[Boletim-sbq] Boletim Eletronico No. 597

Luiz Carlos Dias luizsbq em iqm.unicamp.br
Quarta Agosto 3 09:52:28 BRST 2005


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Sociedade Brasileira de Química   BOLETIM ELETRONICO   No. 597
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Chemical Society (www.sbq.org.br/publicacoes/indexpub.htm) a revista
de Química mais importante e com o maior índice de impacto da América
Latina. Visite a nova página eletrônica do Journal na home-page da
SBQ (http://jbcs.sbq.org.br).
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Veja nesta edição:

1. Curso do Prof. Gary A. Molander, na Faculdade de Farmácia - USP
2. Professor Yoshitaka Gushikem recebe Título “Doctor Honoris Causa”
3. Concurso Público no Instituto de Química da Universidade Federal
de Uberlândia
4. A Pesquisa na Amazônia e os "laranjas" da ciência

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1. Curso do Prof. Gary A. Molander, na Faculdade de Farmácia - USP
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Tópicos Avançados em Fármacos e Medicamentos III
Data: 22-26/08/2005
Período: 8:00 as 12:00 hs

Curso: ORGANOMETALLICS IN ORGANIC SYNTHESIS

Tópicos

-BUCHWALD-HARTWIG COUPLING
-CYCLOISOMERIZATION
-ENYNE CYCLIZATIONS
-HYDROAMINATION
-OLEFIN METATHESIS
-NEGISHI COUPLING
-HECK REACTION
-PAUSON-KHAND REACTION
-ð-ALLYLPALLADIUM CHEMISTRY
-STILLE COUPLING
-SUZUKI COUPLING

O Prof. Gary A. Molander é professor no Departamento de Química da
Universidade da Pennsylvania, Philadelphia, PA - USA. É um dos
maiores experts em química de boro da atualidade.

Os interessados podem entrarem em contato com a pós-graduação da
Faculdade de Ciências Farmacêuticas/USP e falar com Elaine ou
Jorge, tel. 11 3091-3621 ou e-mail :pgfarma em usp.br.

Também poderão falar comigo pelo tel. 11 3091-3654 ou e-mail:
hstefani em usp.br

P.S.: Teremos aqui neste mesmo período, 20-28/08/2005, os Profs.
Stephen Martin da Universidade do Texas e a Prof. Janis Louie
da Universidade de Utah.

Fonte: Prof. Hélio Stefani

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2. Professor Yoshitaka Gushikem recebe Título “Doctor Honoris Causa”
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PROFESSOR YOSHITAKA GUSHIKEM RECEBE TÍTULO “DOCTOR HONORIS CAUSA”

O Chefe do Departamento de Química Inorgânica (IQ-UNICAMP) tem o
grande prazer de comunicar que a Universidade Nacional de Kharkov,
Ucrânia, concedeu ao Professor Yoshitaka Gushikem o título “Doctor
Honoris Causa”. A honraria é conseqüência de profícua interação que
o Prof. Yoshitaka vem mantendo com pesquisadores da área de Química
daquela instituição, principalmente no estudo de modelos cinéticos
e termodinâmicos na adsorção de espécies químicas em superfícies
modificadas de óxidos. A universidade fica em Kharkov, foi fundada em
1804 e por lá passaram cientistas famosos entre os quais merece
destaque o físico Lev Landau, Nobel em 1962.

Atualmente a organização tem grande destaque por liderar vários
projetos espaciais internacionais.

O Professor Yoshitaka receberá seu diploma oficializando a concessão
em setembro de 2005, quando apresentará conferência na Reunião da
Academia de Ciências da Ucrania.

Fonte: Prof. Celso Davanzo
Chefe do Departamento de Química Inorgânica (IQ-UNICAMP)

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3. Concurso Público no Instituto de Química da Universidade Federal
de Uberlândia
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Concurso Público de Provas e Títulos, no Instituto de Química da
Universidade Federal de Uberlândia, destinado ao provimento de uma
(01) vaga para  Professor Assistente da carreira do Magistério
Superior.

Área: EDUCAÇÃO EM QUÍMICA.

Qualificação Mínima exigida: Graduação em Química, com Mestrado em
Educação ou Mestrado em Ensino de Ciências ou Mestrado em Química com
atividades comprovadas na área de Educação em Química.

Carga Horária/Regime de Trabalho: 40 horas semanais/Dedicação exclusiva.
Inscrições: de 12 a 26 de agosto de 2005,  na Secretaria do Instituto
de Química, Bloco 1D, Campus Santa Mônica, Uberlândia-MG, das 8h às 11h
e das 14h às 17h.

Fone: (34) 3239-4264 ou 3239-4143 Ramal 23.  Fax: (34) 3239-4208
e-mail: <mailto:iqufu em ufu.br>iqufu em ufu.br

Provas:  14, 15 e 16 de setembro de 2005.
Edital No. 014/2005: www.ufu.br

Fonte: Silvana Guilardi
Diretora do IQ-UFU

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4. A Pesquisa na Amazônia e os "laranjas" da ciência
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Tardia e timidamente a comunidade científica brasileira começa a
apontar fatos preocupantes sobre a pesquisa científica na Amazônia.

Conforme publicado no Boletim Científico da FAPESP de 19/07/2005, o
pesquisador Adalberto Luís Val, do INPA (Instituto de Pesquisas da
Amazônia) durante a 57a Reunião Anual da SBPC alerta para o fato de 78%
das pesquisas sobre a Amazônia são produzidas por pesquisadores
estrangeiros. Segundo o pesquisador, no primeiro quadrimestre de 2004,
dos 452 artigos publicados sobre a Amazônia, apenas 100 deles contam
com pelo menos um autor com residência fixa no Brasil.

Toda iniciativa de se discutir de modo ético e maduro a participação
de grupos de pesquisa estrangeiros tanto na Amazônia como no Pantanal
(que tem sido pouco citado mas que tem tanta  importância ambiental e
estratégica quanto a Amazônia) tem sido  encarada por um segmento da
comunidade científica como xenofobia inaceitável, recurso este muito
similar ao que estamos vivendo na parte política quando se invoca a
“elite brasileira” como a geradora de fatos para desestabilizar a nação.
O fato é que quem trabalha ou trabalhou na Amazônia e/ou na região do
Pantanal sabe que esta discussão já é tardia, e que é necessário
trazer para a mesa de reunião a comunidade científica nacional e as
agências de fomento de pesquisa a fim de se produzir um plano de ação e
de ética claro sobre os programas de cooperação internacional com foco
na Amazônia e no Pantanal o mais breve possível. Talvez antevendo o
problema, o embaixador do EUA no Brasil, John Danilovich publicou da
Folha de São Paulo de 15/07/2005 (A3, Tendências/Debates) uma
exaltação aos programas de cooperação técnico e científico envolvendo
o Brasil e os EUA, e encerra sua apologia a estas parcerias reafirmando
que a Amazônia, apesar da importância mundial, será brasileira
sempre!!! Obrigado, Embaixador.

A atração de grupos internacionais para as regiões de grande importância
estratégica para o Brasil (e todo o globo) já vem de longa data, devido
não somente aos interesses científicos (e por que não dizer outros?)
propriamente ditos, mas também ao abandono das agências de fomento
estaduais e federais, em especial nas décadas de 80 e 90, somados à
falta de programas especiais voltados para estas áreas carentes em
recursos humanos e equipamentos. Assim, tendo uma fartura inigualável
de material a ser explorado, pesquisadores estrangeiros providos de
marcos, doláres, francos, ienes e outras moedas começaram a se
instalar em diversas universidades federais situadas nestas regiões.
Inegável a contribuição que muitos destes programas trouxeram para
o desenvolvimento científico regional, para a capacitação de pessoal
local e para a melhoria do parque instrumental. No entanto, nem toda
experiência pode ser considerada como sendo benéfica ao nosso país,
devido principalmente à falta de parâmetros norteadores sobre deveres
e direitos entre as partes envolvidas.

As formas de cooperação internacional em projetos na Amazônia e no
Pantanal variam bastante tanto na forma como em conteúdo, indo desde
mega projetos com recursos de milhões de dólares e euros envolvendo
inúmeros grupos de pesquisa do Brasil e do país interessado, até
projetos de cooperação entre pesquisadores, com recursos considerados
modestos ou mesmo até sem recursos financeiros. O projeto LBA
(Experimento de Grande Escala da Biosfera-Atmosfera na Amazônia) é um
dos exemplos de mega-projeto, envolvendo inúmeras instituições nacionais
e internacionais, com foco na Amazônia, sendo a NASA a principal
agência americana envolvida. Me pergunto se seria possível conceber algo
similar ao LBA tendo, porém, como objeto de estudo os Everglades da
Flórida, colocando em campo algo como 50 cientistas brasileiros coletando
milhares de dados a cada semana... Já menos transparente (mas não
necessariamente mais criticável) do que esta forma de cooperação são os
chamados cientistas “laranjas”, ou seja, cientistas que se apresentam
como coordenadores ou executores da parte brasileira de projetos de
pesquisa totalmente concebidos no exterior, muitas vezes atendendo a
objetivos científicos não bem definidos ou de pouca importância regional,
mas que acabam sendo aprovados, e muitas vezes com contrapartida de
recursos nacionais. O pesquisador laranja aceita este encargo porque
acredita ser esta a maneira mais rápida de aumentar seu status
acadêmico, uma vez que na penúria da sua instituição ele consegue
realizar alguma pesquisa (que ele acredita ser fruto de suas idéias),
além de possuir o único computador portátil ou projetor multimídia no
departamento. Algumas vezes o “pacote” laranja contempla um breve estágio
na gélida Montreal ou qualquer outra cidade do hemisfério norte, por
exemplo, para que o pesquisador possa conhecer a neve, comprar roupas de
inverno e visitar a nave-mãe.

Obviamente não se pode assumir que, como já dito, todo projeto de
cooperação internacional já realizado ou em curso na Amazônia e/ou
Pantanal não seja de interesse para o país. Há dezenas deles que
poderiam ser citados como exemplos de atividades conjuntas onde os
benefícios foram mútuos. Porém, o que se nota é que os ganhos e as
perdas destas cooperações hoje dependem quase que exclusivamente do
pesquisador e do grupo de pessoas envolvidas nestes projetos, os quais
muitas vezes não têm idéia da grandeza do patrimônio que está em jogo.
Creio que é chegada a hora de se criar programas específicos de apoio à
pesquisa na Amazônia e Pantanal envolvendo apenas instituições
nacionais, sempre em parcerias com as instituições locais, bem como
promover um amplo debate sobre as parcerias internacionais que atuam
nestes dois biomas.

Nota do Editor: Wilson de Figueiredo Jardim é Professor Titular do
Instituto de Química da Universidade Estadual de Campinas, e estuda
o ciclo do mercúrio na região amazônica desde 1994.

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Contribuições devem ser enviadas para o Editor do Boletim
Eletrônico da SBQ:  Luizsbq em iqm.unicamp.br
http://www.sbq.org.br

Até nossa próxima edição!!!
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Prof. Luiz Carlos Dias
Editor do Boletim Eletrônico
Sociedade Brasileira de Química - SBQ
e-mail: luizsbq em iqm.unicamp.br 
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