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Sociedade Brasileira de Química    BOLETIM ELETRONICO     No. 610
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Assine e divulgue Química Nova na Escola e o Journal of the Brazilian
Chemical Society ( www.sbq.org.br/publicacoes/indexpub.htm) a revista
de Química mais importante e com o maior índice de impacto da América
Latina. Visite a nova página eletrônica do Journal na home-page da
SBQ ( http://jbcs.sbq.org.br).
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Veja nesta edição:

1. Encontro de Coordenadores de Cursos de Graduação em Química
2. Programa do Encontro de Coordenadores de Cursos de Graduação em
Química
3. Semana da Química, nos Cursos de Química da FURB
4. Relato do Comitê Temático do Edital CT-Petro/MCT/CNPq nº 016/2005
5. Palestra: "How the computer can help the Chemist", no Instituto de
Química - UFRJ
6. Interação Universidade-Empresa: Bunge desenvolve com Unicamp
pigmento especial para tintas, à base de nanopartículas; mercado
potencial chega a US$ 5 bilhões

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1. Encontro de Coordenadores de Cursos de Graduação em Química
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Senhores Coordenadores de Cursos de Graduação em Química

A Sociedade Brasileira de Química vem convidar os(as) Coordenadores(as)
de Curso de Graduação em Química para uma reunião a ser realizada nos
dias 17 e 18 de outubro de 2005, na  Sede do Conselho Regional de
Química da 4a Região, São Paulo.

Sede do Conselho Regional de Química da 4a Região, São Paulo
Rua Oscar Freire, 2039 - Pinheiros - Tel.(11) 3061-6000

Mais informações: Prof. Cesar Zucco
Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC
czucco@qmc.ufsc.br

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2. Programa do Encontro de Coordenadores de Cursos de Graduação em
Química
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Sociedade Brasileira de Química - SBQ

Encontro de Coordenadores de Cursos de Graduação em Química

17 e 18 de outubro de 2005
Sede do Conselho Regional de Química da 4a Região, São Paulo,
Rua Oscar Freire, 2039 - Pinheiros - Tel.(11) 3061-6000

PROGRAMAÇÃO

Dia 17/10/2005

08h30 - Abertura dos Trabalhos

08h45 - Nova Forma de Ingresso em Curso de Química: Experiência do
Departamento de Química Fundamental da UFPE - Profa. Dra. Simone
Gonçalves (UFPE)
- Debate

10h15 - Lanche

10h30 - Tendências das políticas de educação a distância no âmbito do
MEC - Prof. Dr. Rubens Martins (SESu/MEC).  Ensino a Distância em
Cursos de Química - Prof. Dr.  Roberto Costa Santos (FTC/BA) e Prof.
Dr. Paulo Suarez  (UnB)
- Debate

12h30 - Almoço

14h00 - Como os CRQs podem ajudar na formação do Químico - Prof. Dr.
Sérgio de Paula Machado (UFRJ)

15h30 - Lanche

16h00 - Trabalho de Grupo

Temas para o trabalho de grupo:

1 Valorização das atividades de ensino
2 Mobilidade acadêmica (ex. escola de verão de S. Carlos)
3 CRQ/CFQ: papel no ensino de graduação e atribuições profissionais
para os químicos
4 Estratégias para concepções de currículos dos cursos de Química
Industrial - relações com o mercado, Resolução Ordinária no 1511/75
do Conselho Federal de Química
5 Jornalismo científico
6 As diretrizes do CNE e o engessamento da licenciatura (formação de
professores)
7 Diferenças nas concepções de cursos de graduação em Química,
especialmente nas habilitações de licenciatura e bacharelado
8 Avaliação dos Cursos de Química

Dia 18/10/2005

08h30 - Continuação do trabalho de grupo
10h30 - Lanche
10h45 - Continuação do trabalho de grupo
12h00 - Almoço
13h30 - Sessão plenária: relato dos grupos/encaminhamentos
16h30 - Encerramento

Mais informações: Prof. Cesar Zucco
Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC
czucco@qmc.ufsc.br

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3. Semana da Química, nos Cursos de Química da FURB
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A XI Semana de Química da FURB acontece de 4 a 7 de Outubro, com
palestras nos períodos matutino e noturno.
 
Na programação discussões sobre novas tecnologias, alimentos seguros
e nanotecnologia.
 
As inscrições já estão a abertas e podem ser feitas na Secretaria do
Departamento de Química, sala T - 303, das 8h às12h, das 14h às 18h e
das 18h 30 às 21h, de segunda à sexta-feira.
 
Segundo o coordenador da atividade, professor Dr. Mauro Scharf,
"a Semana de Química é uma atividade que tem se mostrado um momento
bastante importante na formação dos acadêmicos do curso. A Semana
busca, num mesmo espaço de discussão, a interação dos alunos com as
suas possíveis áreas de atuação no setor produtivo, bem como a
oportunidade de atualização dos acadêmicos em temas de fronteira de
desenvolvimento científico na área de química".
 
O evento é promovido em parceria com o Centro Acadêmico de Química e
com o Programa de Pós-Graduação Mestrado em Química da FURB.
 
Podem participar, além dos acadêmicos, profissionais da área e
comunidade em geral.
 
Acesse a programação completa.
 
Mais informações pelo telefone (47) 321 0276

Fonte: Ivonete Barcellos
Coordenadora do Curso de Química
 
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4. Relato do Comitê Temático do Edital CT-Petro/MCT/CNPq nº 016/2005
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Foram avaliados 550 projetos num montante solicitado de
R$ 82.657.561,13, em mais de 30 áreas de aplicação e provenientes de
21 estados, com recursos previstos de  R$ 9.000.000,00. A avaliação
obedeceu estritamente aos critérios de mérito e de aplicação nas
áreas de petróleo e gás.
Infelizmente, diversos projetos tiveram que ser desenquadrados por
não atenderem aos termos do Edital, mesmo sendo projetos de qualidade.
Outro fator que também prejudicou a pontuação foram os CVLattes
incompletos ou desatualizados, especialmente no que concerne à
especificação completa de publicações e produtos tecnológicos.
Dentre os projetos enquadrados, foram selecionados, classificados e
recomendados os projetos pelo mérito e atendimento ao Edital. Foram
recomendados 35 projetos para as regiões do Norte e Nordeste e 49
projetos para as regiões Sul, Sudeste e Centro Oeste. Foram ainda
altamente recomendados 25 projetos que não puderam ser atendidos
devido ao montante dos recursos previsto para o Edital.
Este julgamento foi deveras difícil dado o alto nível dos projetos,
dos CVs dos solicitantes, e a inovação das propostas, o que é bom e
encorajador pois a qualidade das atuações e dos atuantes no tema está
aumentando sensivelmente no Brasil.

Fonte: Cristina M. Quintella
Coordenadora do Núcleo de Propriedade Intelectual da UFBA
(npi@ufba.br) e www.npi.ufba.br
e Coordenadora do LabLaser - Instituto de Química - UFBA

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5. Palestra: "How the computer can help the Chemist", no Instituto de
Química - UFRJ
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Palestra: "How the computer can help the Chemist"

Professor Dr. Johann Gasteiger
Computer-Chemie-Centrum, Institute For Organic Chemistry
University of Erlangen-Nurenberg, Germany

Local: Instituto de Química-UFRJ
30 de Setembro de 2005 (Sexta-Feira)
14:30hs - Anfiteatro S633

Johann Gasteiger, nascido em 1941, obteve seu Bacharelado em Química
e o PhD pela Universidade de Munich em 1967 e 1971, respectivamente.
Atuou como Posdoc  na Universidade de Berkeley com o Prof. Andrew
Streitwieser entre 1971 e 1972. Atuou como Assistente
Científico-Diretor Acadêmico na Universidade Técnica de Munich de
1972 a 1993 e desde 1994 é Professor da Universidade de
Erlangen-Nurnberg, onde fundou o Centro de Computação em Química
juntamente com o Prof. Paul Von R. Schleyer e o Dr. Tim Clark. Atuou
como consultor do Belstein Institut, German Chemical Society,
Federation of European Chemical Societies; é membro da German Chemical
Society, American Chemical Society, Chemical Structure Association,
Molecular Graphics and Modeling Society; e participa do corpo editorial
de revistas cientificas como Journal of Chemical Information and
Computer Sciences, Computers and  Chemistry, MATCH - Communications
in Mathematical Chemistry, Quantitative Structure-Activity
Relationships. Foi agraciado com três prêmios: Gmelin-Beilstein Medal
of the German Chemical Society for Achievements in Computer Chemistry,
Herman Skolnik Award of the Division of Chemical Information of the
American Chemical Society, Mike Lynch Award of the Chemical Structure
Association. Publicou mais de 170 artigos em revistas científicas,
9 livros e 70 capítulos de livros.

Prof. Carlos Roland Kaiser
Coordenador do Programa de Pós-Graduação em
Química Orgânica - Instituto de Química - UFRJ

Fonte: Prof. Ricardo Bicca de Alencastro

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6. Interação Universidade-Empresa: Bunge desenvolve com Unicamp
pigmento especial para tintas, à base de nanopartículas; mercado
potencial chega a US$ 5 bilhões
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Depois de nove anos de intenso trabalho e investimento conjuntos, a
empresa multinacional Bunge e o Instituto de Química (IQ) da Unicamp
lançaram o produto que criaram e desenvolveram em parceria: o Biphor,
pigmento branco para tintas à base de água, fabricado a partir de
nanopartículas de fosfato de alumínio. O anúncio foi feito durante a
exposição e congresso da Associação Brasileira dos Fabricantes de
Tintas (Abrafati), a Abrafati 2005, realizada de 14 a 16 de setembro
em São Paulo. Para tintas à base de água, o Biphor poderá substituir
o dióxido de titânio, atualmente o único pigmento branco utilizado
pela indústria para todos os tipos de tintas, e que apresenta o
inconveniente da toxicidade. A empresa estima o mercado potencial do
novo produto em pouco mais de US$ 5 bilhões. Em cinco anos, a Bunge
pretende que o Biphor substitua o dióxido de titânio em 10% do
mercado.

A patente do produto e de seu processo de fabricação é de ambos os
parceiros. O lançamento do Biphor, no entanto, não encerra a
colaboração empresa-universidade, que vai continuar para aperfeiçoá-lo
e ampliar o leque de sua utilização. Embora o novo pigmento esteja
fora da área principal de interesse da Bunge - o agronegócio -, a
empresa mantém uma equipe de 12 a 15 profissionais dedicada
exclusivamente ao Biphor. No mês de julho, estabeleceu novo acordo com
o laboratório coordenado pelo professor Fernando Galembeck no
Departamento de Físico-Química do IQ, com repasse mensal de R$ 20 mil
para a continuidade da pesquisa. No convênio com a universidade,
investiu cerca de R$ 1 milhão ao longo do tempo.

O que é o Biphor, de acordo com seu inventor

O Biphor é composto por nanopartículas ocas de fosfato de alumínio.
A estrutura externa das nanopartículas é rígida, como uma casca, e
tem propriedades químicas diferentes das do seu interior, vazio e
plástico. São esses espaços vazios dentro das nanopartículas que dão
opacidade ao pigmento.

O truque do novo produto é a tecnologia do processo de fabricação.
As nanopartículas ocas do Biphor formam-se espontaneamente, por
automontagem (self-assembly). "Essa é a nanotecnologia", diz o
professor Galembeck, responsável pela condução das pesquisas na
universidade. Ele apresentou o produto em uma palestra técnica no
segundo dia do congresso da Abrafati.

Galembeck usa o exemplo do pão, descrito como "uma espuma com paredes
e vazios", para explicar o processo. A massa do pão, densa, é colocada
no forno e primeiro forma-se a crosta. "A crosta, que é rígida, mantém
o volume externo do pão constante", explica. Por causa do aquecimento,
a água da massa continua a evaporar. "Se a água evapora e a superfície
não pode encolher, o volume tem de diminuir lá dentro - e formam-se os
vazios. Os vazios ficam fechados no interior do pão porque a crosta
endureceu antes", acrescenta. No caso do pão, costuma-se pincelar a
massa com gema de ovo, por exemplo, para facilitar o endurecimento da
crosta - o que é impossível com as nanopartículas. "O processo de
fabricação foi desenhado para que o fosfato de alumínio, sozinho,
produza a casca e os vazios", esclarece.

De acordo com o professor, o Biphor oferece ganhos em relação ao
dióxido de titânio: seu uso permite a fabricação de tintas mais
duráveis, com melhor desempenho e a custos mais baixos. Outra vantagem
é o fato de ele não ser tóxico. Uma empresa norte-americana de
certificação, ABC Laboratories, testou a toxicidade através da
exposição de peixes ao pigmento, seguindo normas da Environmental
Protection Agency (EPA), a agência de proteção ambiental dos Estados
Unidos.

O processo de fabricação do Biphor é também um ponto a favor do novo
produto na comparação com o dióxido de titânio, pois, ao contrário do
pigmento tradicional, não deixa resíduos. "É um processo de efluente
zero", diz Galembeck. "A indústria química, hoje, não tem a menor
chance de crescer se criar problemas para o ambiente", avalia. Segundo
o consultor Carl Mondoro, da Bunge, o processo de produção do novo
pigmento facilita a adequação da empresa às leis ambientais.
Os laboratórios norte-americanos DL Labs e Stonebridge Technical
Services fizeram testes comparativos entre tintas com 100% de dióxido
de titânio, comumente usadas no Brasil e nos Estados Unidos, e tintas
em que a substância foi substituída em 50% pelo Biphor. Os resultados
mostraram que a substituição mantém as propriedades das tintas e até
melhora algumas delas - diminui, por exemplo, a tendência ao
escorrimento.

Galembeck conta que a substituição total do dióxido de titânio por
fosfato de alumínio já foi testada e obteve bons resultados. Ele vê
isso "com otimismo", mas ressalta que se trata de uma meta para o
futuro. O motivo é simples: no momento, a Bunge não tem como atender
a toda a demanda. Mesmo assim, ele observa que, tecnicamente, é
interessante usar 100% de Biphor quando a tinta fica todo o tempo
exposta ao sol - como em telhas de galpões pintadas e em sinalizações
no asfalto. "O dióxido de titânio catalisa a agressão do oxigênio à
tinta", explica. Catalisar significa, aqui, apressar. Outra possível
meta é o desenvolvimento de uma variedade do pigmento adequada ao uso
em tintas à base de óleo.

A produção e as vendas do Biphor

No Brasil, a Bunge está dividida em Bunge Alimentos e Bunge
Fertilizantes. Uma planta piloto da Bunge Fertilizantes com
capacidade para mil toneladas anuais, localizada em Cajati (SP), fará
a produção inicial do Biphor. Essa produção será destinada aos
fabricantes de tintas na forma de amostras, para que possam testar o
pigmento. Segundo Gilmar de Oliveira Pinheiro, gerente global do
produto, a planta piloto deve entrar em funcionamento dentro de um
mês.

"Talvez o mercado nos leve a outra decisão, mas, até agora, a primeira
planta comercial será no Brasil", revela Marc Samson, diretor de
desenvolvimento de negócios e tecnologia da Bunge. Se tudo correr bem,
a construção da unidade começará no ano que vem. A expectativa da
Bunge, acrescenta, é alcançar uma produção de 100 mil a 200 mil
toneladas em um período de quatro a oito anos - e ter a planta
comercial funcionando já em 2007. Samson não divulga o valor do
investimento feito pela empresa até agora, mas diz que está na casa
dos milhões de dólares.

Segundo Carl Mondoro, o início das vendas dependerá do tempo que
os fabricantes levarem para testar o Biphor, disponível nas formas
líquida (slurry) e em pó. O produto deve ser comercializado primeiro
no Brasil e na América Latina e depois no resto do mundo. A Bunge
tem um planejamento de dez anos para o Biphor, mas ainda está
definindo quando ele será lançado no exterior. O preço também não
foi fechado, porém a empresa já sabe que será um pouco inferior ao
do dióxido de titânio, vendido a cerca de US$ 3 mil a tonelada. Para
Mondoro, a combinação do custo atraente com as diferentes opções de
formulação e as propriedades do pigmento "criarão uma demanda de
mercado" para o produto.

O lado da universidade

Assim como a Bunge, Galembeck está animado com o lançamento do
Biphor. "Minha expectativa é muito boa, porque já existe um
cronograma para que o produto chegue ao mercado; isso incentiva a
continuidade da linha de pesquisa", diz. "Por outro lado, significa
um aporte de recursos expressivo para a Unicamp, para o Instituto de
Química e para o laboratório" - que ele coordena no Departamento de
Físico-Química.

No ano passado, a empresa e a universidade depositaram no Brasil a
patente cobrindo o Biphor e seu processo de produção. Neste ano, estão
estendendo o pedido aos países signatários do Tratado de Cooperação
em Matéria de Patentes (PCT), que inclui, entre outros, Estados
Unidos, Canadá, Japão, nações européias e latino-americanas. A
autoria dessas duas patentes é da Unicamp e da Bunge, mas só esta
poderá explorá-las - ou seja, produzir e comercializar o Biphor. Pela
licença de exploração, a empresa pagará R$ 100 mil à universidade e
mais royalties de 1,5% sobre o faturamento do produto durante os 15
anos de validade da patente.

Quem cuidou da redação das patentes e da confecção dos documentos
jurídicos ligados ao projeto do Biphor foi a Agência de Inovação da
Unicamp (Inova). Na opinião de seu diretor-executivo, Roberto de
Alencar Lotufo, a cooperação Bunge-Unicamp é um "caso de sucesso",
que "deve ser bastante divulgado para servir de estímulo e exemplo
a empresários e pesquisadores". Segundo ele, o projeto mostra as
vantagens de uma parceria entre duas partes que se complementam: "A
universidade ganha alavancando recursos, enfrentando novos desafios
e desenvolvendo novas linhas de pesquisa", afirma. "A empresa ganha
desenvolvendo novas áreas de negócios e expandindo suas competências."

De acordo com Lotufo, a Inova teve um papel importante na parceria,
"principalmente quando a empresa estava para tomar a decisão crucial
de investir pesadamente no projeto ou não". Para a Bunge, explica, o
risco já alto desse tipo de projeto seria ainda maior, visto que os
negócios da empresa não englobam pigmentos para tintas. "Esse risco
não poderia ser somado ao de se fazer uma parceria com uma
universidade em que a parte da propriedade intelectual não fosse bem
desenvolvida", avalia. Ele diz que a Bunge "sentiu segurança na
competência e experiência" da equipe da Inova durante as negociações,
e também destaca a confiança recebida do professor Galembeck. "É um
projeto exemplar nas relações universidade-empresa e também nas
relações pesquisador-Inova."

Galembeck começou a pesquisar fosfatos em 1989; desde então, nove
alunos de pós-graduação e pós-doutorado trabalharam nessa linha sob
sua orientação. Além de teses e artigos em publicações especializadas,
as pesquisas renderam à Unicamp quatro patentes depositadas nos anos
1990.

Em meados dessa década, o laboratório já fazia experiências piloto
usando o fosfato de alumínio no lugar do dióxido de titânio. Foi quando
a empresa Serrana - na época, pertencente ao Grupo Bunge - tomou
conhecimento do trabalho e se interessou por ele. Em 1995, após meses
de conversas preliminares e negociações, a empresa firmou um convênio
de parceria com a Unicamp. De março do ano seguinte a agosto de 1997
as duas participaram do Programa Parceria para Inovação Tecnológica
(Pite), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo
(Fapesp), com o projeto "Novos Pigmentos Inorgânicos e Híbridos, à
Base de Fosfatos". Hoje, a Serrana é uma das marcas da Bunge
Fertilizantes.

Segundo Galembeck, de 1996 até hoje a Bunge destinou cerca de
R$ 1 milhão à universidade dentro do convênio de parceria. Os
recursos, recebidos pela Fundação de Desenvolvimento da Unicamp
(Funcamp), cobriram despesas de operação e também foram usados para
remunerar um doutor, o principal microscopista eletrônico do
laboratório. No mês de julho, a empresa liberou mais R$ 20 mil
mensais, que incluem o pagamento de outro doutor. A contração do
terceiro em outubro já foi autorizada.

Na parceria, a Unicamp fez o trabalho de pesquisa em laboratório,
enquanto a Bunge encarregou-se de todo o desenvolvimento do produto
e do processo. A empresa tem entre 12 e 15 pessoas trabalhando
diretamente no projeto do Biphor - número que aumentará agora, após
o lançamento. Donald Miller, consultor da empresa, ressaltou o
caráter global da equipe envolvida no projeto: há pessoas no Brasil
e no exterior, da empresa e da universidade, das áreas técnica e de
negócios - que têm um cronograma e se comunicam diariamente por
e-mail.

Fundada na Holanda em 1818, a Bunge chegou ao Brasil em 1905. Aqui,
emprega 11 mil pessoas e faturou R$ 23,2 bilhões em 2004. No mundo,
são 25 mil funcionários em 32 países e um faturamento de US$ 25,2
bilhões no ano passado. De acordo com Marc Samson, não é incomum a
empresa trabalhar com universidades e existem outras boas colaborações
em andamento. Carl Mondoro acrescenta que, no caso do Biphor, a
universidade terá um papel muito importante. Como o produto está fora
do agronegócio, o foco da Bunge Fertilizantes, a Unicamp funcionará
como um "braço" da empresa para pesquisa, desenvolvimento e
tecnologia aplicada. "Os ombros do professor Galembeck terão de ser
muito grandes, pois contaremos muito com ele", prevê.

Fonte: Boletim Inovação da Unicamp
http://www.inovacao.unicamp.br/report/news-biphor.shtml.
Publicada em 26 de setembro 2005

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Contribuições devem ser enviadas para o Editor do Boletim Eletrônico
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Até nossa próxima edição!!!
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Prof. Luiz Carlos Dias
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