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SOCIEDADE BRASILEIRA DE QUÍMICA  BOLETIM ELETRONICO  No. 640
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Assine e divulgue Química Nova na Escola e o Journal of the Brazilian
Chemical Society (www.sbq.org.br/publicacoes/indexpub.htm) a revista
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Latina. Visite a nova página eletrônica do JBCS na home-page da
SBQ (http://jbcs.sbq.org.br).
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VEJA NESTA EDIÇÃO:

1. 12th Brazilian Meeting on Organic Synthesis” - (BMOS-12)
2. Presidente Lula recebe reitores das Universidades federais
3. Plano: dobrar vagas nas Universidades federais
4. Para as Universidades estaduais de SP, faltam garantias financeiras
5. O valor do diploma: Mestrado dobra renda do trabalhador
6. Comentário do Prof. Roberto G. S. Berlinck sobre notícia "Afinal,
por que Hwang mentiu?"
7. Procura-se um Engenheiro Químico ou Químico com experiência em
fábrica de refrigerantes
8. Seleção para professor visitante na área de Química Orgânica na
Universidade Federal de Sergipe
9. FDA alerta contra pílulas de emagrecimento brasileiras

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1. 12th Brazilian Meeting on Organic Synthesis” - (BMOS-12)
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O Comitê Organizador Local, constituído pelos Professores Maria da
Graça Nascimento (Presidente), Antônio Carlos Joussef (Vice-Presidente),
Hugo Gallardo (Secretário Geral), Marcus Mandolesi Sá (Coordenador do
Comitê Científico) e Josiel Domingos (Coordenador de Arte e
Informática), tem a honra de comunicar a toda a comunidade científica
de química a realização do “12th Brazilian Meeting on Organic
Synthesis” (BMOS-12), (http://www.plazahoteis.com.br/itapema.htm)
durante os dias 27 a 31 de agosto de 2007, no Hotel Itapema Plaza
Resort, localizado no balneário de Itapema/SC.

Este evento de grande tradição científica na área de síntese orgânica
possui consolidada repercussão internacional e será realizado pela
primeira vez no Estado de Santa Catarina. Esperamos contribuir de
forma decisiva para que o BMOS-12 esteja à altura dos anseios e das
expectativas de nossa comunidade química brasileira.

Ao mesmo tempo comunicamos a toda a sociedade a composição do Comitê
Organizador.

Comitê Organizador do BMOS-12

Prof. Antonio Luiz Braga - UFSM
Profa. Mara Elisa Fortes Braibante - UFSM
Prof. Aloir Antonio Merlo - UFRGS
Prof. Paulo Henrique Gorgatti Zarbin - UFPR
Prof. Hugo Gallardo - UFSC
Prof. Antonio Carlos Joussef - UFSC
Profa. Maria Graça Nascimento - UFSC
Prof. Marcus Mandolesi Sá - UFSC
Prof. Josiel Domingos  - UFSC
Prof. Paulo César de Jesus - FURB
Profa. Quézia B. Cass - UFSCar
Prof. Luiz Fernando da Silva - USP
Prof. Leandro Helgueira de Andrade - USP
Profa. Lucia Helena Brito Baptistella - UNICAMP
Prof. Luiz Carlos Dias - UNICAMP
Prof. Paulo Roberto Ribeiro Costa - UFRJ
Profa. Aurea Echevarria - UFRRJ
Prof. Silvio D. Cunha - UFBA
Prof. Paulo H. Menezes - UFPE
Profa. Ivani Malvestiti - UFPE

Esperamos contar com a participação de toda a comunidade científica
neste evento. Em breve será divulgada a homepage do BMOS-12 e
distribuída a primeira circular.

Atenciosamente,

Hugo Gallardo
Secretário Geral
12th Brazilian Meeting on Organic Synthesis
(bmos-12@qmc.ufsc.br)

Florianópolis, 16 de Janeiro de 2006

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2. Presidente Lula recebe reitores das Universidades federais
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A expansão das Ifes é um dos principais assuntos a serem discutidos

O processo de expansão das universidades federais é um dos principais
pontos da pauta, na audiência que os dirigentes das 55 Instituições
Federais de Ensino Superior (Ifes), reunidos pela Andifes, terão com
o presidente Lula nesta terça-feira, dia 17, às 15h30, no Palácio do
Planalto.

A abertura de novos campi e de novas universidades federais, como vem
acontecendo, é considerada um importante ganho na luta pela ampliação
do acesso ao ensino público superior no país.

Os reitores, porém, querem sustentabilidade a esta expansão e defendem
a necessidade de recursos humanos e financeiros suficientes para
garantir o funcionamento pleno e com qualidade das instituições.

A expansão das Ifes faz parte de uma luta histórica da Andifes,
iniciada há mais de dez anos.

Na primeira vez em que os reitores das universidades federais foram
recebidos por um presidente da República, em agosto de 2003,
apresentaram a Proposta da Andifes de Expansão e Modernização do
Sistema Federal de Ensino Superior.

O documento levava ao presidente Lula 13 metas a serem alcançadas no
prazo de quatro anos. Entre elas, dobrar o número de alunos na
graduação e na pós-graduação das Ifes.

Outro ponto da pauta é a autonomia das universidades federais, que
tem enfrentado vários entraves legislativos, impedindo o seu pleno
exercício garantido pela Constituição Federal.

O presidente da Andifes, reitor Oswaldo Baptista Duarte Filho,
realizará um pronunciamento ao presidente Lula, expondo os avanços
obtidos pelas Ifes nos últimos anos e as principais demandas que
ainda se apresentam.

Esta é a terceira reunião que os dirigentes das Ifes terão com o
presidente Lula, e faz parte de uma agenda anual definida ainda no
primeiro encontro, por uma solicitação da Andifes.

(Rose Veronez, de Assessoria de Comunicação da Andifes)

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3. Plano: dobrar vagas nas Universidades federais
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Governo quer criar 125 mil vagas no ensino superior até 2010,
privilegiando o interior. Mas faltam professores.

Renata Cafardo escreve para “O Estado de SP”:

O projeto do governo Lula de expansão das universidades federais é
ambicioso. Pretende espalhar pelo país novas instituições e campus e
criar 125 mil vagas federais até 2010 – dobrando o total existente.

Quase todas no interior, onde o ensino superior privado não quer
chegar. Embora a necessidade de mais vagas públicas seja consenso, sua
criação pode sobrecarregar um sistema fragilizado e carente de verbas,
professores e agilidade administrativa.

Pelo cronograma do governo, seriam criadas 25 mil vagas neste ano, 10
mil em 2007, 30 mil em 2008, outras 30 mil em 2009 e mais 30 mil em
2010. O total é maior do que as vagas existentes no sistema.

A intenção é assinar convênios para iniciar a construção de prédios e
a definição de projetos pedagógicos de todas elas até o fim do ano.

O Brasil tem cerca de 10% da população entre 18 e 24 anos cursando o
ensino superior – na Argentina são 20%, na Coréia, 48%. Quase 90% das
vagas aqui são privadas, o resto se divide entre universidades federais,
estaduais e municipais.

“O governo quer democratizar o ensino superior”, diz o secretário da
área no Ministério da Educação (MEC), Nelson Maculan.

Déficit de professores

O projeto prevê 10 novas universidades – entre elas a Federal do ABC,
em Santo André, que teve o projeto arquitetônico divulgado ontem (veja
detalhes no destaque acima) – e 41 novas unidades de universidades já
existentes.

No Estado, a Federal de SP (Unifesp) já começou a se expandir da
capital para Diadema, Santos e Guarulhos.

“Nosso grande problema é a falta de recursos humanos”, diz a diretora
da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de
Ensino Superior (Andifes), Margarida Salomão. Ela explica que durante
os anos 90 não houve novas contratações, tanto de professores, quanto
de pessoal técnico-administrativo. O déficit hoje, segundo seus
cálculos, é de 20%.

O vice-presidente do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições
de Ensino Superior (Andes), Paulo Rizzo, conta que na Universidade
Federal de Santa Catarina, onde trabalha, há cerca de 250 professores
substitutos.

“Isso era usado quando algum professor se aposentava e não podíamos
contratar outro. Mas o substituto já virou uma figura permanente”, diz.

“Não somos contrários à expansão, mas ela precisa vir com garantia de
qualidade.”

Mesmo sem aumento do quadro de pessoal, as universidades passaram a
aumentar, a pedido do MEC, suas vagas a partir de 1998. Naquele ano,
havia 95 mil vagas em todo o sistema; hoje, são 123.959.

O MEC ainda não tem previsão de quantos professores e técnicos serão
contratados até o fim da expansão.

Recentemente, houve a primeira liberação de vagas para professores.
Serão abertos neste ano concursos para contratar 2.250 mestres e
doutores para as federais já existentes e 1.759 que trabalharão nas
novas.

Verbas

Para o funcionamento do megassistema federal, o MEC havia proposto
regras em sua Reforma Universitária, mas o projeto parou na Casa Civil
e nem chegou ao Congresso Nacional.

Ele previa que 75% do orçamento do ministério fosse direcionado ao
ensino superior federal. Andifes e Andes consideram o valor
insuficiente, mas reconhecem que já houve crescimento no orçamento
de custeio durante o governo Lula.

Mesmo assim, durou 112 dias a última greve nas federais, que acabou
em dezembro. “E expansão é custo, precisa aumentar mais”, completa
Margarida.

Maculan diz que houve falta de financiamento do ensino superior no
governo passado. E mostra que, de 1997 para 2005, o total destinado
às universidades pulou de R$ 6,6 bilhões para R$ 8,9 bilhões.

Ela reclama também da burocracia. Os processos são lentos e precisam
sempre passar pelo ministério.

“Nem exoneração e substituição de profissionais podemos fazer
sozinhos”, diz. Há anos, o sistema pede a autonomia administrativa,
como já ocorre em São Paulo com USP, Unicamp e Unesp.

Carência

“SP tem carência de vagas no ensino superior público”, diz o
pró-reitor de Graduação da Unifesp, Luiz Eugênio Mello, justificando
os novos rumos tomados pela instituição.

Neste ano, começam a funcionar os primeiros cursos na Baixada
Santista. Convênio com a prefeitura de Diadema já garante também
vagas na cidade do ABC de Farmácia, Ciências Biológicas, Química e
Engenharia Química.

Mas o passo mais audacioso da Unifesp deve ocorrer em Guarulhos com
a abertura de cursos na área de humanas. A instituição, ex-Escola
Paulista de Medicina, há décadas se dedica à saúde.

“Já sabemos o que é fazer pesquisa e ensino de qualidade, podemos
fazer o mesmo em outras áreas”, diz Mello.

Haverá ainda vagas federais em dezenas de cidades do Norte e Nordeste,
que hoje tem a menor oferta do país.

Fonte: O Estado de SP, 14/1

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4. Para as Universidades estaduais de SP, faltam garantias financeiras
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USP, Unesp e Unicamp defendem um aumento definitivo no orçamento para
manter os novos cursos funcionando.

Renata Cafardo escreve para “O Estado de SP”:

O projeto de expansão das três Universidade estaduais paulistas
começou em 2002 e aumentou em cerca de 30% o número de vagas públicas
no Estado.

O projeto mais emblemático foi o novo campus da USP na zona leste da
capital, que começou a funcionar em 2005. Atualmente, reitores e
governo discutem como garantir financeiramente a consolidação dessa
expansão.

"O maior investimento até agora foi para erguer os prédios", diz a
reitora da USP, Suely Vilela. Até hoje, a expansão foi feita com
verbas complementares ao orçamento, destinadas pelo governo ano a
ano, conforme os projetos apresentados pelas Universidades.

Foram R$ 265 milhões entre 2002 e 2005. A USP recebeu grande parte
dessa verba e criou mais de 2 mil vagas e 20 cursos.

Suely e seus colegas da Unesp e Unicamp, no entanto, defendem um
aumento definitivo no orçamento para manter os novos cursos
funcionando.

Atualmente, as três instituições recebem do governo 9,57% da
arrecadação do ICMS do Estado. O veto do governador Geraldo Alckmin
ao aumento desse porcentual originou uma greve em setembro do ano
passado.

No fim dela, acordos garantiram aumento do índice em 0,1% e promessas
de outras mudanças futuras. Mas nada disso foi sacramentado porque a
Lei do Orçamento do Estado para 2006 ainda não foi votada pela
Assembléia Legislativa. A previsão é que isso aconteça até o fim
deste mês.

Segundo o secretário estadual adjunto de C&T, Fernando Dias Menezes,
só o crescimento da economia já garante que as Universidades terão
mais verbas nos próximos anos, já que seus orçamentos são vinculados
ao ICMS.

Mesmo assim, ele diz que está sendo negociado um aumento de 0,35% no
porcentual.

Dele, 0,05% deve ser destinado ao novo campus da Unicamp, em Limeira,
o que representa cerca de R$ 20 milhões. "Não dá para continuar
expandindo sem dinheiro novo", diz o reitor José Tadeu Jorge.

Desde 2002, a instituição já criou 900 vagas em seus vestibulares e
serão mais mil em Limeira. Um terreno de 500 metros quadrados deve
abrigar cursos de Engenharia, Administração e Licenciatura, entre
outros.

A previsão é de contratar 150 professores e 80 funcionários
técnico-administrativos.

"Cada professor doutor em regime de dedicação exclusiva custa mais
de R$ 100 mil por ano", diz o reitor da Unesp, Marcos Macari.

A instituição criou nos últimos anos sete unidades pelo interior do
Estado – em Dracena, Rosana, Tupã, Ourinhos, Itapeva, Sorocaba e
Registro - e ampliou cursos já existentes. O aumento foi de 1.799
vagas.

Macari assumiu no início de 2005 e teve de acabar com um problema
acarretado pela expansão.

Para economizar recursos, a antiga gestão havia colocado nas novas
unidades os chamados professores conferencistas, que não tinham
vínculo com a Unesp, não faziam pesquisa nem extensão.

"Eles davam as aulas e iam embora", diz. Agora, já foram contratados
60 professores e são necessários outros 150.

Fonte: O Estado de SP, 14/1

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5. O valor do diploma: Mestrado dobra renda do trabalhador
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Pesquisa mostra que qualificação de nível médio foi a que mais perdeu
rendimento de 1995 a 2004.

Antônio Góis e Pedro Soares escrevem do Rio para a “Folha de SP”:

Apesar da queda generalizada na renda em todos os níveis de
escolaridade de 1995 a 2004, ter um diploma, de preferência acrescido
de mestrado ou doutorado, continua fazendo muita diferença no mercado
de trabalho.

Em contrapartida, nesse mesmo período, diminuiu muito o diferencial
de quem tinha completado apenas o ensino médio, já que foram esses
os trabalhadores que mais perderam renda.

Esses dados são de uma tabulação da Pnad (Pesquisa Nacional por
Amostra de Domicílios), do IBGE, feita a pedido da Folha pelo
sociólogo Álvaro Comin, do departamento de sociologia da USP e do
Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento).

Em 2004, a Pnad indicava que o trabalhador com mestrado ou doutorado
completo tinha renda média de R$ 4.599. Esse valor é 96,3% maior do
que o verificado entre os que tinham completado apenas o ensino
superior, que era de R$ 2.342.

Apesar de a renda média de quem tem doutorado e mestrado ter caído
24% de 1995, quando chegava a R$ 6.062, a 2004, a distância que
separa esses trabalhadores ultra-escolarizados dos que haviam parado
de estudar após completar a universidade aumentou no período.

Em 95, a diferença na renda média entre os dois perfis de trabalhador
era de 84,2%. Isso ocorreu porque os que tinham nível superior tiveram
queda maior do que os com mestrado e doutorado (28,8%).

No entanto, nenhum trabalhador viu sua renda cair tanto no período
quanto o que possuía apenas o diploma de nível médio.

Por essa razão, o grande degrau de rendimento continuava sendo do
ensino médio para o ensino superior.

A renda média dos que conseguiram passar pelo funil da universidade
era 173,3% maior do que a dos que haviam parado no ensino médio.

O período de 1995 a 2004 é marcado por perdas sucessivas na renda
média dos trabalhadores em todos os níveis de escolaridade.

Esse quadro, no entanto, é mais acentuado para os que tinham apenas
diploma de nível médio. Em 1995, a renda média deles era de R$ 1.335.
Em 2004, caiu 35,8% e chegou a R$ 857.

Como a queda foi menos intensa no nível de escolaridade logo abaixo
(aqueles que completaram apenas o ensino fundamental), o diferencial
desse trabalhador no mercado de trabalho foi o que mais diminuiu.

Em 1995, ter diploma de nível médio significava uma renda média 71,2%
maior em relação ao ensino fundamental completo. Nove anos depois,
essa diferença caiu para 46,6%.

O trabalhador que teve a menor perda em sua renda foi o de baixíssima
escolaridade (menos de quatro anos de estudo), cujo rendimento caiu
19%, ao passar de R$ 488 para R$ 395.

A segunda menor perda ocorreu entre os que completaram quatro anos de
estudo, com queda na renda de 22%.

Esse segmento, no entanto, foi o único a ter apresentado aumento na
renda quando se compara 2003 com 2004.

Enquanto todos os outros trabalhadores tiveram queda de um ano para
o outro, esses conseguiram aumentar seu rendimento médio em 2,4%.

Grande degrau

"Sem dúvida, o nível superior continua sendo o grande degrau. O ensino
médio é que já apresenta claramente sinais de perda de importância,
tanto que, quando olhamos os dados de desemprego para os últimos 15
anos, vemos que é nesse segmento que ele mais cresce", afirma Comin.

O economista Cláudio Dedecca, da Unicamp, afirma que a queda do
rendimento entre os trabalhadores com nível médio está ligada também
ao aumento de oferta de trabalhadores com essa escolaridade e aos
processos de contratação das empresas.

"Mesmo no caso de uma vaga que não exige tanta qualificação, se a
empresa, no processo de recrutamento, não faz exigência de
escolaridade, vão aparecer cinco mil trabalhadores para disputar aquele
emprego. Se ele coloca a exigência de nível médio, a procura é menor, e
o processo de escolha é mais simples e menos caro", explica Dedecca.

Por causa das altas taxas de desemprego no período, Dedecca afirma que
o rendimento da população com nível médio caiu porque eles passaram a
ocupar postos de menor remuneração.

Marcelo de Ávila, economista do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica
Aplicada), também ressalta uma "maior seletividade" do mercado de
trabalho, possível graças ao aumento da qualificação da força de
trabalho.

Segundo ele, todas as pesquisas de emprego mostram uma perda efetiva
no número de vagas de pessoas com até sete anos de estudo (fundamental
incompleto), o que revela a maior seletividade das empresas na hora de
contratarem.

Tal movimento, diz, só é possível porque há um grande contingente de
pessoas com nível médio no mercado de trabalho.

Com a grande oferta de trabalhadores de nível médio, diz, a tendência
é que esse grupo se empregue com salários menores, o que reduz o
rendimento médio desse grupamento.

"Se uma empresa dispensar um empregado com ensino médio, há 500 mil na
fila com o mesmo nível ou até mais qualificados", afirmou.

Para Ávila, o que leva uma pessoa hoje a fazer uma universidade é,
mais do que uma esperança de aumento salarial, a perspectiva de
aumentar sua empregabilidade:

"Antes, as pessoas faziam uma faculdade para aumentar seus salários.
Atualmente, mais anos de estudo não são garantia de um salário mais
alto. O que as pessoas buscam ao estudarem mais é ter uma chance
maior de se empregarem".

Perita diz que mestrado abriu portas

Concluir o mestrado e o doutorado representou na vida do economista
Marcelo Fonseca, 41, uma nova perspectiva profissional e um aumento
de cerca de 50% nos seus rendimentos.

Descrente com seu futuro profissional e "enfadado" com as funções de
diretor financeiro e de controladoria, Fonseca, que já tinha um MBA
em finanças, decidiu em 2001 ingressar no mestrado em economia do
Ibmec-Rio.

Foi, para Fonseca, o começo de uma nova carreira: a acadêmica.
Fonseca começou a dar aulas em 2004 e atualmente já é coordenador
de curso de pós-graduação da Unilasalle, universidade ligada à
Igreja Católica que tem campi em Niterói (RJ), Manaus (AM) e Canoas
(RS).

"O meu dia-a-dia era muito enfadonho. E, como há uma oferta muito
grande de mão-de-obra e um esvaziamento econômico da indústria no
Rio, os salários não subiam. Estava ganhando o mesmo havia quatro
anos.

Ao migrar para a vida acadêmica, minhas perspectivas profissionais
se alargaram e também passei a ganhar mais", afirmou Fonseca.

Motivado, Fonseca cursa agora o doutorado em economia na UFF
(Universidade Federal Fluminense).

Sua tese é sobre regulação no setor bancário e o impacto que um
controle mais rígido do nível de competição das instituições
financeiras poderia trazer para a redução das taxas de juros.

A especialista em perícia ambiental Lilian Alves de Araújo, 47,
também está concluindo o doutorado e conta que passou a receber
mais convites para dar aulas e palestras depois de ter feito o
mestrado. Melhorou, com isso, seu rendimento.

Graduada em arquitetura e urbanismo pela Universidade Católica de
Goiás, ela diz que o doutorado abriu muitas portas. E ter mestrado
ou doutorado faz diferença no bolso: "O valor da hora-aula é sempre
maior", diz. Seu trabalho principal é realizar perícias para o
Ministério Público sobre obras e projetos que possam ter impacto
ambiental. Mas ela pretende complementar a renda, cada vez mais, com
os cursos que ministra.

Mestre em gestão ambiental pela Estácio de Sá, Alves de Araújo cursa o
doutorado em geografia pela UFRJ.

Fonte: Folha de SP, 15/1

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6. Comentário do Prof. Roberto G. S. Berlinck sobre notícia "Afinal,
por que Hwang mentiu?"
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Como bem assinalado na notícia publicada por Herton Escobar no jornal
"O Estado de São Paulo", a ciência hoje em dia é uma atividade
extremamente competitiva, e que por isso têm levado a sérios deslizes,
alguns mais sérioa do que outros. Lembro-me particularmente de um caso,
envolvendo o químico Breitmaier, autor do excelente livro "13C-NMR
Spectroscopy", que publicou artigo na revista "Angewandte Chemie –
International Edition in English" no início dos anos 90 (ZADEL G,
EISENBRAUN C, WOLFF GJ, BREITMAIER E, ENANTIOSELECTIVE REACTIONS IN
A STATIC MAGNETIC-FIELD, ANGEWANDTE CHEMIE-INTERNATIONAL EDITION IN
ENGLISH 33 (4): 454-456 MAR 3 1994), que causou uma enorme celeuma na
comunidade dos químicos orgãnicos de síntese à época. Semanas depois
o artigo foi questionado por pesquisadores de outros laboratórios,
que tentaram reproduzir os resultados obtidos pelo grupo alemão, sem
sucesso, e Breitmaier escreveu carta à revista se desculpando pelos
resultados mal analisados por um de seus alunos.

O fato de a ciência ter se transformado em um ramo de atividade
altamente competitivo não justifica a publicação de resultados
inconclusivos, que possam ser questionados posteriormente por outros
pesquisadores. Este fato é especialmente importante quando se
consideram as consequências práticas de erros de análise e
interpretação de resultados, bem como a atitude ética para a formação
dos pesquisadores participantes em projetos científicos. Por outro
lado, a natureza humana muitas vezes é complexa, e a busca pelo
sucesso e reconhecimento ultrapassa os limites da racionalidade.

Basta verificar o forte apelo da mídia sobre nossas atividades diárias,
nos bombardeando praticamente 100% do tempo em que estamos despertos,
através da internet, televisão, rádio, jornais, revistas, etc.,
vulgarizando a informação e pressionando o indivíduo para que tenha
reconhecimento ou não será nada nem ninguém.

Pessoalmente, considero que o "caso Hwang" foi muito elucidativo de um
deslize cometido por um pesquisador que buscava renome e sucesso antes
de um reconhecimento devido no âmbito de seus pares, em decorrência do
desenvolvimento de um trabalho sério e maduro. Caso semelhante foi a
divulgação dos resultados de experimentos de fusão a frio realizados
nos EUA no fim dos anos 80. Estes foram divulgados pela mídia leiga
antes da publicação em revistas científicas, e a decorrência natural
foi a verificação de que os resultados eram enganosos. Se por um lado
o "caso Hwang" nos leva a refletir sobre a importância da realização
de experimentos conclusivos de maneira a confirmar hipóteses
científicas, por outro lado não podemos esquecer o lado humano do
problema.

Felizmente o "caso Hwang" não teve maiores consequências para a
comunidade científica e para a sociedade. Por isso, considero que a
execração pública do pesquisador é um exagero, e que a sua eventual
perseguição será um erro ainda maior ao seu erro científico, que foi
corretamente assumido pelo pesquisador.

Afinal, quem arcou com o ônus do desenvolvimento das armas nucleares
e os "testes" destas armas sobre Hiroshima e Nagazaki? O mesmo
argumento vale para os cientístas (vários químicos) que desenvolveram
armas químicas e biológicas. Quem tem conhecimento dos resultados
definitivos sobre seres vivos de possíveis efeitos causados por
alimentos produzidos a partir de sementes transgênicas? Quais serão
os efeitos a longo termo da poluição produzida pelas indústrias sobre
a população? Nos últimos 2 anos, alguns medicamentos foram retirados
do mercado por apresentarem efeitos colaterais em pacientes, até
mesmo a morte, não observados (???!!!???!!!) durante os testes
clínicos.

Embora nenhum êrro justifique outro, é necessário se ponderar com
cuidado a integridade de uma pessoa que teve uma excelente formação,
que é capaz de realizar pesquisa de extrema importância para a saúde
dos seres vivos, e que pode certamente contribuir para a melhoria da
qualidade de vida no nosso planeta. Nós pesquisadores devemos estar
atentos ao fato de que erros ocorrem (alguns são provocados), e que,
se apurados e verificados em tempo, constituem a melhor maneira de
adquirir conhecimento. A história nos ensina que a indicação de bodes
expiatórios nunca foi uma atitude aceitável, em qualquer
circunstância.

Se Hwang e sua equipe reconheceram seu erro em tempo, que seja
possível seu perdão e que sua previa contribuição à ciência, bem como
dos pesquisadores coreanos em geral, seja devidamente reconhecida pela
comunidade científica internacional, de maneira justa e isenta.

cordialmente,

Prof. Roberto G. S. Berlinck
Instituto de Química de São Carlos
Universidade de São Paulo

Nota do Editor: A notícia a que o Prof. Roberto Berlinck se refere foi
divulgada no Boletim Eletrônico da SBQ, No. 639, notícia No. 9, com o
título: “Afinal, por que Hwang mentiu?”

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7. Procura-se um Engenheiro Químico ou Químico com experiência em
fábrica de refrigerantes
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Fui procurado por uma empresa pedindo ajuda para procurar um
ENGENHEIRO QUIMICO ou QUIMICO com experiência em fábrica de
refrigerantes para atuar em Fortaleza, cargo gerente ou diretor de
produçao. Detalhes com (santo_nicola19@yahoo.com.br).

Prof. José Augusto Rosário Rodrigues
IQ-UNICAMP

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8. Seleção para professor visitante na área de Química Orgânica na
Universidade Federal de Sergipe
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Gostaria de anunciar a seleção para professor visitante na área de
quimica orgânica aqui na Universidade Federal de Sergipe.

As informações detalhadas estão no link abaixo:
(http://www.ufs.br/doc_pdf/edital69-2005-cpd-visitante.pdf)

Fonte: Prof. Dr. Carlos Alexandre Borges Garcia
Universidade Federal de Sergipe - Depto. de Química

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9. FDA alerta contra pílulas de emagrecimento brasileiras
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O FDA, o órgão do governo americano que controla alimentos e remédios,
está alertando consumidores americanos a não usar dois remédios
importados do Brasil para emagrecimento.

Segundo o órgão, embora sejam vendidos como suplemento dietético, eles
contém substância de uso controlado, como antidepressivo e anfetamina.

Um deles é o Emagrece Sim, também conhecido como pílula de
emagrecimento brasileira, e o outro o Herbathin. De acordo com o FDA,
os dois produtos contém substâncias controladas, que podem causar
sérios efeitos colaterais.

As substâncias são chlordiazepoxide HCl (o ingrediente ativo do
Librium), e fluoxetine HCl (o ingrediente ativo do Prozac). O
chlordiazepoxide HCl (Librium) é usado para reduzir ansiedade e
controlar os sintomas de abstinência de álcool. Pode causar
dependência e provocar sonolência e enjôo e limitar a capacidade
de dirigir.

O fluoxetine HCl (Prozac) é um antidepressivo usado para tratar
distúrbio obssessivo-compulsivo, pânico e bulimia, e pode causar
sérios efeitos colaterais.

Estimulante

Os dois remédios também contém Fenproporex, um estimulante que não
foi aprovado para venda nos Estados Unidos.

De acordo com o FDA, a substância se converte em anfetamina no
organismo e foi encontrada em exames de urina de pessoas que tomaram
o produto.

O FDA está aconselhando consumidores a não trazerem os produtos para
os Estados Unidos e a quem já comprou a devolvê-los para os
fornecedores. Fiscais estão sendo orientados a não permitir a entrada
dos produtos em território americano.

Tanto Emagrece Sim quanto Herbathin são vendidos como suplementos
alimentares, mas de acordo com o FDA, os produtos contém substâncias
de uso controlado.

Os dois produtos são vendidos no mercado americano pela internet e
também importados e distribuídos pela Emagrece Sim Laboratories, de
Miami.

O website da empresa não tinha nenhuma mensagem nesta sexta-feira, e
o telefone era atendido por uma secretária eletrônica informando que
o escritório estava fechado, ainda durante o horário comercial.

Fonte: BBC-Brasil.com
(http://www.bbc.co.uk/portuguese/ciencia/index.shtml)

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Contribuições devem ser enviadas para o Editor do Boletim Eletrônico
da SBQ: Luizsbq@iqm.unicamp.br

Até nossa próxima edição!!!
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