[Boletim-sbq] Boletim Eletronico No. 605

Luiz Carlos Dias luizsbq em iqm.unicamp.br
Terça Setembro 13 13:47:12 BRT 2005


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Sociedade Brasileira de Química   BOLETIM ELETRONICO   No. 605
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Assine e divulgue Química Nova na Escola e o Journal of the Brazilian
Chemical Society (www.sbq.org.br/publicacoes/indexpub.htm) a revista
de Química mais importante e com o maior índice de impacto da América
Latina. Visite a nova página eletrônica do Journal na home-page da
SBQ (http://jbcs.sbq.org.br).
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Veja nesta edição:

1. II Encuentro Regional de Biocatalysis y Biotransformaciones
2. Oportunidades para Pesquisadores no Instituto Internacional de
Pesquisas Farmacêuticas (IIPF)
3. XIV Encontro do Centro-Oeste de Debates sobre o Ensino de Química
4. Orçamento reduz verba disponível para pesquisa
5. Fundação Oswaldo Cruz cobra mais controle sobre os fármacos
6. Primeira Conferência Virtual sobre o Acesso Livre à Informação
Científica, nesta terça-feira, de 15h às 18h

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1. II Encuentro Regional de Biocatalysis y Biotransformaciones
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Estimados colegas:

O III Workshop de Biocatálise (WkBiocat) e o II Encuentro Regional de
Biocatálisis y Biotransformaciones (ERBB) serão realizados entre os
dias 7 e 10 de fevereiro de 2006, em São Paulo - SP, Brasil.

A união destes eventos tem como objetivo reunir pesquisadores da
América do Sul interessados em apresentar e discutir trabalhos dentro
das seguintes áreas temáticas:
- Triagem de novos biocatalisadores;
- Catálise enzimática em química;
- Biotransformação;
- Biodegradação e Biorremediação.

Os trabalhos poderão ser apresentados na forma de pôster e apresentação
oral.

O valor da inscrição no evento incluirá: a- Refeições: 03 almoços com
bebidas, 01 coquetel de abertura, 01 Happy-hour e 05 coffee-break;
b- Livro de resumos. c- Alojamento para os estudantes.

A fim de facilitar a organização do evento, solicitamos aquelas pessoas
interessadas em participar, que preencham o formulário de inscrição e
nos envie por correio eletrônico até o dia 15 de novembro de 2005.

<http://www2.iq.usp.br/biocatalise/wkbiocat2006>http://www2.iq.usp.br/biocatalise/wkbiocat2006

wkbiocat em iq.usp.br ou leandroh em iq.usp.br

Fonte: Prof. Leandro H. Andrade

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2. Oportunidades para Pesquisadores no Instituto Internacional de
Pesquisas Farmacêuticas (IIPF)
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O Instituto Internacional de Pesquisas Farmacêuticas (IIPF) do grupo
Farmacêutico EMS Sigma Pharma 
(<http://www.ems.com.br/>http://www.ems.com.br/) abre 3 vagas
para bolsistas na modalidade RHAE Inovação-DTI-1A para trabalhar em
projeto de pesquisa e desenvolvimento voltado ao panejamento de
candidatos a novos fármacos. O projeto, que tem como executores o
Centro de Biotecnologia Molecular Estrutural - CBME do Instituto de
Física de São Carlos - IFSC-USP e o IIPF, tem como objetivo principal
buscar a integração e transferência tecnológica entre academia e
indústria.

O trabalho dos bolsistas estará centrado na utilização de métodos
avançados em química medicinal e computacional, em particular, com o
uso de tecnologia da Tripos e Accelrys. O IIPF fornecerá aos bolsistas
toda a infra-estrutura necessária para o desenvolvimento do projeto.

Os interessados deverão encaminhar Curriculum Vitae e carta de
apresentação para o Dr. José A. Martins
(<mailto:jose.martins em institutoipf.org.br>jose.martins em institutoipf.org.br; 
<mailto:iipf em institutoipf.org.br>iipf em institutoipf.org.br) e para
o Professor Adriano D. Andricopulo 
(<mailto:aandrico em if.sc.usp.br>aandrico em if.sc.usp.br).

É desejável que os candidatos possuam a seguinte formação e
experiência:

1. Doutor em Química, Física, Biologia, Farmácia ou áreas afins, com
experiência em modelagem molecular de fármacose QSAR 2D e 3D, em
especial com software da Tripos, além de conhecimentos na área de
química medicinal e modelagem molecular (duas vagas).

2. Doutor em Química, Física, Biologia, Farmácia ou áreas afins, com
experiência em modelagem molecular e estatística, e conhecimentos na
área de química computacional e desenvolvimento de formulações (uma
vaga).

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3. XIV Encontro do Centro-Oeste de Debates sobre o Ensino de Química
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O XIV Encontro do Centro-Oeste de Debates sobre o Ensino de Química,
realizar-se-á no período de 18 a 21 de outubro de 2005, na
Universidade Federal de Mato Grosso, pólo Cuiabá.

O tema do evento é "Na confluência dos saberes: Educação em Ciências,
Diversidade Cultural e Tecnologia".

O site do evento é 
<http://www.ufmt.br/ecodeq2005>http://www.ufmt.br/ecodeq2005

e o e-mail  <mailto:ecodeq2005 em ufmt.br>ecodeq2005 em ufmt.br

Profª. Drª. Irene Cristina de Mello
Coordenadora Geral do Evento.
Universidade Federal de Mato Grosso

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4. Orçamento reduz verba disponível para pesquisa
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Proposta diminui fatia livre para investimentos em 2006

Ricardo Balthazar escreve para o “Valor Econômico”:

A proposta orçamentária que o governo apresentou para o próximo ano
prevê que somente 40% dos recursos arrecadados pelos fundos de apoio
à pesquisa controlados pelo Ministério da C&T serão aplicados em
projetos de pesquisa.

O restante do dinheiro permanecerá retido nos cofres da administração
por medida de economia.

A proposta estima que o Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico
e Tecnológico (FNDCT) arrecadará pouco mais de R$ 2 bilhões, mas dá
ao ministério liberdade para investir apenas R$ 850 milhões.

A diferença de R$ 1,2 bilhão foi classificada pela equipe econômica
como "reserva de contingência" e só poderá ser usada com autorização
especial do Congresso. Esse mecanismo tem sido empregado para conter
despesas em várias áreas e reduzir o endividamento do governo.

Se for aprovada como está, a proposta orçamentária representará uma
interrupção no processo de recuperação da capacidade de investimento
do FNDCT, principal fonte de financiamento para projetos nessa área.

Embora o grosso do dinheiro tenha sido bloqueado, a fatia aplicada
em projetos de pesquisa cresceu gradualmente nos últimos anos.

Neste ano o ministério tem autorização para gastar 48% dos recursos
arrecadados pelo FNDCT, mais que os 42% alcançados no ano passado.

Como o orçamento do ano que vem ainda não foi votado pelo Congresso,
o ministro da C&T, Sergio Rezende, acredita que ainda tem chances de
ampliar o limite disponível para investimentos. Rezende assumiu o
cargo em julho.

A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), aprovada em agosto,
estabelece que no próximo ano pelo menos 60% do FNDCT deve permanecer
livre para investimentos.

O plano de Rezende é recorrer a este dispositivo para modificar a
proposta orçamentária no Congresso, depois que a LDO for sancionada
pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o que deve ocorrer nos
próximos dias.

"Há uma incompatibilidade entre a LDO e a proposta orçamentária e isso
terá que ser corrigido", disse Rezende em entrevista ao Valor.

"Entendo o papel da área econômica e os problemas herdados pelo governo,
mas estamos numa curva ascendente na utilização desses recursos e seria
muito bom mantê-la assim."

O FNDCT abriga 15 fundos alimentados por contribuições de empresas de
vários setores. Os maiores são formados com dinheiro da indústria do
petróleo, de companhias de energia elétrica e empresas que importam
tecnologia.

Os recursos financiam projetos de universidades e institutos de
pesquisa, em muitos casos desenvolvidos em cooperação com companhias
privadas.

Entre 2001, quando a maioria desses fundos começou a ser estruturada,
e o fim de 2004, R$ 2,8 bilhões do FNDCT ficaram retidos nos cofres
federais por determinação da área econômica do governo. Esses recursos
equivalem a 65% do que os vários fundos arrecadaram nesse período.

É improvável que esse dinheiro seja recuperado algum dia. Como o
próprio Rezende comentou na segunda-feira, numa palestra para
representantes da comunidade científica no Rio, talvez ele seja
liberado somente para "nossos filhos, ou nossos netos".

Na avaliação do ministro, isso vai depender de duas coisas.

Primeiro, é preciso assegurar que os recursos disponíveis sejam
aproveitados e aplicados em bons projetos.

"Se a cada ano nós conseguirmos aportar uma parcela maior das
receitas e se tivermos bons resultados para exibir, estaremos
fazendo um grande progresso", explicou Rezende.
"Se a situação fiscal do país melhorar, pode se tornar viável
recuperar o dinheiro no futuro."

Em segundo lugar, o ministro conta com a aprovação de um projeto de
lei que muda as regras de funcionamento do FNDCT, atualmente em
análise no Senado.

O projeto define uma escala para aumentar gradualmente a fatia dos
fundos liberada para investimentos, até eliminar completamente a
possibilidade de contingenciamento em 2009.

A proposta também estabelece mecanismos para garantir que os
recursos retidos na contabilidade dos fundos até agora sejam
corrigidos e possam ser usados algum dia.

Apesar da paralisia provocada pela crise política, Rezende acha
possível aprovar o projeto até o fim do ano. "Não há conflito
entre governo e oposição em torno desse tema e por isso não vejo
dificuldades", disse.
(Valor Econômico, 9/9)

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5. Fundação Oswaldo Cruz cobra mais controle sobre os fármacos
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Manifesto pede rigor com manipulação

Antônio Gois escreve do Rio para a “Folha de SP”:

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), do Ministério da Saúde, pediu em
manifesto, na sexta-feira, mais rigor na resolução sobre o setor de
farmácias de manipulação.

O projeto de regulamentação é visto pelas associações dessas
farmácias como arbitrário e coercitivo.

O texto é assinado por André Gemal, diretor do Instituto Nacional de
Controle de Qualidade em Saúde, e por Antônio Ivo de Carvalho e
Francisco Paumgartten, respectivamente diretor e pesquisador da
Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca.

"Apesar das fortes críticas do setor regulado, a resolução é
insuficiente em vários aspectos, principalmente por permitir a
produção de virtualmente qualquer tipo de medicamento. Se a produção
de medicamentos de baixo índice terapêutico em farmácias magistrais
[de manipulação] não for proibida, falhas terapêuticas e mortes
continuarão a ocorrer com freqüência", diz o manifesto.

Em um medicamento de baixo índice terapêutico, a dosagem eficaz é
muito próxima da fatal.

Gemal diz que análises de seu instituto já registraram casos em que
os valores das substâncias do medicamento eram até 32.000%
superiores aos declarados no rótulo, chegando a causar óbitos.

Tomar um remédio em quantidade 32.000% maior que a declarada é o
mesmo que tomar 320 cápsulas do produto de uma vez.

Segundo Gemal, o texto não pede o fim das farmácias de manipulação,
mas sim mais controle.

"São poucas as situações em que se faz necessário produzir o
medicamento de forma personalizada. Isso pode ser necessário se o
paciente for alérgico a um componente do produto industrializado
ou se for conveniente ter uma solução oral de um fármaco que só
esteja disponível em comprimidos", diz o texto.

Segundo os pesquisadores, "há processos tecnológicos e testes de
qualidade que são possíveis na produção em escala industrial, mas
não são viáveis na escala reduzida da farmácia magistral".

Erros na manipulação podem ter causado a morte, no mês passado, de
três pessoas na Bahia, pelo uso do anestésico lidocaína, e de oito
pessoas desde 2004 com a colchicina, contra a gota.

A Anfarmag (Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais)
contestou o manifesto. A entidade representa cerca de 5.200
farmácias e farmacêuticos de manipulação, o que correspondente a
70% do setor.

"As farmácias de manipulação não oferecem risco à população.
Anualmente são aviados 3 milhões de receitas. Até hoje foram
registrados aproximadamente 27 casos de problemas com manipulados",
diz em nota.

O texto diz que a proposta da Anvisa apresentada até agora limita
a liberdade de escolha do consumidor.

Para associação, farmácias não oferecem risco

A Anfarmag (Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais)
contestou, em texto assinado por seu presidente, Hugo Guedes de
Souza, o manifesto da Fiocruz.

A entidade representa cerca de 5.200 farmácias e farmacêuticos
de manipulação, o que correspondente a 70% do setor.

"As farmácias de manipulação não oferecem risco à população. Muito
pelo contrário. Anualmente são aviados 3 milhões de receitas. Até
hoje foram registrados aproximadamente 27 casos de problemas com
manipulados", disse.

Segundo o presidente da Anfarmag, o número de problemas verificados
na grande indústria foi maior do que o encontrado nas farmácias de
manipulação:

"Somente nos primeiros cinco meses de 2004, a Anvisa suspendeu,
apreendeu ou interditou 33 produtos industrializados por apresentarem
alguma suspeita ou risco aos consumidores".

Ele afirma ainda que a proposta da Anvisa apresentada até agora
limita a liberdade de escolha do consumidor. Guedes diz que a
Anfarmag é favorável à normatização, mas contrária às proibições.

Fonte: Folha de SP, 10/9

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6. Primeira Conferência Virtual sobre o Acesso Livre à Informação
Científica, nesta terça-feira, de 15h às 18h
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A conferência é promovida pela SBPC, Academia Brasileira de Ciência
(ABC), Instituto Brasileiro de Informação em C&T (Ibict), a Associação
Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Ciência da Informação (Ancib).

Apoio tecnológico da Rede Nacional de Pesquisa e Ensino (RNP).

Objetivos da conferência:
Apresentar e discutir o cenário atual da comunicação científica no
Brasil e no Mundo;
Promover a divulgação do movimento Open Archives and Open Access to
Knowledge and Information in Science and Humanities;
Apresentar as tecnologias da informação existentes para facilitar a
comunicação científica;
Apresentar o manifesto brasileiro de apoio ao 
acesso livre à informação científica e aos repositórios de arquivos aberto.

A SBPC e seus parceiros tornam disponível as seguintes salas de
videoconferência nas seguintes cidades: SP, 
Campinas, RJ, Brasília, Florianópolis, Belo Horizonte e Fortaleza.

O endereço dessas salas serão disponibilizadas no site
http://www.ibict.br/openaccess

Nesse site, pode-se também encontrar a proposta de manifesto, assim
como informações sobre o movimento de acesso livre à informação e
sobre os “open archives”.

É conhecimento de todos as dificuldades encontradas no acesso à
informação científica, em especial àquela publicadas em revistas
científicas devido ao seu alto custo.

Hoje, o país gasta cerca de U$ 30 milhões com a 
assinatura de revistas científicas e bases de dados.

A SBPC e seus parceiros realizam o evento para mostrar o cenário
mundial da comunicação científica e apresentar alternativas de
solução para esse problema.

Propõe-se o engajamento da comunidade científica brasileira a esse
movimento que vem ganhando força em todo o mundo e que visa a promover
o acesso livre à informação científica.

Confirmar presença, indicando a sala de videoconferência a ser
freqüentada, entrando em contato com a sra. Sônia pelo fones
(61) 3217-6350 ou 3217-6360, ou pelo e-mail: sonia em ibict.br.

Eis o manifesto preliminar será discutido a partir da 1ª Conferência
Virtual sobre Acesso Livre à Informação Científica, nesta
terça-feira, 13 de setembro.

O debate se processa no site http://www.ibict.br/openaccess.

Elaborado por Helio Kuramoto (Ibict) e Sueli Costa (UnB), o manifesto
visa implantar no país uma política nacional de acesso livre à
informação científica, com o apoio da comunidade de C&T.

Eis a íntegra do documento:

“Versão preliminar do Manifesto Brasileiro de apoio ao Acesso Livre à
Informação Científica

Contextualização

A informação científica é o insumo básico para o desenvolvimento
científico e tecnológico de uma nação. Trata-se de um processo
contínuo em que a informação científica contribui para o
desenvolvimento científico, e este, por sua vez, gera novos
conteúdos realimentando todo o processo.

No entanto, considerando-se o modelo tradicional de publicação
científica, a comunidade científica enfrenta dificuldades no acesso
à informação científica.

Tradicionalmente, os artigos ou trabalhos científicos são publicados
em revistas especializadas e a forma de acesso a esses trabalhos é
mediante assinatura das publicações pelas bibliotecas ou pelo
pesquisador.

Com o surgimento das novas tecnologias da informação e da
comunicação, diversos paradigmas estão mudando. Isso porque
essas tecnologias facilitam o acesso à informação científica,
promovendo o surgimento de novas alternativas para a comunicação
científica.

A Open Archives Initiative (OAI) é um exemplo disso. Esta iniciativa
estabelece, além de padrões de interoperabilidade, alguns princípios
e ideais, como o uso de software open source e o acesso livre à
informação. Surge, a partir dessa iniciativa, o paradigma do
acesso livre à informação.

A OAI constitui, portanto, um marco na área do tratamento e
disseminação da informação em geral e na área da comunicação
científica em especial.

Essa iniciativa proporcionou a construção, implantação e manutenção
de diversos repositórios de acesso livre, assim como o surgimento de
diversas ferramentas de software para a construção e manutenção de
repositórios, como o E-Prints, o Open Journal Systems (OJS),
o DSPACE, entre outros.

O movimento de apoio aos open archives e ao acesso livre à
informação surge em conseqüência das dificuldades encontradas pela
comunidade científica mundial no acesso à informação científica.

Concretizaram-se, de fato, por meio de diversos manifestos como as
declarações de Bethesda, Budapeste e Berlim, além de manifestações
de organizações não-governamentais e internacionais, como a IFLA e
a OCDE, entre outras.

É importante observar que o paradigma do acesso livre à informação
provocará otimização nos custos de registro e acesso à informação,
além de promover maior rapidez no fluxo da informação científica e
no desenvolvimento científico e tecnológico.

Esse cenário aponta para a necessidade de o Brasil manifestar-se
favoravelmente ao acesso livre à informação, promovendo, por
conseguinte, o aumento significativo da visibilidade de suas
pesquisas, de seus pesquisadores e de suas instituições.

Para tanto, é necessário aderir ao movimento mundial e estabelecer
uma política nacional de acesso livre à informação científica,
mediante o apoio de toda a comunidade científica, envolvendo não
apenas as suas organizações, mas obrigatoriamente os pesquisadores
e as agências de fomento.

O estabelecimento do acesso livre como um procedimento vantajoso
requer o empenho ativo de todo e qualquer indivíduo que produza
conhecimento científico, ou seja, de todo detentor de patrimônio
cultural.

Objetivos

Promover o registro da produção científica brasileira em
consonância com o paradigma do acesso livre à informação;

promover a disseminação da produção científica brasileira em
consonância com o paradigma do acesso livre à informação;

estabelecer uma política nacional de acesso livre à informação
científica;

buscar apoio da comunidade científica em prol do acesso livre à
informação científica.

Paradigma do Acesso Livre à Informação

O modelo que se preconiza para o acesso livre à informação e, que
nesse documento recebe a denominação de Paradigma do Acesso Livre
à Informação, baseia-se nos termos da Declaração de Berlim, na parte
relativa a “Definição de uma contribuição em Acesso Livre...”, e que
é aqui reescrito conforme os dois itens abaixo:

Contribuições em acesso livre incluem resultados de pesquisas
científicas originais, dados não processados e metadados, fontes
originais, representações digitais de materiais pictóricos,
gráficos e material acadêmico multimídia;

As contribuições em acesso livre devem satisfazer duas condições:

os(s) autor(es) e o(s) detentores dos direitos de tais
contribuições concede(m) a todos os usuários:

direito gratuito, irrevogável e irrestrito de acessá-las;

licença para copiá-las, usá-las, distribuí-las, transmiti-las e
exibi-las publicamente;

licença para realizar e distribuir obras derivadas, em qualquer
suporte digital para qualquer propósito responsável, em obediência
a correta atribuição da autoria (as regras da comunidade continuarão
a fornecer mecanismos para impor a atribuição e uso responsável
dos trabalhos publicados, como acontece no presente), com a
garantia de fazer cópias;

Uma versão completa da obra e todos os materiais suplementares,
incluindo uma cópia da licença, como acima definida, é depositada
(e portanto publicada) em um formato eletrônico normalizado e
apropriado em pelo menos um repositório que utilize normas técnicas
adequadas (como as definições estabelecidas pelo modelo Open
Archives) e que seja mantido por uma instituição acadêmica,
sociedade científica, organismo governamental, ou outra
organização estabelecida que pretenda promover o acesso livre,
a distribuição irrestrita, a interoperabilidade e o arquivamento
a longo prazo.

Recomendações à Comunidade Científica

Torna-se necessário, nesse momento, o comprometimento por parte
da comunidade científica brasileira em apoiar o movimento mundial
em favor do acesso livre à informação científica.

Nesse sentido, os principais atores do sistema de comunicação
científica, nomeadamente autores, editores, agências de fomento
e as instituições acadêmicas, devem se comprometer em colaborar
para que os resultados de pesquisas realizadas no país estejam
disponíveis livremente para acesso. Para isso, portanto, em
consonância com o que especifica a Declaração de Berlim,
recomenda-se:

É imperativo que as instituições acadêmicas brasileiras se
comprometam a:

criar repositórios institucionais e temáticos, observando o
paradigma do acesso livre;

requerer que seus pesquisadores depositem uma cópia de todos os
seus trabalhos publicados em pelo menos um repositório de acesso
livre;

encorajar seus pesquisadores a publicar seus resultados de pesquisa
em periódicos de acesso livre, onde houver um periódico apropriado
para isso. Deve-se, além disso, prover o apoio necessário para que
isso ocorra.

reconhecer a publicação em ambiente de acesso livre para efeito de
avaliação e progressão acadêmica.

ter disponíveis, em ambiente de aceso livre, os periódicos editados
pela instituição ou seus órgãos subordinados.

É primordial que os pesquisadores (autores):

contribuam para o incremento de conteúdos em repositórios
institucionais ou temáticos, depositando o maior número possível
de seus trabalhos, publicados ou não, inclusive pré & post prints,
material de aula, quando for o caso, entre outros materiais.

depositar, obrigatoriamente, em um repositório de acesso livre
publicação que envolvam resultados de pesquisas financiadas com
recursos públicos.

É necessário que as agências de fomento:

reconheçam a publicação científica em repositórios de acesso livre
como para efeito de avaliação da produção científica dos
pesquisadores e de concessão de auxílios e financiamentos para
pesquisa;

recomendem aos pesquisadores a quem concedem auxílio financeiro
para suas pesquisas que depositem uma cópia dos resultados
publicados em um repositório de acesso livre e/ou que publiquem
prioritariamente em periódicos eletrônicos de acesso livre;

recomendem aos pesquisadores a quem concedem auxílio financeiro
para participação em eventos que depositem uma cópia do seu
trabalho em um repositório de acesso livre;

promovam e apóiem a construção e manutenção de repositórios
institucionais e temáticos;

apóiem, prioritariamente, a edição de publicações científicas
eletrônicas de acesso livre;

requerer que toda publicação científica financiada com recursos
públicos tenham uma versão disponível eletronicamente em ambiente
de acesso livre.

É imprescindível que as editoras comerciais de publicações
científicas:

concordem que os trabalhos por eles publicados, com autoria de
pesquisadores acadêmicos que obtiveram recursos públicos para suas
pesquisas, tenham uma cópia depositada em repositório de acesso
livre;

tenham disponível uma versão eletrônica, em ambiente de acesso
livre, das publicações impressas por elas editadas cuja autoria
seja de pesquisadores acadêmicos que obtiveram recursos públicos
para suas pesquisas;

publiquem, prioritariamente, periódicos eletrônicos de acesso livre.

É recomendável que editoras não comerciais:

tenham disponíveis uma versão eletrônica, em conformidade com o
paradigma do acesso livre à informação, das publicações impressas
por elas editadas;

adotem os padrões que estejam em conformidade com aqueles
estabelecidos pela Open Archives Initiative (OAI).”

Fonte: JC e-mail 2852, de 12 de Setembro de 2005

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Contribuições devem ser enviadas para o Editor do Boletim
Eletrônico da SBQ:  Luizsbq em iqm.unicamp.br
http://www.sbq.org.br

Até nossa próxima edição!!!
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Prof. Luiz Carlos Dias
Editor do Boletim Eletrônico
Sociedade Brasileira de Química - SBQ
e-mail: luizsbq em iqm.unicamp.br