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BOLETIM ELETRÔNICO DA SBQ
Nº. 624
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VEJA NESTA EDIÇÃO


1. Lula recomenda a comunidade científica que pressione o governo
2. Sergio Rezende: "Queremos que a sociedade brasileira reconheça a  ciência, a tecnologia e a inovação como ferramentas indispensáveis de uma estratégia de desenvolvimento soberana e sustentável"
3. Ciência e tecnologia para o desenvolvimento, artigo de Sergio Machado Rezende
4. Oportunidade de emprego no Chile para Químicos
5. Premio Samuel Benchimol - Categoria tecnológica
6. Mestrado em Tecnologia Ambiental na UNISC
7. Inovação tecnológica: estamos decolando?, artigo de Rogério Meneghini
8. CNI defende que governo facilite acessos a financiamentos para incentivar inovação tecnológica

 1. Lula recomenda a comunidade científica que pressione o governo   
 
Promete assinar a regulamentação da lei de Biossegurança na próxima semana e pede que deputados aprovem o Fundeb ainda este ano.

"A pressão é a base fundamental do regime democrático. A sociedade tem obrigação de cobrar do governo. O papel de vocês é cobrar", disse o presidente na sessão de abertura da 3ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, em Brasília.

O presidente da República, como seria de esperar, fez um balanço positivo dos resultados de seu governo na área de C&T e anunciou o aumento de recursos para o setor em 2006.

Pediu o apoio de deputados para aprovar, ainda neste ano, o projeto de criação do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Básico) e anuncia para a próxima semana, sem falta, a regulamentação da Lei de Biossegurança.

Destacou a adoção em seu governo dos "marcos regulatórios" para o desenvolvimento da CT&I no país: as leis de Inovação, Biossegurança e Informática, além do debate sobre o novo formato do FNDCT.

Segundo o presidente, com a regulamentação do FNDCT - cujo projeto tramita no Congresso - haverá uma redução imediata de 40% na reserva de contingência da dotação orçamentária, que deverá cair progressivamente até zero em 2009.

Até o fim do ano, os recursos do FNDCT devem atingir R$ 800 milhões e, para 2006, a previsão de liberação é de R$ 1,2 bilhão.

Sobre a regulamentação da Lei de Biossegurança, reivindicada pela comunidade científica, Lula prometeu assiná-la na próxima semana, sem falta.

"Já tinha sido feito um acordo, tivemos problemas, mas pretendo na semana que vem anunciar a regulamentação definitiva da lei, porque já estamos atrasados nisso", afirmou.

Inovação

Depois de ressaltar que o país deve superar em 2006 a meta de formar 10 mil doutores por ano, Lula questionou: "Onde estará o mercado de trabalho para estes profissionais?". A resposta, segundo ele, está nos incentivos à contratação de mestres e doutores por empresas
privadas, assegurados pela Lei de Inovação, e no crescimento de vagas na área acadêmica.

Lembrou que deve inaugurar nos próximos tempos novas Universidades em regiões onde hoje não existe ensino superior público, e que estas novas unidades poderão absorver novos doutores.

O presidente ressaltou que a Política Industrial permitiu a destinação de boa parte dos recursos do MCT para o apoio a projetos. "São esses projetos que contribuem para a inovação tecnológica nas empresas e para a articulação entre Universidades e Institutos de
pesquisa e empresas de base tecnológica".

Fundeb

Lula afirmou que a política de Tecnologia para Inclusão Social é prioridade de seu governo, com destaque para o Programa de Extensão Tecnológica e a Olimpíada Nacional de Matemática de Escolas Públicas, que teve demanda surpreendente.

A intenção, segundo o presidente, é realizar olimpíadas nos mesmos moldes para outras disciplinas e implementar testes para alunos de 4ª a 8ª séries, como forma de testar o grau de conhecimento dos estudantes e o comportamento dos professores.

"Quem sabe a gente começa definitivamente a mudar a qualidade do ensino fundamental, porque sem mudanças todo o mais será muito difícil", considerou.

Nesse sentido, Lula fez um apelo aos deputados, para que não meçam esforços na aprovação do Fundeb ainda este ano.

"Se aprovado este ano, o Fundeb entra em vigor no ano que vem; se não, só em 2007. E todo mundo aqui sabe o que significa um ano de atraso para a nossa garotada". E concluiu: "O Brasil não pode prescindir da educação".

Conferência

Iniciada com quase uma hora de atraso, o ato de abertura da 3ª Conferência Nacional de CT&I contou também com a presença de três ministros, Sergio Rezende, do MCT, Ciro Gomes, da Integração Nacional, e Luiz Fernando Furlan, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, além do deputado C&T Eduardo Campos, ex-ministro da C&T
que deu início aos preparativos do encontro, e de Carlos Aragão, secretário-geral do evento.

Leia abaixo a matéria da assessoria de comunicação do MCT:

Lula destaca importância da ciência e tecnologia para o desenvolvimento
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou que se o Brasil não investir em ciência, tecnologia e inovação, demorará muito mais para atingir o grau de desenvolvimento que o País deve ter
"Nenhum país consegue avançar sem investir em ciência e tecnologia."
A declaração foi feita durante a abertura da 3ª Conferência Nacional de Ciência e Tecnologia (CNCTI), evento que acontece de hoje (16) até a próxima sexta-feira (18), no hotel Blue Tree, em Brasília.

Lula fez referência, ainda, às diversas iniciativas assumidas em seu governo, fundamentais para o progresso nas áreas de pesquisa e desenvolvimento. Dentre elas fez referência à criação da Política Industrial, Tecnológica e de Comércio Exterior, e à aprovação, no
Congresso Nacional, de marcos legais - as leis de Inovação, de Biossegurança e de Informática.

A base legal foi lembrada também pelo ministro da Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende, que destacou a importância do trabalho conjunto para acabar com uma época em que não havia interação entre pesquisadores e a iniciativa privada. "O novo tempo, que se ergue,
está sendo construído por iniciativas como esta conferência nacional e por decisões do governo federal, apoiadas pelo Congresso Nacional, em parceria com os governos estaduais e com o setor empresarial", disse.

Conferência

Durante os três dias do encontro, organizado pelo Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), representantes de toda a sociedade discutirão questões relacionadas a temas considerados fundamentais ao progresso do País. São eles: a geração de riqueza; inclusão
social; inovação e desenvolvimento regional; áreas de interesse social - como energia e a Amazônia; instrumentos, gestão e regulação; e a presença internacional.

"Os temas abordam aspectos do processo de desenvolvimento do País, em busca de propostas concretas e estratégias de ação bem definidas, construídas sobre diagnósticos detalhados", explicou Rezende.

A iniciativa de realizar a 3ª Conferência surgiu em 2004, de uma iniciativa do então ministro, Eduardo Campos, fato lembrado pelo secretário-geral do evento, Carlos Alberto Aragão de Carvalho Filho.


Foram realizadas cinco conferências preparatórias regionais, eventos que, assim como este, foram organizados pelo Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE) e pela Associação Brasileira de Instituições de Pesquisa Tecnológica (Abipt), e que contaram, ainda, com a participação da Academia Brasileira de Ciências (ABC) e das fundações estaduais de amparo à pesquisa.

Ainda durante a cerimônia de abertura, Aragão agradeceu as presenças do presidente Lula, dos ministros do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, e da Integração, Ciro Gomes, além do deputado Eduardo Campos.

Histórico

A Conferência Nacional de Ciência e Tecnologia surgiu em 1985, por iniciativa do primeiro ministro da Ciência e Tecnologia, Renato Archer. Seu objetivo era ampliar a participação da sociedade brasileira na definição de uma política científico-tecnológica para
o País.

A segunda edição da conferência só veio a ocorrer em 2001, e optou por enfatizar a importância da inovação tecnológica como instrumento para a competitividade, passando a denominar-se "Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação" (CNCTI). Foram criados os fundos setoriais, para fortalecer o financiamento do sistema de CT&I, bem
como o Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), destinado a prover o sistema de mecanismos de prospecção, acompanhamento e avaliação.

Recomendações e definições de estratégias para a ciência, a tecnologia e a inovação nacionais foram sintetizadas em um "Livro Branco", apresentado pelo então ministro da Ciência e Tecnologia, Ronaldo Sardenberg.
(Gustavo Sousa Jr, da assessoria de imprensa do MCT)

Fonte: JC e-mail 2895, de 16 de Novembro de 2005.

2. Sergio Rezende: "Queremos que a sociedade brasileira reconheça a ciência, a tecnologia e a inovação como ferramentas indispensáveis de uma estratégia de desenvolvimento soberana e sustentável"   

Leia a íntegra do discurso do ministro da C&T, Sergio Rezende, na solenidade de abertura da 3ª Conferência Nacional de CT&I, que acontece em Brasília, desta quarta até sexta-feira

O presidente da república, Luiz Inácio Lula da Silva, também participou da abertura do evento.

Rezende, antes de pronunciar seu discurso, fez um detalhado histórico do processo de realização das duas primeiras conferências nacionais de CT&I e desta terceira, que segue até sexta-feira, nas dependências do Hotel Blue Tree Park, em Brasília (DF).

Leia a íntegra de seu discurso:

A 3ª. Conferência Nacional de Ciência e Tecnologia, que hoje se inicia, tem por objetivo formular propostas e estratégias de ação para promover o desenvolvimento sustentável do Brasil com base na ciência, na tecnologia e na inovação produzidas no país.

Desenvolvimento pressupõe a capacidade de gerar riqueza em uma economia globalizada, que tem o conhecimento científico e tecnológico como valor agregado a diferenciar produtos, processos e serviços, e a inovação como novo paradigma de competitividade.

Desenvolvimento pressupõe a capacidade de distribuir conhecimento e riqueza por meio de um processo permanente de inclusão social, em que educação, saúde, habitação, emprego e renda estejam ao alcance de todos os cidadãos.

Desenvolvimento pressupõe a capacidade de perseguir objetivos estratégicos de interesse nacional, como a defesa do país, a proteção de seu meio-ambiente, a utilização responsável de seus recursos naturais e energéticos, o tratamento especial a regiões como a Amazônia, o Cerrado, o Pantanal e o Semi-árido, a atenção a programas voltados para o futuro, como o Programa Nacional de Atividades Nucleares e o Programa Nacional de Atividades Espaciais.

Desenvolvimento pressupõe a capacidade de manter uma presença internacional participativa e solidária, amparada no conhecimento e capaz de agir e influir nas grandes questões de interesse global.

Por fim, desenvolvimento também pressupõe a existência de instrumentos de financiamento e gestão adequados, definidos por marcos regulatórios modernos, que garantam a sustentabilidade do processo de crescimento econômico e social.

Os grandes temas da 3ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação abordam exatamente esses aspectos do processo de desenvolvimento do país, em busca de propostas concretas e estratégias de ação bem definidas, construídas sobre diagnósticos detalhados.

Para debatê-los, aqui estarão reunidos, por três dias, representantes da academia, do empresariado, de organizações não-governamentais, do Poder Legislativo, do Poder Judiciário e dos governos Federal e estaduais.

O Brasil tem plenas condições de levar a termo esta tarefa, dado o notável exemplo de dinamismo científico que vem apresentando há meio século.

Além do importante progresso acadêmico, que nos permite contar com especialistas nas mais diversas áreas, houve avanços na utilização, pelo setor produtivo brasileiro, da ciência, da tecnologia e da inovação produzidas no país.

É bem conhecido o exemplo da Petrobras que, em consórcio com Universidades, centros de pesquisa e institutos tecnológicos, desenvolveu a mais avançada tecnologia de prospecção em águas profundas, responsável, em breve, pela auto-suficiência na produção de petróleo.

As conquistas da Embrapa e das escolas agrícolas permitiram ao país atingir, no Cerrado brasileiro, uma das maiores produtividades por hectare do Mundo.

Nada menos de 40% das exportações brasileiras vêm do agronegócio, resultado que tem forte correlação com os trabalhos em genética e biotecnologia liderados pela empresa estatal de pesquisa agropecuária.

Há certamente outros casos de sucessos a citar, como a liderança internacional da Embraer na produção de aviões de até 110 lugares, resultado do conhecimento acumulado no ITA e no CTA; o êxito do programa do etanol combustível e os progressos das pesquisas com
outras fontes bio-energéticas; o acelerado avanço da automação bancária; o processo brasileiro de enriquecimento de urânio e a utilização em larga escala de urnas eletrônicas, contribuindo dessa forma a pesquisa tecnológica para o fortalecimento da democracia.

No entanto, ainda há muito a fazer para que o Brasil realize o seu imenso potencial nesse campo. O Governo entende e aceita esse desafio e a ele tem procurado dar respostas concretas.

O MCT adotou a nova Política Industrial Tecnológica e de Comércio Exterior, a inclusão social e um conjunto de objetivos estratégicos de interesse nacional como seus eixos verticais de atuação.

Eles recebem sustentação por parte das ações de consolidação e expansão do sistema nacional de ciência, tecnologia e inovação, escolhido como eixo horizontal, transversal e necessário a todos os demais. Essa é a construção política que abarca, de modo natural, os
cinco grandes temas desta conferência.

Inovadora, esta estratégia progride em um momento de transição na política brasileira de ciência e tecnologia.

Nele, é imperativo superar as idéias e as práticos dos velhos tempo, em que programas e projetos de pesquisa guardavam distância das empresas privadas.

E avançar na articulação do novo tempo, balizado pelo trabalho integrado de cientistas, pesquisadores e empresários, em torno da pesquisa e do desenvolvimento de novos processos e produtos, capazes de aumentar a produtividade das empresas e de promover a melhoria das condições de vida da maioria da população.


Do velho tempo restaram desequilíbrios, como o fato de as empresas privadas empregarem hoje menos de 10% dos pesquisadores brasileiros. O novo tempo, que se ergue, está sendo construído por iniciativas como esta conferência nacional e por decisões do Governo Federal, apoiadas pelo Congresso Nacional, em parceria com os governos estaduais e com o setor empresarial.

Do trabalho comum resultaram marcos legais que agora norteiam a pesquisa científica no Brasil, a exemplo da Lei de Inovação, da Lei de Biossegurança, da Lei do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico e da nova Lei de Informática, já em pleno
vigor ou aguardando regulamentação.

À moderna base legal, o Governo Federal agrega instrumentos de pesquisa e ensino, como a NovaRNP (Rede Nacional de Ensino e Pesquisa), que será inaugurada, com transmissão especial, nesta conferência. Ela possibilitará comunicação mais dinâmica entre os centros de pesquisa e as Universidades públicas do país, a uma velocidade de 60 gigabites por segundo.

A capacidade total de transmissão da RNP atual é de 2,5 gigabites. A NovaRNP atenderá a cerca de 300 instituições em todas os estados do país, beneficiando 1 milhão de usuários e colocando o Brasil no mesmo nível dos países centrais, em termos de velocidade de transmissão de dados para pesquisa e ensino.

A inauguração da NovaRNP é mais uma demonstração do empenho do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em consolidar o novo tempo para a ciência, a tecnologia e a inovação nacionais.

Outros exemplos podem ser alinhados, como o crescimento das liberações do FNDCT, que foram de aproximadamente R$ 330 milhões em 2002 e chegarão a cerca de R$ 800 milhões neste ano. Para 2006, estão estimadas liberações de R$ 1,2 bilhão.

São dados que registram o esforço do MCT e do Governo Federal para atender as aspirações de desenvolvimento de toda a sociedade.Queremos que a produção acadêmica continue a crescer, que o número de patentes brasileiras seja ampliado, que as exportações apresentem-se mais intensivas em ciência, tecnologia e inovação.

Queremos, enfim, que a sociedade brasileira reconheça a ciência, a tecnologia e a inovação como ferramentas indispensáveis de uma estratégia de desenvolvimento soberana e sustentável.

São os objetivos que, tenho a convicção, esta reunião de acadêmicos, cientistas, empresários e servidores públicos, com a determinação e o brilho de seus participantes, irá nos auxiliar a alcançar, para o bem da ciência e para o bem do Brasil.

Muito obrigado pela atenção de todos.

3. Ciência e tecnologia para o desenvolvimento, artigo de Sergio Machado Rezende   

Desenvolvidos são os países que detêm conhecimento técnico-científico -e capacidade de decidir seu destino

Na largada do século 21, as bases para o desenvolvimento soberano e sustentável de um país não são apenas aquelas que prevaleciam até meados do século passado: riquezas naturais, extensão territorial ou poder militar.

Desenvolvidos são os países que detêm conhecimento técnico-científico e, portanto, capacidade de decidir seu destino. Aos demais, resta o papel de fornecedores de matérias-primas e de mercados importadores de produtos de maior valor agregado, condenados ao subdesenvolvimento.

É o rumo de um mundo cada vez mais globalizado, onde, nos últimos 50 anos, os avanços e as descobertas científicas superaram todo o saber acumulado até então pela humanidade.

O Brasil tardou a despertar para essa realidade. Apenas na década de 60 começou a ser institucionalizado o ensino de pós-graduação para formar pesquisadores e recursos humanos mais qualificados e foi criado o regime de tempo integral, permitindo que professores pudessem pesquisar nas Universidades.

O sistema de financiamento de pesquisa e de formação de pessoal avançou na década de 70, mas enfrentou crises sucessivas a partir dos anos 80. Ainda assim, o país formou e consolidou a maior e mais qualificada comunidade científica da América Latina, que conta hoje com mais de 50 mil pesquisadores.

Em 2004, estima-se que os investimentos brasileiros, públicos e privados, em pesquisa e desenvolvimento equivaleram a 1,2% do PIB. Porém deveríamos ter 500 mil pesquisadores para atingir a mesma proporção dos países centrais em relação à população e dobrar os
investimentos em P&D para acompanhar o passo desses e de países emergentes.

Sobre essas e outras questões se debruçam, hoje, amanhã e depois, cerca de 2.000 pesquisadores, empresários, políticos e dirigentes, reunidos em Brasília na 3ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação.

Discutirão avanços dos últimos tempos -em particular desde 2001, quando foi realizada a 2ª Conferência-, assim como desafios que permanecem.

Discussão que será importante para tentar definir os caminhos para a pesquisa científica e tecnológica e a inovação no país até o horizonte de 2015, norteada pelo objetivo de formular estratégias e propostas para promover o desenvolvimento sustentável.

É o mesmo objetivo que orienta as ações do governo Lula num momento de transição na política de ciência e tecnologia no país. Nele, é imperativo superar o velho tempo, em que programas e projetos de pesquisa guardavam distância das empresas privadas, e avançar no
novo tempo -a integração de cientistas, pesquisadores e empresários.

Esse esforço é essencial para a criação de produtos e processos inovadores, de modo que o Sistema Nacional de C, T&I contribua de maneira mais decisiva para aumentar a competitividade das empresas brasileiras e promova o desenvolvimento econômico e social.

Do velho tempo, ficaram desequilíbrios, como o fato de as empresas privadas contarem com menos de 10% dos pesquisadores brasileiros. O novo tempo se constrói com iniciativas e decisões do governo federal, apoiadas pelo Congresso Nacional, em articulação com os governos estaduais e com o setor empresarial.

A primeira delas é a Política Industrial, Tecnológica e de Comércio Exterior. Tem por objetivo central fazer com que a cultura da inovação entre definitivamente na agenda das empresas.

Prioriza setores em que o país perdera competitividade tecnológica, como microeletrônica, software, fármacos e bens de capital, mas também contempla outros, como o agronegócio, a biomassa e setores portadores de futuro, a exemplo da biotecnologia e a da nanotecnologia.
Entre os marcos legais da nova política está a Lei de Inovação, que já possibilitou a criação de novos instrumentos para ampliar a cooperação de Universidades e institutos tecnológicos com as empresas e para incentivar atividades de pesquisa, desenvolvimento
e inovação em empreendimentos privados.

Também são destaque os incentivos fiscais, os créditos com juros baixos (até 6% ao ano), capital de risco e subvenção direta para as empresas. Este último incentivo possibilitará às empresas privadas contratar mestres e doutores a um custo mais baixo que graduados.

Do conjunto ainda fazem parte a Lei de Biossegurança, a nova Lei de Informática e a Lei do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT).

Da parte do governo Lula, não falta empenho para que o novo tempo sepulte no passado o velho tempo.

As agências de fomento do Ministério da Ciência e Tecnologia, do CNPq e da Finep dispõem de modalidades e formatos de financiamento cada vez mais flexíveis e com maior abrangência, todos com recursos financeiros crescentes, para apoiar todo o Sistema Nacional de C, T&I e as empresas inovadoras.

Para citar um exemplo, enquanto o FNDCT liberou para projetos de C, T&I cerca de R$ 330 milhões em 2002, até o final de 2005, terá liberado mais de R$ 800 milhões. E, mesmo com as dificuldades atuais, em 2006, o FNDCT deverá contar com mais de R$ 1,2 bilhão.

O esforço é expressivo, mas precisa ser ampliado e continuado para que se consolide um sistema efetivamente nacional de ciência, tecnologia e inovação, garantia do desenvolvimento soberano e sustentável.

É a expectativa que o MCT, ao lado de outros ministérios e agências, compartilha com cientistas, pesquisadores, empresários, políticos e dirigentes, reunidos em Brasília, para traçar os largos caminhos do futuro do país.

Nota do Editor: Sergio Machado Rezende, 65, doutor em física pelo MIT (Massachusetts Institute Of Technology), é o ministro da C&T. Foi secretário estadual de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente de Pernambuco (1995-1998) e presidente da Finep de janeiro de 2003 a julho de 2005. Artigo publicado na "Folha de SP": 16/11.

4. Oportunidade de emprego no Chile para Químicos    

A Universidade de Talca (Talca/CHILE) abriu Concurso para contratação de docentes/pesquisadores com Doutorado em Química, com atuação nas áreas de Produtos Naturais,  Síntese de Produtos Bioativos e Bioorgânica/Química de Proteínas. O salário dependerá do C. Vitae, girando em torno de U$ 2,500.00/mês. Os interessados deverão enviar seus antecedentes para Instituto de Recursos Naturales, Universida de Talca, Casilla 747, Talca/CHILE, indicando " Concurso Química".

Maiores informações com Dr. Guilermo Schmeda-Hirschmann (schmeda@utalca.cl).
 
5. Premio Samuel Benchimol - Categoria tecnológica   

Prezados,

Informo que fui agraciado com um honroso 2o lugar (Categoria Tecnológica) do Premio SAMUEL BENCHIMOL com o projeto intitulado "P & D do óleo essencial das folhas de Pau-rosa". O Projeto P & D do Óleo Essencial das Folhas de Pau-rosaé uma estratégia viável ao desenvolvimento econômico sustentável da Amazônia. O Pau-rosa está
ameaçado de extinção, mas o cultivo proposto em áreas degradadas preserva a espécie. O Projeto considera os aspectos econômicos, tecnológicos, sociais e ambientais beneficiando a população local. O desenvolvimento de cultivos experimentais de 30 ha com 10.000
árvores de Pau-rosa produzirá 1.000 kg de óleo essencial no 5o. ano destilando folhas por arraste á vapor por poda. O faturamento espera do para os pequenos produtores é de US$ 50.000. to Entre outros o prêmio visava Identificar, avaliar, selecionar e divulgar projetos de interesse empresarial e oportunidades de investimento a potenciais financiadores, públicos ou privados.

O conjunto pode ser visto em:
( http://www.amazonia.desenvolvimento.gov.br/Conteudos/agraciados.html )

Os premios serão entregues no dia 24/11 próximo ás 20h no Teatro Ma Silvia Nunes em solenidade organizada pela FIEPA em Belém-PA.

O Prêmio "Professor Samuel Benchimol" foi instituído pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior - MDIC em parceria com o Pró-Amazônia, instituição integrada pelas Federações de Indústrias da Região Amazônica, a Federação de Indústrias do Estado do Amazonas, a Confederação Nacional da Indústria - CNI e do Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequena Empresa - SEBRAE Nacional.
Associaram-se a essa iniciativa os Ministérios do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, do Meio Ambiente-MMA, da Integração Nacional, da Ciência e Tecnologia-MCT e do Turismo e o Banco da Amazônia-BASA com o objetivo de:

I) Promover a reflexão sobre as perspectivas econômicas, ambientais e sociais para o desenvolvimento sustentável da região amazônica;
II) Fomentar a interação permanente entre os setores governamental, empresarial, acadêmico e social da região amazônica e
III) Identificar, avaliar, selecionar e divulgar projetos de interesse empresarial e oportunidades de investimento a potenciais financiadores, públicos ou privados.

Um abraço do,

PROF. DR. LAURO E. S. BARATA
Laboratório de Química de Produtos Naturais
Instituto de Química - UNICAMP
CP 6154 (13083-862) Campinas-SP-Brasil
Tel   (55) -19-3788.3153 (room/sala) ou 3788.3019 (Lab)
Fax (55) - 19-3788.3023
e-mail: (lbarata@iqm.unicamp.br)

6. Mestrado em Tecnologia Ambiental na UNISC   

O Mestrado em Tecnologia Ambiental da Universidade de Santa Cruz do Sul tem como área de concentração Gestão e Tecnologia Ambiental, com linhas de pesquisa em Tecnologias de Prevenção e Remediação da Poluição  e Reciclagem, Tratamento e Disposição de Resíduos Sólidos.

As inscrições estão abertas até dia 15 de dezembro de 2005. As aulas iniciam na primeira quinzena de março. Maiores informações poderão ser adquiridas pelo telefone (51) 3717-7545, ou e-mail (ppgta@unisc.br) ou ( www.unisc.br/ppgta).

Fonte: Lourdes Teresinha Kist
Coordenação do Programa de Pós-Graduação em Tecnologia Ambiental

7. Inovação tecnológica: estamos decolando?, artigo de Rogério Meneghini   

A metáfora é adequada, pois, sem o fruto não se pode ter a semente: sem a ciência não se pode ter inovação tecnológica.

A terceira Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação ocorrerá em Brasília nos dias 16 e 17 de novembro.

O objetivo primordial é a discussão de inovação tecnológica (IT), o insumo mais importante em países desenvolvidos ou países em acelerada emergência, como Coréia, China e Taiwan. Aquele que permite produção de bens com alto conteúdo tecnológico original agregado.

O Brasil cresceu exuberantemente em produção de ciência nos últimos 20 anos, passando de uma contribuição mundial de 0,5% para 1,5%.
Quanto a IT, a situação é precária. Se tomarmos como indicador a quantidade de patentes depositadas internacionalmente o Brasil contribui com 0,04%, isto é, uma contribuição internacional em IT 38 vezes inferior àquela em ciência.

Assim, temos o fruto, que é uma plêiade de cientistas altamente qualificados, mas as sementes da IT não se desprendem do fruto para fertilizar o solo e criar riqueza, como tem ocorrido na Coréia, por exemplo.

A metáfora é adequada, pois, sem o fruto não se pode ter a semente: sem a ciência não se pode ter IT.

O modelo mundial dos países que inovam tecnologicamente é primeiro produzir ciência de qualidade nas Universidades. Isto significa buscar a elucidação dos problemas mais relevantes na fronteira do conhecimento das várias áreas científicas.

Segundo, fazer IT primordialmente nas empresas, absorvendo cientistas qualificados treinados nas universidades.

O Brasil buscou, por falta de opção (em geral desinteresse das empresas em assumir o papel de inovar), estimular a Universidade a criar IT, através principalmente das agências de fomento. Isso não tem funcionado na escala necessária, impondo, ademais, o risco de
desviar o foco da instituição de sua missão principal: a de formar recursos humanos altamente qualificados através da prática de ciência de excelência. Este assunto tem sido discutido por várias lideranças científicas, ressaltando-se dentre elas Carlos Brito Cruz, Diretor Científico da Fapesp.

Há dois aspectos, porém, que gostaria de observar: primeiro que a Universidade brasileira está no momento longe do perigo de se desviar da sua missão primordial, mesmo porque vários mecanismos de avaliação para promoção na carreira e aquisição de recursos para pesquisa se consolidaram ao longo do tempo e estão baseados na produção científica
de qualidade, não havendo exigência quanto a envolvimento em IT.

Segundo, os estímulos criados por programas governamentais e por agências de fomento, alguns um tanto ingênuos, outros mais realistas, voltados para a inserção da universidade no setor de IT, não foram absolutamente em vão e de certa forma modificaram a cultura
existente.

Como praticante de ciência, vivenciado nas lidas acadêmicas e envolvido em processos de avaliação, utilizando para isso indicadores quantitativos, não posso, porém nesse caso oferecer números.

Mas minhas observações, discussões com pares e coleção de fatos não me deixam dúvidas de que o pesquisador da Universidade passou a olhar o seu trabalho com dois olhos distintos, um voltado para o trabalho acadêmico científico e outro atento para a possibilidade de extrair dele idéias para IT.

Embora, como dito acima, não se cobre dele que use este segundo olho, instituiu-se com os procedimentos de estímulo, a noção de mérito de percorrer o caminho da IT.
Mesmo que desprovido num primeiro momento de interesse comercial (royalties, licenciamento de patentes) o pesquisador atavicamente busca o reconhecimento pela sua contribuição intelectual, que funciona como mola propulsora fundamental.

E a IT passou a ser valorizada pela academia, pela mídia e certamente pelo público, até porque IT está mais ao alcance da compreensão do cidadão leigo que uma descoberta científica de caráter mais básico, mesmo que importante: considere, por exemplo, a descoberta de como uma doença é causada (ciência básica) com o desenvolvimento de um
medicamento para combatê-la (IT).

Como conseqüência tem crescido o número de propostas inovadoras e busca de patentes; inicia-se um processo de saída de pesquisadores da Universidade para criar pequenas empresas, utilizando suas descobertas em IT. Surgem empresas de capital de risco interessadas em investir em IT.

Dessa forma, mesmo que ainda incipiente, um modelo que opera em larga escala em países desenvolvidos, reconhecido como fundamental para o desenvolvimento tecnológico, começa a decolar no Brasil.

Lembrar que, apenas para citar dois exemplos, a Google iniciou com dois estudantes de doutorado da Universidade de Stanford, Larry Page e Sergey Brin, interagindo sinergisticamente.

Loyd Smith desenvolveu o primeiro seqüenciador automático de DNA quando estava no Instituto de Tecnologia da Califórnia, uma instituição acadêmica de estudos avançados.

O primeiro exemplo constituiu-se num marco em comunicação pela Internet e o segundo numa ferramenta que revolucionou a biotecnologia moderna.

No entanto, não há dúvida que é no setor empresarial que a IT opera em larga escala nos países desenvolvidos, com investimentos de grande porte em pesquisa.

No Brasil alguns empreendimentos de maior porte começam a se fazer notar, mas os exemplos notórios continuam a se fixar no tripé Petrobrás, Embraer e Embrapa.

Algumas barreiras para que os nossos empresários se aventurem na IT são, primeiro, um desconhecimento e desconfiança, agora injustificados, do potencial de recursos humanos que temos disponível.

Segundo, que investimentos em IT envolvem risco e com os juros ainda altíssimos no Brasil, os empresários inclinam-se a proteger conservadoramente o seu capital no mercado financeiro.

Neste ponto chegamos ao papel do governo, que além da questão dos juros, de abrangência mais geral, pode agir especificamente no caso de estímulo a IT através de incentivos fiscais, linhas de crédito especiais para investimento em IT e redução de taxas de importação para o estabelecimento de infra-estrutura para IT.

Qual a prioridade para essas iniciativas? Depende da prioridade que o governo confere à IT, se apenas retórica ou real.

E finalmente, não se podem esperar grandes mudanças se lideranças políticas, primordialmente o Presidente da República, se pronunciarem eloqüentemente sobre IT sem terem uma compreensão mínima do seu significado e sem um interesse genuíno na sua implantação.

Lembremos que em 1986 o então Presidente Sarney tinha sensibilidade e entendimento a respeito do significado e alcance de cultura e se empenhou na criação de uma lei de incentivos fiscais para o setor que acabou sendo conhecida como lei Sarney.

Pode-se esperar que haja por parte do atual presidente sensibilidade e empenho equivalentes para o setor de IT?

Nota do Editor: Rogerio Meneghini, Coordenador Científico do Programa SciELO da Bireme/Fapesp. Artigo publicado no "JC e-mail":

JC e-mail 2892, de 10 de Novembro de 2005

8. CNI defende que governo facilite acessos a financiamentos para incentivar inovação tecnológica    

Pesquisas realizadas pelo setor industrial demonstram que os empresários estão preocupados com a inovação tecnológica e conscientes de que se trata de requisito imprescindível para elevar a competitividade

O Estado precisa apoiar o setor privado no seu esforço de investimento em inovação tecnológica, propiciando acesso a financiamentos a juros compatíveis com o mercado internacional, bem como instituindo incentivos fiscais voltados especificamente para
estimular a geração e implantação de novas tecnologias.

Essa é a opinião do presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto, que participa nesta quinta-feira (10/11), em Porto Alegre, de reunião com empresários na sede da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs).

Pesquisas realizadas pelo setor industrial demonstram que os empresários estão preocupados com a inovação tecnológica e conscientes de que se trata de requisito imprescindível para elevar a competitividade.

Os Indicadores de Competitividade Industrial, desenvolvidos pela CNI e pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e divulgados em outubro, mostram que as empresas estão ampliando os investimentos em inovação.

Neste ano, 81,2% das indústrias pretendem investir em atividades de pesquisa e desenvolvimento (P&D), como revela o estudo. Em 2003, o número de empresas que aplicaram em inovação foi de 70,7%.

O interesse pelo desenvolvimento tecnológico cresceu principalmente entre micros e pequenas empresas. Em 2005, 74,7% dos empreendimentos desse porte mostraram disposição para investir na área, ante os 60,4% registrados em 2003.

Entre as médias e grandes empresas, a intenção de aplicar em P&D aumentou de 84,1% em 2003 para 88,8% neste ano. Segundo o estudo da CNI, apesar do alto percentual de empresas comprometidas em inovar, a maioria, 63,5%, pretende aplicar apenas 2% do faturamento bruto em desenvolvimento tecnológico.

Para o presidente da Fiergs, Paulo Tigre, é preciso desenvolver ações de incentivo à inovação tecnológica e à capacitação empresarial.
"Entre 2001 e 2003, 3.304 empresas gaúchas implementaram inovações. Mas apenas 661 receberam apoio governamental, ou seja, apenas um quinto dos projetos tiveram amparo de programas de incentivo. Existe uma demanda por inovação tecnológica muito maior do que a capacidade atual dos incentivos em vigência", alertou Tigre.

Ele também defende o incentivo aos investimentos em exportações. "Hoje, apenas 3 mil companhias gaúchas atuam em negócios internacionais. Uma participação limitada num cenário de mais de 40 mil empresas industriais".

O presidente da CNI alerta que as empresas vêm enfrentando dificuldades em promover sua capacitação tecnológica, em razão dos elevados custos e riscos do investimento em inovação.

"O tratamento fiscal diferenciado, largamente utilizado pelos países desenvolvidos e plenamente aceito pela Organização Mundial de Comércio (OMC), constitui, sem dúvida, um eficaz mecanismo para a elevação dos investimentos das empresas em pesquisa e
desenvolvimento. Assim, constitui também uma questão crucial para o desenvolvimento do país que o setor privado amplie as suas iniciativas de inovação e, em especial, os investimentos em pesquisa e desenvolvimento de tecnologias".

Monteiro Neto destaca o papel da inovação para o desenvolvimento da indústria e do país. "A adoção de novas tecnologias, como condição de aumento da competitividade, passou a ser uma determinante frente ao acirramento da concorrência mundial", diz.

Ele lembra ainda que no início deste ano, o Mapa Estratégico da Indústria, elaborado pela CNI, identificou a inovação como um dos pilares do desenvolvimento econômico e social do país e fator preponderante para a elevação da competitividade das empresas
industriais.

O Mapa constitui-se num importante mecanismo de gestão de prioridades estratégicas para o setor industrial no período entre 2007 e 2015. Foi desenvolvido pelo Fórum Nacional da Indústria, órgão consultivo da CNI, e tem por objetivo mostrar a visão do setor privado brasileiro sobre sua estratégia de longo prazo.

O estudo mapeia as principais perspectivas e desafios para a competitividade dos grandes blocos econômicos, comparando a situação do Brasil com a de outros países em desenvolvimento. Funcionará como mecanismo de gestão de prioridades estratégicas para o setor industrial no período entre 2007 e 2015.

Para o presidente da Fiergs, o Mapa é importante pois, pela primeira vez, um documento desenha o setor produtivo brasileiro no longo prazo.

O Mapa conta com 48 objetivos estratégicos que vão da garantia de acesso a um sistema de saúde de qualidade e a redução da carga tributária até a criação de mais empregos e renda e expansão dos negócios com geração de valor.

Os objetivos são listados como o que deve ser alcançado ou o que é imprescindível para se chegar aos resultados esperados pelo setor industrial.
Tema nacional

A questão da inovação está na pauta dos principais eventos empresariais, governamentais e acadêmicos do País. No mês passado, a CNI organizou o 1º Congresso Brasileiro de Inovação na Indústria.

O documento final do evento será apresentado durante a 3ª Conferência Nacional de Ciência Tecnologia e Inovação, organizada pelo Ministério de Ciência e Tecnologia e que será realizada entre 16 e 18 de novembro, no Hotel Blue Tree, em Brasília.

A agenda da indústria para inovação propõe a implementação de incentivos fiscais, a ampliação do crédito, a redução dos custos de financiamentos para a pesquisa e o desenvolvimento tecnológico, além da simplificação dos processos de registros de marcas e patentes.

De acordo com o documento, essas condições são indispensáveis para o Brasil triplicar o número de empresas inovadoras até 2010.

Hoje existem apenas 1.200 empreendimentos de base tecnológica no país, segundo o último levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Dessas, apenas 177 têm condições de competir no mercado internacional.(Assessoria de Imprensa da CNI)

Fonte: JC e-mail 2892, de 10 de Novembro de 2005

Editor: Prof. Luiz Carlos Dias - SBQ
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