[Boletim-sbq] Boletim Eletronico No. 560

Luiz Carlos Dias luizsbq em iqm.unicamp.br
Sexta Março 18 12:00:26 BRST 2005


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SBQ - BIENIO (2004/2006)      BOLETIM ELETRONICO      No. 560
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Chemical Society (www.sbq.org.br/publicacoes/indexpub.htm) a revista 
de Química mais importante e com o maior índice de impacto da América 
Latina. Visite a nova página eletrônica do Journal na home-page da 
SBQ (http://jbcs.sbq.org.br).
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Veja nesta edição:

1. Prêmios Fritz Feigl e CRQ-IV - Concursos distribuirão R$ 60 mil 
a professores/pesquisadores e estudantes 
2. Workshop sobre Doenças Tropicais - Inscrições encerram 30 de março
3. Esverdeando o Currículo de Química
4. CNPq - OF. CIRC. PR. Nº 0156 /05
5. Reitor da Uenf determina volta às aulas no dia 21
6. Os 13 ministros da C&T em 20 anos, artigo de José Monserrat Filho

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1. Prêmios Fritz Feigl e CRQ-IV - Concursos distribuirão R$ 60 mil 
a professores/pesquisadores e estudantes 
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Os profissionais e estudantes interessados em participar da edição 
2005 dos prêmios Fritz Feigl e CRQ-IV têm até o dia 31 de março 
para fazerem suas inscrições. Promovidos pelo Conselho Regional de 
Química 4ª Região (SP/MS), os concursos distribuirão R$ 60 mil livres 
de impostos e serão entregues em 17 de junho, antecipando as 
comemorações pelo Dia Nacional do Profissional da Química (cuja data 
oficial é 18/06). 
  
Para participar do Prêmio Fritz Feigl, o profissional deverá comprovar 
atuação nas áreas de pesquisa e/ou ensino, estar registrado no Conselho 
há pelo mesmo cinco anos e em situação regular na entidade no que 
diz respeito a anuidades e documentação. O vencedor receberá 
R$ 30 mil livres de impostos, um troféu e um certificado. 
Inspirado no cientista austríaco que dedicou sua vida à química 
analítica e que desenvolveu boa parte de seu trabalho no Brasil, o 
Prêmio Fritz Feigl configura-se hoje num dos principais eventos 
destinados a reconhecer e premiar a carreira de profissionais que se 
destacam por sua dedicação e espírito investigativo.
  
O Prêmio CRQ-IV será disputado entre estudantes de cursos 
profissionalizantes na área química e distribuirá um total de 
R$ 30 mil, também livres de impostos, aos vencedores. O prêmio está 
dividido nas categorias Química de Nível Médio, Química de Nível 
Superior, Química de Nível Superior com Tecnologia e Engenharia da 
Área Química. 

Os trabalhos poderão ser individuais ou em grupo e deverão ser 
orientados por um professor ou profissional da química que atue na 
área objeto do trabalho. O professor ou o profissional deverão estar 
registrados e em situação regular no Conselho.
  
Os regulamentos e as fichas de inscrição estão disponíveis 
na página http://www.crq4.org.br/informativo/outubro_2004/pagina02.php
do site do Conselho. Informações podem ser obtidas pelo telefone 
(0xx11) 3061-6060, de segunda a sexta-feira, das 9h30 às 15h.

Fonte: Carlos de Souza - Assessor de Comunicação
Conselho Regional de Química 4ª Região
11 3061-6017

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2. Workshop sobre Doenças Tropicais - Inscrições encerram 30 de março
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"Para fins de não comprometer a organização do evento, informamos que 
as inscrições para o Workshop sobre Doenças Tropicais, a se realizar 
no dia 30 de maio de 2005 em Poços de Caldas, serão encerradas no dia 
30 de março corrente". 

Cordialmente,
  
A Comissão Organizadora

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3. Esverdeando o Currículo de Química
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Já está no ar a tradução para o português de "Greening Across the 
Chemistry Curriculum" 
(http://academic.scranton.edu/faculty/CANNM1/dreyfusmodulesport.html),
site desenvolvido por professores da Universidade de Scranton (EUA), 
sob coordenação do Prof. Michael Cann. 

Os tradutores esperam que este material educacional em português 
contribua para a introdução da química verde nas diferentes 
disciplinas lecionadas nos cursos de graduação em química do país.
 
Além de uma introdução à química verde, o site apresenta nove módulos 
abordando a química verde em disciplinas como química geral, química 
inorgânica, bioquímica, química orgânica, química de polímeros, 
toxicologia, etc. O acesso é livre e gratuito. A tradução foi feita 
pelo grupo de síntese orgânica da Universidade Federal de Pelotas, 
que também mantém a WWVerde, a página de divulgação da química verde 
no Brasil (http://iqg.ufpel.edu.br/wwverde).

Fonte: Eder Lenardão
lenardao em ufpel.tche.br

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4. CNPq - OF. CIRC. PR. Nº 0156 /05
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Brasília, 17 de março de 2005

OF. CIRC. PR. Nº 0156 /05

Prezados pesquisadora e pesquisador do CNPq,

Apenas no final de março conheceremos com precisão os valores do
orçamento de 2005 do CNPq e seus limites de desembolso. Por isso não
lhes escrevi antes. Mas agora, graças ao decidido envolvimento e 
às gestões do Exmo. Sr. Ministro Eduardo Campos, acreditamos que o 
CNPq será poupado de maiores cortes ou limites financeiros.

Diante dessa garantia, estamos, finalmente, dando início a algumas 
Das ações previstas para este ano.

Bolsas de Produtividade em Pesquisa. Distribuímos 439 bolsas novas,
atendendo à quase totalidade da demanda qualificada apresentada à
Diretoria pelos Comitês Assessores. Como todos os comitês foram
convidados a apresentar e apresentaram suas demandas, e como apenas
alguns poucos não puderam ser totalmente atendidos, acreditamos que 
a demanda qualificada reprimida, definida pelos CAs, seja pouco
significativa. Com a distribuição atual, atingimos o número de 1169
novas bolsas de produtividade implementadas desde o início de nossa
gestão em 2003

Programa Universal. Os CAs terminaram o julgamento dos projetos. Os
resultados serão divulgados em breve na página do CNPq. Conseguimos 
dos Fundos Setoriais R$ 10 milhões adicionais para o Universal. Se
conseguirmos mobilizar mais recursos, ampliaremos o número de 
projetos atendidos segundo a ordem de prioridade já definida pelos 
CAs. Os termos de concessão serão assinados em abril e os pagamentos 
deverão ter início em maio.

Fomento Tecnológico. O julgamento será realizado em abril, sendo os
resultados possivelmente divulgados no mesmo mês.

Bolsas de doutorado e mestrado. Acreditamos poder conceder, neste 
ano, cerca de 1000 bolsas novas de Pós-Graduação. A distribuição 
será feita em função do desempenho e reais necessidades dos cursos 
e da PG nacional segundo os dados do CNPq e CAPES. Os coordenadores 
de curso serão informados sobre as concessões,  procedimentos e prazos 
para implementação das bolsas.

Aproveito para agradecer a correspondência que tenho recebido sobre
diversos temas científicos e sobre acertos e deficiências 
operacionais do CNPq. Críticas fundamentadas e manifestações de 
compreensão e apoio são igualmente bem-vindas. Esse nosso diálogo 
permanente tem sido muito importante para o direcionamento de nossa 
gestão. De minha parte sempre o apreciarei.

Atenciosamente,

ERNEY PLESSMANN CAMARGO
Presidente

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5. Reitor da Uenf determina volta às aulas no dia 21
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Raimundo Braz Filho anuncia suspensão do pagamento para quem não 
voltar

Depois de insistentes apostas no diálogo e na negociação e pressionado 
por ações judiciais contra a instituição, o reitor da Uenf, Raimundo 
Braz Filho, determinou o pleno restabelecimento das atividades 
acadêmicas a partir da próxima segunda-feira, 21/3, sob pena do 
'reconhecimento de ausência do cumprimento de atividades devidas e 
demais cominações determinadas por lei'.

Em nota oficial dirigida nesta quarta-feira à comunidade 
universitária, o professor Braz explica a suspensão no pagamento de 
quem porventura não retornar às atividades como 'estrita e 
indelegável defesa da instituição ameaçada'.

A paralisação das aulas na Uenf já ultrapassa os quatro meses e 
meio. No documento, o reitor da Uenf se reporta a um comunicado de 
9/11 - quando a greve tinha apenas duas semanas - e lembra que cabe 
aos chefes imediatos fazer cumprir o calendário e informar à 
Reitoria eventuais descumprimentos.

Pelo calendário de reposição de aulas aprovado em fevereiro deste
ano, os 44 dias letivos que faltaram em 2004 teriam que ser 
compensados a partir de 01/03 para que o ano letivo de 2005 
começasse em 16 de maio.

'Os efeitos danosos da longa paralisação já ultrapassaram a esfera 
do razoável e vêm atingindo em cheio a instituição Uenf. 
Interpelações judiciais têm constrangido a Reitoria a tomar medidas 
enérgicas sob pena de pesadas multas diárias', diz a nota.

Segundo Braz, a Reitoria vem empreendendo todos os esforços, 
desde o início da paralisação, para intermediar o litígio entre as 
entidades sindicais e o governo do Estado.

No documento, ele lembra que o Colegiado Executivo da Uenf - 
presidido pelo reitor e composto por todos os diretores de 
Centro eleitos pela comunidade universitária - chegou a 
apresentar-se como legítimo mediador da crise, embora tal 
iniciativa não tenha sido considerada pelo governo.

Mais tarde, quando se abriram perspectivas de negociação entre as 
entidades sindicais e o secretário Anthony Garotinho - afirma a 
nota -, a Reitoria enviou ao governo dois arquivos de 
folha de pagamento.

Um deles continha todos os acréscimos de remuneração devidos a 
título de enquadramento de docentes e técnicos-administrativos. O 
objetivo era garantir imediata operacionalização caso houvesse 
acordo.

O reitor lembra ainda que avalizou pessoalmente o compromisso do 
governo do Estado com o pagamento do enquadramento dos professores, 
num prazo de até 30 dias após a normalização das atividades.

Mesmo assim, os professores decidiram manter a greve, instalando-se 
a 'rápida deterioração do já conturbado ambiente acadêmico e a 
absoluta corrosão dos padrões mínimos de confiança entre 
governo e sindicatos'.

Na seqüência, a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação decidiu 
enquadrar apenas os professores que cumpriram o calendário 
acadêmico, retardando o benefício aos demais.

O novo calendário da Graduação prevê 44 dias de reposição de aulas 
a partir de março, de modo a se completar o número mínimo de dias 
estabelecido pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação, após o que 
começará o primeiro semestre letivo de 2005.

Na Pós-graduação, segundo o calendário aprovado em 23/02/05, 
a reposição seria concomitante ao início do novo ano letivo, 
começando na última segunda-feira, 14/03.

Fonte: (Assessoria de comunicação da Uenf)

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6. Os 13 ministros da C&T em 20 anos, artigo de José Monserrat Filho
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Houve um momento em que o MCT foi praticamente desmantelado. Por 
ventura, o período durou pouco

É longa a lista dos ministros e secretário de C&T, nestas duas 
décadas, desde o primeiro titular, em 1985:
 
Renato Archer, Luiz Henrique da Silveira, Ralph Biasi, Roberto Cardoso 
Alves, Décio Leal de Zagottis, José Goldemberg, Hélio Jaguaribe, Edson 
Machado de Souza, José Israel Vargas, Luiz Carlos Bresser Pereira, 
Ronaldo Sardenberg, Roberto Amaral e Eduardo Campos.

Cada um ficou no cargo menos de dois anos, em média. A gestão 
mais longa foi a do ministro José Israel Vargas - cerca de cinco anos.

Em 1999, Bresser Pereira não logrou passar do sétimo mês. E olhe 
que ele acumulava os cargos de ministro e de presidente do 
CNPq. Sua missão foi abreviada por forte polêmica sobre o apoio à 
pesquisa no Nordeste.

Em 1993, Hélio Jaguaribe aceitou integrar o gabinete de 
sobrevivência de Collor como secretário de C&T. E logo ficou furioso 
com a SBPC que se posicionara a favor do impeachment do presidente.

(Na SBPC, o apoio à proposta de impeachment de Collor partir de 
Gilberto Velho, então vice-presidente da entidade.)
 
Jaguaribe mandou cortar todas as verbas destinadas à Reunião Anual 
da SBPC, que naquele ano realizou-se na USP, em SP. A reunião 
aconteceu mesmo assim. Mas Jaguaribe recusou-se a conversar com o 
então presidente da SBPC, Ennio Candotti.

Ainda em 1993, ao assumiu a presidência da República no lugar de 
Collor, o vice Itamar Franco pediu à SBPC que sugerisse um nome 
para o Ministério da C&T.
 
A SBPC propôs o de José Pelúcio Ferreira (1928-2002), 
ex-vice-presidente do CNPq, primeiro presidente da Finep e 
ex-secretário de C&T do RJ, homem público muito admirado pela 
comunidade científica brasileira.
Pelúcio, no entanto, já estava muito doente e não pôde aceitar a 
indicação. Teria sido um grande ministro, a opinião parece unânime.

Mas o instante mais funesto nestes 20 anos do Ministério deve ter 
sido, sem dúvida, a breve e fulminante gestão de Roberto Cardoso 
Alves (1927-1996), o famoso 'Robertão', nos primeiros meses de 1989.

Nomeado pelo então presidente Sarney, ele era líder do chamado 
'centrão' no Congresso Nacional que se opunha à liderança do PMDB e 
em especial de seu comandante maior, o deputado Ulisses 
Guimarães, presidente da Assembléia Nacional Constituinte, pai da 
'Constituição Cidadã'.

A decisão era extrema. O Ministério de C&T deixava de existir e 
se fundia com o Ministério da Indústria e Comércio. A nova entidade 
ganhava o nome de Ministério do Desenvolvimento Industrial, 
Ciência e Tecnologia.

Na verdade, o Ministério de C&T foi absorvido pelo novo ministério. 
Todo o patrimônio - móveis, equipamentos, carros, tudo - 
construído nas gestões anteriores, de Renato Archer, Luiz Henrique 
da Silveira e Ralph Biasi, mudou de sentido e direção. Houve, sim, 
um desmantelamento.

O desastre foi tão grande que a maioria do PMDB no Congresso 
Nacional recusou-se a aprovar a medida provisória que criava o novo 
ministério. A firme posição contrária assumida pelo PMDB obrigou o 
governo a negociar nova solução para o problema.

E a solução não tardou. Sarney foi levado a criar a Secretaria 
Especial de C&T e nomeou Décio Leal de Zagottis (1940-1996), 
que vinha da Escola Politécnica de SP, para assumi-la, o que ocorreu 
em 3 de abril de 1989.

Em dezembro daquele rumoroso ano, Sarney premiou Décio Leal de 
Zagottis, recriando o Ministério de C&T e fazendo-o ministro.

Mas o Ministério de C&T, como tal, durou apenas até março de 1990, 
quando Collor tomou posse e tornou a baixar o seu status para 
Secretaria de C&T, designando José Goldemberg para conduzi-la.
 
Um detalhe sintomático: Goldemberg foi o último membro do governo a 
ser convidado. O convite aconteceu na noite da véspera da posse...

Alguém um dia há de escrever a história dos ministros (e secretários) 
de C&T no Brasil. Poderá render uma boa tese e/ou um bom livro.

E creio que o trabalho deixará bem claro, entremeado de capítulos os 
mais lúcidos e os mais hilariantes, que a C&T ainda não conseguiu se 
tornar a prioridade que a maioria dos ministros e secretários se 
empenhou em conquistar, em vão.

Nota do Editor: José Monserrat Filho é editor do 'Jornal da Ciência'. 
Artigo publicado no 'JC e-mail': 17 de Março de 2005.

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Contribuições devem ser enviadas para o Editor do Boletim 
Eletrônico da SBQ:  Luizsbq em iqm.unicamp.br
http://www.sbq.org.br

Até nossa próxima edição!!!
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Prof. Luiz Carlos Dias
Editor do Boletim Eletrônico 
Sociedade Brasileira de Química - SBQ
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