[Boletim-sbq] Boletim Eletronico No. 609

  
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Chemical Society ( www.sbq.org.br/publicacoes/indexpub.htm) a revista
de Química mais importante e com o maior índice de impacto da América
Latina. Visite a nova página eletrônica do Journal na home-page da
SBQ ( http://jbcs.sbq.org.br).
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Veja nesta edição:

1. Concurso para Professor Doutor (02 Vagas) no Departamento de
Química da USP - Ribeirão Preto
2. LNLS abre inscrições para o curso "Investigação de Estruturas de
Proteínas por Ressonância Magnética"
3. Onda de calor reforça efeito estufa
4. Cientistas pedem que seja adiada obra na BR-319
5. Comissão aprova reserva de vagas nas federais para alunos de
escolas públicas
6. Imposto universitário, editorial da 'Folha de SP'
7. Comitê propõe abolir o termo "planeta"
8. CNPq divulga resultado do Programa Institutos do Milênio
9. Comentando o editorial "Saber competitivo", publicado no jornal
"Folha de São Paulo"
10. A origem dos nomes de furacões

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1. Concurso para Professor Doutor (02 Vagas) no Departamento de
Química da USP - Ribeirão Preto
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CONCURSO PARA PROFESSOR DOUTOR (02 vagas)

DEPARTAMENTO DE QUÍMICA - USP - RIBEIRÃO PRETO

1-ÁREA: FÍSICO-QUÍMICA E QUÍMICA ORGÂNICA

2-ÁREA: QUÍMICA ANALÍTICA (Técnicas espectroscópicas de emissão e
absorção atômica)

INSCRIÇÕES: abertas por trinta dias a partir de 21/09/2005

INFORMAÇÕES: Diário Oficial do Estado de 21/09/2005
(www.ffclrp.usp.br ) (editais - concursos)
(adm-pessoal@ffclrp.usp.br)
fone:16-36023690
 
Fonte: Wagner Ferraresi De Giovani
Chefe do Departamento de Química
USP/Ribeirão Preto

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2. LNLS abre inscrições para o curso "Investigação de Estruturas de
Proteínas por Ressonância Magnética"
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O Laboratório Nacional de Luz Sincrotron (LNLS) realiza, em novembro,
o curso Investigação de Estruturas de Proteínas por Ressonância
Magnética.

O objetivo do curso e apresentar os conceitos básicos necessários
para propiciar o uso de espectrômetros de RMN (Ressonância Magnética
Nuclear) disponíveis no LNLS, destinados a pesquisas sobre estrutura
e dinâmica de proteínas.

Na infra-estrutura do Laboratório, aberta a usuários externos,
incluem-se dois equipamentos deste tipo, um de 500 e outro de 600
MegaHertz.

O curso terá como palestrantes Ana Carolina Zeri (University of
California e LNLS), Luiz A. Colnago (CNPDIA-EMBRAPA) e Tharin
Blumenshein (Imperial College).

Os interessados devem fazer a solicitação de inscrição até 20 de
outubro.

Informações completas e formulário de inscrição estão em
(http://www.lnls.br)

Fonte: Lux Eletrônico LNLS nº 35

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3. Onda de calor reforça efeito estufa
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Mudanças em plantações aumentam a emissão de gases para a atmosfera

Ricardo Bonalume Neto escreve para a 'Folha de SP':

Não é só com furacão que se faz uma mudança climática global. A onda
de calor que pode ter matado cerca de 35 mil pessoas na Europa em
2003 mostra agora um novo motivo para assustar a humanidade.

O crescimento das plantas no continente foi reduzido em
aproximadamente 30% naquele que foi o verão mais quente que se tem
notícia desde que foram feitas medidas diretas da temperatura, em
1851.

Os cientistas utilizam modelos de estudo do clima que prevêem que o
aquecimento do planeta tende a prolongar a estação de crescimento das
plantas, com isso "prendendo" o carbono na vegetação, em vez de
liberá-lo no ar. Mas a seca de 2003, durante a qual a chuva caiu pela
metade na Europa, teve o efeito oposto.

Dados indiretos, sobre a maturação da safra do vinho francês em
Borgonha, indicam que a onda de calor não teve rival desde o ano de
1370.

A descoberta do impacto da onda de calor foi feita por um consórcio
de 33 pesquisadores de instituições de sete países europeus e dos EUA,
e está relatada em artigo na edição de hoje da revista científica
britânica "Nature".

A equipe foi liderada por Philippe Ciais, do Laboratório de Ciências
do Clima e do Ambiente, de Gif-sur-Yvette, na França.

Os cientistas estudaram várias fontes de informação: dados de safras,
medidas diretas do fluxo de carbono e análises de imagens de satélite
da cobertura vegetal.

Além da redução da safra agrícola, o calor fora do normal fez com que
menos dióxido de carbono fosse retirado da atmosfera. E é justamente
a concentração desse gás uma das principais causas do aquecimento
global.

O dióxido de carbono, e alguns outros gases, como o metano, absorvem
energia da radiação solar, causando um "efeito estufa" no planeta.

Esse efeito impede que a Terra seja um deserto gelado, mas as emissões
de origem humana do gás têm acelerado o processo -hoje existem 380 ppm
(partes por milhão) de dióxido de carbono na atmosfera, número que
excede em 100 ppm a quantidade presente antes da era industrial.

Os resultados indicam que as secas e ondas de calor futuras poderão
transformar os ambientes e seu papel no aquecimento global. Em vez de
serem "sorvedouros" de carbono, passariam a ser "fontes" -contribuindo
ainda mais para o aquecimento planetário e as mudanças climáticas.

Fonte: Folha de SP, 22/9

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4. Cientistas pedem que seja adiada obra na BR-319
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Reforma da estrada, que liga Manaus e Porto Velho, estimula grilagem
no entorno; para Ministério dos Transportes, um estudo de impacto
ambiental é desnecessário

Liège Albuquerque escreve para "O Estado de SP":

A BR-319 vai unir o Estado do Amazonas à maior área desflorestada da
região Norte, o chamado 'arco do desmatamento', que abrange Rondônia,
Pará, Acre, norte de Mato Grosso e Tocantins, atraindo assim a
migração e a expansão da cultura mecanizada de soja e arroz.

O alerta é dos pesquisadores Philip Martin Fearnside e Paulo Maurício
Lima de Alencastro Graça, do Instituto Nacional de Pesquisas da
Amazônia (Inpa).

Os cientistas prepararam um estudo, que será divulgado hoje, a ser
encaminhado ao Ministério dos Transportes pedindo a realização
imediata de um levantamento de impactos ambientais e econômicos e a
paralisação das obras da estrada.

As obras da BR-319, que liga Manaus (AM) a Porto Velho (RO), foram
iniciadas no início de agosto, depois que foi derrubado um embargo
do Ministério Público Federal.

O órgão pedia a paralisação pela inexistência de um estudo de impacto
ambiental, o EIA-Rima.

Para derrubar o embargo, o Ministério dos Transportes alega que a
estrada será reformada, não construída, e por isso não precisaria do
estudo, pois não haverá impactos adicionais.

A previsão é que as obras durem três anos.

Para Fearnside, como a estrada está paralisada desde o fim da década
de 1980, e na época não havia este tipo de levantamento prévio, as
mudanças econômicas e climáticas na região nos últimos 20 anos por si
já justificam o EIA-Rima.

'Com menos da metade dos R$ 300 milhões orçados para reconstruir a
estrada daria para recuperar o Porto de Manaus e fazer o escoamento
da produção de uma forma ambiental e economicamente mais barata.'

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, defende a realização do
EIA-Rima. Segundo seu secretário de Biodiversidade e Florestas, João
Paulo Capobianco, o foco do governo na BR-163, que liga Cuiabá (MT)
a Santarém (PA), deveria inviabilizar neste momento outro projeto de
grande porte na região.

'Qualquer estrada na Amazônia, se não houver uma ação concordante
entre os diferentes atores, gera novos impactos', afirma. 'É impossível
operar dois eixos rodoviários simultaneamente.'

Segundo Adriana Ramos, do Instituto Socioambiental, o impacto é sentido
por 50 quilômetros de cada lado da estrada. Ela estranha não existir um
plano de desenvolvimento sustentável para a Manaus-Porto Velho como há
para a BR-163.

'O projeto (da BR-163) foi anunciado pelo governo como modelo para
estradas na Amazônia. Não foi nem implementado e logo se anuncia um
investimento alto em outra estrada sem apresentar um plano
sustentável.'

Para o Fearnside, a idéia de organizar a ocupação amazônica é
necessária para que a 'construção e melhoria de estradas deixem de
conduzir inexoravelmente ao desmatamento explosivo e descontrolado'.

Segundo ele, já existem notícias de grilagem ao longo da BR-319,
causadas pelo simples anúncio da recuperação.

O pesquisador destaca que não é contrário às obras, mas à 'pressa' do
Ministério dos Transportes em conduzir a reforma sem que haja estudo
ambiental. 'Retardar a reconstrução da rodovia seria aconselhável
para que mudanças apropriadas sejam efetuadas.'

O ministério voltou a afirmar nesta quarta-feira que o projeto não
acarreta impacto adicional, já que não se trata de obra nova, mas de
restauração de estrada construída na década de 1970.
(Colaboraram: Cristina Amorim e Leonardo Goy)

Fonte: O Estado de SP, 22/9

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5. Comissão aprova reserva de vagas nas federais para alunos de
escolas públicas
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Matéria que se encontra, hoje, na mesa da presidência da Casa, tem o
prazo de até 45 dias para que seja votada em plenário

"O sol da primavera brilhou para os estudantes brasileiros oriundos
da escola pública." A afirmação do coordenador nacional do Movimento
dos Sem Universidade, Sérgio Custódio refere-se a esta quarta-feira,
21, dia em que a Comissão de Educação e Cultura da Câmara aprovou o
projeto de lei que reserva 50% das vagas das universidades federais
aos alunos que cursaram o ensino médio público. É a data em que
começa a primavera.

O texto do Projeto de Lei nº 73, de 1999, diz que as instituições
públicas federais de educação superior, vinculadas ao Ministério da
Educação, reservarão, em cada concurso de seleção para ingresso nos
cursos de graduação, no mínimo, 50% de suas vagas para estudantes que
tenham cursado integralmente o ensino médio em escolas públicas.

O projeto assegura que, em cada instituição, as vagas sejam
preenchidas, por curso e turno, por autodeclarados negros e indígenas,
com proporção igual, conforme o último censo do Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE).

"A educação é a marreta para quebrar a barreira da desigualdade no
Brasil. As gerações que não tiveram os pais e os avós com curso
superior poderão, agora, ingressar na universidade", disse o
coordenador do MSU.

Custódio lembra que, no ano passado, os líderes de todos os partidos
assinaram um requerimento pedindo o caráter de urgência urgentíssima
para o PL de reserva de vagas. Isso significa que a matéria que se
encontra, hoje, na mesa da presidência da Casa, tem o prazo de até 45
dias para que seja votada em plenário.

Expansão - Cerca de dez milhões de estudantes estão matriculados nas escolas de ensino médio público em todo o Brasil. Pela primeira vez na história o número de estudantes que concluíram o ensino básico ultrapassa o número de vagas oferecidas na educação superior.

O Ministério da Educação vem realizando a expansão e interiorização
das universidades federais, com a criação de nove universidades e 36
campi em todo o país.

O Programa Universidade para Todos (ProUni) é outra medida que coloca
mais de cem mil vagas por ano aos alunos oriundos da educação pública.
(Sandro Santos, da Assessoria de Comunicação do MEC)

Fonte: JC e-mail 2860, de 22 de Setembro de 2005

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6. Imposto universitário, editorial da 'Folha de SP'
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USP, Unesp e Unicamp precisam gastar melhor o que o contribuinte
paulista lhes dá, diminuindo suas ineficiências administrativas

Eis o editorial:

A greve na USP está, enfim, se dissipando. Professores, alunos e
funcionários decidiram voltar a suas atividades, pondo fim a quase
um mês de paralisação parcial.

O que motivou a greve foi o veto do governador Geraldo Alckmin ao
projeto de lei que eleva o gasto obrigatório com educação no Estado
de 30% para 31% de sua receita e aumenta a proporção destinada às
três universidades estaduais de 9,57% para 10% da arrecadação do ICMS.
A greve pretendia pressionar deputados estaduais a derrubar o veto.

Juntas, USP, Unicamp e Unesp respondem por cerca de metade da produção
científica nacional e formam boa parte dos melhores quadros do país.
Suas atividades contribuem para o desenvolvimento do Estado.

As universidades, porém, não são a única preocupação do governo. Os
9,57% já constituem dotação considerável -R$ 3,8 bilhões em 2005. O
Estado coloca R$ 9,8 bilhões na Secretaria da Educação, dos quais
R$ 1,3 bilhão (menos do que os R$ 2 bilhões destinados à USP) vai
para o ensino médio, que está se convertendo num gargalo, com demanda
crescente.

Parece preferível gastar, para ficar apenas em um exemplo, na
ampliação da rede média a despender mais recursos com as universidades.

De resto, a proposta vetada por Alckmin representaria uma ampliação
da vinculação orçamentária. Trata-se de uma medida extrema que se
justifica apenas para garantir um mínimo para áreas como educação e
saúde.

Esse piso foi alcançado. Hoje, aumentar as verbas carimbadas acaba
por retirar grau já indesejável da autonomia conquistada nas urnas
pelos governantes eleitos.

USP, Unesp e Unicamp precisam gastar melhor o que o contribuinte
paulista lhes dá, diminuindo suas ineficiências administrativas.
Aumentar o repasse do ICMS, além de prejudicar outras despesas
fundamentais do Estado, seria um desestímulo à otimização do gasto.

Fonte: Folha de SP, 22/9

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7. Comitê propõe abolir o termo "planeta"
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Cientistas de órgão internacional querem fechar debate criado pela
descoberta de um astro maior que Plutão

Salvador Nogueira escreve para a 'Folha de SP':

Em meio a acaloradas discussões, o grupo de astrônomos encarregado
pela IAU (União Astronômica Internacional) de decidir quem é quem no
Universo está chegando a uma incômoda conclusão: não existe uma
definição satisfatória do que seja um planeta.

Para solucionar a crise, eles propõem uma ação radical. Ninguém mais
deve usar a palavra "planeta", a não ser que venha acompanhada de
qualificativo.

O comitê, inicialmente encarregado apenas de criar uma definição
satisfatória do que é um planeta, foi apressado pela descoberta
recente de um astro na borda do Sistema Solar.

Designado apenas por seu nome técnico (2003 UB313), o objeto é maior
que Plutão, o que em tese o qualificaria para o posto de décimo
planeta.

Se a proposta for adotada pela IAU, ninguém mais poderá falar de um
Sistema Solar com nove (ou dez) planetas, mas de um que tem quatro
planetas terrestres, quatro planetas gigantes gasosos, um punhado de
planetas transnetunianos e, pela mesma lógica, alguns planetas
cisjovianos.

Não há dúvida de que a primeira aula do curso de geografia vai ficar
imensamente mais complicada.

Os astrônomo vêem a confusão atual como uma oportunidade dupla.
Primeiro, para resolver uma pendenga que se arrasta há várias décadas,
essa indefinição do que seja um planeta.

Em segundo lugar, pode ter um valor educativo, eliminando a falsa
crença de que o Sistema Solar é um lugar arrumado e cheio de objetos
de fácil classificação.

"Talvez isso não seja satisfatório para o público, mas tem um valor
educacional. Podemos fazer uso dessa descoberta do 2003 UB313 para
resolver a questão", diz Brian Marsden, britânico que trabalha no
Centro para Astrofísica da Universidade Harvard, nos Estados Unidos,
e faz parte do comitê da IAU que discute a questão.

"O ponto principal é se podemos ou não definir o termo "planeta'",
diz Marsden. A maioria dos cientistas, dentro ou fora do comitê da
IAU, acha que não.

"Com nossa ignorância do passado, uma palavra era suficiente. Agora
nós temos objetos como Plutão em torno do Sol e descobrimos
gigantescos objetos como Júpiter orbitando ao redor de outras
estrelas. Pela primeira vez na história humana, precisamos de um
conjunto de descrições mais ricas para todos esses astros celestes",
diz Geoffrey Marcy, astrônomo da Universidade da Califórnia em
Berkeley e líder na busca por planetas fora do Sistema Solar.

Ele não mostra sinais de trauma com as mudanças. "A palavra "gato" não
captura a diversidade entre todos os felinos. De repente, a palavra
"planeta" fracassa em capturar a diversidade dos objetos que orbitam
ao redor de estrelas."

Classes

A idéia seria definir os vários tipos possíveis de "objetos
planetários". No caso do Sistema Solar, já se pode ver três
categorias. Planetas terrestres seriam os que têm solo rochoso:
Mercúrio, Vênus, Terra e Marte.

Os grandalhões do Sistema Solar, Júpiter, Saturno, Urano e Netuno,
seriam os planetas gigantes gasosos. E os mundos que fossem esféricos
e estivessem além da órbita de Netuno seriam os planetas
transnetunianos.

A esse grupo pertenceriam não só Plutão e o 2003 UB313 mas também
outros astros de porte similar descobertos em anos recentes, como o
Quaoar e o Sedna. Ou seja, já haveria hoje um punhado de planetas
transnetunianos conhecidos no Sistema Solar.

"E talvez haja ainda uma outra categoria, que chamo de planetas
cisjovianos, porque eles estão perto de Júpiter", diz Marsden. Ela
responderia pelos asteróides esféricos e grandes que estão entre
Marte e Júpiter, como Ceres.

A proposta inicial, ainda em discussão, foi obtida e divulgada hoje
pela revista científica britânica "Nature". E, embora ela represente
a opinião da maioria dos cientistas no comitê da IAU, ainda pode
haver uma reviravolta.

"Parecia que estávamos chegando a um consenso até o início da semana,
mas então surgiu uma minoria que não concorda e que ainda acha que
podemos conseguir definir o que é um "planeta'", diz Marsden.

A última cartada dos que querem salvar o velho termo deve vir amanhã.
"Eles prometeram apresentar sua definição até sexta-feira. Então
teremos novas discussões."

Reclassificação do tipo ocorreu no século 19

Mudanças desse tipo na verdade não são incomuns. "Até 1845, você
encontrava livros de escola ensinando que o Sistema Solar tinha 11
planetas, de Mercúrio a Urano", conta Brian Marsden.

Isso porque alguns dos asteróides do cinturão entre Marte e Júpiter
então descobertos, a começar por Ceres, em 1801, foram inicialmente
classificados como planetas.

"A classificação só mudou quando Netuno foi descoberto, então
inventaram os termos "planetas maiores" e "planetas menores'", afirma.

Ironicamente, se a nova proposta pegar, ela poderá resgatar alguns
desses "planetas perdidos"

Fonte: Folha de SP, 22/9

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8. CNPq divulga resultado do Programa Institutos do Milênio
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Das 236 propostas analisadas, a comissão aprovou 34 projetos, sendo
14 da demanda induzida e 20 da demanda espontânea, totalizando
R$ 90 milhões

A relação dos projetos aprovados pode ser conferida no site
do CNPq (http://www.cnpq.br)

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9. Comentando o editorial "Saber competitivo", publicado no jornal
"Folha de São Paulo"
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Os fatos apresentados no editorial publicado no jornal Folha de São
Paulo não são novos, e são de amplo conhecimento da comunidade
acadêmica do Brasil. Em se considerando que já estamos no 4o ano do
novo milênio, surpreende, contudo, o fato de os pesquisadores
brasileiros não darem a devida importância à patentes que possam
obter para desenvolver processos e produtos e com isso atrair
financiamento do setor privado. São muito poucas empresas do setor
privado que financiam projetos puramente acadêmicos, a fundo perdido,
de forma "benevolente". A real necessidade da proteção à propriedade
intelectual adquiriu uma dimensão bem além daquela que conhecemos em
nosso país. Contudo, qual constitui a verdadeira razão de os
cientistas brasileiros não darem importância à obtenção de patentes?
A burocracia excessiva e o tempo absurdo para se obter o depósito
junto ao INPI, e subsequentemente em se obter a aprovação da patente
junto a este órgão. Atualmente a Universidade de São Paulo está
promovendo uma campanha agressiva para que os pesquisadores
desenvolvendo projetos junto a esta Universidade procurem gerar
patentes. Entretanto, não oferece real estímulo para este processo,
uma vez que o órgão responsável pela elaboração de patentes da USP
atualmente demora 12 meses para depositar uma patente junto ao INPI.
Este, por sua vez, demora de 6 a 7 anos para aprovar uma patente, se
tudo correr bem. É de se levar em conta que estes prazos são absurdos,
para não dizer indecentes. Nós, pesquisadores, não podemos esperar 12
meses para que possamos eventualmente submeter um artigo com
resultados fechados simplesmente porque órgãos administrativos não
conseguem reduzir prazos para a realização de tarefas que lhes são
atribuídas. É de meu conhecimento que certos pesquisadores da USP
tenham gerado inventos de interesse de empresas, que ofereceram cerca
de US$ 10.000.000,00 (dez milhões de dólares) pelo direito de
explorar os inventos, mas que não o puderm simplesmente porque o
processo de depósito de patente esteve moroso durante 3 anos.

Enquanto a administração pública não for profissionalizada, a
legislação do serviço público, em especial as leis de licitações,
não for modernizada (muitas leis datam da época do Estado Novo,
governo de Getúlio Vargas) e as Universidades Públicas não proverem
meios para estimular seus pesquisadores a elaborar patentes, estas
ficarão submissas a verbas estatais, cada vez mais limitadas e
sujeitas ao modelo de privatização nos moldes que observamos durante
o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, algumas das
quais atualmente alvo de discussão nas comissões investigativas do
Congresso Nacional.

Cabe aos pesquisadores pressionar a administração pública das
universidades para que se valorize o processo de pesquisa, e que
consequentemente as próprias universidades sejam beneficiadas com a
obtenção de patentes que possam trazer investimentos do setor
privado, valorizando a atuação dos pesquisadores e, inclusive,
provendo meios para sustentar a pesquisa básica a qual, na sua
essência, é a única fonte de geração do conhecimento que pode um
dia ser aplicado.

Cordialmente,

Prof. Roberto Gomes de Souza Berlinck
Instituto de Química de São Carlos
Universidade de São Paulo
CP 780, CEP 13560-970
São Carlos, SP - Brasil
email: rgsberlinck@iqsc.usp.br
fax: 00-55-16-33739952

Nota do Editor: Comentários do Prof. Roberto Gomes de Souza Berlinck,
relacionados com a notícia número 5, publicada no Boletim Eletrônico
No. 607: Saber competitivo, editorial da 'Folha de SP'

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10. A origem dos nomes de furacões
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Nota do Editor: Por curiosidade fui tentar entender melhor a origem
dos nomes dos furacões, tema tão atual. Procurei pelo Google e achei
vários textos, que reproduzo abaixo. Creio ser interessante passar
aos leitores do boletim.
Para uma lista completa dos nomes de ciclones tropicais em todo o
Mundo até 2010, ver ( http://www.nhc.noaa.gov/aboutnames.shtml)

A origem dos nomes de furacões
Os furacões e tempestades tropicais há muito tempo vem recebendo nomes
próprios. Na região do Caribe, por exemplo, é comum que se atribua ao
fenômeno o nome do santo homenageado no dia em que ele aconteceu. O
Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos só dá nome à
perturbação tropical quando ela se intensifica e provoca ventos acima
de 62 quilômetros por hora.

Antes de 1950, o exército dos Estados Unidos era responsável por
fazer a previsão do tempo e costumava atribuir um número às tormentas
tropicais. O alfabeto fonético militar (Able, Baker, Charlie, etc.)
também foi usado para nomear os furacões, mas por pouco tempo.

A idéia de oficializar nomes para as tempestades surgiu a partir de
1951, quando George R. Stewart lançou o livro Storm. O personagem
principal era um meteorologista que acompanhou uma tempestade desde o
seu nascimento, batizando-a de Maria. O livro virou filme de Walt
Disney. Durante a Segunda Guerra Mundial, os previsores de tempestades
começaram, informalmente, a dar nomes femininos às tempestades. Era
comum os fenômenos ganharem os nomes de mulheres ou namoradas dos
oficiais.

As tempestades tropicais passaram a ser batizadas apenas com nomes
femininos a partir de 1953. A lista de nomes elaborada estipulava a
ordem alfabética, assim, o primeiro fenômeno registrado deveria levar
um nome que começasse com a letra A. Esse critério foi utilizado apenas
até 1978 por pressão de movimentos feministas americanos que não
gostaram de ver nomes de mulheres atrelados a fenômenos que provocavam destruição. Depois disso, passou-se a alternar nomes masculinos e
femininos na lista de furacões.

A Organização Meteorológica Mundial (OMM) se baseia em sugestões dos
países afetados para definir a lista de nomes para os furacões. A
relação possui 23 palavras de A a W com nomes em inglês, francês e
espanhol, tanto masculinos como femininos, e é repetida a cada seis
anos. São retirados da lista o nome de furacões que causaram grande
destruição.
Fonte: ( http://www.guiadoscuriosos.com.br/index.php?cat_id=51686)

Furacões podem começar a ter nomes gregos
Segundo meteorologistas dos Estados Unidos, os nomes para tempestades
tropicais e furacões podem acabar antes que a temporada deles chegue
ao fim no dia 30 de novembro.
Segundo a CNN Dezessete furacões que foram registrados na costa
Atlântica receberam um nome, e ainda restam mais quatro para
acontecer, de acordo com a lista elaborada pelos profissionais.
O que os meteorologistas devem fazer se os nomes acabarem? Apelar
para os gregos.
Se a costa Atlântica receber mais que as 21 tempestades previstas,
as adicionais receberão nomes do alfabeto grego, como: "Alfa, Beta,
Gama, Delta e assim por diante", segundo o site do Instituto Nacional
de Furacões.
"Nós só temos quatro nomes sobrando na lista para este ano: Stan,
Tammy, Vince, e Wilma. Se nós tivermos uma quinta tempestade, ela será
chamada Alfa", disse Daniel Brown, um meteorologista do centro que
tem sede em Miami.
No começo de toda temporada de furacões no Atlântico, o centro
publica uma lista com 21 nomes para tempestades. Eles alternam nomes
masculinos e femininos em ordem alfabética.
"As letras Q, U, X, Y e Z ficam de foram por não existir nomes
suficientes começando com elas", disse Brown.
Em 1933 foram registradas 21 tempestades no Atlântico, porém isto foi
antes que o centro começasse a nomear as tormentas. O Instituto
Nacional de Furacões começou a dar nomes em 1953 para diminuir a
confusão feita com as latitudes e longitudes.
(www.terra.com.br) Terça, 20 de setembro de 2005, 13h55
Atualizada às 14h06


Furacões ganham nomes de pessoas desde 1953
Camille, em 1969, devastou o Mississippi e provocou 256 mortes. Em
1957, o Audrey matou 390 pessoas na Louisiana. A recente passagem
pelo Katrina no sul dos Estados Unidos pode ter provocado milhares de
mortes e danos estimados em US$ 26 bilhões. Desde 1953, meteorologistas
dão nomes --muitas vezes femininos-- aos furacões que passaram pelos
Estados Unidos.

Os cientistas adotaram essa forma de nomear os furacões --dando-lhes
nomes curtos-- para facilitar a transmissão de informações sobre os
fenômenos, e evitar erros ao classificá-los por suas coordenadas
geográficas, que mudam rapidamente.

A prática de nomear furacões com nomes de mulheres diminuiu em 1978,
quando os fenômenos também passaram a ganhar nomes de homens.

Até o início do século 20, não havia, ainda, uma metodologia como a
que é usada atualmente para nomear furacões. Durante muito tempo, os
fenômenos ganhavam nomes de santos: em 1825 o furacão Santa Ana
devastou Porto Rico. Logo depois, o país foi atingido por dois
furacões São Felipe: um em 1876 e outro em 1928.

Anualmente, os meteorologistas definem uma lista prévias de nomes que
podem ser usados em furacões que forem registrados naquele ano. O
próximo furacão a se formar no Atlântico deverá se chamar Lee. Outros
nomes disponíveis na lista são Maria, Ophelia, Rita e Vince.
Folha Online: 01/09/2005 - 17h34


Os 21 nomes previstos para batizar os furacões no Atlântico em 2005
poderão ser insuficientes, por conta da grande quantidade de
tempestades registrada na atual temporada, e por isso talvez seja
preciso recorrer ao alfabeto grego para escolher nomes adicionais,
propôs o chefe do Departamento de Prognósticos do Instituto de
Meteorologia de Cuba.
O funcionário explicou que no plano operacional do Comitê de Furacões
da Região IV da Organização Meteorológica Mundial não há regras a
respeito. Segundo ele, esse tema deve ser incluído na agenda das
próximas reuniões do Comitê de Furacões por causa desse novo período
histórico de alta atividade ciclônica.

Katrina, a Poderosa!
Não, esse não é o nome de uma imperatriz russa, que governou seu
território com mãos de ferro. É apenas um vento giratório, formado no
mar, com mais de 240 quilômetros por hora - mais conhecido como
furacão - que está trazendo destruição e pânico para a costa sul dos
EUA.
A região, que abrange também o Golfo do México e Caribe, é conhecida
como setor das tempestades severas. O Katrina é o 11º furacão que
assola a área neste ano e, até o final da temporada (com início em
1º de junho e prevista para acabar em 31 de novembro), devem vir mais
dez grandes ventanias.

Porque Katrina?

Os furacões e as tempestades tropicais recebem um nome sempre que seus
ventos atingem a velocidade de 62 km/h. Aquela velha história de que
os furacões recebem apenas nomes de mulheres por terem o mesmo poder
de destruição é uma grande balela: existe uma lista de 126 nomes,
mantida por um comitê internacional, com metade de nomes masculinos e
metade femininos.
Os nomes se repetem a cada seis anos e seguem uma ordem alfabética.
Assim, você pode contar nos dedos e verificar que Katrina é o 11º
furacão, já que a letra K é a 11ª letra do alfabeto.

Quando um furacão causa danos muito grandes, seu nome é retirado da
lista. Desde que foi criada a lista, 48 nomes foram retirados. O
primeiro a deixar a lista foi Hazel em 1954 e o último foi Georges,
em 1998.

A intensidade dos furacões:

Existe uma escala que mede o poder de destruição dos furacões a partir
da intensidade dos ventos. A escala vai de 1 a 5, sendo o quinto grau
o mais violento e arrasador.

Categoria 1 - ventos entre 119 e 153 km/h
Categoria 2 - ventos entre 154 e 177 km/h
Categoria 3 - ventos entre 178 e 209 km/h
Categoria 4 - ventos entre 210 e 249 km/h
Categoria 5 - ventos maiores que 249 km/h

O Katrina já está sendo considerado por alguns meteorologistas como
um furacão de categoria 5. até dele, somente 3 furacões de categoria
5 atingiram a região no século passado, sendo um sem nome, que atingiu
a Flórida em 1935, o Furacão Camille em 1969 e Furacão Andrew em 1992.

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Contribuições devem ser enviadas para o Editor do Boletim Eletrônico
da SBQ: Luizsbq@iqm.unicamp.br

Até nossa próxima edição!!!
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Prof. Luiz Carlos Dias
Editor do Boletim Eletrônico
Sociedade Brasileira de Química - SBQ
e-mail: luizsbq@iqm.unicamp.br