicamp.br